Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, julho 31, 2003

Descobri essa peça rara lendo o blogue da Marinilda. É o jornal a Hora do Povo. Marinilda os chamou de pândegos, sinceramente não sei como qualificá-los. Tudo bem que acho uma péla-saquice brutas invadir o Iraque, jogar bombas, largar o dedo e matar um monte de gente totalmente inocente, mas daí pra chamar os filhos do Saddam Bigodão de heróis... peraí, né. Mas 'pistoleiros de Bush' é maneiro.

Tava lendo a entrevista que Hobsbawn deu ao O Globo, intitulada 'Cedo para se desperar', numa alusão as críticas feitas ao Governo Lula.

No finzinho, a última pergunta e a última resposta convergiram pra algo que acredito há muito, muito tempo. Fico fulo quando alguém diz "mas nos Estados Unidos funciona assim". Morra-se que funciona assim, esse país aqui tem sua história própria, suas referências culturais próprias, não tem que ficar se espelhando no outro. O que pode ser bom pra um, nao vai ver necessariamente bom pro outro.

Será que com o pensador gringo falando a gente consegue levar isso mais a sério? Queira Deus.

"Há quem pense que a verdadeira revolução, no Brasil, passa pela cultura.

HOBSBAWM: Faz sentido. O Brasil conseguiu uma matriz autóctone muito forte. Não precisa estar tão submetido ao que vem de fora, o que lhe dá, nesta esfera, uma vantagem sobre muitos países, que deve se aproveitada."
Gosto de música subversiva mermo. Essa aqui tá no último CD da Nação Zumbi.

Propaganda
(Letra: Jorge Dupeixe, Rodrigo Brandão e Gilmar Bola 8 / Música: Nação Zumbi e Marcos Matias)

Comprando o que parece ser
Procurando o que parece ser
O melhor pra você
Proteja-se do que vai querer
Para as poses, lentes, espelhos, retrovisores
Vendo tudo reluzente
Como pingente da vaidade
Enchendo a vista, ardendo os olhos
O poder ainda viciando cofres
Revirando bolsos
Rendendendo paraísos nada artificiais
Agitando a feira das vontades
E lançando bombas de efeito imoral
Gás de pimenta para temperar

Corro e lanço um vírus no ar
Sua propaganda não vai me enganar

Como pode a propaganda ser alma do negócio
Se esse negócio que engana não tem alma
Vendam, comprem
Você é a alma do negócio
Necessidades adquiridas na sessão da tarde
A revolução não vai passar na TV, é verdade
Sou a favor da melô do camelô, ambulante
Mas 100% anti, anúncio alienante

Corro e lanço um vírus no ar
Sua propaganda não vai me enganar

Eu vi a lua sobre a Babilônia
Brilhando mais do que as luzes da Time Square
Como foi visto no mundo de 2020
A carne só será vista num livro empoeirado na estante
Como nesse instante, eu tô tentando lhe dizer
Que é melhor viver do que sobreviver
O tempo todo atento pro otário não ser você
Você é alma do negócio, alma do negócio é você

Corro e lanço um vírus no ara
Sua propaganda não vai me enganar

quarta-feira, julho 30, 2003


Brazza morreu

O PPS está de luto pela morte, ontem, de Afonso Brazza. Fiquei sabendo há pouco através do meu informante no Planalto Central, Fábio Lino.

Já tinha ouvido falar no cineasta-bombeiro do Gama, no Distrito Federal, mas só esse ano pude ver de perto seu trabalho. O próprio Fábio Lino me apresentou dois filmes de autoria do herói candango. Até postei sobre isso no início do ano após vê-los.

Brazza ganhou minha admiração de cara por algo simples, se tinha um sonho e corria atrás pra fazer. Fez vários e vários filmes com baixíssimos orçamentos. Tudo bem, os filmes eram toscos, com erros grosseiros as vezes e um amadorismo que se esfregava na cara dos espectadores.

Mas ele não tacava pedra nos outros. Ia lá, no braço, e fazia os seus filmes. Tocava o que muita gente tinha vontade de realizar, mas não tinham coragem ou iniciativa. O Brazza, sem largar o Corpo de Bombeiros Militar do DF, levava pra frente seus projetos. Punha sua produção no cinema até, digo, nas telas dos cinemas. Uma vitória pra um bombeiro, produtor-diretor de cinema.


O Correio Braziliense publicou hoje bastante coisa sobre a perda desse ícone candango.
Fura-olho animal


Roubei da Marinilda.
Monique é sempre um ixpetáculo

Ontem chegava eu em casa, já tarde, e lá fui ligar a tevê pra variar. Quem passa? Monique Evans no seu espetacular Noite Afora. Digo e repito, é o melhor programa da televisão desse país. Sobre sua cama estava ontem uma sapatinha, uma morena (que já haviam falado com a titia quando liguei o aparelho) e um casal de atores pornôs. O que foi o melhor da noite.

Monique, num inglês e um espanhol macarrônicos, entrevistava o cara, um espanhol, e a mulher, uma estadunidense. Ela se divertia, eles se divertiam, eu me divertida. Um ixpetáculo. Ela perguntava as coisas, eles respondiam e ela dava sua tradução.

Nesse ritmo, ia o programa na boa, divertido e tal até que ela fala de uma capacidade fora do normal da moça de, digamos, ser capaz de fazer sexo anal com dois marmanjos simultanemante. Eis que aí, vem Monique e manda a melhor e todos os tempos:

Do you have 'pregas ainda'?

Peraí, né, como assim? Confesso que ri tanto naquela hora que nem vi se alguém respondeu.

Depois, lá foi Monique em mais uma de suas perguntas. Chegou pro espanhol e mandou:

"Tu gosta de fio-terra?"

E o espanhol, sem entender, retrucou: "Que es un fio-terra?"

Pena que não ouvi a resposta outra vez pq tava me rasgando de ri.

Salve Monique, a apresentadora do programa de tevê mais aloprado desse país.

terça-feira, julho 29, 2003

Congopop na área



Hoje, enfim, viabilizei meu CDzinho aglomerado do Berimbrown. Os caras são preto, são pobres, são suburbanos e são mineiros. Melhor, os caras tocam música de preto boa. Têm suíngue e tudo mais. Pena que essa josta de computador que eu tenho aqui some com o som. Não posso ouvir o CD na paz no escritório. Vou ter que esperar chegar em casa.

Engraçado, é só ter uns tambores na área que já vejo as parada com bons olhos...


Mestre Negoativo com sua trupe.
Caos?

Bom, a essa altura que um dos mais pops traficantes do Rio de Janeiro rodou. O Marcinho VP do Dona Marta foi pra cidade dos pés juntos, mas antes disso ganhou notoriedade por algumas coisas como:

+ Era o traficante do morro Dona Marta quando Michel Jackson esteve por lá gravando cenas (que nem foram usadas) pra um clipe seu.

+ Por ter um pensamento romanticão, pensava em transformar os traficantes em guerrilheiros para tomar o poder, algo que não tinha maldade, pra ele seria uma forma de reverter a situação social dos pobres. Tinha um quê de sociológico, mas, pô, sei lá. Que idéia, aí.

Foi aí que o João Moreira Salles se interessou pelo cara.

+ E agora não é que o cara vira personagem do livro do Caco Barcellos, o Abusado, que já teve até seus direitos de filmagem vendidos.

Pois é, esse Marcinho VP acabou se tranformando num traficante pop por conta disso.

Aí, há pouco no escritório, ouvi a frase lamentosa: "poxa, nem tem caos na cidade pq o traficante morreu".

Ah, tenha dó! Como assim!?! Aí venho eu com o meu discurso dizendo que a classe média muitas vezes auto-sugere violência e faz uma mega tempestado num copo d´água. Pq um traficante morreu os caras estão querendo que acontece quebra-quebra e tudo mais? Só pra dizer bater naquele discurso vazio e insustentável de que "os traficantes dominam o Rio"?

Por favor, tenha pena do meu ouvido.
E não tem comemoração. Um ano de blogue não é nada demais.
Um ano

Há um ano esse blogue safado começou a funcionar. O primeiro post foi esse aqui embaixo:

[ Seg Jul 29, 11:12:07 AM | Vicente Magno | edit ]
Eu sou preto, eu sou pobre e sou suburbano. Nascido na Praça da Cruz Vermelha (que já digo que é Lapa com boa vontade) criado em Bangu, formado em jornalismo pela Uerj, no Maracanã, torcedor do Flamengo e do América, figurinha fácil na quadra da Mocidade Indepente de Padre Miguel, ali na Vila Vintém nos ensaios da escola. Sou família, adoro o meu tapete, que fica jogado no meio do meu quarto, reclamo da distância de Bangu para os cantos do mundo, mas sempre vou e volto (mesmo que isso leve horas, dias ou meses). Vivo feliz, não planejo a vida, só a deixo acontecer. Embora tenha me tornado meio mala, meio turrão com o passar do tempo. O bonachão que a maioria dos amigos conheceu há alguns anos está divindo espaço com um cara invocado, que as vezes perde a paciência com facilidade. Esse sou eu, Vicente Magno, preto-pobre-suburbano, um dos 6 milhões de cabeças que moram nessa santa cidade que é o Rio.


Um ano falando um bando de bobagens e escrevendo minhas opiniões malucas. O pior é que tem gente que lê. Começou com o Enfiado na Lama, meu blogue pernambucano, que achei por respeito aos meus momentos naquela terra, deixar e fazer um outro dedicado a minha vida carioca, esse aqui, essa josta que agora existe.

Engraçado é ver que o PPS, influenciado por Robertaralho, ainda influenciou gente a começar nessa brincadeira de blogue. Bom, vida que segue.

Mas é bom que fique claro que mesmo com continuidade, esse blogue não é pra ser sério, é só um passa-tempo, em outras vezes um mega-fone e outra vezes ainda, só uma brincadeira mesmo.

segunda-feira, julho 28, 2003


Mais Mocidade

A edição Zona Oeste do Globo deu ontem mais matérias sobre o enredo da Mocidade pro próximo carnaval. O tal "Não corra, não mate, não morra". Já sei que vai ter gente tacando pedra, falando que não tem a ver com carnaval e tal. Mas, na boa, caguei pra todo mundo.

Claro que fico com medo de ter um samba ruim como o desse ano, mas no desfile tudo se superou. Fora os jurados furingudos que garafaram a nossa bateria dando 8,2 e 8,4.

A Mocidade é tida como uma escola antenada e moderna, desde que me entendo por gente tem enredos que não ficam no paupável. Tá, minto, em 89 homenageou Elis Regina. Mas nos últimos 20 anos, a escola se mostrou como uma das mais corajosas no carnaval carioca.

Eu sou vendido, eu sei, como sou eu que apito nessa josta de blogue, escrevo o que quero.

A matéria do Globo tá aqui.
Ser mané é

Sair de casa com o Ervilhão. Rodar, rodar, rodar e só perceber que está com o documento do carro quando Irmão-Léo liga pra avisar.

Abusado que sou, estava na Abolição, Zona Norte, e me neguei a voltar até Bangu, na Zona Oeste, pra depois pegar o caminho de Laranjeiras, na Zona Zul. Se gasolina cai do céu pra alguém, não cai pra mim. Resolvi encarar o perrengue.

Confesso que amarelei com medo de ser parado numa blitz e ter que falar a verdade com cara de caô pra um policial.

Na volta para Bangu, mais medo.

Após descer do elevado São Sebastião e pegar a Presidente Vargas na altura do sambódromo o que encontro? Uma blitz. Lá fui eu no procedimento padrão: luz interna acesa, farol baixo, carro em marcha lenta e mãos sobre o volante... Fui no sapatinho torcendo pra minha cara de traficante não chamar atenção dos boinas azuis do Getam...

Passei.

Peguei a Francisco Bicalho e depois a Avenida Brasil. Continuei no sapatinho pra não chamar a atenção. Nunca tentei passar tão discretamente na Avenida Brasil.

Após já achar que tava com o jogo ganho. O que acontece? Outra blitz. Pensei pra mim mesmo "perdi, dessa eu não escapo. É melhor ir preparando o caô pra mandar pro policial".

