Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sexta-feira, janeiro 31, 2003

Tá chegando a hora! Hoje é o último dia do senhor Eurico Miranda como deputado. Hehe.

Enfim o bando de vascaínos que cismavam em eleger o Eurico Miranda abriu os olhos. O presidente do vasco deixou de se reeleger e perdeu a bocada de deputado federal e de ser julgado em foro especial. A partir deste sábado vai virar cidadão comum e vai parar na mão de um juiz que me julgaria, por exemplo, seu eu fizesse uma cagada que merecesse.

O mané e dirigente vascaíno tem na conta dez processos, todos de crimes comuns como crimes contra a ordem tributária, sonegação fiscal, evasão de divisas, crime de imprensa e lesão corporal. Eita, Eurico... tá ferrado. Eu vou gostar muito de ver esse ladrão se ferrando na mão da Justiça, ah como vou gostar.
Para o bem de todos e felicidade geral da nação

Hoje é sexta. O que quer dizer que amanhã é sábado. O que fazer no sábado? Quando tem Calaf, vamos pra lá encher os potes e sambar felizes a tarde toda. Pois bem, após algumas semanas de intervalo, voltaremos amanhão ao nobre bar no Setor Bancário Sul. Clarissa já fez o dever de casa e ligou pra lá checando. Falta só reunir a outra parte da família, o Baiano, e pronto. Vamos lá.

Clarissa ainda disse que existe o tal do forró do Pezão pra gente ir no Lago Norte após o samba. Vejamos. O nome é suspeito, mas sei lá. No sábado em Bsb tudo é lucro.
Eu quero uma camisa da Aruc!


Escudo do time de futebol.


Além de querer uma camisa do Íbis e do Santa Cruz, agora eu quero uma do time de futebol da Aruc (Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro). Além de time de futebol, Aruc também é escola de samba. Um belo dia, ou melhor, num fim de tarde de domingo eu jurava que escutava um naipe de tamborins vindo dos arredores. Perguntei depois e descobri que devia ser a Aruc, quero ir lá. Tava dando uma futucada no site dos caras e tem até um pouco da história do Cruzeiro. Interessante.

A escola de samba se gaba de ser a única a ser octacampeã (ganhou oito títulos seguidos), ao todo tem mais que 25 vitórias no carnaval brasiliense (mais que a Portela, que tem 21.Uau, hein). Tudo bem que isso rola no carnaval do DF, se fosse no do Rio... Sei não.


Símbolo da escola de samba (que nao por mera semelhança tem uma águia), que é afilhada da Portela. Uau, hein. Até lembrei que a Nenê de Vila Matilde, de São Paulo, tb é afilhada dessa que é grande escola de samba do Rio de Janeiro.
O DF é definitivamente muito estranho

O Campeonato local de futebol geralmente tem os times da unidade da federação ao qual pertence, né? No caso do DF isso é errado. Além dos times mulambada daqui (os expoentes locais são o Gama e o Brasiliense), existem dois times de outros estados jogando! O Luiziânia, de Goiás, e o Unaí, de Minas Gerais, jogam na primeira divisão local.

Segundo o folclórico Fabio Lino, que insiste em me dizer que é o melhor campeonato do mundo - devido a diversão que os jogos proporcionam, existe uma equipe goiana na Segunda Divisão, o Brusque, de Formosa.

Falando em diversão, a novidade do campeonato local é um goleiro de 114kg! Jogador da Aruc (que é o time do Cruzeiro, o mais perto da base Brasiliense). Goleiro gordo é fora do sério. Reza a lenda que defendeu até pênalti no último jogo em que participou, contra justamente o time de Minas, o Unaí.


Esse é Serjão, o goleiro mais gordo do DF e provalmente do Brasil.
Aniversário

Hoje o blog mulherzinha Homem é Tudo Palhaço faz um ano. Robertuda tava toda feliz com o acontecimento. Ainda bem que mesmo convivendo com a madame e Ana Paula PL nunca tenha ido parar lá.

Parabéns aê.

quinta-feira, janeiro 30, 2003

Pra dar uma diminuída na minha sensaçao de angústia e essa tristeza tô lembrando que o Flamengo é o líder isolado do "Caixão 2003". 100% de aproveitamento, três jogos e três vitórias, tudo bem que as partidas foram contra o Fiburguense, o Americano e o Volta Redonda, mas são coisas da tabela.

O antes, cobrança do André Gomes no segundo gol do Mais Querido.


O depois, com o próprio André Gomes correndo pra comemorar o gol.

As fotos são do Globo. Pena que hoje não tem foto do América.

E falando em América, ontem o time rubro não venceu. :-( Rolou um empate meia bomba em Cabo Frio. Ao menos estamos em quarto lugar, na frente do Botafogo e do Fluminese pelo saldo de gols.
Irmãos lusos

Recebi agora essa peróla e me senti obrigado a postar. É fora da realidade. Não fui ao site da EFE chegar se realmente foi publicada, mas como piada tá valendo.

Ladrão português tenta roubar policial dentro da delegacia

17:08 29/01
Agência EFE

Um indivíduo acusado de roubo na cidade de Braga (cerca de 370 quilômetros ao norte de Lisboa), tentou afanar o celular do policial que o interrogava, mas foi desmascarado logo em seguida.

O inusitado fato ocorreu quando o guarda civil interrogava o preso, de sobrenome Pereira, que aproveitou um momento de distração do policial para roubar seu celular e escondê-lo dentro da meia.

Logo depois, ao perceber que o aparelho tinha desaparecido, o policial discou o número e, para sua surpresa, o som da chamada partiu da perna do cidadão detido.
Hoje de manhã pensei estar acordando no Rio. Uau. Que viagem. A primeira imagem que os olhos captaram foi a janela toda molha pelo lado de fora com gotas e gotas e gotas e mais gotas caindo. O céu tava num cinza tão triste. Veio à cabeça o que todos os meus amigos que estão no Rio têm dito durante essa semana : "não pára de chover". Foram poucos segundos, voltei à realidade. Estou na capital federal.

Ando meio triste, é verdade. Ontem baixou um tristeza muito estranha que cismou em me acompanhar hoje. A mané da tristeza fez o favor de acordar junto comigo, tomar banho, café, entrar no Ervilhão e vir junto comigo trabalhar. P q essa maldita nao vai embora?

quarta-feira, janeiro 29, 2003

Registro

Hoje cedo já tinha comentário no blog feito pela RMRO, versão mulherzinha, zoando o Vicentinho e perguntando se eu tinha achado o ferro de passar. Para registro: nao só achei como passei uma camisa. Td bem que a faxineira, que tava lá na casa de Clarissa na hora, acabou se divertindo horrores com a minha falta de jeito pra coisa. Mas ao menos a camisa ficou minimante esticada e 'vestível'. Tcharan! Já posso casar!
Sectarismo

Há pouco tempo atrás quando fui visitar Maysão, após a posse de Lula, os amigos da querida pernambucana pegaram no meu pé devido minha opção política, que nem é tao diferente da deles. Por conta disso acabei ficando chateado com o tratamento sectário, chegando até a trocar e-mails com Braga, o respectivo de Maysão sobre o tema. Águas passadas.. Mas, como o próprio havia escrito, nao é um caso só do partido que eles fazem parte, mas de vários setores da esquerda que optam por se fragmentar de forma radical, o que faz com que se perca força política.

Acabei escrevendo isso após ler a coluna do Márcio Moreira Alves publicada no Globo de hoje, onde ele falar do sectarismo que presenciou durante o último Fórum Social Mundial e chama de 'doença infantil'. O texto dele se finaliza com um fim alarmista no qual nao prefiro acreditar, mas devido a vivência dentro do Movimento Estudantil concordo com boa parte do que apresentou.

terça-feira, janeiro 28, 2003

Aventura frustrada

Hoje saí do sofá cama que uso para ocupar a sala de Clarissa cheio de disposição. Na noite anterior já tinha visto que nao tinha camisas passadas para vestir. Já tava achando que repetiria a pequena aventura doméstica de passar roupa com as camisas, a tábua de passar e o ferro. Fui no varal, separei três camisas, peguei a tábua - que mais uma vez insistia em nao ficar em pé, mas deu-se um jeito e... onde está o ferro?

Pois bem, passei longos e intermináveis minutos procurando o mané do ferro. Na realidade o mané na história fui eu pq nao achei o referido artefato que me proporcionaria deixar as camisas 'vestíveis'. Acabei indo ao armário e acabei achando uma camisa branca limpinha. Nem pensei duas vezes. Peguei, vesti e estou com ela. Mas quando voltar pro Sudoeste vou ter que achar o mané do ferro pra ver se estico alguma coisa pra trabalhar amanhã.

segunda-feira, janeiro 27, 2003

Por falar em Fabio Lino...

Como eu já escrevi outra vez, Fabio Lino (é um nome que só pode ser pronunciado com as duas palavras) é uma entidade brasiliense. Assim como existem as entidades da florestas e as entidades urbanas (como a mulher loura e o carro da pamonha), o Planalto Central tb oferece esse tipo sobrenatural.

