Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, julho 23, 2003

Cada coisa que a gente vê na rua

Hoje, mais uma vez, vinha eu dentro da singela van que me traz de Bangu ao Centro da cidade. No trajeto as vezes durmo, as vezes leio, as vezes fico vendo as pessoas nas calçadas ou ao meu lado. É divertido prestar atenção nos tipos de comportamento, maneiras de falar, assuntos e tudo mais.

Mas nessa manhã, vinha o Vicente pensando se dormia ou lia, dormia ou lia, dormia ou lia, eis que passando em Guadalojara (mané, se lê Guadalorrara; a forma através da qual Irmão-Léo identifica o bairro de Guadalupe, na Zona Norte), como acontece todo dia, vários ônibus paravam nos pontos, outros saim dos pontos e seguiam seu caminho.

Mas um chamou a atenção. Bem em frente a fábrica da Melhoral tinha um 393 (justo ele!) parado no ponto sem motorista! Não pode, ônibus sem motorista definitivamente não pode. Os passageiros pareciam estar passicos, todo mundo tranks e desencanado. Estranho pra galera que vai de manhã pro trabalho.

Fui olhar os arredores e achei o cara! Tava em pé ao lado da roda traseira esquerda do coletivo em uma atitude minimamente suspeita. Ó, não vi nada escorrendo pelo pé do cara. Tb se tivesse visto ia ser caô, tava num outro veículo em movimento e acho que já deu pra observar coisa demais naqueles poucos segundos... Bom, o tal motorista dava toda a pinta de estar ali, procurando ser o máximo dichavado, mas tava é dando um belo dum mijão com os passageiros esperando dentro do ônibus. Beira o sensacional.