Procedimento padrão outra vez... Agora, tava eu realmente com medo. Tava devendo, né. Com o documento do carro de Seu Carlos no bolso em lugar do documento do Ervilhão...

Os papa mikes me olharam cheios de disposição... Era o Getam outra vez. Passei por um policial, por dois, por três, ninguém apontou pra mim pedindo pra encostar. Quando passei pelo quinto e não tinha mais ninguém dei uma acelerada. Confesso que ali dei uma pisada pra me afastar.

Chegando em Realengo, onde as vezes tem outra blitz, gelei. Pô, isso seria abusar demais da sorte e passar batido em três duras da PM seria o cúmulo...

Não tinha blitz, me safei.

Cheguei em casa, sapatíssimo, sem fazer barulho. Mas da última dura não escapei. Seu Carlos, num momento alma penada, vagava pela casa e me deu um belíssimo esporro bônus pela falta de atenção que podia ter me rendido uma honestíssima multa.

Bom, ao menos nao rodei. E, blogue, fala sério, suburbano sem sorte já nasceu morto.
Jogo do Flamengo ontem?

Não, tb não fui. Se tivesse ido, claro, ia xingar até cansar o Fernando Baiano e quase morrer do coração com o gol do Anderson no sensacional frando do Roger (que é rubro-negro), já nos idos dos 45 minutos do segundo. Mania feia desse time e fazer gols já no finzinho.

Bom, o jogo não era a prioridade do tia. É, já fui um torcedor melhor tb.
Velho

Insônia é algo pentelho, ainda mais quando vc sente dor nas costas. Essa noite foi a pior noite de sono (ou falta dele) dos últimos 27 anos. Quando anoiteceu eu estava na cama e amanheci no meu querido tapete, mas ainda sentindo as costas moídas, moídas. Por conta delas nem saí de casa ontem. Tinha o primeiro aniversário de Cainã, filho de Crixna, ali em Niterói, mas arreguei. Fiquei vegetando.

Amanhã tenho ortopedista pra ver as costas, a coluna e tudo mais. Fiquei velho.
Sabe aquela imagem criada pelo Machado de Assis no Memórias Póstumas de Brás Cubas, quando chove numa alusão ao choro pela morte do protagonista da história? Poís é, essa segunda-feira com cara de tristeza tá a minha cara.
Amanhã esse blogue faz um ano.

sexta-feira, julho 25, 2003

Tenho que me lembrar de escrever e postar aqui o manifesto de orgulho suburbano.
Orgulhosão e amarradão mermo

Hoje lá fui eu almoçar com três figuras novas na empresa. Uma paranaense, um gaúcha criada em Floripa e um gaúcho de Porto Alegre. Papo vai, papo vem e o gaúcho mandou pras meninas "não ousem falar mal da cidade perto de um carioca, eles têm muito orgulho da cidade". Aí eu tive que completar dizendo "não adianta o argumento que vcs usarem, a gente sempre vai procurar e conseguir refutá-lo de alguma forma". Eita orgulho...

Pô, tb pudera, a cidade e o povo carioca são o maior patrimônio de todo habitante desse pedaço do país, tendo nascido aqui ou sido adotado pela cidade. Ainda perguntei pros trê sulistas se eles constumam ter invernos em suas cidades natais como o carioca? Tremendo céu azulzão, limpão, 27 graus no termômetro e todo mundo feliz.

Dei um rolé rapidinho com eles pelos arredores, pena não ter dado pra levá-los na Confeitaria Colombo, que é um ixpetáculo e até já postei foto.

O Rio com certeza não é a melhor cidade do mundo, mas é muito melhor do que quem é de fora e não conhece pensa.

O barato aqui é contínuo, da ZS a ZO, passando pela ZN. As belezas e identidade cultural estão espalhados entre os cantos. Volto a dizer, dá-lhe Rio.
Não, eu não fui

Já era hora, né. Uma vitoriazinha é bom as vezes. 2 a 1 chorado, chorado jogando mal como sempre sobre o time B do Internacional. Ah, são três pontos a mais. Quero ver domingo contra o São Paulo, no mesmo Maracanã. Não fui ao jogo por falta de companhia e pelo desânimo de ter que encarar o caminho entre o Maraca e Bangu de ônibus aquela hora num meio de semana.

Detalhe na faixa da TJF levada para a geral.

O texto diz: "Craque o Fla fazia. Hoje só lalal no clube".

Jean, que tem tudo pra se firmar como um ídolo da Maior Torcida do Brasil, beija a camisa rubro-negra estendida no gramado.

Se o Flamengo tivesse mais atacantes que vestissem a camisa como ele o time não estaria tão embaixo na tabela. Mas ainda insistem no Fernando Baiano e no Edílson...

As fotos do Cassiano, do Globo.
Cristo


Hoje, com esse céu limpo que o inverno carioca nos proporciona, vi, láááááááá de Ricardo de Albuquerque, na Avenida Brasil, o Cristo Redentor. Não sabia que dava pra vê-lo de tão longe, deve rolar uns quase 30 quilometros de distância até ele e o bichinho lá, abençoando a cidade. Dá-lhe Rio.

quinta-feira, julho 24, 2003

Tá valendo de novo!

Demorô, o diploma de Jornalismo volta a valer segundo a decisão judicial da dotôra Aldo Basto.

Vi no Consultor Jurídico.
Tá na mão, mané

Após alguns dias atrás, consegui! Tô, enfim, com meu Cd novo do Cordel. Ah, muleque. Ainda nem ouvi pq esse computador fura-olho que tenho no trabalho não ajuda. Começa a rolar o CD, mas depois me engana e não rola mais som. Que josta.



Tava curioso pra ouvir isso desde que vi os caras tocando no carnaval do ano passada no Rec Beat láááááááá na Rua da Moeda, Recife Antigo, Recife, Pernambuco. Na época os caras estava mostrando pelas primeira vez as músicas, agora, um ano e meio depois, finalmente "O circo do palhaço sem futuro" vai chegar a Bangu.
Como eu sempre digo:

"O que eu quero é ser feliz
andar tranqüilamente na favela onde eu nasci
e poder me orgulhar
e ter a consciência que o pobre tem seu lugar".

quarta-feira, julho 23, 2003

Se fosse no Rio II...



Quebraram um coleguinha hoje cedo enquanto trabalhava. A coisa tá meio atabalhoada, mas o coleguinha convocado por Zé Maria estava cobrindo uma invasão em São Bernardo do Campo onde levou o teco e não resistiu.

Aí, se fosse no Rio, "repórter é vítima da violência carioca!".
Se fosse no Rio...

Um maluquinho entrou na prefeitura largando o dedo. Como ele chegou lá armado, ninguém sabe. Só se sabe que sairam dois deitados dentro do carrinho aqui embaixo.


Foto roubada do site da CNN

Se fosse no Rio já teríamos logo um coro falando de boca cheia "ó, está vendo, o Rio é a capital da violência". Ah, tenha dó.
Cada coisa que a gente vê na rua

Hoje, mais uma vez, vinha eu dentro da singela van que me traz de Bangu ao Centro da cidade. No trajeto as vezes durmo, as vezes leio, as vezes fico vendo as pessoas nas calçadas ou ao meu lado. É divertido prestar atenção nos tipos de comportamento, maneiras de falar, assuntos e tudo mais.

Mas nessa manhã, vinha o Vicente pensando se dormia ou lia, dormia ou lia, dormia ou lia, eis que passando em Guadalojara (mané, se lê Guadalorrara; a forma através da qual Irmão-Léo identifica o bairro de Guadalupe, na Zona Norte), como acontece todo dia, vários ônibus paravam nos pontos, outros saim dos pontos e seguiam seu caminho.

Mas um chamou a atenção. Bem em frente a fábrica da Melhoral tinha um 393 (justo ele!) parado no ponto sem motorista! Não pode, ônibus sem motorista definitivamente não pode. Os passageiros pareciam estar passicos, todo mundo tranks e desencanado. Estranho pra galera que vai de manhã pro trabalho.

Fui olhar os arredores e achei o cara! Tava em pé ao lado da roda traseira esquerda do coletivo em uma atitude minimamente suspeita. Ó, não vi nada escorrendo pelo pé do cara. Tb se tivesse visto ia ser caô, tava num outro veículo em movimento e acho que já deu pra observar coisa demais naqueles poucos segundos... Bom, o tal motorista dava toda a pinta de estar ali, procurando ser o máximo dichavado, mas tava é dando um belo dum mijão com os passageiros esperando dentro do ônibus. Beira o sensacional.

Guaraná Tobi na televisão!!!

Eu a-do-ro Tobi! Quando tem na casa de alguém eu faço questão de tomar e mando pra dentro amarradão. Salve a tubaínas sem vergonhas que habitaram minha infância. Assim como o Tobi tinha o Guaraná Jacutinga e o Convenção que eram vendidos em kombis que passavam pelas ruas anunciando o refrigerante num alto-falante. Ixpetáculo.

Maldosamente a galera, em comparação com as tubaínas das grandes fábricas, chamam esses de "Mendigões". Nunca fui muito fã da denominação, mas gosto do Tobi e pronto.

Tem materinha sobre a prograganda aqui.

terça-feira, julho 22, 2003

Melhores que os outros

Desde moleque eu acredito que todo mundo é igual, que ninguém é mais importante que ninguém. Que todo mundo tem o mesmo grau de importância. Mas vendo a movimentação da galera do Judiciário comecei a pensar que eles não se olham assim. Parece que os caras olham para os demais setores da socidade como um resto.

Os caras foram afetados pelas reformas na previdência propostas pelo Executivo federal e, desde então se debatem como loucos. Sabe-se que boa parte das grandes e suntuosas aposentadorias do serviço público vem de lá. E agora estão louco correndo atrás para segurarem suas mega-aposentadorias, sem que haja um tempo para regulá-las.

Muito bom, muito legal. E são justamente esses caras que deveriam trabalhar para que a sociedade fosse um lugar justo, onde realmente um indivíduo não fosse mais especial que o outro indivíduo. Mas como cobrar isso se eles, de partida, se julgam tão diferentes e tão especiais?

Quer saber? Eles se gabam tanto de serem carreiras de estado, né. E desde quando essas carreiras têm direito a greve? De cara estão fazendo uma parada inconstitucional. E se eu, um reles jornalista sabe, eles tb têm noção que estão descumprindo a Constituição.

Na boa, essa hipocrisia me irrita.
Piscinão x Rodoviária

Há alguns governos municipais atrás o então prefeito, Marcello Alencar, teve uma ótima idéia: construir uma rodoviária em Deodoro. O tal bairro tem uma posição geográfica extremamente estratégica dentro do Grande Rio. Fica no fim da Zona Norte, na beirinha da Avenida Brasil, tendo fácil acesso a Zona Oeste carioca, fácil acesso a Zona Norte (pela mesma Avenida Brasil ou por vias adjacentes) e está na cara da Baixada Fluminense (no caminho de Nilopólis, Nova Iguaçu, Mesquita e por aí vai). Além disso, ficava literalmente ao lado da estação de trem do mesmo bairro, onde chegam trens de três ramais diferentes (o Deodoro, Santa Cruz e Japeri).

No período da sua construção houve esperança nos moradores das proximidades, que como já disse pelo posicionamento geográfico, não é pouca gente, de lá partiriam e chegariam ônibus que circulariam dentro da cidade, ônibus intermunicipais e até que iriam para outros estados. O que serviria com perfeição pra essa mesma população que tem que percorrer pelo menos 20 quilômetros até chegar a rodoviária Novo Rio, praticamente no Centro da cidade. Facilitaria a vida dessa população e diminuiria o fluxo de veículos e ônibus praquela parte da cidade. Seria mais ou menos como São Paulo que tem duas rodoviárias, aquela no Tietê e outra em Bresser, se não me engano.

