Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, julho 17, 2003


Bonequinho Vil e Marcão na frente e as demais do Conversa Fiada atrás.

Conversa fiada

Já que o Flamengo só faz feio e não me dá alegria, alguma coisa tem que ocupar esse função. Ontem a noite, quando eu jantava e ouvia na voz do verdadeiro Garotinho, o José Carlos Araújo, o que seria mais tarde mais um vexame rubro-negro, São Irmão-Léo me chamou pela enésima vez pra ir com ele ao Conversa Fiada. O tal Conversa Fiada é um verdadeiro programa de auditório que há um tempão acontece lá pelas minhas bandas cariocas, meu irmão é habituê da parada há mais de um ano também e vivia me convidando pra ir com ele.

Ontem foi a primeira vez que fui e fiquei imprssionado. A proposta é ser "O programa de todas as tribos" e é o que parece conseguir. Todo o tipo de jovens, das mais varias tribos dividem o mesmo lado a lado. E se valoriza todo o tempo o fato de ser uma produção suburbana com pessoas, palco, participantes, tudo, mas tudo mesmo feito na Zona Oeste carioca. Legal, muito legal ver que é possível fazer um trabalho desses no nosso pedaço do Rio que é esquecido e discriminado por quem não o conhece.

O apresentador, Marcão, uma figuraça magra, branca, alta, de cabelo enrolado e que vestida um macacão braco, anima o auditório falando com a molecada (vários pais tb vão assistir com crianças pequenas). Em alguns momentos ele até joga pra galera banana, paçoca e guaraná Muzzy. Mais suburbano impossível! Segundo Irmão-Léo existem momentos em que são distribuídos sanduíches de mortadela, no mais perfeito esquema criado pelo Chacrinha poucas décadas atrás.

De quebra, ainda rolou Léo Gandelman se apresentando ontem. Quel, inclusive, marcou a mudança do projeto que saiu da Lona Hermeto Pascoal, em Bangu, e passou para a Lona Giberto Gil, em Realengo. Lona essa onde estive pela última vez para assistir o showzaço da Nação Zumbi.

O Bonequinho
Mas o ponto alto e esperado por todo mundo é o Bonequinho Vil. Um persangem criado pelo Saúva, que é cria lá do Parque Leopoldina, meu bairro no mundo que é Bangu, que até virou matéria no Segundo Caderno do Globo, nesse fim de semana. Bonequinho fala de uma forma que ninguém entende, só o Marcão, e faz piadas e críticas sobre fatos recentes saídos na imprensa, além de contar algumas piadas e brincar com o público. Confesso, fiquei amarradão e pretendo voltar.

Vou postar a matéria do Globo aqui embaixo. E, pra minha feliz supresa, não é que teve matéria hoje na capa do Caderno D, do O Dia, sobre as lonas culturais? A foto lá encima é a foto de capa do caderno.