Na noite de sábado estava eu com Clarissa conversando sobre nao ter o que fazer durante a noite quando meu molecular toca. Era o próprio personagem folclório nos falando de uma festa que pensávamos em ir, mas havíamos lido no jornal que nao existiria. Pois bem, Fabio Lino tanto insistou que nos convenceu. Fomos para a festa. Era simplesmete o evento de encerramento da Escola de Música de Brasília, onde uma big band (formada por alunos da escola) tocam de tudo, mas de tudo mesmo. Boa música, gente maneira e o que é melhor, é um esquemão que aprendi a chamar lá em Bangu de Festa 0800 (DE GRAÇA).

Já com a diversão garantida (e só nao foi perfeita pq a cerveja era Bavária e Kaiser) nos perguntamos sobre a referida entidade. Antes de sairmos de casa, lá pelas 22h, Fabio Lino havia ligado avisando que iria para um bar e me convidou para ir até lá, mas como já tinha castigado o figago 24 horas antes achei melhor preservá-lo.

Já quase 1h liga a peça pergutando onde estámos. Claro que era na festa que ele mesmo tinha nos convencido a ir. E avisa "Tô indo praí". Passou-se uns poucos minutos e o personagem chega. Faz uma social, troca umas palavras e diz "vou dar um rolé".

Já eram 5 horas da manhã quando foi embora com Clarissa. Fábio Lino voltou do rolé? Claro que nao, deve ter encontrado a mulher loura, o saci, a cuca, a mula sem cabeça, os duendes da floresta e o curupira pra ir - dentro do carro da pamonha - para uma festinha de entidades folclóricas.

Só hoje o encontrei e o cara vem me dizer com a cara lavada "No rolé, o guerreiro sorriu". Entao tá, né. Fico quieto, nao discuto com seres sobrenaturais. Eu acredito em Fábio Lino.
Saaanguê!!! Saaanguê!!! Saaanguê!!!

Sábado, começa o dia e tô lá de bobeira, curtindo uma lombra básica após ter enchido os potes. Vou ler o jornal e descubro que tem jogo do América na televisão. Gênio! Fui vasculhar a gaveta atrás da camisa do clube tijucano e fui assistir o jogo. Era América x Fluminense, no Estádio Giulite Coutinho, em Edson Passos, na Baixada Fluminense.

Como deu vontade de estar lá, junto com aquela torcida vestindo vermelho e gritando Sanguê! Sanguê! Deu mais vontade ainda após o resultado, a merecida vitória do América. 2 a 0. Fiquei feliz. Há tempos nao via o time vencer um dos grandes clubes do Rio. Tenho o sonho de levar Seu Carlos e meu padrinho pra assistir um jogo lá. Sei que vai ser algo inesquecível visto que, mesmo bem mais velhos que eu, são dois moleques, ainda mais quando se encontram. É o que dá quando seu pai escolhe um amigo de infância pra ser seu padrinho.


Golão do Guto, lateral direito, o segundo do América, já nos últimos minutos do segundo tempo.

Há pouco o foclórico Fábio Lino veio me perguntar se alguém pode ter dois times. Claro que sim, qual o problema? Quem impede? Onde está escrito que nao é permitido? Eu torço pro Flamengo e pro América sim. Qual o problema?

É sempre mais gostoso lembrar que o América ganhou o Fluminense pq o time vermelho geralmente nao faz essas coisas.

Enquanto isso o Mais Querido é líder ao lado do Bangu, ambos com duas vitórias em dois jogos.
Encontro

Enfim encontrei, após ter combinado, com o nobre companheiro Iuri. O cara é quase meu vizinho mas figurinha muito díficil de ser encontrada. Foi uma bela cachaça, jogamos sinuca (onde percebi que jogo mais que o cara, que só queria - sabe-se lá porquê - matar a bola 15), depois vazamos para outro bar onde uma amiga jornalista em comum estava se despedindo de Bsb (ela volta hoje pra cidade, só passa o fim de semana fora). No segundo bar consumi literalmente a boa e velha cachaça Salinas, três copinhos virados. Como é bom beber. Só é ruim dirigir depois. Não sei como o Ervilhão fez de novo, mas me levou interinho pra casa assim como Iuri e seu camarada que estava conosco.

sexta-feira, janeiro 24, 2003

Preguiça

Tô com preguiça de escrever, vou roubar imagens do Arnaldo. Só quero ver no dia em que esse mané começar a ganhar dinheiro se vai lembrar da propaganda gratuita que fiz pra ele...





Afro Rio em Brasília

Em meio a uma mega preguiça venho escrever que ontem fui à Afro Rio. Sim! Aqui tem Afro Rio tb! Com as mesmas peças da festa do Rio, claro. Só que é uma vez por mês. O público brasiliense é meio estranho, mas nada que me faça desanimar.

Maneiro, maneiro. Algo com cara do Rio nessa estranha cidade. Fora o fato de ter que tomar cerveja Primus a dois contos a lata, valeu.
Inutilidade

Eu nao leio árabe, mas descobri um blog em árabe. Pra quê? Pra nada. Mas o link dele é esse.

quarta-feira, janeiro 22, 2003

E o MV Bill, hein?

Eu sempre tive boa vontade com o cara, mas depois dessa é meio complicado ficar passando a mão na cabeça. O rapper que adora uma polêmica mandou mal dessa vez. Mandou lá no Viva Favela convocando uma coletiva no próximo dia 6. MV Bill entra numa de dizer que vai abrir o verbo contra o filme "Cidade de Deus", que, segundo ele, nada deu para a comunidade. Que só tirou da favela e soltou a frase: "Cidade de Deus ganharia o Oscar e que a nossa Favela ganharia o Oscar da violência".

A CDD já ganhou esse Oscar faz tempo, muito tempo. Nao sei o que o nobre companheiro negão quer falar, mas tenho medo que seja bobagem. Não adianta ficar esperando que o filme dê algo pras pessoas, o objetivo dele é levantar a pauta, é mostrar pra pessoas que estão fora dessa realidade que existe esse tipo de vida crua e violenta dentro do Rio de Janeiro, bem próximo da classe média. O que MV Bill quer? Que o filme dê cidadania? Como dar cidadania? Ele tem boas letras mas tb nao dá cidadania pra quem vive na sua comunidade, ele mostra a indignação, o esquecimento do poder público. Ao meu ver, mostra as mesmas coisas que o filme "Cidade de Deus".

Mas por que resolver falar justamente agora? Que interesse ele têm? Por que segurou tanto a língua e essa coisa de ficar batendo o pezinho surgir justamente agora? Ah, meu camarada, isso tá mal contado pra burro.

Hoje cedo havia lido no blog do Arnaldo que MV Bill faria o tal 'pronuciamento' e acabei não dando muita trela. Mais tarde fui dar uma olhada no Viva Favela e estava lá o texto desse que é o único rapper carioca a ganhar expressão. Nao dá pra saber o que o cara quer, parece que tá entrando numa de ser o 'porta voz das favelas', coisa que é impossível, visto que cada uma das inúmeras que existem enfrentam realidades próximas em vários fatores, mas com peculiaridades que as tornam diferentes (como quaisquer outras localidades, favelas ou não).

É verdade que ele se proclama como o Mensageiro da Verdade (MV), mas tenhâmos um pouco de paciência, né. Assim fica complicado. Depois que o Arnaldo falou eu lembrei que nosso 'herói' antes de dar entrevista pra Playboy fez questão que o entrevistador nao fosse um boyzinho (!). Pera lá, companheiro. Viva a diversidade! Nao é assim que a banda toca. Assim estamos vendo um exemplo de racismo, só que às avessas do qeu a sociedade se acostumou a ver no Brasil. A entrevista do negão é essa.

Bom que cada um tome suas próprias conclusões, mas o fato dele estar querendo forçar a barra pra ocupar um lugar desses nao me agrada. Esse aqui é o link pro texto dele.

É isso. Fiquie indignado com a postura e resolvi postar.
Vou ser tio

Após os filhos da Pacha e Chrisna, o primeiro marmanjo da galera da faculdade a ir pra maternidade (acompanhando a esposa) é o Bené. Adriana Bené (a tal esposa) deu entrada na maternidade no fim dessa tarde, logo mais teremos o pequeno Pedro Bené dando as caras por lá. Mais um tijucano no mundo. Quero ver o moleque, pena que isso nao vai poder acontecer tão cedo.
Enfim

Dona Zica morreu. Dá até vontade de fazer aquela infame brincadeira "ela morreu? antes ela do que eu". É verdade que no mundo do samba, que eu respeito e muito, D. Zica ganhou espaço e encima disso virou folclore. Por ser viúva do Cartola, colheu os louros do seu marido. Mas, com todo o respeito - é claro, o que fez D. Zica em vida além de ficar na aba do Cartola? Ela viveu 23 anos a mais que ele, falecido nos idos de 80 (de câncer, se nao me engano). Sabe-se que era grande cozinheira e ajudou segurando a cozinha do Zicartola, casa (extinta) de comida e samba na Rua da Carioca, no Centro do Rio - o lugar onde funcionou o Zicartola fica bem ao lado do Cine Íris, onde rolam as Loud!. Não contesto que tenha sido uma boa pessoa, que tenha viajado o mundo com sua escola, que tenha conhecido chefes de estado e figurões, mas e além disso? E de concreto pro Rio de Janeiro ou pro mundo do samba?