Após um período, tava lá o terminal grande, com infra, todo belo, azulejado, com quiosques e todo vazio. Não haviam linhas para usá-lo. Nunca souberam me explicar o motivo, provavelmente alguém melou a parada, mas o dinheiro público foi gasto e foi gasto muito. E se a rodoviária foi erguida era porque um estudo de viabilidade foi feito e apontou positivamente para a obra.

Vieram outras administrações (Marcello Alencar é do PSDB), do atual prefeito Cesar Maia e seu sucesso e hoje adversário, Luiz Paulo Conde (do PTB, PMDB ou sei lá qual. Hoje em dia o Cesar Maia é do PFL e o Conde do PSB). O tal terminal foi esquecido, jogado as moscas. Dava tristeza passar e olhar. Tudo, mas tudo depredado. Mesmo sendo patrimônio do município nao tinha um guarda municipal que fosse tomando conta, roubaram tudo o que puderam, não restou lâmpada, não tinha mais banheiro e sequer ralo. Pior, cheguei a ver um cavalo pastando lá dentro no que um dia foi um gramado.

Triste, muito triste.

Agora, o novo prefeito (nem tão novo assim) foi lá e pôs a mão na massa. Sabe o terminal que encheu de esperança a população local? Foi abaixo. Totalmente demolido. O local deu lugar a um mega buracão. Sabe o que vai sair de lá? O 'piscinão' da prefeitura.

É, né, a exemplo do governo do estado do Rio, que gastou horrores pra construir uma poça d´água absurdamente populista na beira da Baía de Guanabara (podendo usar o dinheiro nos esforços de despoluição dessa mesma baía), o governo municipal tb quer tirar uma ondinha populista.

Possivelmente no fim do ano teremos a inauguração de mais um piscinão na cidade, o de Deodoro agora. Aí, alguém que mora em algum bairro mais abastado vai falar "pô, legal pra vcs, um piscinão perto de casa". É, né.

Na qualidade de pessoa que critica de boca cheia, vejo só mais uma forma de manter os pobres longe das belas praias da cidade. Em lugar de criar facilidade de acesso aos tais balneários, é melhor criar umas piscinas no subúrbio pra evitar que essa gente preta, pobre e feia 'suje' o visual da Cidade Maravilhosa. Sectarismo do cão. Tiram algo que facilitaria a vida pra um que engana o povão. E nem vou lembrar da dinheirama que está sendo usado...

Será que ninguém vai fazer nenhuma materinha sobre isso?
"O subúrbio do Rio é o coração do Brasil", frase dita pra mim por Loira Furacão, que é paulistana. Nem foi um surto bairrista meu. Nem concordo em sua totalidade, mas confesso creditar a esse mesmo subúrbio carioca uma forte identidade cultural que muitas vezes extrapola os limites regionais e tem influência nas outras partes do país.

segunda-feira, julho 21, 2003

Uh, cadê os meus arquivos?
Sumiram!
Após o ícone carioca que é o Gentileza, volto com a bala Juquinha. Francine-chaveirinho, doladodelá da bola azul, vai gostar.

Armadilha

Tem um maluco que trabalha ali na esquina distribuindo papeizinhos o dia todo. E todo santo dia, quando estou passando por lá e chengando no prédio, o mesmo companheiro olha pra mim, estica a mão, entrega o papel. Eu pego, atravesso a rua na passarela de pedrestres que cruza a Avenida Rio Branco, amasso e jogo na lixeirinha coral que fica bem ali na passagem.

Sempre só lia o título, hoje resolvi trazer o papelzinho comigo. Está escrito "Dinheiro Rápido", bom isso né. E logo abaixo:
"S/ AVLISTA e S/ SPC
Documentos: 2 últimos Contra-Cheques, Comprovante de Residência (Luz, Gás ou Telefone), CPF e Carteira de Identidade (Original e Xerox)".


Aí vem o telefone, que é a coisa mais visível do panfletinho, que deve ter 6x4 cm, e (Não joge na Rua - Mantenha sua cidade limpa). Uau quanta consciência.

Mesmo assim fico imaginando quantos caem nessa parada diariamente. Queia saber as condições de pagamento que eles 'oferecem' aos clientes, tipo quantos pagamentos e taxa de juros... Na minha terra isso cheiraria a agiotagem...

Gentileza

Hoje, não sei pq pensei no cara. Gentileza era um cara que andava de bata branca pela cidade pregando, pregando, pregando. Cheguei a vê-lo pelas ruas há mais de dez anos, era uma figura curiosa... Na época era só um maluco folclórico, hoje virou música da Marisa Monte, mote de enredo do Joãsinho Trinta e atingiu o patamar de patrimônio cultural carioca. No viaduto do gasômetro ficou o seu maior legado com seus murais e textos, bem curiosos, mas com uma mensagem legal, positiva.

Adoro a frase célebre dele: "Gentileza gera gentileza".

Gentileza se referia ao sistema de produção vigente como 'capetalismo'. Sei não, acho que não vai muito longe da verdade...





Tem uns sites legais sobre ele, esse e esse.
Ser mané é

Sair com seu carro, levar o documento do carro errado e só perceber quando seu filho primogênito lhe liga perguntando se, por acaso, havia carregado o documento do Ervilhão.

Seu Carlos fez o favor de vazar deixando o documento do seu carro em casa e levando o do carro do filho. Logo na hora que o filho, eu no caso, queria sair.

E lá fui eu, pro outro lado de Bangu, com essa cara de típico morador dos subúrbios e morros cariocas andar por aí com o documento de outro carro. Se uma blitz me pára, como é que eu ia explicar?

"Meu comandante, olha só, esse carro é meu, mas o documento não, é do meu pai. To indo até ele pra ele me dar o documento do meu carro e dar esse aqui pra ele".

Tá bom que o papa mike ia cair nessa...

A destroca foi feita sem que qq blitz fosse encontrada no caminho.
O PPS no mundo mix

Lá foi o PPS baixar no Mercado Mundo Mix, na Fundiçao Progresso. Como tem gente colorida e furada nesse mundo. Acho qeu todo mundo ali é meio artítico, meio designer, meio sei lá, mil coisas.

Tinham coisas legais e tal, mas nao tinha nada que fosse a minha cara. Inclusive rolavam uma coisas que nao consigo imaginar qeu alguém use. Mas, sei lá, tudo é possível nesse mundo de meu Deus.

Pô, eu falei brincando que queria uma camisa com o Pica-pau. Agora é verdade, quero uma camisa de Cuba e do Pica-pau. Será que encontro na próxima vez que rolar o Mundo Mix?
Prometi, agora tenho que cumprir

Gratidão é isso. Meu tio Valcir me levou a minha primeira final no Maracanã, foi em 13 de dezmbro de 1987. Flamengo x Internacional no Maracanã. O Mais Querido sagrous-se tetra campeão brasileiro com um gol de Bebeto no Taffarel, aos 11 minutos do segundo tempo, gol do lado direito da tribunas. Eu tava lá.

Agora prometi levar sua neta, e minha prima, pela primeira vez ao Maracanã pra ela ver o Mais Querido jogar. Queria que o Flamengo estivesse numa fasezinha melhor pro estádio estar cheio e ela poder apreciar a festa da torcida... Bom, veremos como vai ser e como vou cumprir o que prometi.

PS: Após o puxão de orelha dos coleguinhas rubro-negros, caiu e a ficha e me toquei do erro. O Mais Querido não foi tri, mas tetra. Valeu aê, Dias e Arnaldo.

domingo, julho 20, 2003

Família e extremo Oeste carioca

Dois eventos de família no mesmo dia, de início, parece demais pra cabeça de qq mortal. Um aniversário de um tio-avô de 90 anos e outro, uma festa junina na casa de uma tia.

Detalhe, o tio avô, irmão da avó materna, mora na Vila Nova, em Campo Grande e a tia, em Sepetiba. Salve a ZO carioca mais uma vez.

Em Campo Grande virei curiosidade, visto que tinha gente que nem sabia que eu tinha voltado de Brasília. Legal é saber que tem prima minha que lê essa blogue furingudo... Vê se pode.

E depois, Sepetiba. Blogue, que longe. Passei até por Nova Sepetiba, aquele conjunto habitacional criado pelos Garotinho sem qq infra. Nao tem transporte, nao tem asfalto, nao tem saneamento e nem luz. As ruas são todas no breu! E os caras aind se gabam de terem feito aquilo!

Até partes do filme Cidade de Deus foram gravadas no local por parecerem muito com as condiçoes de quando o conjunto habitacional criado em Jacarepaguá, há quarenta anos!

No fim das contas o saldo familiar foi positivo, mas eu que até pensei em ir a Loud! não ia ter perna nem combustível. Seriam... uns 70km dentro da cidade... Dentro da cidade!

Depois eu posto sobre como a Zona Oeste é uma cidade independente dentro da cidade do Rio de Janeiro.
Lentes que jogam contra

Sexta-feira, lépido e saltitante, lá foi Vicente ao cinema. Fui encarar a Viagem de Chihiro. Que é uma filme bem, mas bem legal mesmo. Realmente uma viagem sem tamanho, mas é bom entrar nessas coisas muito desbudadas e imaginativas as vezes.

No meio do filme a lente de contato do olho esquerdo começou a fazer judaria comigo. Embaçou, coçou, tanto pentelhou que, repentinamente, pulou. Eu nem sabia que lente de contato pulava até aquela hora.

A mané da lente foi encontrada sobre o peito. Só que aí rolava o dilema: colocar outra vez ou tirar a outra lente? Do jeito que estava não rolava, era um tipo de caolho.

O que fazer? Saquei da mochila toda a parafernália: estojo das lentes, soluçao para guardar e limpar, óculos e tudo mais. E o filme rolando...Eu queria me ver mtendo a mão no olho direito e procurandoa a lente. Blog, eu costumo fazer isso no espelho, nao no cinema no mó breu foi novidade.

Consegui achar a lente, puxá-la pe pegá-la usando os dedos como pinça. Foi sinistraço. E ainda, no maior cuidado, o que beira o impossível para esse ser lambão que sou, ainda tinha que abrir estojo, colocar lente, colocar soluçao, fechar o estojo com a lente dentro. Isso duas vezes pq são, obviamente, dois olhos e duas lentes.

Após tamanho esforço foi só catar os óculos, lascar o fundo de garrafa no cornos e tcharan! Voltar a ver Chihiro.

sexta-feira, julho 18, 2003


Bangu, o primeirão

Nos idos do início do século passado o futebol, esse mesmo esporte popular toda a vida, só era praticado pelos branquelos. Só quem era branco podia entrar em campo e jogar com os seus 'iguais'. Ridículo. Um tipo de 'apartheid' no esporte.

E quem quebrou isso? Quem foi o primeiro no Rio de Janeiro, ao menos, a mandar isso pra cucuia? Banguzão, mané. O clube vermelho e branco lá do bairro. Dizia-se que o primeiro a fazer isso tinha isso o time da portuguesada, fala sério. Os caras eram tão racistas quanto os branquelos das famílias ricas. Quem diria que os ingleses da Fábrica Bangu, que deu origem ao bairro e ao clube, topariam bater de frente com essa disposição discriminatória...

O bom e velho Bangu Atlético Clube, naquela época ainda era Bangu Athletic Club, escalou o nego-preto Franciso Carregal entre 1905 e 1909. E foi logo um ano depois de ter sido fundado, visto que o clube nasceu em 1904.

Reza a lenda que mesmo com resistência dos outros clubes, o Bangu bancou a parada e em 1906 pôs outro negro em campo no Campeonato Carioca, Manoel Maia. Por conta disso o clube foi obrigado a sair da Liga Metropolitana de futebol que vetada o registro de jogadores pretos.

E tem gente que acha que não tem história praqueles lados da cidade...

Bangu de 1905

Na foto: (Da esquerda para direita)
Em pé(atrás): José Villas Boas (Presidente), Frederich Jacques e João Ferrer (Presidente Honorário); Em pé(na frente): César Bochialini, Francisco de Barros, John Stark, Dante Delocco e Justino Fortes; Sentados: Segundo Maffeu, Thomas Hellowell, Francisco Carregal, William Procter e James Hartley.
Ó o Carregal com a bola!

