Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, julho 14, 2003

Vicente mané e seus amigos manés

Sabadão tava lá esse Vicente que escreve trafegando pela Avenida Brasil. Ia eu dentro de Ervilhão (meu sensacional e super poderoso Gol Bolinha verde), eu trajava minha indefectível camisa do América de Cali (com seu diabão com tridente na mão e bola no pé) e meu desbotado boné azul.

Ia lá, feliz, pisando nem muito nem muito, mas o suficiente pra fazer Ervilhão andar na boa pela pista. Eis que surge bônus, vindo de Campo Grande, Sodré. O cara é camarada, parece um Morfeu (Morpheu é o escambau!), aquele mesmo do Matrix, só que mais 'achinesado'. Ia lá, Sodré me passando, rumo ao Centro da cidade, como eu. Buzinei pro cara e nada. Pisquei pra ele... e nada. Emparelhei e buzinei e nada... Já vendo que o mané tinha ficado bolado e acelerou, entrei numa de deixar ele se distanciar (mesmo pq Ervilhão não ia dar dentro com o carro dele mesmo), saquei o valoroso molecular e liguei.

PPS: Mané, tá na Brasil?
Sodré: Tô. P q?
PPS: Pois é, tb tô.
Sodré: Ah! Vc é o cara do Gol verde!!
PPS: É, eu sou o cara que buzinou pra vc de dentro do Ervilhão.
Sodré: Pô, foi mal. Nem vi.


Sodré é figura que dói. Cansou de andar comigo, conhece o Vicente há dez anos, já andou no Ervilhão N vezes e não me conheceu na tarde do sábado! Td bem que ele esquece de como chegar em vários lugares, mas de forma sobrenatural se lembra como chegar na minha casa. Bom, deixa quieto. Não me sinto na condição de cobrar sanidade mental dos meus amigos.