Como não tô aqui fazendo um obituário, dou-me o direito de questionar essas coisas. Por exemplo, p q tem gente que a chama de 'primeira dama do samba'? É bom que fique claro que a escola de Dona Zica não é o samba, como todas as outras é apenas parte dele, faz parte da história do carnaval da cidade do Rio. Já ficou claro que eu nao gostava da personagem, né. Mas nao gostava pelo fato de achar que se colocava sobre suas graças muito mais do que lhe era devido. Mesmo assim nao lhe queria mal, muito pelo contrário, mas admito achar chato toda vez que se referia à escola ter que vir junto um depoimento dela. Ela nao era a escola, mas apenas esposa de um dos fundadores.

De qq forma, nunca tive e nao tenho nada contra a pessoa D. Euzébia que morreu durante o sono aos 89 anos. Descanse em paz.
Novos links na listinha do PPS

A minha lista de blogs força amiga ganhou mais três links:

Elis, coleguinha (=jornalista) paulistana.
Luísa, outra coleguinha paulistana.
Pachorra, um casal mucho loco que posta as coisas mais surreais que já vi.

Megui, minha amiga catarinese perdida por terras californianas e que já faz parte da lista há algum tempo, já tem link pra comentários no seu blog. Agora vou deixar constantes msgs perguntando quando ela volta ao Brasil.

terça-feira, janeiro 21, 2003

Engraçada essa história do Amapá de fazer parte do Brasil na marra. A gente vê na história que não faltou foi gente querendo se ver livre de ser brasileiro... Teve aquela história da França Equinocial (acho que é esse o nome), no Maranhão; teve Olinda pertecendo aos Holandeses; os franceses tomando Nychteroy (Niterói, antiga capital do estado do Rio); até os gaúchos, os Farrapos, que entraram numa de fundar uma república lá no sul, ainda no período do Império, e acabaram tendo que voltar a assumir o governo dos Orleans e Bragança, lá do Rio; e até Antonio Conselheiro fundou Canudos e peitou o governo da já República Brasileira.

Lembrando isso ainda veio a cabeça que o mané do Uruguai foi Brasil, cara. Como é que pode? Imagina neguinho indo passar férias em Punta de Leste fazendo um vôo doméstico e aqueles times pentelhos tipo Nacional e Peñarol fazendo parte do campeonato gaúcho e do Brasileirão!

Bom, ao menos a gente não teria perdido a final da Copa de 50 pra esses manés pq eles seriam todos gaúchos mesmo.

Eita cabeça que viaja fácil...
Pagando pela língua

Ontem postei que tinha conhecido pela primeira vez na vida uma piauiense, o que acabou com uma brincadeira minha de dizer que nao exisitam piauienses no mundo. Sempre pintava alguém que conhecia um e tal, que era parente, neto, primo, filho, mas nunca uma nativo desse estado nordestino aparecia. Pois bem, isso acabou e conheci uma, a Fátima.

Nessa brincadeira rolou outro barato. Pra não perder o rebolado engatei na história de que o Amapá não existe, tanto que até senador pelo Amapá não é de lá, visto o ex-presidente e imortal José Sarney, cuja história é conhecida por todos como ligada ao estado do Maranhão. Como a brincadeira continuou, Fátima (que por essas estranhas vias do destino, conhece o ilustre ex-presidente desde criança) calhou de na tarde de ontem fazer um visita ao então chamado 'Seu Zé'. Chegando à sua audiência com o Doutor Senador 'Seu Zé' comentou da molecagem do Vicente aqui. Resultado: ganhei um livro sobre o Amapá. O que falar dessa situação? Sei lá. Vai do surreal ao sensacional.

O livro está aqui nas minhas mãos: "Amapá: a terra onde o Brasil começa", obra do próprio 'Seu Zé' Sarney e Pedro Costa (que cuidou da parte gráfica e dos textos tb). É um belo livro, vai entrar na fila para ser lido nos próximos meses. Pena que nao veio com dedicatória, ia ser o cúmulo do absurdo-surreal-pra-queimar-a-língua-do-Vicente.

O tal livro fala da história do Amapá, de como deixou de pertencer a antiga colônia francesa (a Guiana) e passou a ser Brasil e faz um apanhado histórico e econômico, localizando o simpático estado que tem a fronteira mais setentrional do país na realidade da Amazônia. O primeiro parágrafo é esse:

"O Amapá é o único estado do Brasil que se tornou brasileiro pela vontade de ser brasileiro. Aqui a história se contorceu, houve enfrentamentos e sangue. Surgiram heróis e mártires. Foi a luta e a determinação dos homens e mulheres do Amapá que todos os dias, em incursões de idealismo e patriotismo, baixavam a bandeira da França e faziam subir a bandeira do Brasil. O coração de ser brasileiros estava no peito dos amapaenses".

Uhu!

Uh! Uh! É Amapá!
Uh! Uh! É Amapá!
Uh! Uh! É Amapá!

Agora, se eles fizeram a opção certa...

segunda-feira, janeiro 20, 2003

Lendo isso aqui encima comecei a achar que esse blog já foi mais família...
Saudade disso...

Dos momentos de torcedor que Brasília tb nao me proporciona. Aqui, gritos da Jovem do Flamengo:

Não somos garis, mas vamos geral!
Torcida Jovem!
É o bonde do mal!


O alô pirão, alô alô boa vistão
Sou da Jovme do Flamengo o terror dessa nação
E já peguei a força, young flu, tjb
E agora estou botando até a mancha pra correr!


Ú ô cadê a força?
Ú ô a força sumiu
força vascaína cambada de cuzão
Eu sou da Jovem-Fla o terror dessa nação
E já peguei vocês, young flu, tjb
E agora estou botando até a mancha pra correr!


Eu sou Torcida Jovem, eu sou
Vou dar porrada, eu vou
E ninguém vai me segurar
Nem a PM!


Essa aqui é a melhor. É a coisa mais surreal que tem. Um tipo de resposta à Young Flu (toda pequenininha...) que insiste em cantar a música do papa.

A benção Ayatholá, nosso povo te adora
Tu vens em missão de guerra, seja bem vindo
E abençoa este povo que te ama
Ataca, massacra, impõe o seu valor
Não tem medo da morte ao inimigo causa horror
Nós somos da JOVEM e nosso lema é vibração
Estamos sempre prontos a cumprir qualquer missão
Saddan, Hussein, Saddan, Hussein!
Começou de novo

Esse fim de semana começou o campeonato do estado do Rio. O América não ganhou na estréia, mas tudo bem. O campeonato tá só começando. Mas pra me consolar o Mais Querido do Brasil venceu de virada no estádio do supracitado América. Blz. Começamos meio que tropeçando, mas ganhamos é isso que importa. Dois gols de Athirson. Athirson é seleção.

Foto tirada pelo Cassiano* e publicada no Globo de hoje

Segundo gol do Athirson no jogo de ontem.

* Cassiano tb é suburbano. Cria de Realengo.
Dia de São Sebá

Hoje é feriado na cidade natal. Dia do padroeiro, São Sebastião, que no Rio já virou Sebá. Tô perdendo o primeiro feriadão carioca... E eu aqui trabalhando... Eita vida ingrata... Hoje é dia de procissão pelas ruas do Centro e da antiga Zona Sul, carrengo a imagem do oficial do exército romano que se converteu ao cristianismo sei lá quanto tempo atrás e várias pessoas de vermelho...

Em Bangu tb é dia de procissão. A principal igreja do bairro é de São Sebastião e Santa Cecília. Hoje tem procissão pelas principais ruas do meu bairrozinho fofo e quente com trocentas pessoas vestindo vermelho...

E por falar em São Sebá acabo de me lembrar que existia uma imagem do santo, com uma luz vermelha por trás sobre o falecido palco do Circo Voador, aquele... na Lapa... que o Cesar Maia (prefeito de novo) mandou fechar anos atrás...
Piauí e seus nativos

Até a noite de sábado eu defendia a tese de que o Piauí é um lugar que nao existe, o que seria comprovado pela nao existêncai de pessoas nativas de lá.

Até então eu já sabia que a avó de Tuninha, D. Nazareth, é cria desse estado do Meio Norte; que o pai de Ana Helena, coleguinha candanga, é de lá; e, tb no sábado, conheci um jornalista baiano, amigo de Clarissa, tb é filho desses raros exemplares de brasileiros. Mas eis que Tuninha me apresentou sua prima Fátima, que além de admitir ter nascido na cidade de Campo Maior, 80 km a nordeste da capital do estado, tem um carro com placa de Teresina (eu até peguei carona)!

Meu mundo caiu... Agora vejo o universo de uma nova forma... com piauienses vivendo nele... Vivi 26 para conhecer o primeiro piauiense... Confesso que, depois das várias fotos que Fátima mostrou, fiquei com curiosidade de conhecer o Piauí. Mas isso é outra história.

Mas uma coisa é certa, o Amapá nao existe... Por essa tese eu ponho minha mão no fogo.
Pedido de desculpas

Ana, pessoa que vive no hemisfério norte e lê esse josta de blog, foi esquecida da lista. Ana, foi mal aê. Minha leitora baseada em Nova Iorque é cria de Madureira, capital do samba. Mais uma suburbana na história.

sexta-feira, janeiro 17, 2003

Voltando ao suburbanismo...