Bangu de 1906

(Da esquerda para direita)
Em pé(atrás): William Hellowell, Manuel Maia e James Hartley; Em pé(na frente): Raul Maranhão, John Farrington e Tom Harrison; Sentados: Alfredo Victor Guedes de Mello, Alexander Leight, Robert Cross, Charles Hill e Dante Delocco.
Ó o Manuel Maia ali no alto.

A fotos são do Bangu mesmo e estão no www.bangu.net
O site dos Jogos Pan-Americanos de 2007 tá no ar já algum tempo.



Tem as primeiras informações e até um mapa mostrando os pontos onde vão rolar as competições. Só não gostei dele pq me pareceu meio preconceituoso. O Rio aparece visto a partir de Copacabana, o que passa a idéia de que os lugares que vão sediar os eventos são muito distantes se não ficam na Zona Sul. O que é errado, visto que os atletas ficarão alojados na Barra da Tijuca.

Agora, vendo isso eu até imagino o Rio como cidade olímpica... Ia ser muito maneiro...
Essa eu queria ver...

Amanhã vai ter um jogo histórico, Cuba x Estados Unidos. A partida vale pelas quartas-de-final da Copa Ouro, aquela em que o Brasil foi com a seleção sub-23, com direito a Robinho, Diego e Kaká.

A exemplo de alguns jogos que rolaram na Copa de 98, com partidas entre Inglaterra x Argentina, Alemnha x Israel e Estados Unidos x Iraque, essa vai ser mais uma onde as equipes que entraram em campo têm ou tiveram conhecidas desavenças políticas. No caso dos três anteriores, culminando nas vias de fato, violência física e brutalidade. No caso do jogo de amanhã, serão os primos pobre que insistem e não baixar a cabeça, mesmo estando na boca do império estadunidense. Só mesmo o esporte pra propiciar esses encontros.


Segundo o sítio da Fifa, esse More Lester, jogado cubano.

Agora eu preciso arrumar uma camisa da seleção cubana pra mim.


Asociación de Fútbol de Cuba

quinta-feira, julho 17, 2003

A rodada de ontem do Brasileirão me fez ter algumas certezas:

1 - É necessário que a Série C comece logo (pena que vai ser em Setembro), aí vou poder vestir minhas camisas do Bangu, do América e a futura aquisição do Madureira pra ir pros estádios torcer feliz. Espero que ao menos lá os times dessa cidade não façam tão feio.

2 - O Flamengo é indiscutivelmente o Robin Hood rubro-negro e mostrou sua verdadeira vocação em ajudar os times necessitados de pontos. Tão belo um time altruísta assim. Após três partidas, dentro do Maracanã, com times que estava láááá embaixo na tabela, o que representaria nove pontos com razoável facilidade, o Mais Querido fez o favor de ganhar apenas três, vencendo um jogo e perdendo os outros dois por dois a zero.

3 - Os baianos que jogam no Flamengo não merecem mais chance alguma. Fora Fernando Baiano, fora Edílson, fora Fábio Baiano e fora Luciano.

4 - Eu preciso me apaixonar por outro esporte de massa. Os cariocas só pagam mico. O Mais Querido perdeu de dois, o Fluminense perdeu de três e o time da colina levou mais uma lambada de quatro.
Prostíbulo self-service

Fomos todos para a lona de Realengo no carro de Pablo, amigo de Irmão-Léo e já da família. E Pablito conta para todos dentro do bonde:

Pablo: Aí, tem um puteiro novo em Bangu.
Irmão-Léo: Tá bom, onde?
Pablo: Lá perto da (Avenida) Brasil.
Irmão-Léo: Como vc ficou sabendo?
Pablo: Um camarada meu foi entregar uns beliches lá e descobriu. Disse que são umas 20 mulheres na casa, tu paga R$50 reais e é self-service!


Pena que ele não soube explicar o que seria um serviço self-service dessa natureza.
Matéria do O Globo, só não ponho o crédito do coleguinha que fez pq não faço idéia de quem foi.

UM BONEQUINHO QUE ABALOU BANGU
13/07/2003

Inspirado no personagem das críticas de cinema do GLOBO, Bonequinho Vil é sucesso nas lonas culturais

O nome de batismo é Marcus Vinicius Oliveira. O apelido é Saúva — herança dos tempos de criança, quando, por causa dos cabelos avermelhados, era associado à formiga. Mas, de seis anos para cá, vem ganhando fama na Zona Norte e nos subúrbios cariocas com outros nome e sobrenome: Bonequinho Vil. Qualquer semelhança com o Bonequinho Viu, que desde 1938 ilustra as críticas de cinema do GLOBO, não é mera coincidência. Pelo menos duas vezes por semana, ele se veste com uma malha preta com um detalhe nas costas imitando páginas de jornal, põe um gorro, pinta o rosto de branco e vive um personagem que, se não critica os lançamentos cinematográficos como seu quase homônimo, não economiza farpas às principais notícias da temporada.

— O Bonequinho Vil é um primo distante do Bonequinho Viu — fantasia Marcus Vinicius, de 32 anos. — Ele também trabalhava no GLOBO, mas foi expulso porque era mau. O Bonequinho Viu é todo preto porque O Bonequinho Vil nasceu em 1995. Naquele ano, Marcos Nascimento dirigiu e escreveu “O diário de um magro”, sátira a “O diário de um mago”, de Paulo Coelho. No palco, Marcus Vinicius se revezava em três personagens: o analista do magro, um menino que tinha estudado com ele e o médico que, ao fazer o parto, confundiu o bebê com uma lombriga. No cartaz da peça, o ator vivia pela primeira vez o Bonequinho Vil. Só que numa posição em que a figura das críticas de cinema nunca apareceu: arremessando uma cadeira.

Nas primeiras aparições, Bonequinho Vil nem falava

Do cartaz de “O diário de um magro” para o palco foi um pulo. A primeira aparição aconteceu em 1997. No início, era um precursor dos papéis de Rodrigo Santoro no cinema americano: não dizia uma só palavra. Expressava-se por gestos, ao estilo de Marcel Marceau.

— Este é o mestre da parada — reverencia Marcus Vinicius, que, com o tempo, sentiu necessidade de falar. — Mas, como ele é um bonequinho, não poderia falar como gente. Inventei um jeito enrolado de ele falar. Só quem entende o que ele diz é o Marcão (apelido de Marcos Nascimento), que traduz tudo para o público.

Na verdade, nem tudo.

— Ele é muito desbocado. Às vezes, preciso trocar palavrões por algo mais leve — brinca Nascimento.

Desde a primeira aparição, o quadro faz parte do Conversa Fiada, projeto que é apresentado nas lonas culturais da prefeitura. No início, o quadro aparecia no meio do espetáculo. Hoje, é a principal atração e, portanto, só entra em cena no fim.

— Deixamos o Bonequinho Vil para o fim porque chegou uma hora em que as pessoas iam embora assim que ele saía do palco — conta Nascimento.

E não é papo de diretor. Na última quarta-feira, mais de dois mil jovens se apinhavam dentro e fora da Lona Hermeto Pascoal, em Bangu, para poder ver o esquete do Bonequinho Vil. O clima era de show de rock regado a brindes (bananada, sacolé de manga e guaraná Buzz), palmas e muitos, muitos gritos.

— Lindo! — gritavam as meninas, imediatamente notadas pelo Bonequinho Vil, que retribuía com beijos e sorrisos.

— Mentiroso! — berravam os meninos, principalmente quando ele se vangloriava de já ter “traçado” mulheres glamourosas como Britney Spears e Giselle Bündchen.

E nem assim o Bonequinho Vil perdia a pose:

— Oi, Comenínguem — respondeu, ao ser chamado de Bonequinho Virgem por um rapaz na platéia.

Ser um mentiroso de carteirinha é o maior defeito, ou qualidade, do Bonequinho Vil. Além de dizer que já saiu com as maiores beldades, o personagem se diz testemunha de todas as notícias que comenta. Bem ao estilo Forrest Gump. Na semana passada, por exemplo, descreveu sua defesa dos estudantes na passeata contra a suspensão do passe livre, quando teria derrubado com seus golpes mais de 180 policiais. Golpes que ele teria aprendido com Bruce Lee, é claro. Ele também se diz amigo íntimo de Steven Spielberg, que cuida dos seus “defeitos especiais”, e sobreviveu à queda do World Trade Center.

— Ele tentou sinalizar para que um dos aviões mudasse de rota, mas não deu certo — brinca Marcus Vinicius, comemorando a empatia que o personagem tem com o público. — Ele é a cara do povão. Diz o que todos gostariam de poder dizer.

Jovens perderam a conta de quantas vezes viram esquete

Morador de Bangu, Diogo Ismaia já perdeu a conta de quantas vezes viu o Bonequinho Vil.

— Se eu fosse chutar, diria umas 20 — calcula o estudante. — De um jeito engraçado, ele critica os assuntos atuais, conscientiza os jovens.

Além de se apresentar na lonas culturais, Marcus Vinicius também leva semanalmente seu Bonequinho Vil para o Faetec, antiga Funabem. O mais perto que ele e seu parceiro chegaram da Zona Sul do Rio foi numa apresentação no Espaço Cultural da Constituição, no Centro. A dupla, que agora sonha em transformar o projeto num programa de TV e em curta-metragem, nunca se preocupou com isso.

— Acreditamos que o que acontece em Bangu acontece no mundo — orgulha-se Marcus Vinicius.

Bonequinho Vil e Marcão na frente e as demais do Conversa Fiada atrás.

Conversa fiada

Já que o Flamengo só faz feio e não me dá alegria, alguma coisa tem que ocupar esse função. Ontem a noite, quando eu jantava e ouvia na voz do verdadeiro Garotinho, o José Carlos Araújo, o que seria mais tarde mais um vexame rubro-negro, São Irmão-Léo me chamou pela enésima vez pra ir com ele ao Conversa Fiada. O tal Conversa Fiada é um verdadeiro programa de auditório que há um tempão acontece lá pelas minhas bandas cariocas, meu irmão é habituê da parada há mais de um ano também e vivia me convidando pra ir com ele.

Ontem foi a primeira vez que fui e fiquei imprssionado. A proposta é ser "O programa de todas as tribos" e é o que parece conseguir. Todo o tipo de jovens, das mais varias tribos dividem o mesmo lado a lado. E se valoriza todo o tempo o fato de ser uma produção suburbana com pessoas, palco, participantes, tudo, mas tudo mesmo feito na Zona Oeste carioca. Legal, muito legal ver que é possível fazer um trabalho desses no nosso pedaço do Rio que é esquecido e discriminado por quem não o conhece.

O apresentador, Marcão, uma figuraça magra, branca, alta, de cabelo enrolado e que vestida um macacão braco, anima o auditório falando com a molecada (vários pais tb vão assistir com crianças pequenas). Em alguns momentos ele até joga pra galera banana, paçoca e guaraná Muzzy. Mais suburbano impossível! Segundo Irmão-Léo existem momentos em que são distribuídos sanduíches de mortadela, no mais perfeito esquema criado pelo Chacrinha poucas décadas atrás.

De quebra, ainda rolou Léo Gandelman se apresentando ontem. Quel, inclusive, marcou a mudança do projeto que saiu da Lona Hermeto Pascoal, em Bangu, e passou para a Lona Giberto Gil, em Realengo. Lona essa onde estive pela última vez para assistir o showzaço da Nação Zumbi.

O Bonequinho
Mas o ponto alto e esperado por todo mundo é o Bonequinho Vil. Um persangem criado pelo Saúva, que é cria lá do Parque Leopoldina, meu bairro no mundo que é Bangu, que até virou matéria no Segundo Caderno do Globo, nesse fim de semana. Bonequinho fala de uma forma que ninguém entende, só o Marcão, e faz piadas e críticas sobre fatos recentes saídos na imprensa, além de contar algumas piadas e brincar com o público. Confesso, fiquei amarradão e pretendo voltar.

