Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, novembro 30, 2005


Foto inútil, que não serve pra nada e não tem serventia.

Ou até tem: fazer firula.

Quem será o fotógrafo firuleiro? hahahaha

"É som de preto!
De favelado!
mas quanto toca ninguém fica parado!"

Se tudo der certo, Vicente estará na Uerj para ver Marlboro e Cidinho e Doca que têm de cantar o clássico Rap da Felicidade. "O q eu quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde nasci. E poder me orgulhar e ter a consicência q o pobre tem seu lugar".

A bateria da Mangueira é o de menos, ainda mais quando eu tenho a de Padre Miguel ao alcance da mão.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Um padawan

Pois é, saiu o resultado hoje. Sou um padawan. Ahn? Q isso? Puts, ninguém viu Guerra na Estrelas. O ogro do Vicente foi aceito como aluno do mestrado em Comunicação na mesma universidade onde se graduou...

Vou ter que tomar vergonha na cara e recuperar os anos afastados da academia. Estudar à vera, ler muito. Deixar de ser ogro eu já acho exagero, mas tornar-se um ogro com mais leitura e senso crítico é fundamental.

Em tempo, o padawan é aquele sujeito que um dia, quem sabe, segundo as histórias criadas por George Lucas, será um mestre jedi. Tá, tá bom, não vou andar com sabre de luz por aí, mas e daí? Fia no sentido figurado mermo.

domingo, novembro 27, 2005

O bom filho

Deixa de assistir ao jogo do Flamengo e leva sua mãe tricolor para ver o jogo do seu time. E mais, vai levá-la ao referido jogo justamente no estádio do time da colina. Eu, esse sujeito aqui, sentando naquelas arquibancadas onde as bundas sujas lusitanas ficam durante os jogos. Eu, hein.

Bom, o jogo era contra os polentas. Eu desenvolvi um certo tipo de asco da torcida do referido clube do sul, gentinha q já se manifestou racista em várias oportunidades... E, sinceramente, eu odeio racistas e nunca escondi isso.

Pois bem, o tricolor fez o favor de perder de virada. Mas cumpri o meu papel, fui lá, fiquei no meio da torcida, ao lado da mãe e do camarada Wilson (outro tricolor, só que sul-matrogrossense e de férias no Rio). Até torci para não ver uma derrota do time de Dona Glória, mas os caras não foram competentes. 2 a 1 pros polentas.

Engraçado eu Dona Glória ainda pos a culpa em im, disse q eu torci contra. Maldade. Não vou me prestar a levar a minha progenitora ao estádio do rival pra ver a partida de um time q nem é meu pra torcer contra.

Bom, na saída, ouvi vários tricolores pondo a culpa no estádio. A maioria disse q era estádio de perdedor... maldade, né. Mas qu o Flu se lascou algumas vezes jogando no campo do clube da colina, ah, foi.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Só mesmo o Rio pra me proporcionar pegar engarrafamento na Avenida Brasil, depois na Linha Vermelha e outra vez na Avenida Brasil. Só mesmo o Rio pode me oferecer, nessa manhã de calor de verão, ir olhando com alma a cidade q a gente mal vê quando está correndo. No engarrafamento, ao menos, vc presta mais atençao nos morros, no relevo da cidade, nas favelas, nos letreiros... Dá pra descobrir novas cidades. Ah, deu até pra contar os quatro caminhões de Skol por que passei. Acho q os quatro caminhões foram bom sinal...

quarta-feira, novembro 23, 2005

Os veículos da PM fluminense têm me dado medo

Além dos tenebrosos caveirões, tenho tido medo de andar próximo às viaturas da Polícia Militar. Pode parecer frescura, mas o estado dos carros é deplorável. Dá pena, parecem amontoados de lata sobre rodas.

Deparar-se com um deles durante a noite equivale a um susto. Sempr estão com todas as suas luzes apagadas. No início dessa semana, um camburão entrou na minha frente vindo... do nada. Era noite, e a viatura estava completamente apagada. Vi que pertencia ao 4º Batalhão, ops, aqui é área do 14º Batalhão. Longe de mim perguntar o que os policiais faziam a uns 20 quilômetros da área que deveriam patrulhar...