Lista ampliada:

- Meu amigo João Goiano, que nasceu em Goiânia, mas mora no Méier tb é suburbano de coração;
- Mariana, que tb nasceu no Centro-Oeste, só que aqui em Bsb, morou no Humaitá, mas agora tb é suburbana e moradora do Méier tá na lista;
- Alex Triplex, companheiro nascido em Cascadura, salve!
- Adriana Penha, conterrânea carioca que conheci através do meu primeiro blog quando morava em PE. Outra representante da Zona Oeste e criada em Realengo;
- A Luísa nao é assim uma suburbana nata, mas tem sangue dos nossos. Mesmo morando em São Paulo a menina tem avó de Realengo, minha vizinha no Rio!
- Elis é da Zona Leste de SP e tb sofre o mesmo tratamento mané que a gente da Zona Oeste carioca.
- Garrincha, aquele que nasceu em Pau Grande, na cidade vizinha de Magé, na Região Metropolitana do Rio, mas segundo Adrina Penha, era figurinha fácil por Bangu.

A chapa tá esquentando por lá... E lá vai seu George W. Bush querer infernizar a vida dos caras sem motivo concreto. Juro que nao ia ficar triste em ver a nação mais agressiva e belicosa do mundo, os eua, sendo postos pra fora de lá com todo o seu aparato militar...
Odeio o Real!

Fui fazer uma tranferenciazinha pra conta de D. Glória pra que a simpática progenitora pudesse pagar a parcela de Ervilhão, carro e parceiro. Pois bem, corri debaixo de chuva até o prédio ao lado onde há um posto pagador do banco da mamãe. Cheguei lá salpicado de gotas d'água e vi que a mané da máquina tava quebrada.

Voltei até o escritório onde fui dar uma de malandro, antenado, escolado e usuário das novas tecnologias. "Vou usar o home banking!", pensei. Fui, digitei tudo, tava lá a parada toda no esquema quando o site me pediu o cartão do banco. É pra já. Digitei e me surge a msg "Seu cartão está bloqueado". Ora, vá pro inferno! Realmente, na segunda-feira, esqueci a senha e o bloqueei. Mas já na terça, fui na agência e resolvi a parada. Mas mesma terça, quarta e quinta, usei o cartão. Mas agora, na sexta-feia, o home banking manda uma dessas? Fala sério.

Como havia prometido à minha progenitora fazer o depósito, peguei uma chuva sinistra até o shopping onde rola a agência mais próxima. E mais chuva pra voltar.

Mandei uma msg malcriada pra esses judas do Banco Real, mas do que adiantou se tô todo molhado da mesma forma? Morram empalados!

E se alguém vier falar pq nao usei guarda-chuvas.... que tenha o mesmo fim que os judas do Banco Real...

quinta-feira, janeiro 16, 2003

Post Santa Cruz



Vovô e vovó (pais da D. Glória) são crias do bairro de Santa Cruz, no extremo oeste da cidade do Rio de Janeiro. O extremo oeste é tamanho que o tal bairro fica, acredito eu, a uns 60 e tantos quilômetros do Centro da cidade. Pois bem, nesse bairro - que fazia parte de uma fazenda de jesuítas, vide o nome religioso - nasceu, em 1959 a Acadêmicos de Santa Cruz, onde Seu Roberto, meu avô, chegou a dar o suor no barracão confeccionando carros alegóricos para a escola. Parece bobeira, mas por conta disso - e das cores verde e braco (como a Mocidade) e a localização (Santa Cruz, na Zona Oeste pouco freqüentada por quem não mora por lá) - acabei separando um espaço do coração pra escola.

O primeiro desfile que assisti à vera, foi em 1989, quando a escola homenageou Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, quando até decorei o samba-enredo. No ano seguinte, assisti seu primeiro desfile no Grupo Especial com a homenagem ao povo do Pasquim, os Heróis da Resistência, e até o avô do Kheiron Jóphilo (furingudo que me deve uma corrida de táxi quando trabalhamos na eleição e não vou esquecer tão cedo), Mário Lago foi enrendo, ainda vivo, em 2001. Esse ano, a escola volta ao Grupo Especial, onde desfilou pela última vez em 1997 e espero que não se dê mal e caia, como acaba fazendo ao disputar com agremiações que contam com mais recursos. O enredo fala sobre o teatro, que mal ou bem rende bastante material: Do Universo Teatral à Ribalta do Carnaval.

Mas a maior vitória da escola nesse ano é ter garantido o direito de desfilar no Grupo Especial após nove meses de disputas judiciais com a Vila Isabel. No carnaval do ano passado uma jurada cometeu uma enorme cagada, trocando as notas da Vila com, se nao me engano, a União da Ilha, resultado: prejudicou a Vila. Só que na soma final quem acabou vencendo foi a Santa Cruz, primeiro lugar graças a falha de uma pessoa específica, que só percebeu o erro algum tempo após o resultado oficial ter sido anunciado.

Só que após o anúncio a tal juíza deu com a língua nos dentes, dizendo que houve a troca de notas. Mas o que fazer nesse caso se o resultado já foi anunciado? Podiam dar o título para as duas, mas havia a corrente que queria punir a Santa Cruz, o que seria cruelmente injusto e me incomodava profundamente ouvir de várias pessoas que seria mais justo dar o título à Vila, pq era a escola do bairro de Noel Rosa e tal e nunca tinha ido à Santa Cruz. Tenha paciência.... Pois bem, as duas escolas chegaram a um acordo e a Santa Cruz acabou dividindo a grana com a co-irmã da Zona Norte. A Vila acabou acatando o resultado e desfila no sábado, enquanto a Santa Cruz, abre os desfiles da grandes escolas.

PS: Maysão, perdão, mas essa Santa Cruz é a escola de samba do bairro dos meus avós maternos e não o clube mais popular do estado de Pernambuco.
Tava pensando quem tem origem suburbana e veio meio à cabeça...

Hermeto Pascoal, que mora no Jabour, em Senador Camará;
O dono da Forum, que nunca lembro o nome, é bangüense tb;
Fernanda Montenegro, sim, a diva do Teatro Brasileiro nasceu no Campinho, ao lado de Cascadura;
Miguel Falabela, aquela figuraça é insulana, ou seja, da Ilha do Governador;
Oswaldo de Oliveira, o Oswaldão técnico que toda imprensa apostou ir pra seleção, é de Realengo;
O Parreira, que foi campeão na copa dos Estados Unido e é o atual técnico da seleção é de Padre Miguel (meu vizinho!);
Jogar de futebol não vale, é verdade, mas nao custa nada citar o Ronaldo, de Bento Ribeiro, e o Zico, de Quitino Bocaiúva;
Tem a mala da Xuxa, que tb é de Bento Ribeiro;
O falecido Zé Ketti, nasceu em Irajá, mas morou em Bangu;
E por falar em sambista, tem o Zeca Pagodinho tb (sambista é apelação, eu sei, mas nao custa nada) tb é de Irajá;
- pô, meu pai tb foi criado em Irajá! -
Machado de Assis, do Engenho de Dentro;
Carlos Heitor Cony, também do Engenho de Dentro;
Isso, sem falar nos blogueiros como Eu - claro, ia ficar de fora? -; Robertuda, minha musa maior que me fez ser blogueiro como ela; Ana Paula PL, que também é baseada no subúrbio, na Abolição. Olhando pra minha lista ainda me veio o Dimmi e até a mente enlouquecida que alimenta todos os dias o Eu, hein!. E ainda tem gente que usa o fato da gente ser suburbano como xingamento.

Todo poder ao subúrbio!
Momento suburbão com indignação

Não sei porque essa história me veio à cabeça, mas já que veio, vou postar. Tava pensando e ficando indigado com essa história de se usar o adjetivo suburbano pra agredir verbalmente uma pessoa. Por que o fato de ser suburbano é pejorativo? Por que é necessariamente ruim ser suburbano? Discordo com todas as minhas forças. Quer dizer que essas pessoas já me olham como se eu fosse um coitado? Alguém que nao vai ter qq possibilidade de crescer na vida só por ser suburbano? Fala sério!

Odeio esse tipo de sectarismo da classe média que acha que só é gente com capacidade de pensar aqueles que, no caso do Rio de Janeiro, nasceram da Tijuca para a Zona Sul. Não é só no Rio que funciona assim, em outros cantos esse comportamento social tb vale. E mesmo fora do Rio continuo odiando tudo isso. Todo poder aos suburbanos!

quarta-feira, janeiro 15, 2003

"Todo safado assumido é um safado legal"

A história de passar camisas ainda me rendeu uma singela homenagem da amiga radicada em PE. Só que D. Glória só lê o blog com a ajuda de Irmão-Léo, ainda bem que esse não é leitor assíduo. Minha amiga tb confundiu meu camaradas figuraças, nao pus a ligação delatora na conta do Baiano, mas na do Goiano. Tudo bem, tanto a Rainha quanto D. Glória conhece os dois mesmo.