Vou postar a matéria do Globo aqui embaixo. E, pra minha feliz supresa, não é que teve matéria hoje na capa do Caderno D, do O Dia, sobre as lonas culturais? A foto lá encima é a foto de capa do caderno.

quarta-feira, julho 16, 2003

Queria eu entender o porquê

Madame RMRO, nao sei pq, sempre procura entender as coisas de digo ou escrevo como espinafrações em relação a ela. Não consigo entender. Tudo começou quando, ano passado, lá estava eu em Pernambuco vivendo lado a lado com ela, Kléston (seu irmão) e STA (seu 'marido'), era a República dos Cães Sem Dono. Num belo dia calhou de Vicente soltar que o fogão era seu brinquedinho. Só que falei me referindo ao tal aparelho como o lugar onde ela desencanava, se divertia e ficana na boa. Não sei pq, a madame achou que eu estava debochando. Eu, hein. Tá, tá bom. Só que depois disso, pra ela, boa parte do que eu falava era espinafração. E lá eu tenho moral pra espinafrar alguém?

Ontem ela postou:
"Pernambucana de araque!!!
Ok. Pra quem me conhece, sabe que esta é a terceira vez que moro em Pernambuco, mas que não sou natural da terra. Sou uma pernambucana de araque (nem tão de araque assim, como diria Vic). O fato é que eu a-d-o-r-o Recife e não tenho quaisquer pudores em transformar visitantes em eternos apaixonados pela terra de Maurício de Nassau. (...)"


E furingudo aqui comentou abaixo:
"Eu pensei que já tinha te convencido que tu é pernambucana sim. Muito mais pernambucana que vários que nasceram e cresceram por aí.

No Rio, diz-se que o carioca não precisa nascer no Rio só adotar a cidade e ser adotado por ela. No seu caso vejo o mesmo, só que aconteceu em Recife. Adotou e foi adotada.

E tô pra ver alguém com mais orgulho dessa terra que vc. E, por favor, não venha mais com esse caô "sou uma pernambucana de araque". Eu que te conheço sei muito bem que é mentira."


E ela responde:
"Vc, como sempre, me enpinafrando..."

Eu vou e escrevo:
"Como assim te espinafrando?! Vc acha que tudo que escrevo aqui é pra te espinafrar! Mais uma vez passei longe disso e vc optou por entender dessa forma...Ah, cara, faz isso nao.

Ó, nao comento mais nada já que, segundo vc, vivo te quizumbando."



Aí, vem a vendida e posta:
"Por que eu me ufano de Vicente Magno
Porque ele é preto, pobre, suburbano, porém limpinho e gente boa.
Só não recomendo dividir apartamento com ele. Como todo carioca, é falastrão. Ele tb é espaçoso. Não cozinha nem uma sopa de pedra, mas está semrpe disposto a dar irritantes pitacos na cozinha alheia e a chmar meu fogão de "brinquedinho" (humpf!).
Como todo carioca, é sangue bão e flamenguista doente (mas não tripudia sobre derrotas alheias, o que é ótchimo).
Agora, verdade seja dita, ele adota o Sistema Vicentocêntrico de ser. Quando ele estava por aqui eu morava em Candeias Beach e nunca fomos aprender a tocar alfaia, nem eu jamais fui ao festival de Inverno. Agora, que eu toco maracatu e vou ao festival, ele diz que é só implicância porque ele não está mais aqui.
É Vicentrocêntrico ou quoi?
Pontos positivos imbatíveis: gosta de música pernambucana e é dono do sorriso mais cativante que eu já vi. Isso sem contar com sua performance acrobática numa roda de samba.
Tá, Vic. Agora reclama de mim!!! Reclama que eu quero ver!!!"


Curiosa a parte da performance acrobática numa roda de samba. Eu achava que só sambava direitinho.

Que rendeu os seguintes comentários:
"Mulé, tu pega muito no pé dele! Mas o importante é que nos amamos todos e ponto final."
Catirina (Que sempre foi minha defensora por aqueles lados e é dona meu endereço oficial na cidade do Recife. Salve a Imbiribeira. O oficioso fica na Rua da Aurora)


"E ele num sabe disso? E o post inteiro foi pra dizer que eu o amo. O que tu ainda estás achando ruim?"
Rainha Maracatu


"Quero registrar, faço questão, que como tb jah dividi quatro paredes com este rapaz, ele tb nao eh habilidoso para questões masculinas. Me explico: ele nao troca lâmpada, nao sabe consertar porta que fica fazendo barulho, soh para citar exemplos mais vivos na minha memoria. Bom, mas ele eh bom para carregar tralha, companheiro de farra de primeira e um amigo 100%. Vic, te amo. Mas não inventa de morar mais tres meses comigo, nao. caso contrario, me divorcio."
macaca (mulé pilhada até cansar que me abrigou na estranha capital federal e, mesmo aproveitando pra me sacanear, me defendeu).

Mas eu troco lâmpada SIM! Só não dou jeito em porta que range pq não tenho o menor talento pra marceneiro.

Bom, esse post todo é pra dizer: valeu. Vou continuar lendo como faço até mais de uma vez ao dia, mas eu não volto a comentar lá pq sei que o que eu escrever vai ser encaradao como espinafração mais uma vez.
Eu tava com esse samba na cabeça há uns dias. Custa nada postar, né. O legal é que procurando a letra, com preguiça de ter que digitá-la achei esse site aqui sobre o Império Serrado, diga-se de passagem, o site é sensacional. O samba é o Eu Quero, de 86, puxado pelo Quizinho que depois, não sei porquê, se bandeou pra São Paulo e puxava samba por lá.

Autores: Aluisio Machado, Luiz Carlos do Cavaco e Jorge Nóbrega

Eu quero, a bem da verdade
A felicidade em sua extensão
Encontrar o gênio em sua fonte
E atravessar a ponte
Dessa doce ilusão

(Quero, quero, quero sim)

Quero que meu amanhã, meu amanhã
Seja um hoje bem melhor, bem melhor
Uma juventude sã
Com ar puro ao redor (bis)

Quero nosso povo bem nutrido
O país desenvolvido
Quero paz e moradia
Chega de ganhar tão pouco
Chega de sufoco e de covardia

Me dá, me dá
Me dá o que é meu
Foram vinte anos
Que alguém comeu (bis)

Quero me formar bem informado
E meu filho bem letrado
Ser um grande bacharel (bacharel)
Se por acaso alguma dor
Que o doutor seja doutor
E não passe de bedel

Cessou a tempestade
É tempo de bonança
Dona liberdade
Chegou junto com a esperança (vem, meu bem)

Vem meu bem, vem meu bem
Sentir o meu astral, que legal
Hoje estou cheio de desejo
Quero te cobrir de beijos
Etecetera e tal (bis)
Tênis de rua

Após ver aquele futebolzinho de rua, com a molecada jogando descalça, marcando os limites dos gols com os chinelos, correndo naquele chão rala-côco eu achava que não surgiria nada mais sinistro. Errei. Tinha a versão mais hard praticada no chão de asfalto e até mesmo a supra-hard da qual eu era (em longíquos anos atrás) praticante, o futebolzinho jogado na rua paralelepípedos.

Agora, eu nunca, nunca mesmo, ia imaginar assistir "tênis de rua". As vezes eu passo pela quadra e vejo a molecada jogando com bolinha de tênis, raquete de tênis, calçando tênis e tudo mais. Teoricamente dentro dos conformes. Mas tb não é raro chegar lá ver outra molecada jogando AMARRADONA com suas raquetes e bolinha de frescobol. Detalhe, todo mundo descalço, os chinelinhos deixados junto a rede pra não atrapalhar na hora de correr. E tem até fila!

Mas o melhor foi o que vi na semana passada. Um bando de pré-adolescentes jogavam algo parecido com fut-vôlei na quadra de tênis! Aproveitavam a rede baixa pra não ficar fazendo feio.

Salve a criatividade.

Vicente queimou a língua.
Queima a língua, Vicente, queima

Qual a quadra mais utilizada na nova praça? A quadra de tênis. Qua a quadra é utilizada desde a hora que saio pra trabalho, pouco antes das 8h, e volto do trabalho, entre 20h30 22h? A quadra de tênis.

Logo, eu tenho que queimar minha língua e me rebaixar a minha insignifcância....

Mas que eu acho que outra quadra poliesportida e uma half-pipe pra molecada skatista ia ser mais legal, ainda acho.

terça-feira, julho 15, 2003

Que micão!

Mico violentíssimo esse da Isabel Stasiak. Nem sabia que a tal estava viva. O Globo deitou os cabelos no desespero da já senhora mostrando as coisas no meio da rua...

Engraçado que joguei o nome dela no Google e me aparece em primeiro lugar um post antigo do Arnaldo. Entendo nada. Mas resolvi copiar a foto só pra dar uma comparadinha...


Passarem-se 15 anos e...


Meio urubuzada essa parada de ficar fazendo matéria sobre isso, tudo pareceu meio bizarro... aquele DNA escrito de batom no peito... putz, que... deixa pra lá.

O pior é que, ao que tudo indica, interessa a ela essa exposiçao. Mas que é algo de validade contestável, ah, na minha cabeça, é. Do que interessa pros leitores saber que uma ex-modelo tá desesperada tirando a roupa num cruzamento da Zona Sul pq quer fazer o exame de DNA da filha? Ó, na boa, caguei pra ela. Alguém pode mandar ela no Hospital Pedro Ernesto, da Uerj, que faz o exame de graça, só não sei se deve ter determinação da Justiça. Mas dela dá seu jeito.
Francine e Juquinha

Do lado de lá do Planeta, Francine me enviou o endereço da bala Juquinha. O moleque lourinho ganhou um boné no sítio, mas continua embalada naquele papelzinho tosco amarelo.

E não é que achei o site oficial do supracitado Rolando Boldrin. Tem coisas legais. Esqueci que ele contava 'causos' durante o programa.


Foto dele, no programa, com Pena Branca e Xavantinho. Muito maneiro


Como tudo parou, nada pode ser viabilizado nessa engrenagem emperrada, venho postar. Lembrei da conversa com companheiro Eduardo durante o almoço.

Tava ele reclamando de um programa antigo da Globo. Demorou a cair a ficha, mas depois lembrei qual era: "Som Brasil". Discordo em todos os sentidos do companheiro, esse era um dos melhores programas qeu a emissora fazia nesse período, acho que dos anos 80 aos 90. O horário era ingrato, tipo 8h da manhã de domingo. Mas sabe como é, eu não encarava a esbórnia naquela época.

Ainda moleque, foi a primeira vez que vi coisas da Cavalhada, do Maracatu Rural, do Reizado, da Viola Caipira (claro, era a especialidade do apresentador), danças gaúchas, paranaenses, amazonenses, manifestações do interior de Minas... foi também o primeiro lugar onde vi a cultura popular fora da que eu conhecia, o carnaval do subúrbio carioca. Era delicioso, eu adorava.

Por muito tempo foi apresentada pelo Rolando Boldrin, nem sei se está vivo ou que fim levou, em outro momento teve a frente o Lima Duarte, mas sempre rolava a música de abertura que lembro até hoje do início: "Peguei a viola, botei na sacola e fui viajar...". O verso continua vivo aqui, pena não ter mais o programa.

Pena tb a marca "Som Brasil" ter sido usada para aqueles programas de show da emissora, onde juntavam um bando de artista pop num palco enorme, numa casa de shows tb enorme e gravavam as apresentações para fazer programas de tevê. Acho que ao menos o nome poderia ter sido preservado.
Dia de cão!

Sabe aqueles dias em que o sistema que tu usa todo dia sai do ar, o servidor do e-mail vai pro espaço, o gerente daquele andar ali de baixo que tá com uma parada pra aprovar há dois meses surta de querer fazer alterações na tal parada antes de mandar pro pau JUSTO HOJE e, pior, descobrem que a agência reguladora responsável pela empresa nos obriga a fazer um boletim super específico sobre um assunto ainda mais específico e pedem isso pra depois de amanhã?!