Bom, ultrapassei o veículo dos papa mikes e conforme ia me adiantando, ia vendo o terrível estado da frente do carro. O pára-brisa tinha enormes rachaduras e dois largos buracos redondos que pareciam ter sido feitos por tiros. Diliça, hein. Imagino o perrengue que deve ser trabalhar assim.

Um colega, tb jornalista, mas que algumas vezes cobre madrugadas nos indefectíveis plantões contava que ouvia pelo rádio da polícia um pedido de ajuda sui generis, os policiais pediam pelo rádio outro carro que tivesse um estepe. Tinham um pneu furado e nada para por no lugar...

É triste ver, sem contar que isso tem influência direta na ação da Polícia.

Será que nao rola uma verbinha pra manutençao desses carros? Os Garotinhos podiam usar menos dinheiro em propaganda pessoal e mais no que atinge em cheio a vida do cidadãozinho fluminense, né.
Se frustração matasse... uns e outros que mantem esse blógue aqui já tinham caídos sequinhos, sequinhos... de boca aberta, sem babar e sem vida.
As vezes me surpreendo com a própria capacidade de superação.

Manhã de hoje, toca o despertador. Pego, olho, vejo a hora, algo em torno de 6h, e desligo. Onde já se viu deixar despertar num domingo.

Uma voz de mãe, horas depois joga uma pergunta no ar: "Não vai tabalhar hoje, menino?".

E a voz debaixo do travesseiro respondeu dizendo qu não trabalha nos domingos.

A voz materna, de Dona Glória, é bom que se diga, concordou, mas lembrou q era uma TERÇA-FEIRA. Que bom, ja se aproximava das 8h30 da manhã, e eu devia chegar ao escritório às 9h. Ultra-mané achando que era dia de folga...

segunda-feira, novembro 21, 2005


E o Mengão? Ah, muleque. Até Obina, salve a pretitude baiana no Mais Querido, meteu um golaço e garantiu mais três pontos. E que venha o Goiás! Pena q o jogo vai ser em Volta Redonda. Quem sabe nao levanto no dia pilhado pra ir?




Não tenho referência do autor da foto.

E se passou o Dia da Consciência Negra. Data que muita gente ainda critica, mas é de grande importância pra afirmar a identidade de boa parte da população desses cantos.

Vou postar a letra abaixo, do Rappin Hood, sobre pretitude. Nada melhor nesse dia.

Us Guerreiro
Rappin Hood
Os herdeiros, os novos gurreiros
Novos descendentes, afro-brasileiros
Da perdiferia, lutam noite e diaT
ão na correria como vive a maioria
Guardam na memória, uma bela história
De um povo guerreiro , então, cheio de glórias
Zumbi, o líder desse povo tão sofrido
E sem liberdade, pro quilombo eles surgiram
Palmares, o local da nossa redenção
Pra viver sem corrente, sem escravidão
Dandara, que beleza negra, jóia rara
A linda guerreira comandava a mulherada
Faz tempo, hoje em dia é outro movimento
A luta dos mais velhos amenizou o sofrimento
Escuta, acorda pois não acabou a guerra
Você infelizmente nasceu no meio dela
Já era, o nosso povo vive na favela
Enquanto o colonizador só usufrui da terra
Vitória é o que eu desejo pra minha criança
Tenha sua herança, você é nossa esperança

Só os favelado, só os maloqueiro
Us guerreiro, us guerreiro
Na áfrica de antes, os príncipes herdeiros
Us guerreiro, us guerreiro
Só os aliado, só os companheiro
Us guerreiro, us guerreiro
Eu mando aqui um salve pras parceira e pros parceiro
Us guerreiro, us guerreiro