Em tempo, eu sou safado mesmo e sou feliz. Antes só Roberta dizia isso, agora a Rainha tb diz. Mas gostei dessa de safado assumido ser safado legal. :-)

Por quê eu espinafro o PPS?
Um safado assumido é sempre um safado legal


Espinafro porque ele é fura-olho. No Preto, Pobre e Suburbano, o furigundo posta que, pela primeira vez na sua curta vida de solteiro conseguiu passar camisas lá em Bsb. Aí revela que espera que D. Glória, sua digníssima mãe, não descubra jamais. Só pra sacaneá-lo, disse que eu mesma ia contar pra todo mundo (mentira, só contei pro Senhor do teu Anel).
Aí, hoje o furigundo revela que Dona Glória descobriu e que a primeira coisa que pensou foi que eu ou o Baiano (outro amigo de Bsb) tivéssemos nos prestado ao papel de ligar pro RJ só pra contar....
É mole?
Aí eu fui reclamar e ele disse que não passava de um safado. Ok, pessoas do mundo inteiro: O PPS É UM SAFADO!!!
A título de esclarecimento: a mãe dele leu o blog. E ele só descobriu isso por causa das camisetas. Hahahaha. Ironias do destino

segunda-feira, janeiro 13, 2003

Da série 'Bêbado e criança Deus protege'

Sábado, após o compromisso Calaf, fui ao aniversário do Henrique, outro coleguinha e boa gente. Só que é justo no lugar por onde eu menos circulei de Brasília, o Lago Norte. Já cheguei lá devidamente calibrado após uma tarde inteira de Bohêmia, Skol e até Primus (é verdade, eu tomei e nem lembro do gosto). Fui com Ana Paixão, que me guiou até lá, mas na volta, nao lembro pq nao voltei com ela e peguei o caminho sozinho. Sinistro foi me perder em todos os lugares que passei. Acho que conheci todas as ruas sem saída do Lago Norte. Bati cabeça bonito, parei o carro, deixei ele ligado o rádio tocando e fui marcar o território como bom mamífero pra ficar mais tranqüilo e só aí achei o caminho de volta, lembro que peguei umas retas e... as lembranças sumiram. Não lembro ao certo como cheguei em casa, mas mais uma vez o ditado valeu. 'Bêbado e criança Deus protege'.
O que fazer nos sábados?

Nos próximos dois sábados não vai rolar samba no Calaf. Meu Deus, o que será da minha vida! Essa que era a única coisa que eu fazia na cidade e ficava ansioso pra chegar não rola mais nesse mês! Aí é complicado sobreviver.
Pensando em mudar o nome do blog

Hoje lá foi o Vicente pagar duas contas no banco e sacar dinheiro para pagar a faxineira, ao chegar sua vez na fila, passa o cartão e... me dou conta que esqueci a senha. Que ódio. Liguei pra D. Glória pedindo pra ela ver o número pra mim e... acaba a bateria do celular. A caixa, muito solicitamente, diz: "o senhor pode pagar com o chegue". Claro, só que justo nesse dia o talão ficou no escritório. Mais ódio. Difícil ser feliz assim. Já ando pensando em mudar o nome do blog de Preto, Pobre e Suburbano pra Diário de um Pateta.

Claro que voltei ao escritório, peguei o talão e resolvi tudo depois, mas que dor de cabeça furinguda.
Domingo, tava lá eu de bobeira assistindo a um reprise de jogo do campeonato espanhol pela Bandeirantes quando toca o tel. D. Glória do outro lado vem falar comigo, pergunta o que tô fazendo e respondo dizendo "nada". Quando eu menos espero lá vem ela com a bomba: "Então por que vc não vai passar uma roupinha?"
Como assim? Depois ela disse que leu meu blog. Meu Deus, minha mãe acessa meu blog! Eu já pensando que o Goiano ou a Rainha tinham feito que prometeram, já pensava que um deles tinha furarado meu olho, mas D. Glória limpou a barra dos dois. "Seu irmão que me mostrou". Ah, é? Meu irmão lê essa josta? Fiquei duplamente boquiaberto.

O pior é que eu tinha escrito no próprio post que nao seria bom pra mim se ela lesse... e nao é que ela leu?

sexta-feira, janeiro 10, 2003

Nota divulgada hoje pela Fenaj

"Quinze meses após conceder tutela antecipada contra a exigência de qualquer formação para o exercício da profissão de jornalista, a juíza da 16a Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo, Carla Abrantkoski Rister, finalmente resolveu tornar sua decisão definitiva. Conforme já anunciara em sua tutela antecipada, na sentença publicada hoje (10 de janeiro de 2003) no Diário Oficial do Estado de São Paulo (Caderno I, parte II, pág. 117), a juíza mantém a confusão entre exercício profissional do jornalismo e direito de expressão. Enquanto o direito de expressão é inerente à existência da cidadania em qualquer sociedade democrática, e válida para todos, o exercício da profissão atinge tão somente aqueles que utilizam o jornalismo como meio de vida.

A Federação Nacional dos Jornalistas e todos os Sindicatos de Jornalistas a ela filiados reafirmam o seu entendimento de que a decisão da juíza é contrária ao interesse público, pois retira qualquer exigência de uma formação, por mínima que seja, para o exercício do jornalismo, uma profissão cuja existência interfere de forma tão decisiva na qualidade da informação divulgada para toda a sociedade. É, ainda, uma decisão retrógrada, pois tenta retirar dos jornalistas uma conquista de oito décadas de luta, que é a exigência de formação específica para a obtenção do registro profissional.

A FENAJ esclarece que apelará imediatamente dessa decisão de primeira instância. Cabe recurso, também, por parte da Advocacia Geral da União, uma vez que a ação é dirigida contra o Ministério do Trabalho, responsável pela concessão do registro profissional dos jornalistas.

Por enquanto, não é possível dizer quais as repercussões dessa decisão nos procedimentos das Delegacias Regionais do Trabalho em todo o país. A FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo estudam, juntamente com sua assessoria jurídica para esta ação, prestada pelo advogado João Roberto Piza Fontes, de São Paulo, as medidas a serem tomadas e as repercussões que a decisão da juíza têm, de imediato, sobre a tramitação dos pedidos de registro nas DRTs. Mas, deixa claro, mais uma vez, que a única forma de o jornalista ficar tranqüilo quanto ao seu registro profissional, é atendendo ao que diz o Decreto 83.284, de março de 1979, que exige, para o exercício da maioria das funções jornalísticas "diploma de curso de nível superior em Jornalismo ou de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, fornecido por estabelecimento de ensino reconhecido na forma da Lei (...)", com exceção dos jornalistas de imagem (repórteres fotográficos e cinematográficos, diagramadores e ilustradores).

A FENAJ e os sindicatos de jornalistas do país mantém a confiança de que a lei da profissão é absolutamente constitucional e que, por essa razão, alcançaremos a vitória na decisão final sobre essa questão, no Supremo Tribunal Federal. E que está trabalhando com afinco para que o Anteprojeto de Lei que cria o Conselho Federal de Jornalismo, e que mantém a exigência de formação específica para o exercício da profissão, seja enviado ao Congresso Nacional o mais rápido possível.

Brasília, 10 de janeiro de 2003."

Porque eu acho o diploma de jornalista necessário

Acabo de ler no Comunique-se que mais uma vez a juíza Carla Rister, da 16ª Vara Cível de São Paulo, mandou o nosso diploma de jornalista pra cucuia alegando que se deve ter liberdade de expressão. Peraí, cara, nao é assim. Acho engraçado que todo mundo acha fácil ser jornalista, acha que é só sentar, escrever o que quiser e pronto. Sempre citam que nos Estados Unidos ou França não existem cursos de graduação em Jornalismo, mas só de pós. E daí, meu Deus, lá a realidade educacional é totalmente diferente daqui.

A juíza não viu que detonar a obrigatoriedade da formação é voltar atrás. Se nao, é olhar o porquê da criação do curso, houve demanda, uma necessidade pra isso. E nao penso na defesa do diploma como uma forma de defesa do mercado, como provavelmente até alguém pode pensar, mas como uma forma de defender a coisa feita com decência.

Ou anos atrás, quando nao existia necessidade do diploma o jornalismo era melhor ou pior? Pior, é só olhar os jornais nos arquivos e comparar. Quem achar eus os do tempo do ronca são melhor apurados e redigidos que fale. Mas quero que fale alto.

Pra ser jornalista é necessário ter um visão no mínimo crítica dessa josta da sociedade em que a gente vive, é preciso saber olhar, pensar e tratar a informação. Existem aqueles que acham que só um cursinho profissionalizante resolveria o caso, o que é leviano demais e acabaria nivelando por baixo as redações.

Vi algo curioso anos atrás quando fiz um curso de especialização dado pelo Dia e pela Faculdade da Cidade, inicialmente ele era aberto a qq pessoa que tivesse interesse na área jornalística, mas viu-se logo que nao funcionou, que nao é assim que a banda toca. Essas pessoas, fora da área jornalística e que entraram, nao levaram o curso à frente, nao tinham conhecimento pra tocar a coisa, tanto que na segunda versão esse mesmo curso já era fechado para profissionais formados em Comunicação e bacharéis em jornalismo.