EU QUERO VOLTAR PRO SACO DO MEU PAI!!!!!

segunda-feira, julho 14, 2003

Se a Série C vai começar, jogos do América e do Bangu vão rolar e não vou mais ficar batendo cabeça com o Flamengo. Quer dizer, vou bater cabeça com o Flamengo, o América e o Bangu. É gostar muito de futebol....

Série C começa a ser definida pela CBF

Lancepress!

RIO - A Série C do Campeonato Brasileiro começa a ganhar forma. O diretor-técnico da CBF, Virgílio Elísio, disse nesta segunda-feira na sede da CBF que a competição contará com a participação de 98 clubes e tem início previsto entre os dias 15 e 20 de setembro - a final acontecerá no dia 8 de dezembro.

Os 98 clubes serão divididos em grupos de três e quatro, num total provável de 26 grupos. Os dois primeiros de cada e mais os 12 melhores terceiros colocados garantirão vaga na segunda fase (64). Todos estes vão para a disputa mata-mata. Até se chegar aos quatro semifinalistas. Nesta fase, haverá um quadrangular. O time que somar mais pontos leva a taça.

Por conta da crise que assola o futebol, a CBF está regionalizando a competição, evitando deslocamentos que incluem passagens aéreas e hospedagens. Clubes do Rio, por exemplo, vão se enfrentar na primeira e na segunda fases.

A CBF anunciou ainda que vai ajudar 33 clubes com a cota de R$ 3 mil por viagem. São eles os 27 melhores de cada federação de futebol e outros seis que foram rebaixados. As viagens em distâncias menores que 700km serão feitas de ônibus. Distâncias maiores serão cobertas por avião.

Sobre o exame antidopagem, a CBF não vai fazer em todos os jogos e vai avisar em quais será realizado o exame.
Ciganas, a invasão

Vinha eu para essa valorosa comporação quando, passando pela Presidente Vargas, em frente à Central do Brasil, olhei pela janela do coletivo e vi uma van que vinha que fazia a linha Reta Velha-Rio (não faço a menor idéia de onde fica a tal Reta Velha, só sei que fora fora do município do Rio). Eu olhei e desceu um mulher de vestido colorido com muitos babados, pele bem morena e cabelo liso. Caguei, né. Gente que se veste de maneira colorida é o que nao falta. Mas não era só isso. Desceu a segunda, a terceira, a quarta, a quinta, a sexta e a sétima. E não tinha acabado! Restavam as crianças! Três ao todo.

Blog, eram sete ciganas chegando para os trabalhos no Centro da cidade, sem contar com as crianças. Só depois que vi todas elas enfileiradas e partindo pra cima dos transeuntes é que entendi o que se passava. As referidas têm seu, digamos, escritório por aqui. Bom, o negócio é ficar esperto pra nao cair na lábia delas. Tô fora desse caô de ler a mão. E é melhor eu descobrir onde fica a tal Reta Velha pra ficar esperto e não dar mole por lá pq nao quero ninguém vir com esse caô de que tem alguém me perseguindo ou querendo meu mal, uma mulher de quem quero me livrar, problemas de grana, uma mulher que quero conquistar... P q se nego ficar chutando alguma hora vão acertar alguma coisa.

Antes que alguém me acuse, nao tenho nada contra cigano, judeu, vascaíno, baiano, paraíba, mexicano algum e, eu ia dizer argentino, mas acho melhor ter alguém pra tacar uma pedrinha que seja as vez, mas foi curioso ver sete ciganas descendo ao simuoltanemante e ao mesmo tempo de uma van no Centro do Rio. Não podia deixar de registrar aqui.
Roubei do blog do retratista! Eita coisa bonita...

Vicente mané e seus amigos manés

Sabadão tava lá esse Vicente que escreve trafegando pela Avenida Brasil. Ia eu dentro de Ervilhão (meu sensacional e super poderoso Gol Bolinha verde), eu trajava minha indefectível camisa do América de Cali (com seu diabão com tridente na mão e bola no pé) e meu desbotado boné azul.

Ia lá, feliz, pisando nem muito nem muito, mas o suficiente pra fazer Ervilhão andar na boa pela pista. Eis que surge bônus, vindo de Campo Grande, Sodré. O cara é camarada, parece um Morfeu (Morpheu é o escambau!), aquele mesmo do Matrix, só que mais 'achinesado'. Ia lá, Sodré me passando, rumo ao Centro da cidade, como eu. Buzinei pro cara e nada. Pisquei pra ele... e nada. Emparelhei e buzinei e nada... Já vendo que o mané tinha ficado bolado e acelerou, entrei numa de deixar ele se distanciar (mesmo pq Ervilhão não ia dar dentro com o carro dele mesmo), saquei o valoroso molecular e liguei.

PPS: Mané, tá na Brasil?
Sodré: Tô. P q?
PPS: Pois é, tb tô.
Sodré: Ah! Vc é o cara do Gol verde!!
PPS: É, eu sou o cara que buzinou pra vc de dentro do Ervilhão.
Sodré: Pô, foi mal. Nem vi.


Sodré é figura que dói. Cansou de andar comigo, conhece o Vicente há dez anos, já andou no Ervilhão N vezes e não me conheceu na tarde do sábado! Td bem que ele esquece de como chegar em vários lugares, mas de forma sobrenatural se lembra como chegar na minha casa. Bom, deixa quieto. Não me sinto na condição de cobrar sanidade mental dos meus amigos.
E lá se foi Compay Segundo



Obituário aqui.

domingo, julho 13, 2003

Se Leonardo dá vinte...
Walter Coragem, G. Martins, Bezerra da Silva

Se Leonardo dá vinte
Por que é que eu não posso dar dois

Mesmo apertando na encolha, malandro
Pinta sujeira depois

Levei um bote perfeito
Com um baseado aceso na mão
Tomei um sacode regado a tapa
Pontapé e pescoção
Eu fui levado direto à presença do dr. delegado
Ele foi logo gritando: "Vai se abrindo, malandro
E me conta como foi"
Eu respondi: "Se Leonardo dá vinte, doutor
Por que é que eu não posso dar dois"

"Leonardo é Leonardo", me disse o doutor
Ele faz o que bem quer, está tudo bem
Infelizmente é que, ena lei dos homens
A gente vale o que é somente o que tem
Ele tem imunidade pra dar quantos quiser
Porque é rico, poderoso e não perde a pose
E você que é pobre, favelado
Só deu dois, vai ficar grampeado no doze


Nota do blogueiro PPS: O refrão dessa música é sensacional de tão infame.
Momento Biscoito Globo Você Sabia?

Há pouco, em meio a um diálogo possibilitado pelas maravilhas da internet, a pequena luso-nipônica de Botafogo disse algo que mudou minha vida. Francine é filha do mitológico Seu Américo, lusitano de que, pra variar, tinha amigos lusos. Seu América, não satisfeito em ser figura, conhecia lusitanos figura. Um deles, um dono de padaria que é o pai do Biscoito Globo. Francine parte importante da história dessa iguaria desconhecida até então por mim:

Francine Flora diz:
sabe pq eles comecarama fazer o biscoito? pq a padaria era famosa por causa dos quindins e eles nao tinham o que fazer com as claras. como pudim de clara nao vendia e estragava muito rapido, eles comecaram a assar biscoito de polvilho, pq polvilho eh mais barato que farinha e o biscoito dura muito


Como eu disse a ela, minha vida mudou.
Post pra Francine

A fofa amiguinha (é amiguinha mesmo) me enviou algo que eu já nem lembrava qeu existia... um cartão de aniversário! Nesse período em que todo mundo manda e-mail, postal virtual a menina que vive do lado de lá da bola chamada Terra mandou pra esse suburbano firuleiro um cartão de aniversário partindo de Tóquio (pra ela é Tokyo). Bom, firuleiro que sou e ela ,firuleira que é, nos entendemos bem.

Eu ia scannear a capinha do cartão, onde está escrito parabéns em japonês, língua que domino tão bem quanto o aramaico e o nagô, mas como não rolou, resolvi postar assim mesmo.
Final de semana esportivo

Tudo começou na noite de sábado... 21h30 em Recife, Botafogo, o glorioso, contra o Sport. Mesmo com todo o carinho por Pernambuco, Recife, os pernambucanos e recifenses, acabo torcendo pelo time carioca.

O rubro-negro recifense, time da querida Clarissa, parecia estar prestes a encaçapar o time local. Vencia por um a zero até os últimíssimos minutos. E lá eu, torcendo, sentadinho esperando o impossível, uma virada. E não é que o Botafogo empatou ao 44 minutos do segundo tempo e virou aos 48 minutos? Blog, é não é que eu vibrei com os caras. Ixpetáculo... Clarissa não deve ter gostado. E lá vai o Glorioso na liderança, espero vê-lo na Primeirona ano que vem.


Começou assim, com a chapa quente...

Aí acordo na manhã, digo já quase 12h30 no domingo. Às 13h tinha final da Liga Mundial de Vôlei, Brasil x Sérvia e Montenegro. Claro que já tava eu sentadinho na frente da televisão pra assisitir.

No primeiro set pensei "molinho isso aí. vão ganhar fácil". Nos dois seguintes vi que a chapa tinha esquentado. Os sérvio e montenegrinos (nacionalidade fácil de proncunciar essa) viraram. Aí pensei "pronto, agora é saco pra esse time de azul. vão ganhar fácil. pode não, Bernardinho, grita com essesm moleques de amarelo. A gente não pode perder pra ninguém, muito menos uma final".

A essa hora já tava fissurado no jogo. Nem mijar eu ia, tava fixado ali. Que partida bolante. Quando o time amarelo venceu o quarto set não tinha mais jeito. Eu não ia sair dali até ver o Brasil ser campeão!

No quinto set fiquei com as mão geladas. Eu tava nervoso numa partida de vôlei! Acho que só fiquei assim na final das olimpíadas de 84 (quando o Brasil perdeu) e na de 92 (quando o Brasil ganhou). Mas o jogo de hoje foi ímpar.

Literalmente ponto a ponto. Um set que supostamente terminaria com 15 pontos ir até 31 entrega o ouro de como foi disputado. Felizmente (pra gente) os brasileiros ganharam. Digo, ganhamos, sou brasileiro tb, né. Muito bom, muito bom. Até o último ponto do Giba eu quicava, pulava. Devia ser uma cena ridículo um marmanjo do meu tamanho, sozinho em casa, vibrando com isso...

Bom, o que fica é a vitória. Foi bom, valeu. Vou lembrar disso por muito tempo ainda. Tri-campeão.


E terminou assim.

A parte esportiva não tão legal do fim de semana
Já no decorrer do domingo... A seleção sub-23, que o Ricardo Gomes chamou deu mole. Mesmo com Kaká, Robinho e Diego perdeu pro México. Pô, pro México? O nossos hermano do extremo norte da América Latina estão virando os grandes papões do Brasil não pode. Enquanto isso continuo esperando o propalado futebol do Robinho voltar. Acho que deve ter ficado em alguma das viagens dele pela América do Sul durante a Libertadores.

E o Mais Querido? Foi até BH, de novo, e perdeu, de novo. Só que dessa vez não mereceu... Que pena. Mas tb, né, o furingudo do Veloso, goleiro do mineirada, pegou tudo. 1 a 0 pros mineiros do Atlético. Td bem, a vida segue e o campeonato tb. Espero que amiguinha Priscilla, 'beozontina' e torcedora do time preto e branco tenha ficado feliz. Eu não fiquei.
Opinião
(Zé Ketti)

Podem me prender
Podem me bater
Podem até me deixar sem comer
Que eu não mudo de opinião
Aqui do morro
Eu nao saio não
Se não tem água
Eu furo um poço
Se não tem carne
Eu compro um osso e ponho na sopa
E deixa andar, deixa andar
Falem de mim
Quem quiser falar
Aqui eu pago aluguel
Se eu morrer amanhã, seu doutor
Estou pertinho do céu

sexta-feira, julho 11, 2003

Veio por e-mail

Hoje na cafeteria do céu encontraram-se Flávio Cavalcanti, Aracy de Almeida e Chacrinha. Sabe o que eles diziam?
- Silvio Santos vem aí, lá-rá-lá-lá-lá.
Dapieve

Não sou leitor assíduo da coluna no botafoguense Arthur Dapieve, mas hoje baixei lá e achei bem interessante. Ele critica a postura da prefeita paulistana diante da disputa entre Rio e São Paulo por ser a candidata brasileira para sediar as Olimpíadas de 2012.
Melou

Goiás da firula disse que a parada babou. Não tem mais Cordel. :-( Só resta sentar no meio-fio e chorar.
Quéjual dei

Tava conversando hoje com companheiro Eduardo, colega de trabalho, quando ele disse algo que tive que tirar o chapéu.