Palmares era assim, um lugar bem sossegado
Os preto lado a lado, tudo aliado
A mística, o sonho de rever nossa mãe áfrica
Ângola, nigéria, zimbabue, arábia
Tudo acorrentado dentro de um navio
Tomando chibatada até chegar no brasil
Mais de 500 anos depois pouco mudou
Ligou? na verdade só o tempo passou
Naquele tempo tinha o capitão do mato
Que era o mó traíra, tremendo atrasa lado
Ficava na espreita, pra ver quem fugia
Muito parecido com quem hoje é a polícia
Se liga, muitos morreram pra você viver
Orgulho tem que ter, responsa e proceder
Vai vendo, curte pois você ainda é pequeno
Ainda é criança e não sabe do veneno
Menino, você é o futuro desse jogo
Pra resgatar de novo, a honra desse povo
Quando fizer 18 você vai se alistar
E vai se preparar para guerra enfrentar
Então se liga

Só os favelado, só os maloqueiro
Us guerreiro, us guerreiro
Na áfrica de antes, os príncipes herdeiros
Us guerreiro, us guerreiro
Só os aliado, só os companheiro
Us guerreiro, us guerreiro
Eu mando aqui um salve pras parceira e pros parceiro
Us guerreiro, us guerreiro

Persiste, pra entrar pro pelotão de elite
Um grande guerreiro é aquele que resiste
Que não desiste mesmo na diversidade
Que bate de frente pela sua liberdade
Axé, jesus com nós pro que der e vier
Pois é, tem gente que não bota uma fé
Não acredita que somos todos irmãos
Não acreditam que o sangue é igual
É nesse mundo que você irá viver
Você tem de aprender a se defender
Tem de saber, que não há nada errado
Com seu tom de pele, seu cabelo enrolado
Fica ligado que eles querem te arrastar
Com drogas, dinheiro, bebida, mulher
Querem fazer uma lavagem em sua mente
Querem que você seja um cara inconsciente
Tipo um demente, uma marionete
É isso que o sistema quer do negro quando cresce
A escravidão não acabou é apenas um sonho
Tem alguns brancos controlando o dinheiro do mundo
Tem alguns negros guerreando contra todos e tudo
E alguns manos nas ruas querendo roubar um banco
Nâo seja um tolo, amante do dinheiro
Batalhe dia a dia pois você é um guerreiro
Só os favelado, só os maloqueiro

Us guerreiro, us guerreiro
Na áfrica de antes, os príncipes herdeiros
Us guerreiro, us guerreiro
Só os aliado, só os companheiro
Us guerreiro, us guerreiro
Eu mando aqui um salve pras parceira e pros parceiro
Us guerreiro, us guerreiro

sexta-feira, novembro 18, 2005

Ser mané é:

Sair na hora do trabalho. Chegar ao terminal Menezes Cortes e pegar o ônibus sem esperar mais do que dez minutos. Pegar no sono na Avenida Brasil e acordar em Santíssimo. Uns três bairros depois de Bangu. Pior. Só entender a cagada já em Augusto Vasconcelos, praticamente já em Campo Grande.

Quer mais? Começou a chover. Mas a chuva só caiu enquanto eu atravessava a avenida. Peguei o 786 (Campo Grande - Marechal Hermes) e cheguei em casa.

A dormida me custou, digamos, quase uma hora a mais pra chegar em casa.

Ê sorte!

terça-feira, novembro 15, 2005

Os postes dessas cidades têm cada surpresa... A foto foi enviada pelo camarada Agostinho. Mais uma propaganda sensacional.



O negócio é ligar pro Pai Ambrósio, o cara diz q dá jeito em tudo. Sei lá, né. Vai que alguém tá precisando...





Tudo bem que o feriado de hoje é pela Proclamação da República. Mas hoje é, antes de qq coisa, o aniversário do Clube de Regatas Flamengo, o Mais Querido do Brasil. São 110 anos de história em vermelho e preto.




Parabéns pro Mengão, que pare de dar sustos na torcida e volte a dar as mesmas alegrias que me fez ser esse torcedor que sou.