A discussão pode ir mais abaixo e chegar no nível universitário, da formação mesmo. O que se pode dizer é que existem faculdaes além da conta hoje em dia e, por conta desse excesso de oferta, nem todoas podem ou conseguem dar uma formação adequada àqueles que entram nela querendo um diploma ou se tornar um profissional de Comunicação. Muita gente sai sem qq condição de trabalhar em meios de imprensa ou assessorias ou produtoras ou sei lá o quê dessas escolas, esse pode ser um dos motivos que levaram a juíza a detonar nosso diploma, mas isso é algo que se resolve com qualidade de ensino.

Também anos atrás, e nao sao tantos assim, pq me formei há cinco anos, fiz movimento estudantil onde a gente já falava disso, de melhorar as condiçoes de ensino, de melhorar os currículos de melhor adequá-los ao que se faz no cotidiano. Mas o curso é tão rápido, é tão nas coxas que pode passar em branco pra muita gente, como eu acabei vendo passar.

Bom, espero que a Fenaj corra atrás disso pra resolver o caso e defender a nossa formação. Tô postando embaixo a nota divulgada pela federação sobre o caso.

É isso.
Lembrei que nao fiz o balanço das boas bebedeiras do passado... Tenho que fazer isso em outro momento.
O que é Afonso Brazza?



Td bem, eu nao sou candango, sabia que o cara existia, já tinha visto e lido algumas matérias sobre ele, mas nunca havia assistido um filme. Nessa tarde, Fábio Lino chegou aqui com um estojo com a pérola: "No eixo da morte". Fomos ver. O filme é B toda a vida, os filmes têm enredo mal amarrado, são mal editados e tudo o que de mais louco pode existir, mesmo assim o cara é adorado por aqui. Andei lendo que é um referencial na cultura candanga. Brazza, que é soldado do Corpo de Bombeiros, faz um tremendo samba do crioulo doido, é uma espécie de Rambo do Centro-Oeste. É o mais caricato canastrão que já vi, a produção é barata e os atores (que morrem em sua maioria durante o filme) são amadoríssimos. Até Fábio Lino disse já ter morrido em uma dassas fitas. O cara é tão adorado que entra no circuitão de filmes local. Coisas de Brasília.

Mesmo assim é inegável seu valor, Brazza nem é do Plano Piloto, onde as pessoas geramente têm mais condições financeiras e culturais. O cineasta candango é do Gama, a cidade satélite mais ao sul do DF e consegue fazer o que se propõe: entreter as pessoas.
Robertuda, mulher que eu adoro e que me obrigou a ser blogueiro como ela, pediu ao Vicentinho que lembre que o Homem é Tudo Palhaço - termo com o qual eu nao concordo por generalizar demais o gênero - está entre os Top 10 do Ibest. Pois bem, além do Mundo Estranho ela é uma das mentoras do HTP. Ela e Ana Paula PL. Vai e vota nelas.
Vida de solteiro

A vida da gente é sempre feita de pequenas vitórias e derrotas, assim se vai compondo o cotidiano. E ontem foi a vez uma dessas vitórias que é sempre bom ter. No caso de um solteiro as coisas também funcionam assim, por exemplo, ontem lá estava o Vicente pensativo com o seguinte fútil problema: não ter roupa pra ir trabalhar no dia seguinte. Diante disso, duas soluções se apresentam: comprar uma camisa nova ou passar aquele mafuá de camisas que parecem ter saído da boca do cachorro. Devido à pendenga financeira, a primeira opção se mostra impossível e a segunda fica como sendo a única saída.

O problema era um entrave psicológico adolescente somada a um preguiça mais que baiana (se o Marcus baiano lê isso pega no meu pé mais uma vez). A última vez em que tentei passar uma camisa foi um desastre, ainda moleque e na ânsia de sair com os colegas acabei deixando um simpático triângulo, deixado pelo ferro quente, na camisa que usaria. Aquilo acabou me atormentando e me convencendo de que essas tarefas muito complexas não seriam pra mim. Pois bem, aqui em Bsb, sem ter pra onde correr tive que enfrentar o medo.

Tudo bem, foi mais de uma hora para passar três camisas, uma tarefa muito árdua e complicada, a partir do momento de se montar a tábua de passar - o que parecia ter sido feita por um taxista ou um vascaíno (pessoas que estão mais preocupadas em atravancar a evolução da humanidade) - e não queria ficar em pé.

Pela graça do padroeiro dos solteiros atolados, que nao sei quem é, nenhuma camisa ficou queimada. Perfeito. Já me sinto apto a tentar repetir essa pequena aventura doméstica em outra oportunidade.

E que D. Glória nunca leia isso, pq se ela souber que tomei vergonha na cara e passei uma camisa vai me zoar por muito tempo.

quinta-feira, janeiro 09, 2003

Algo que me deu medo foi o comentário de uma amiga minha que mora em Brasília há alguns anos.

"Aqui vc não tem a mesma qualidade de vida mas ganha um pouco mais que nas outras cidades. Mas depois desses anos não sei se vi para cá valeu a pena".

Essas coisas me deixam um pouco apreensivo em optar por ficar...
Charge do Aroeira publicada no O Dia de hoje.

quarta-feira, janeiro 08, 2003

A primeira festa de aniversário de Mano Wladimir

Acabo de receber essa pérola por e-mail e não pude furtar ao prazer de publicá-la no PPS. Nicolas, chefe e sangue bão, enviou pro Vicente e já falou "essa tu vai querer pôr no blog". Nicolas é um visionário.

A primeira festa de aniversário de Mano Wladimir

Mano Wladimir está tenso. No colo da mãe, Marisa Monte, ele ainda não conseguiu entender exatamente o que está se passando. Ao seu lado, Carlinhos Brown conversa com Wally Salomão, que cita uma poesia de Caetano Veloso, que dá um brigadeiro orgânico (sem chocolate e sem leite condensado) para Zeca, que leva um pito da mãe, Paula Lavigne. Mano Wladimir está
tenso. É a sua primeira festa de aniversário.

"Criança sã/De uma rã/Guardiã/Eu sou seu fã/Na manhã/Aramaçã/Cunhã". A música infantil escrita por Arnaldo Antunes especialmente para a festa é a trilha sonora da dança das cadeiras. Nada da Turma da Mônica, nada de atores desempregados vestidos de Pikachu. Aqui a coisa é diferente. MM resolveu ser mãe em grande estilo e contratou a Companhia Bufa de Artes e
Performances do Absurdo para animar a festa. Fantasiado de Ed Motta, um ator recita de trás para a frente toda a obra de Eça de Queiroz para algumas crianças. Do outro lado da sala, um grupo de clowns (sim, porque numa festa como essa é proibido ter palhaço) ensaia uma volta à posição fetal enquanto ostenta reproduções dos parangolés de Hélio Oiticica. Num canto, Carlinhos
Brown dá uma entrevista para uma repórter da revista Bravo, escalada especialmente para cobrir o evento.

- E aí, Brown? Está feliz com o primeiro aninho do Mano Wladimir?
- É uma coisa da modernidade nagô, no que tange a referência espaço/tempo do ciclo da história humana. O cósmico supremo da realização superlativa, a poética da bioenergia enquanto motor da sublimação ótica. É onde o eu e o tu fundem-se na epiderme inconsciente.
- E o que você deu de presente para ele?
- Pensei na questão do pacifismo, na guerra como catalisador das emoções humanas ao mesmo tempo em que atrai e repudia o ser. A máquina ceifadora que gera vibrações orgânicas, que tangencia e descontinua a unidade solar dos povos.
- Como assim?
- Eu dei um boneco dos Comandos em Ação...

Enquanto as crianças não podem comer o bolo de cenoura, aniz e mel de cana - que traz estampado uma reprodução de O Abaporu, de Tarsila do Amaral, em sua cobertura - Marisa Monte serve a elas copos de suco de gengibre e balas de cravo da Índia. Até que Paula Lavigne tem a idéia de chamá-las para um karaokê.

Quem começa a brincadeira é Benedito Tutankamon Pedro Baby, cinco anos e filho de um dos roadies de Arnaldo Antunes, que canta O Avarandado do Amanhecer, de Caetano Veloso. Em seguida é a vez de Zabelê Tucumã Nhenhé Çairã, três anos e filha da empresária de Carlinhos Brown, que canta Ana de Amsterdã, de Chico Buarque. Ao saber que a próxima criança a cantar é a
impronunciável Zadhe Akham Mahalubé Sinosukarnopatrionitnafilewathua, filha da copeira de Marisa Monte, Paula Lavigne acha melhor suspender o karaokê.

É hora do Parabéns a Você. Os convidados reúnem-se em torno da mesa. E então, Marisa Monte anuncia uma surpresa: quem irá cantar o Parabéns é Carlinhos Brown.

Brown, que andava meio sumido depois de sua entrevista para a Bravo, aparece vestido com um cocar feito de canudinhos de plástico, uma camisa de jornal e uma tanga de folhas de bananeira. Atrás dele, 315 percussionistas da Timbalada, um videomaker e quatro poetas marginais. Brown pega um garrafão de água mineral e começa a cantar sua versão para Parabéns a Você:
- Vim para cantar/A tropicália alegria de um povo/Azul, badauê,zumbi/Ela não mequer/Mas sou um tacle regueiro/Viva o divino samba de João/Monarco na rua/Meu bloco chegou.