- Essa coisa de 'casual day' é muito péla-saco, né.

Concordo em gênero, número e grau.

Nós, trabalhadores braçais da comunicação, convivemos no mesmo andar com um número sem fim de engravatados. Um mundo de pessoas com aqueles infernais pedaçoes de pano pendurados no pescoço.

Neguinho (e branquinho tb) desfila a semana inteira com aquela pose, aquelas roupas pesadas e tal. Nada contra os caras, diga-se de passagem. Mas chega a sexta-feira e vem todo mundo meio largado, de jeans, meio desencanado. Argumentam que sexta-feira é um dia mais informal... Tá, tá bom. Sexta-feira é um dia mais informal... querem me convencer disso. Na boa, acho péla-saco. Mas tem gente que gosta e acha bonito.

Provavelmte isso é mais uma idéia mondronga de um 'papa' disso ou aquilo estadunidense, né. O engravato-mór fala e todos os outros dizem: "Ó!". Tenha paciência... Gente bunda-rachada...
Quero ver o Cordel!!!

Ontem, lá pelas 23h, toca o molecular. Quem é? Meu amigo Goiás. Goiás foi criado no Méier, mas por esses estranhos caminhos, foi nascer em Goiânia, ali perto de Brasília. Acontece, né. Pois bem, o tal indivíduo é meu amigo e um firuleiro de marca maior. A ligação foi para me perguntar se eu ia ao show do Cordel do Fogo Encantado. Como assim?! Eu nem sabia.

Pois é, o Goiás ligou para me avisar que tinha ganho o ingresso e, obviamente, pedi pra que arrumasse um pro PPS, que é limpinho, porém pidão. Firuleiro que é, João Goiano disse que ia pedir ao produtor da banda, o Guti, Gutti, Guttie, sei lá, acho que ninguém sabe como se escreve o nome desse personagem conhecido na cena pop pernambucana e até por aqui.

Vamos ver se a firula do goiano do Méier me garante lá dentrou ou se eu fico chupando dedo. Pior que eu já até tentei comprar o CD novo dos pernambucanos, mas nao encontrei. Será que arrumo tudo hoje? Bom, se não rolar a entrada gratuita vou ficar do lado de fora. O ingresso pra tal festa, o São João do Rio, na Marina da Glória, custa reles 50 real. Merreca, né.
Bala Juquinha

Salve Bala Juquinha! Agora de manhã ganhei essas antológicas balinhas. Impressionante como elas têm um gosto de química pura, grudam no dente, mas a gente gosta.
"Eu sou pobre, pobre, pobre
Pobre de marré.
Mas sou rico, rico, rico
Rico de mulé"

Claudinho e Buchecha.

quinta-feira, julho 10, 2003

É o suburbão mandando ver

E não é que rolou pancadão funk na Fashion Rio. Matéria da Flavia Motta entrega o ouro e diz que neguinho se amarrou. Tb pudera, podem tacar pedra, criticar horrores mas DUVIDO que alguém fique parado com o batidão comendo solto. DUVIDO.


Sente só o pancadão na passarela. Detalhe na pretona.
Meu parceiro, meu faixa, meu bamba

Ontem a noite o sensacional e figuraça Minduím me liga. Chamava para ir ao Maracanã assistir o jogo do Flamengo (contra o Juventude) no camarote da Brahma. Ai, ai... Já tinha combinado de ir ao cinema... Abri mão de ir ao Maraca digrátis e tendo direito a encher os potes com tudo por conta...

Tomara que o mané (meu parceiro, meu faixa, meu bamba) arrume mais essas paradas. No próximo jogo já sei que nao vai dar, vai ser em BH contra o Atlético. Mas veremos mais pra frente.

Ó o segundo gol do Mais Querido, o do Fernando Baiano. 2 a 1 sobre o Juventude, enfim uma vitória sobre um time sulista.


Publicada no O Dia.
Ninguém é obrigado a gostar, mas eu gosto e muito desse lugar

Ó a iluminação nova do Pão de Açúcar. Meti a foto do Globo.



Fotos do Fernando Quevedo

quarta-feira, julho 09, 2003

Olha aqui que ixpetáculo de seriedade no tratamento da informação

Acabo de ver no blog da Marinilda um post com esse texto, publicado no Observatório da Imprensa. Me dei a liberdade de publicá-lo. Pena não ter o e-mail do companheiro Vitor para dar-lhe os parabéns. De qq forma registro aplaudir de pé a seriedade com que lidou com esses dados.


JORNALISMO DE PRECISÃO
O Rio não é essa bandidagem toda

Vitor de Brites (*)

Taxa de homicídios de 35,5 pessoas a cada 100 mil habitantes não coloca o Rio entre os casos de violência urbana mais graves do país ou do mundo

Com um tanto de paranóia explorada pela mídia e um pouco da mania de se considerarem o espelho do que há de bom ou mal no país, os cariocas se auto-impuseram o título de capital brasileira do crime. Enquanto a prefeitura se defende atribuindo esse título a São Paulo (o que pouca gente leva a sério), a imprensa e a sociedade civil cuidam de exaltar o caos. Pelas lentes do exagero, os índices de criminalidade do Rio de Janeiro seriam dignos de um país em guerra civil, a morte estaria em cada esquina e não haveria lugar mais perigoso na face da terra. Só que, no momento, em todas as regiões do país, existem casos mais preocupantes. Casos que mostram tendência nacional para o aumento da criminalidade. O Rio de Janeiro é apenas uma das faces desse crescimento, não a maior, mas a mais visível e a mais amplamente proclamada.

Para ampliar a calamidade carioca, valeu tudo: comparar o índice de assassinatos das regiões mais violentas da baixada fluminense com os índices colombianos (sempre índices gerais do país, nunca das regiões mais conflituosas) e mostrar cada assalto ou índice de crescimento do tráfico como ameaça palpável à integridade física de todo morador. Mas, apesar de as pessoas associarem assaltos (entendidos como apropriação de bens, com ou sem violência) a casos de violência sexual ou morte, isso é raro. Em uma pesquisa para mapear a violência carioca coordenada pelo sociólogo Michel Misse para o movimento Viva Rio, o número de latrocínios ou estupros foi porcentagem mínima dos furtos e roubos que ocorreram em 2001.

Para ver como o caso carioca está longe de ser o mais preocupantes do país, comparam-se aqui estatísticas de diversas secretarias de segurança pública e do Ministério da Justiça sobre o Rio de Janeiro (35,5 homicídios p/ 100 mil habitantes) e outras capitais. Porto Velho, com 58,7 mortos para cada 100 mil habitantes, é a cidade mais perigosa do Norte, seguida de perto por Rio Branco. Como essas são cidades pequenas, no meio da Amazônia, é compreensível, embora não justificável, que sua situação seja ignorada no resto do país. A soma dos assassinatos nas duas capitais em um ano é de cerca de 300 pessoas, mas revela uma tendência preocupante para a região: desde 99 aumentaram os crimes em 53% em Porto Velho e 77% em Belém do Pará.

Passando para o Nordeste, Recife (49,6 homicídios p/ 100 mil hab.) também bate o Rio com facilidade – e já se trata de uma capital populosa e relevante. Ainda assim, somente seus moradores sabem o quanto a situação é grave.

Vitória (a campeã nacional, com 63,2) e São Paulo (49); têm recebido uma boa cobertura da mídia, mas nada comparado ao espaço que se dá aos "celsinhos da Vila Vintém" e "uês" da vida. E, mesmo no Sudeste, umbigo do Brasil, ninguém parece notar que a mudança mais importante na área de segurança está ocorrendo em Belo Horizonte. Lá, o número de assassinatos aumentou preocupantes 34,85% desde 1999. Se mantiver essa tendência deve ficar mais perigosa que o Rio em poucos anos. Isso tornaria (uai!) o Rio de Janeiro a capital mais segura da região Sudeste do Brasil – mesmo que os cariocas insistam em não acreditar nisso.

Não se está dizendo que a vida seja tranqüila em Copacabana, na Barra ou em Madureira: seria contrariar a realidade de modo grotesco. Mas deve-se levar em conta que, enquanto as balas perdidas, arrastões e guerras de tráfico cariocas são tratados como questão nacional (e são), casos bem piores pouco são conhecidos ou comentados. Ao mesmo tempo que essa percepção faz o poder público do Rio de Janeiro combater com mais intensidade o crime, gera pânico na cidade e impede que se tome consciência do que se passa no resto do país.

O número de homicídios no Rio de Janeiro está em declínio desde 1995. Houve apenas um pequeno e breve período de alta quando a governadora Benedita da Silva inaugurou uma política de confronto com o tráfico. As comparações em números absolutos com São Paulo chegam a ser humilhantes para os criminosos cariocas. Enquanto a equipe paulista de bandidagem mata mais de cinco mil pessoas por ano, no Rio morreram pouco mais de duas mil pessoas em 2002.

Os dados servem também como alerta aos que acreditavam que a situação não poderia ficar pior do que está. E não adiante culpar a polícia brasileira, a política econômica, a falta de presídios, chamar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica A situação está pior em lugares em que a polícia é forte, a inflação importa pouco, mais de um por cento da população está encarcerada e a força armada é imbatível. É só ver que em Washington, capital dos Estados Unidos, o índice de assassinatos está próximo de 70 para cada 100 mil habitantes. Isso é mais do que o Rio, mais que São Paulo, mais que Vitória, nossa campeã. Até nisso os americanos estão à nossa frente.

Por que os cariocas acham que a violência é tão grande?

No mapa da violência desenhado pela pesquisa de Michel Misse, foram entrevistadas 2.759 pessoas no Grande Rio; cerca de dez por cento delas foram vítimas de furtos, roubos, agressões físicas em 2001. São perto de 1,2 milhões de casos de violência – na grande maioria, coisa pequena. Mas todos os 12 milhões de moradores do Rio estão assustados, achando que amanhã será a sua vez e que talvez não sobrevivam a isso. Misse afirma que a percepção da violência é muito maior do que a violência de fato. "Os números indicam que 90% dos habitantes do Grande Rio não foram assaltados ou furtados. No entanto, eles se comportam como se a probabilidade de serem assaltados fosse diária."

Na pesquisa, ainda foi perguntado se cada entrevistado tinha algum parente ou amigo muito próximo que tinha sido assassinado. O índice foi de cerca de 7,7%; a pergunta é a menos direta da pesquisa, pois alguém pode considerar um primo de segundo grau que mora na sua rua como parente próximo. Tomando, ainda assim, esses dados como reais e consistentes, 92% da população nunca tiveram ente querido assassinado, mas acreditam que isso pode acontecer a qualquer momento. O pavor que mudou os hábitos cariocas deve causar mudanças culturais e psicológicas a longo prazo, mas a população tem a perder de imediato com o excesso de cuidados. Entre as precauções que se deve tomar para evitar a violência, não figura certamente o medo de viver.

A histeria pode ser percebida melhor comparando jornais cariocas e paulistanos. Casos que em São Paulo ficariam restritos à página de polícia, no Rio de Janeiro ganham chamadas de capa. O que em São Paulo só interessa para o Cidade Alerta da TV, no Rio é tema a ser destrinchado por toda a imprensa. A segurança pública tornou-se assunto político tão importante que o ex-governador Anthony Garotinho assumiu a Secretaria de Segurança Pública e, com esse cargo, assegurou sua permanência na vitrina da mídia nacional até a próxima rodada de eleições majoritárias.