"Cante comigo, Mengão
Acima de tudo rubro-negro"

domingo, novembro 13, 2005

Inspirado no papo sobre favela, tô postando duas músicas:

Uma gravada pelo Fundo de Quintal nos idos de sei lá quando, mas que geral já ouviu, Quantos morros já subi.

Quantos Morros Já Subi
Mario Sergio/Arlindo Cruz/ Pedrinho da Flor

Quantos morros já subi desci sem ver
O que falam por aí me faz tremer
Essa gente vive assim sem reclamar
Lá ninguém é tão ruim, lá também se sabe amar
Todo mundo é irmão
Todo mundo mundo é companheiro
lá no morro da Formiga, do Borel e Salgueiro

Lá tem samba pé no chão poesia verdadeira
Lá no morro da Serrinha lá no morro de Mangueira
Quantos morros...

Essa gente vive em paz essa gente faz o bem
Saja no Pau da Bandeira, seja na Vila Vintém

Esse povo que a cidade chama de fora da lei
Vive com dignidade sem levar vida de rei
Eu já vi muita alegria muita gente a sorrir
No morro do Juramento, Pavãozinho e Tuiuti
Eu já vi felicidade muita gente ser feliz
No alto do Andaraí e no morro da Matriz

Essa gente vive em paz essa gente faz o bem
Seja no Pau da Bandeira seja na Vila Vintém
Esse povo que a cidade chama de fora da lei
Vive com dignidade sem levar vida de rei

Subi o morro que a sociedade não quer enxergar como eu enxerguei
Chacrinha, Turano, Rocinha e outros lugares que eu não cantei
No morro que eu pude encontrar amizade que em outros lugares que não encontrei
Vive com dignidade sem levar vida de rei


E outra clássica do conterrâneio MC Marcinho, chamada Favela:

Favela

Favela...
Orgulho e lazer, estamos à vontade

Nós somos...
Favela...
Orgulho e lazer, estamos à vontade
Somos mais você...

No fim de semana, chega sexta-feira
E o baile come à vontade a noite inteira
Tem várias gatinhas, no meio do salão
Mexendo a pepita e o popozão
E para os amigos, que tão na atividade
Que fortalecem o baile
E deixam a gente à vontade
Chegam os MC's pra poder cantar
E mostrar que o funk nunca vai acabar

Favela...
Orgulho e lazer, estamos à vontade

Nós somos...
Favela...
Orgulho e lazer, estamos à vontade
Somos mais você...
Eu peço a eles, me dê uma trégua
Pra vivermos felizes em nossas favelas
Porque aqui no morro também tem jogador
Artistas famosos, empresário e doutor
Gente inteligente e mulheres belas
Você também encontra aqui na favela

Favela...
Orgulho e lazer, estamos à vontade
Nós somos...
Favela...
Orgulho e lazer, estamos à vontade
Somos mais você...
Queria escrever sobre o q tem acontecido na França, a tal rebelião das "gangues das periferias" das cidades francesas, mas tô sem saco.

Mas uma coisa me chama atenção. Rola a história de que encontraram blógues e e-mails combinando as manifestações, mas até agora ninguém comentou o que os caras combinam.

Não há o outro lado da história, só a versão oficial do governo francês dando conta das ações dos "vândalos", que são imigrantes e filhos de imigrantes.

Aí eu penso no caso daqui, das favelas e favelados que tb nunca sao ouvidos. Ou melhor, só sao quadno descem o morro e queimam onibus. Nao q eu ache maneiro queimar onibus, mas é um grito de desespero. Infelizmente a classe média só se preocupa em entender como ato de vandalismo, ninguém procura ver o q está pro trás. O traficante? Q seja. E por trás do traficante?

Volto a dizer, tenho medo do cidadão comum carioca pq mais de uma vez já comecei a ouvir em bombardear favela, em remover favela... Sei lá, Carlos Lacerda já fez isso há 40 anos e não houve qq resultado positivo.
As vezes é muito fofo morar no Rio de Janeiro. Em um fim de semana não há energia elétrica, no outro falta água. E isso pq somos a segunda maior cidade do país, tenho pena das demais...

quarta-feira, novembro 09, 2005




"São 50 anos de história
Uma linda trajetória
Lembranças que o tempo não levou"

Trecho do samba do Toco, Marquinho Marino e Rafael Só que a querida Mocidade Independente de Padre Miguel leva para o carnaval 2006.

