Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, julho 31, 2003

Gosto de música subversiva mermo. Essa aqui tá no último CD da Nação Zumbi.

Propaganda
(Letra: Jorge Dupeixe, Rodrigo Brandão e Gilmar Bola 8 / Música: Nação Zumbi e Marcos Matias)

Comprando o que parece ser
Procurando o que parece ser
O melhor pra você
Proteja-se do que vai querer
Para as poses, lentes, espelhos, retrovisores
Vendo tudo reluzente
Como pingente da vaidade
Enchendo a vista, ardendo os olhos
O poder ainda viciando cofres
Revirando bolsos
Rendendendo paraísos nada artificiais
Agitando a feira das vontades
E lançando bombas de efeito imoral
Gás de pimenta para temperar

Corro e lanço um vírus no ar
Sua propaganda não vai me enganar

Como pode a propaganda ser alma do negócio
Se esse negócio que engana não tem alma
Vendam, comprem
Você é a alma do negócio
Necessidades adquiridas na sessão da tarde
A revolução não vai passar na TV, é verdade
Sou a favor da melô do camelô, ambulante
Mas 100% anti, anúncio alienante

Corro e lanço um vírus no ar
Sua propaganda não vai me enganar

Eu vi a lua sobre a Babilônia
Brilhando mais do que as luzes da Time Square
Como foi visto no mundo de 2020
A carne só será vista num livro empoeirado na estante
Como nesse instante, eu tô tentando lhe dizer
Que é melhor viver do que sobreviver
O tempo todo atento pro otário não ser você
Você é alma do negócio, alma do negócio é você

Corro e lanço um vírus no ara
Sua propaganda não vai me enganar