Talvez o fator psicológico mais importante pressionando os cariocas seja a proximidade entre os morros e os bairros de classe média. Protegido mesmo, apenas quem for rico o bastante para ter guardas de segurança (eis aí um bom negócio, que resiste a crises e se beneficia delas!), morar em fortalezas impenetráveis e dirigir carros blindados. Mesmo o extrato mais alto da classe média tem chance de estar entre os 7,5% de cariocas roubados ou furtados em 2001. A violência carioca parece incomodar mais na medida em que não são apenas os pobres que estão morrendo. É como se tudo estivesse melhor em São Paulo ou Porto Velho, simplesmente porque os ricos têm a ilusão de estar a salvo. Em Washington e Detroit (cidades americanas mais violentas que São Paulo) a criminalidade está quase inteiramente circunscrita aos bairros de negros e latinos. Em um país com desigualdades sociais tão grandes, os cariocas deveriam se orgulhar de ter a violência mais igualitária do mundo.

(*) Estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina
Salve a Mocidade, Salve a Mocidade!

Ancelmo deu hoje na sua coluna o enredo da Mocidade para o ano que vem: Educação no Trânsito. RMRO, pessoa que eu amo, mas que disse que eu vivo num Vicentocentrismo, vai gostar da informação.

Carona no samba

A Mocidade terá mais um enredo politicamente correto.

Depois de falar de doação de órgãos, ataca em 2004 de educação no trânsito. O enredo criado por Chico Spinosa é “Não corra, não mate, não morra, pegue carona na Mocidade!”


Esse ano achei que o enredo sobre doação seria uma furada. Me enganei. Espero o mesmo pro ano que vem.

"Lá vem a bateria da Mocidade Independente
Não existe mais quente
Não existe mais quente

É o festival do samba
É a alegria da cidade
Salve a Mocidade!
Salve a Mocidade!

Mestre André sempre dizia
Ninguém segura nossa bateria
Padre Miguel é a capital do samba
Quem tem a bateria que bate melhor no carnaval!

Salve a MOcidade!
Salve a MOcidade!"

terça-feira, julho 08, 2003

Ainda a confusão do sábado retrasado no Maracanã...

Jacomo-Negão me liga ontem a noite para contar coisas daquele fatídico sábado, 28 de junho, quando perdi o saco com um moleque que torcia contra o Mais Querido, no meio da torcida do Flamengo, no Maracanã.

Jacomo, que tava do meu lado no jogo e acompanhou o, digamos, procedimento disse no telefone:

- Hoje na academia veio um brucutu, daqueles fortões, me falar que viu a gente no jogo contra o Figueirense. Disse que já tava de olho no moleque pronto pra rebocar a criança junto com os camaradas. Iam sentar-lhe o pau se continuasse no segundo tempo.

Sorte do alma sebosa que fui o primeiro a perder a paciência e partir pra intimidação, mesmo pq nao fiz nada pra machucar. Pra machucar se bate na cara pra tirar sangue e quebrar os dentes, né? Imagina se os brucutus partem pra cima antes? Não ia ser pra intimidação nao, nao ia sobrar nem escama do moleque.
E lá vai o Rio...

O COB escolheu a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro pra ser a candidata brasileira pra sedir as Olimpíadas. Ponho fé. Outro dia companheira Cynthia tacou pedra na iniciativa de uma cidade do país em sediar esses jogos, eu discordo. Acho válido pra caramba.

A questão da violência é o que aflige a auto-estima carioca. Alimenta-se muito o medo e a sensação de insegurança. Qualquer violento no Rio é superlativado. É normal que façam isso, o Rio sempre foi ligado ao bem-estar, à alegria, à descontração e tal. O fato de ser a antiga capital da república, a principal porta de entrada do país tb ajudam a dar mais importância ao caso. Duvida? Se o caso da tentativa de fulga com um helicópetero fretado numa empresa de táxi aéreo fosse no Rio ia render história por uma semana. Exagero meu? Sei nao...

A vitória carioca vai permitir que obras importantes de infra-estrutura aconteçam aqui, o que, espera-se, vai melhorar a qualidade de vida do povo local. É certo que alguém deve querer por a mão grande no dinheiro público, aproveitar-se dos investimentos que devem aportar, mas espera-se também que a qualidade vida melhore. Melhore pq os investimentos em segurança devem aumentar e precisam ficar mais sérios. Investir no combate a corrupção é a peça chave, visto que é o principal problema. As vias expressas e os transportes públicos devem ficar mais eficientes, com melhorias nos trens, nos metrôs (alguns ramais vão ter que sair do papel) e até os ônibus têm de melhorar. E, reza a lenda, que a Baía de Guanabara, as Lagoas Rodrigo de Freitas e as de Jacarepaguá terão suas águas despoluídas. É ou não é melhorar a qualidade de vida?

Esperançoso? Sou sim e daí? Mesmo se o Rio perder e essas obras saírem do papel a gente tá ganhando.

Agora, Cesar Epitácio tripudiar com os versos de Vinícios de Morais falando "as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental" é judaria.
GuggenhReim já!

Incentivar o GuggenhReim é fortalecer o comécio industrial!

Sarsa - Sociedade dos Amigos da Rua do Senado e Adjacências


GuggenhReim já!

Incentivar o GuggenhReim é incentivar o Centro do Rio!

Sarsa - Sociedade dos Amigos da Rua do Senado e Adjacências


Esses são duas faixas que vi penduradas na tal Rua do Senado, no Centro do Rio. São faixas de apoio ao polêmico projeto do alcaide Cesar Epitacio. As duas agradecem ao prefeito CÉZAR Maia pela iniciativa de trazer o museu. Só que ninguém se preocupou em escrever Guggenheim direito. Bom, se erraram o nome do prefeiro, acerta uma sopa de letrinhas com nomde gringo era pedir demais.

Em tempo, o que é comércio industrial?
Não tava na lista

Sempre que acontece alguma coisa que me remeta a teoria, venho aqui e lembro do que penso sobre a tal lista de Zé Maria. Esse fim de semana foi meu aniversário e acreditava que meu primo que chamo de Minhoca baixaria lá em casa, visto que é um elemento firuleiro e esporrento como Irmão-Léo e demais peças que são primos.

Na tarde de sábado vi o acidente de um helicópetro da Petrobras e fui correndo ver a lista. Sei que Minhoca trabalha embarcado e levei um susto. Para alívio, o magrinho não tava lá.

A supresa foi saber o seguinte. Meu primo se atrasou e perdeu a hora. O helicóptero que sofreu o acidente, explodiu e matou os cinco tripulantes levantou vôo e o deixou Minhoca em terra... Graças a Deus meu primo está vivo, acho que ele se o pior tivesse ocorrido perderia o ânimo pra comemorar, mas o moleque ficou vivo e meio pirado. Tb pudera... os camaradas no vôo onde supostamente estaria foram parar no fundo do mar. Que Deus os tenha e ajude figura Minhoca e recuperar o equilíbrio.

Não tava na lista de Zé Maria.

segunda-feira, julho 07, 2003

O Robin Hood rubro-negro

Eu me orgulho desse clube, ah como me orgulho. Qual clube teria a grandiosidade quase socialista de ser um Robin Hood no campeonato nacional? Qual? Qual? Qual? Só ele, o Flamengo.

É ser muito altruísta tirar pontos dos grande e dá-los para aqueles pobrezinhos no fim da tabela. Já foi assim com o Figueirense, com o Grêmio, com o Guarani quando tava lá embaixo.

Um exemplo de clube que batalha pela socialização dos pontos disputados, é ou não é algo gradioso?
"Sua torcida reunida até parece a do Fla-Flu!"

Ontem, para surpresa das figuras que baixaram lá em casa, Vicente estava vestido com a camisa do Bangu. Meio mundo vei perguntar o que significava, a fala sério. É a camisa do time do meu bairro, ora. Sou um bangüense convicto. Além do que esse era o time de Seu Roberto, meu avô, que que custar usar a camisa? Nada. Eu, hein.

A frase acima pertence ao glorioso time da Moça Bonita, onde fica seu estádio. Hoje em dia, está na Terceira Divisão do Brasileiro, mas já foi campeão carioca umas três vezes, acho, e vice-campeão brasileiro de futebol. Mó moral.
Tripudiando

Meu primo Léo-bacalhau e Dudu, amigo-guarda-costas de Carmen Camelinha, ficaram secando meu time que jogava ontem lá em Porto Alegre. Um bacalhau e outro torcedor do Glorioso. O Flamengo perdeu, pra variar. Fiquei tristão. O pior é ter D. Glória vestida com uma camisa do Grêmio me obrigando a tirar foto. Isso é o cúmulo da judaria. Justo no meu aniversário...
Surrasco do Vicente

Ontem foi dia de aniversário e Surrasco do Vicente, evento que deve entrar no calendário oficial suburbano da prefeitura. Não vou competir com réveillon e nem o carnaval, mas o Surrasco do Vicente já tem o seu espaço. Gente foi, gente não foi, gente ligou, gente não ligou, gente enviou e-mail, gente não enviou e-mail, gente enviou cartão, gente não enviou cartão, gente comentou, gente não comentou, mas mesmo assim agradeço todo mundo.

Mais um ano de molecagem e tudo mais. Mais um ano sem receber a visita do Zé Maria. É vida que segue e vâmbora até onde Deus quiser.

Obviamente tem aqueles furingudos que acham Bangu longe, dizem que não sabem chegar e não vão. Manés. Eu sempre vou e volto de todo canto, sendo longe ou perto. Não aceito essa justificativa de ninguém.

Não vou citar quem foi e quem deixou de ir pra não melindrar ninguém, mas que foi maneiro, ah... foi.

sábado, julho 05, 2003

Agora é à vera

Hoje, 5 de julho, finalmente a praça Sérgio Apolinário foi entregue a comunidade. Após um mês com ela já pronta, finalmente baixaram as cercas e deixaram a molecada correr pelo gramado, usar os brinquedos, as quadras, sentar nos banquinhos, essas coisas de praça.

Claro que quiseram fazer da inauguração um ato político. Cesar Epitácio, o prefeito, veio até aqui para descobrir a plaquinha com coral de crianças da escola municipal próxima cantando e tudo mais. Não é belo e comovente um administrador público vir num sábado entregar uma obra para uma comunidade? Ó, tão fofo permitir que as crianças e moradores do local tenham um espaço para brincar agora que iniciaram suas férias. Tudo, claro, sem interesses eleitoreiros...

Além de todo o circo, foi ridículo ver parados em lados diferentes da praça dois carros de som fazendo um pequeno duelo. Um de cada cacique político local querendo capitalizar para si a obra da praça. Capitalizar uma obra de praça que levou nove meses, mas que qq engenheiro sabe que normalmente levaria dois?!

Enquanto um falava "Graças a Marcelino (vereador local pelo pefelê), a maior potência política a nossa área, temos nossa praça!". Potência política? Tá, tá bom. O cara é realmente benquisto por ser um tipo bonachão, mas nunca darei meu votinho pra ele. Na minha cabeça subversiva, vereador legislaria em prol da comunidade, nao faria praça.

Em frente, o outro carro de som, esse do sub-prefeito, Jorge Felippe. Esbaforindo-se no microfone tinha um marmanjo mandando bala "temos que eleger Cesar Maia para governador do nosso estado!". Será que uma praça que demorou tanto tempo pra ser inaugurada serve pra justificar uma eleição assim, para o ocupar o Palácio Guanabara? Onde esse cara pensa que está? De qq forma, a próxima eleiçao pra governador só acontece daqui a tres anos. Eu que nao ia avisar ao mané.

Ah, na boa, caguei pra eles, agora tenho minha boa e velha pracinha de volta. Mas a mané da quadra de tênis já tá lá. Hoje foi disputada pra burro. Vou contar os dias pra ver a molecada usando aquilo com 'golzinhos'.

A piada
Minduím passa aqui em casa no início da tarde e fala com um ar de sério: "vou aprender a jogar tênis pra praticar ali (apontado pra esquina da rua)". Mereço né...