Arnaldo Antunes se empolga e começa a recitar poesias descontroladamente, Marisa Monte gorgeia e improvisa algumas melodias, a Timbalada toca um samba-reggae, Paula Lavigne cai na farra e Caetano acha tudo "lindo". O videomaker filma tudo e Wally Salomão escreve o release. Os poetas marginais aproveitam a confusão para roubar uns docinhos.

Um executivo de uma grande gravadora, que entrou de penetra, contrata todos os presentes e promete CD, DVD, livro, críticas favoráveis no New York Times, participação de David Byrne e especial de televisão. Para comemorar, Arnaldo Antunes põe um disco de Lupicínio Rodrigues. O ator vestido de Ed Motta cospe fogo.

Marisa Monte lê Mário Quintana em voz alta. Mano Wladimir chora. É a sua primeira festa de aniversário.

A pior cantado do mundo

Essa cantada foi a pior do mundo e foi real. Aconteceu em um das tardes de samba no Calaf há cerca de um mês. Lembrei dela agora ao ler um post na Mariana.

A gente acabava de chegar ao bar e um indíviduo que parece o Ken, louro alto e com a cara tão esticada que parecia cheia de butox, chegou até sua suposta vítima e mandou:

Ken - Oi, vc conhece o Juca?
Ela - Não, por quê?
Ken - Prazer, eu sou o Juca.


Nem num carnaval o cara vai conseguir beijar alguém dessa forma. Morte aos pregos desse mundo, inclusive ao Juca.
Ah, mais outro!

Vanessa, sócia de Robertuda tá com outro blog. Ela tem um barato curioso, o de criar e matar blogs. A próxima vítima é esse aqui: Contra o tédio, blogar é o melhor remédio. É sempre divertido ler o que a peça escreve.
Cesar tb virou blogueiro

Cesar Chevrand, figura do bem que tb foi meu calouro (acho que poucos no mundo nao foram meus calouros, até Roberta, Ana Paula e João Goiano foram), tomou vergonha nos cornos e tá fazendo o seu blog. Ele manda bem, pq eu tb nao ia botar link pra mala no meu PPS, né. Vai lá, mané.
Tô num momento estranho de dúvidas, ou melhor, falta de metas. Sem objetivos a gente não anda pra frente porque nao existe um lugar para chegar. Isso é péssimo, é melhor eu sentar e repensar essa josta de vida e ver o que vou fazer pra mim mesmo. Nao sei se invisto em ficar em Brasília, não sei se opto por voltar pro Rio, nao sei se chuto o balde e vou das as caras por São Paulo... Nao sei, nao sei, nao sei... Odeio nao saber.

terça-feira, janeiro 07, 2003

Marcando o território

Tinha esquecido de postar essa, mas Tuninha me lembrou. Essa história foi contada por George - camarada, respectivo de Maysão e comuna - quando estive fazendo a social básica com os pernambucanos. George tb é de Pernambuco. Não lembro quem fez a metáforo pra ele, mas lembro que foi dele que escutei.

Bom, a história é a seguinte e parte do pressuposto que somos todos mamíferos e, como tal, procuramos sempre demarcar o território. George citou os lobos, cujo líder da alcatéia dá uma mijadinha aqui e ali pra mostrar que ele é quem tá mandando.

Após isso, lembrou justamente do que Lula havia feito. Luis Inácio, já em Brasília, foi a Catedral e deu uma mijadinha. Logo depois, foi ao Congresso Nacional, onde rolou mais uma mijadinha. Após estar empossado, o presidente foi até o Palácio do Planalto, onde recebeu a faixa de FHC e, tcharan, baixou mais outra mijadinha. Já mandando na parada, Lula foi ao parlatório pra mijar um pouco mais e, na pilha de mostrar que ele tá mandando geral, passou em meio à população espalhada pela Esplanada dos Ministérios pra mijar agora pra todo o povo e garantir que aquele pedaço é dele agora.

É ou não é uma teoria genial? Palmas para o seu criador e obrigado ao pernambucano por me te contado.
Quem diria que a terra do João Goiano tb tem coisas boas

Naquele período entre o Ano Novo e o início da vida normal em Brasília foi usado para conhecer a Chapada dos Veadeiros, no nordeste do estado de Goiás. Meu único amigo goiano, o João Goiano, provavelmente não conhece esse pedaço da sua terra natal que provavelmente lhe deixaria orgulhoso. E esse mesmo pedaço me encheu os olhos e, devido a claridade – tem cristal pra burro no chão, me deixou mais negão que o normal.

Obviamente não existem mais os tais veadeiros, que eram caçadores de veados e não senhores respeitáveis durante o dia que durante as madrugadas caçam travecos nos calçadões de Copa ou michês na Esplanada do Castelo, no Rio. Eram aqueles maluquinhos que caçavam os saltitantes e ariscos animaizinhos.... Ó, que fofo... Engraçado é que é difícil demais ver qualquer animal dentro do Parque Nacional.

O parque tem formações alucinantes, o caminho até lá tb é de encher os olhos. Os últimos cem quilômetros são de um verde lindo, cercado por morros e bois e toda essa coisa bucólica que é bom ver e dividir o espaço vez por outra. Foi a primeira vez em 26 anos de vida que um arco-íris completo, com todas as cores, começando no chão e se fechando do outro lado.

A Chapada fica a três horas de Brasília e sua entrada fica na cidade de Alto Paraíso, lugar cheio de pessoas alternativas e cheias de terapias e cristais energéticos e tudo mais. Tb foi lá que pus a gasolina mais cara no Ervilhão até agora, só R$2,24 o litro. Tb devia ser uma gasolina super energizada ou algo assim.

Devido ao pouco tempo, só pouquíssima coisa da região foi conhecida. Bom que restou mais coisas pra ser conhecido da próxima vez que eu for lá. Tá na lista ver o Vale da Lua, os Saltos de 120 e 80 metros e o que mais for possível, só espero ter pernas pra tanto, porque geralmente são trilhas meio puxadas. Foram cachoeiras e canyons que me deixaram cansado pra burro para alcançar, mas deram grande traqüilidade. Tb pudera, em meio a 12 km de trilha fica meio pesado, né. Mas tudo bem, o guerreiro jamais foge à luta.


Esse canyon é bem maneiro, pena nao ter foto das Carioquinhas - cachoeiras tb no meio do parque e que têm uma ultra hiper micro prainha de areia branca.


Vale da Lua.
Que enredo é esse, meu Deus?!

Lá vem a minha Mocidade pra mais um carnaval, pena que nesse ano o enredo esteja deixando a gente bastante amedrontado. "Para sempre no seu coração, carnaval da doação" é uma idéia simpática, afinal procurar incentivar as pessoas a doarem seus órgão e consequentemente salvarem vidas é uma boa ação, mas será que um desfile de escola de samba é o lugar mais eficaz para esse tipo de campanha?

A Mocidade já teve enredos antológicos, eu mesmo assisti a desfiles maravilhosos como o Ziriguidum 2001 (em 85) e Tupinicópolis (87), do Fernando Pinto; Vira Virou a Mocidade chegou, do Renato Lage, assim como o próprio enredo sobre o circo do ano de 2002, isso só pra citar alguns. E isso, sem citar os próprios enredos do Chico Spinoza, atual carnavalesco da escola e criador do Paulicéia Desvairada, pela Estácio de Sá, em 1992, que foi algo maravilhoso, tudo bem que ele esteve no carnaval paulista por alguns anos, onde – tenho que admitir – fez coisas interessantes pela Vai-vai, nos últimos dois anos esteve na Unidos da Tijuca e fez outro enredo interessante ano passado na escola do Morro do Borel sobre Nelson Rodrigues. Mas, então, por que diabos ele pôs na cabeça agora que tem que fazer esse maldito enredo?!!!

E quando o enredo é ruim, o samba-enredo segue o mesmo caminho. Na quadra, onde encontrei meus camaradas Emerson e Luciana, conversamos e chegamos a conclusão que até mesmo o samba que falava da Avenida Brasil era melhor que esse. Torçamos pra não termos o mesmo fim do Império Serrando que, anos atrás, ao fazer um infeliz enredo sobre Beto Carreiro foi rebaixado e ainda não consegui se reerguer como nos anos anteriores.

O pior é que ainda dá abertura pros malucos como o Arnaldo ainda virem fazer piada perguntando se vai ter fantasia de baço. Sinistro vai ser ver a bateria fantasiada de rim, soro ou sei lá o quê.
O porquê do Bsb

Por essas coisas é bom conhecer gente inteligente, essas pessoas sempre aparecem para acabar com nossa ignorância sobre certos assuntos. Estão aqui duas explicações sobre a orgigem o tal BSB.