E nesse 10/11/2005 a verde e branco completa 50 anos.

Nesse mesmo dia a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro confere à agremiação a Medalha Tiradantes, às 18h. Se Deus quiser, estarei lá para ver a homenagem à minha escola.

terça-feira, novembro 08, 2005

Haha. Fala sério. Alguém realmente duvidou que fosse postar sobre o jogo? Faltou tempo. Mas foi uma vitória linda. E sobre mais uma atuação de São Judas, o q dizer do segundo do Mais Querido? Quarto jogo com gol sobrenatural...

E, que me desculpe a torcida do glorioso, mas acho que o Flamengo fez um bem enorme em abalar a posição de Celso Roth, tecnicozinho ruim que comanda o alvinegro.

Não estamos livres do perrengue do rebaixamento, mas a situação melhorou consideravelmente. Próximo jogo é contra a Ponte Preta, lá em Campinas. Ah, se a gente ganha...

Mas temos dois jogos no Rio, contra o Fortaleza e contra o Goiás. E é bom que o Mais Querido tome vergonha na cara e faça mais pontos. O último jogo vai ser contra o Papão, lá em Belém, provavelmente com os paraenses querendo fugir do rebaixamento. Imagina a chapa quente? Quero isso pro meu coração não.

Enquanto isso, vamos acreditando no time, mesmo que ele seja administrado por cartolas insanos a ponto de contratar um suposto vidente pra salvar o time. Fala sério. Apela pro padroeiro. Mas agora vir o suposto vidente dizer que meu time vai ser rebaixado... É bom ele tomar cuidado com agouro...

Pena que Campinas é longe... eu ia lá amarradão.

E ganha um doce quem me encontrar de punhos cruzados no meio da galera.

PS: A foto é do Custódio Coimbra, do Globo. Foi capa do caderno de esportes publicado ontem.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Galetos e Dicró??

Pois é, sexta-feira fomos uma cabeçada do trabalha comer no Galeto Central, no Edifício Avenida Central - conhecido prédio no centro nervoso do Rio. O galeto tb é conhecido. Ixpetáculo.

Após comermos como ogros - inclusive as meninas - descemos pelo Largo da Carioca, espaço onde as manifestaçoes populares mais inusitadas e sensacionais tomam lugar. É um ponto onde a cidade surpreende a si mesma com seus personagens que quebram com a rotina.

A proposta era ir na Casa Cavé pra sobremesa, a tal casa tem doces portugueses cultuados na cidade. Reza a lenda que lá são feitos os melhores pastéis de belém em solo brasileiro. Não sou adepto, nõa posso dizer de experiênia própria.

Bom, voltando ao Largo... Ao caminharmos por ele alguém do grupo viu uma placa dizendo: "CD's do Dicró. 10 reais". Ah, nao cri. Fui olhar. E nao é q era verdade? Estava lá o folclórico malandro sentado sob um guarda-sol. Ao seu lado, algo tipo uma perua branca (o carro, não a mulher), meio cacareco, é verdade. Dicró estava sentado à uma mesa com CDs empilhados.

Mané q sou, nao tinha os dérreal na carteira. Pedi emprestado e fui lá. Peguei a nota, entreguei pra uma mocinha, q estava ao lado de Dicró. O figura me olhdou e perguntou meio seco, meio simpático: "qual teu nome?". Vicente, ora.

E tá aqui embaixo a prova do crime.


quinta-feira, novembro 03, 2005

Kelly Key?? Na van??

Dia desses, melhor dizendo, madrugada dessas, voltava eu pra casa. Estava pelos lados da Tijuca, onde passa o 607 (Rio Comprido-Cascadura), um coletivo q roda toda a noite, mas é murrinha q só.

Tava um frio chatinho, acompanhando de uma chuva chataça. Foram quase trinta minutos pastando até o 607 passar. Ok. Passou. Subi. Tava quentinho lá dentro. Dormi super tranqüilo, abraçado à minha mochila. Quarenta minutos depois estava em Casacadura, ponto final, momento de descer. Teoricamente o ponto final do "meia bola sete" é sopa no mel. Três ônibus que servem pra mim partem dali. Mas como nem tudo é quentinho, sequinho e leva pra casa, NENHUM dos ônibus estava por lá. Zero coletivo.

Opção?

Apelar pras sinistras kombis e vans que fazem o trajeto.

Até então eu me mantinha de pé, embaixo de uma amendoeira que deixava filetes de água pingarem ajudando no desconforto. Tava lá, firme, tremendo de frio, mas firme. Tinha fé q um ônibus passasse e fizesse o carreto pra Bangu.

Aí, um negão que estava sentado na base da amendoeira como um Buda gritou: “Kelly Key, faz o carreto aí!. Vai até Campo Grande”

Uau. Imaginei a minha figura caminhando na direção da van ouvindo “vem meu cachorrinho q agora eu to mandando”.

Ok, pintou a van com a porta aberta e para dentro dela pulei. E aí pinta o personagem título desse pôste: Kelly Key.

Vem caminhando um negão com mais ou menos 1,90m de altura. Cabelo com tranças presos na altura do pescoço, vestindo camisa azul clara pólo que parecia ter uma bola ou mesmo uma barriga que parecia um globo, uma calça jeans absolutamente desbotada e calçava um par de havaianas pretas. O horror! O horror! Imagina a figura. Pois é, esse era Kelly Key...

Beleza. Podia ser quem fosse, queria mais é que me levasse para Bangu. E lá foi a van.

Em dado momento percebi um não muito agradável cheiro de comida dentro do veículo. Sabe aquele cheiro q começa a revolver o estômago? Tomava o interior da van no decorrer do caminho.

Olhadas meio discretas pra um lado, olhadas meio discretas pra outro... Qual era o furingudo que tava comendo ali dentro?!

Quando os olhos passam pelo volante... vejo um garfinho de plástico na mão direita de negão Kelly Key. Comecei a entender o q se acontecia...

O piloto figura dirigia o carro comendo. Vez por outra descia o garfinho de plástico e subia com algo espetado. Nesses momentos o cheirinho nada bom aumentava. Ele carregava algo parecido com um pratinho de alumínio com pedacinhos de carne e farofa, o famoso "surrasquinho com farófia".

Diliça de viagem.

No fim das contas foram quase duas horas pra percorrer um trajeto que, de Ervilhão – o foclórico Gol Bolinha – seria feito em trinta minutos. Salve a suburbanidade que me permite essas experiências.



Eita coração. Quanto sofrimento pra ganhar do time verde. Os dois palmeirenses que me conhecem disseram que o jogo tava no papo, afinal de contas iriam jogar em casa contra um time na zona de rebaixamento. Ok, iam mesmo. E jogaram. Jogaram e perderam.

E eu já cantei a bola, depois que foram na igreja de São Judas Tadeu, padroeiro do Flamengo e das causas impossíveis, lá foi o Mais Querido começar a ganhar. Em três jogos, sete pontos. Um empate sofridaço contra o Juventude e sua torcida racista, lá em Caxias do Sul, com um gol estranhaço do Júnior aos quarenta e tantos do segundo tempo. Uma vitória sobre o Coritiba, já aqui no Rio, com um gol mais estranho ainda, na conta do Fellype Gabriel, já nos descontos. E hoje, ufa, nuestro paraguayo fez seu terceiro gol pelo Mais Querido do Brasil. Marcou com uma falha do Marcos, mas e daí? A vitória foi nossa. Podem falar o q for, mas tem uma mãozinha ou um pezinho de São Judas, ah, tem.
Como havia algo sobrenatural na falta de gols do Mengão, por que não apelar pro sobrenatural para voltar a fazer gols?

E vamos nós pra cima do Botafogo.