Essa versão veio do Rio, mas Mariana nasceu nessa estranha cidade no coração do país que me acolhe há pouco mais de dois meses:
"Mari-candanga explica: nos tempos do telégrafo, cada cidade era identificada por uma sigla de 3 letras. A de Brasília era BSB. A sigla caiu nas graças dos brasilienses e se tornou popular. Só não sei se hoje em dia essa sigla ainda é usada pra alguma coisa..."
Mari

Essa outra veio da minha amiga paraense que mora em Pernambuco, mas já passou uns tempor por aqui:
"É sim. É a sigla aeroportuária como se designam as cidades. recife por exemplo é "REC". Brasília é Bsb. Como o povo que por aí trabalha vive mais de aeroporto do que qualquer coisa...."
Rainha do Maracatu

segunda-feira, janeiro 06, 2003

Elocubrações políticas

Seu Carlos x Carlista

Seu Carlos, meu respectivo pai, odeia com todas as suas forças o senhor Toninho Malvadeza. Pois bem, nessa ida para a santa cidade do Rio de Janeiro, levei comigo meu camada nascido e criado no estadon onde o supracitado senhor do mal é rei. O que esperar? Claro que o Baiano era carlista.

Como passei boa parte do meu circulando pela cidade ou repousando pra sair durante a noite, Baiano deu umas circuladas com Seu Carlos quando tomaram cerveja e falaram sobre sei lá o quê. Não presenciei o momento da tal confissão feita a meu pai, mas queria muito ter visto a reação dele. Provavelmente Seu Carlos deu um pulo para trás e perguntou “por que, Baiano?”. A parada é tão sinistra que o companheiro nordestino até se refere ao novamente eleito senador da República como ‘padrinho’. Pior, o sobrenome dos caras é o mesmo.

Eu mesmo fiquei pensando como eu pude levar um carlista pra dentro da minha casa, mas como bom cristão e respeitador da diversidade, caiu a ficha. A gente mora numa democracia. É obrigação de quem opta por esse tipo de regime respeitar outra visão política diferente da nossa. Palmas para o Seu Carlos que mesmo sem ser um doutor tem posturas para as quais tiro o chapéu. Além de conversar mais interessadamente com o Baiano, procurando entender porquê um jovem universitário de 25 defende ACM, ainda fez o meu companheiro carlista sentir-se em casa.


Esquerda que se racha

Mas, por outro lado, já aqui no Distrito Federal senti o outro lado da moeda. Maysão, adorável figurinha pernambucana que tb veio participar da posse do Lula, ficou hospedada em uma cidade satélite um pouco distante do Plano Piloto. A furinguda só me ligou no fim da tarde da véspera de sua partida, pouco antes de eu entrar no cinema para assistir o segundo filme da trilogia “Senhor dos Anéis”, que não é propriamente um filme curto. Acabado o filme, desci praticamente todo o DF na direção sul para encontrar Maysão, que não deve chegar a 1,60 m de altura. Mayse e seu respectivo são figuras do Partido Comunista do Brasil, o PC do B, antigo Partidão.

Na época de estudante tive má vontade com os companheiros comunistas, mas com um pouco de maturidade isso acaba indo por água abaixo e vemos que nossos objetivos e formas de entender o mundo tem muito mais pontos comuns que diferenças. Diante disso, confesso ter me sentido meio acuado quando cheguei para visitar a pernambucana. Seus amigos, todos do Antigo Partidão, tomaram o Vicente pra Cristo na história simplesmente por preferir acreditar no Partido dos Trabalhadores e ter feito parte da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), na qual o PC do B nunca conseguiu se impor, ao contrário da UNE. No fundo, somos todos socialistas, mas eles não entenderam assim. Pior, por estarem em maioria ainda quiseram acuar o mané do Vicente. Tudo bem que Maysão e seu respectivo estavam do meu lado, mas a situação foi no mínimo chata.

Maysão pediu desculpas pelo incidente e nem precisaria ter feito isso, pq sei que isso não foi sua culpa, mas voltou a me dar a impressão que existem certos grupos que ainda são muito fechados, meio que vivem em guetos e fomentando essa richa partidária entre a própria esquerda, justo num momento em que todos devíamos pensar em fazer parte de uma coisa só e não ficarmos alimentando as diferenças como nesse caso.
Voltando pra cá

A volta para Bsb (até hoje não sei porque esse lugar se chama Bsb!) foi dolorosa. O Ervilhão deixou o Rio de Janeiro com cinco passageiros: eu, Tuninha, Baiano, Marquitous e sua respectiva. Pensei que o meu nobre e guerreiro carrinho ia fazer feio. Fez nada. O carro é raçudo pra burro, subiu bonito a Rio-Petrópolis e peitou toda a BR 040 até chegar no Planalto Central. Percorremos outra vez todos os mais de mil quilômetros que agora nos separam do mar e dos bons costumes cariocas.

Foram dezoito horas de pista, Baiano levou o carro por seis horas e eu fiquei no voltante por doze. Algo de rally mesmo, haja saco e olhos pra segurar durante todo o trajeto. Acho que o Baiano teve alucinações, ficou batendo pega e brincando de piscar luzes com dois ônibus que seguiam na nossa frente.

Lembro que vi o sol de pondo e nascendo quando dirigia. A sensaçao que quando finalmente chegava à Brasília era que estava verdadeiramente bêbado, o pior é que não havia posto uma gotinha que fosse de cerveja na boca. Desovei Marquitous e respectiva no Sudoeste, Baiano no Lago Sul e quando ia desovar Tuninha na Asa Sul pedi arrego. Joguei a toalha e dormi lá mesmo.

Tenho que admitir que se não fosse mais uma vez a companhia e a boa vontade do filho da ‘Boa Terra’, eu não tinha sequer chegando ao Rio. Voltado? Nem pensar... O cara levou o carro por seis horas durante a noite antes de me passar o volante pela seguda vez, quando encarei chuva e neblima cerradíssima. Deu medo, pq tenho cagaço de pegar estrada durante a noite, mas graças ao bom Deus e minha padroeria Nossa Senhora Aparecida, cá estou eu pra registrar o ocorrido.
Mas antes da posse, rolou aquela estada básica na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Dormir foi o que menos fiz, revi boa parte da galera, tomei cerveja, fiz o Ervilhão relembrar os bons tempos em que me levava sozinho pra casa, fui à Matriz e com a graça do bom Deus, dei as caras na quadra a Mocidade. Salve a Mocidade!

Baiano, criatura vinda da Bahia, parceiro e meu segurança (o cara é grande à vera), foi à escola duas vezes e até comprou um camiseta da escola. Com listras verdes e brancas e uma estrela no peito. Comprei uma igual, só que deixei no Rio por acidente...


Posse de Lula Presidente, eu tava lá!

Pena que já se passaram cinco dias, mas tenho o dever cívico de registrar a posse de Luis Inácio. Não pude votar nele no segundo turno, tava aqui, fora do meu domicílio eleitoral, mas mesmo sem meu voto o homem venceu. Voltei correndo pra participar da posse, que foi emocionamente, mas chorei menos do que eu esperava.

Na tarde do dia 1º de janeiro, lá estava eu com meu kit posse que incluía lenços verde e amarelo, camisa e pra completar ainda viabilizei uma bandeira pra usar como um sarongue.

Existe controvérsia sobre o público, uns dizem que foram 70 mil pessoas, enquanto outro falam em 200 mil. Eu, particularmente, acredito nos 200 mil. Pena que as pessoas não têm muita noção do tamanho da Esplanada dos Ministérios, que estava toda tomada por um mar vermelho de pessoas com camisas e bandeiras. Era gente que não acabava mais, 70 mil era pouco. E 200 mil é praticamente dois Maracanãs lotados. Foi verdadeiramente uma festa popular.

Os créditos do meu celular brasiliense se acabaram e fiquei sem ter como ligar pros camaradas, inclusive pra Mariana que prometi contatar, mas fiquei sem graça de mandar uma ligaçãozinha básica a cobrar. Resultado: ficamos eu, Tuninha e Baiano, o meu segurança.

Ao mesmo tempo que era uma muvuca, com gente pra todo o canto, brasileiros de todos os cantos - tinha até gente com bandeira do Acre! Não que eu acredite que o Acre exista de verdade, mas que tinha um cara ou entidade da floresta com uma bandeira do Acre... ah, isso tinha que eu vi - foi uma muvuca de grande civilidade. Tanto que não houve registro de qq tipo de incidente como agressão ou roubo e isso e meio a 200 mil pessoas.

Vi Lula passando no carro aberto ao lado do vice, que me parece um boneco as vezes. Chorei só uma vez, mas chorei muito, como uma criança. Foi justo na hora em que o hino nacional tocou pela primeira vez já com o Lula empossado presidente. Momento que vou levar pra frente gravadinho aqui dentro da memória.

Choveu, fez sol, teve discurso de mais de uma hora, empurra-empurra, mas nada me fez sair dali. Foram, pelo menos, cinco horas de pé, com a estrela no peito e a bandeira nas mãos. Valeu a festa, valeu ter visto tanta gente feliz como eu e tão cheia de esperança.

Mesmo amarradao, teve uma coisa que não me agradou: a forma como o povo trata o Lula como um pop star. O grande barato de tê-lo no poder é que ele é povo, é como nós, não representa industriais ou oligarquias e a população o trata como um semideus... Sei lá, gosto disso não...

Mesmo assim, Lula tem minha total confiança e continua dotado da mesma simplicidade que fez o povo se ver na figura dele. Quando FHC (graça a Deus) passou a faixa presidencial pro barbudo, lá foi o nosso presidente já empossado catar os óculos do Fernando Henrique que tinha caído no chão durante a mudança. Salve a simplicidade que, acredito eu, vai salvar esse país e nós, habitantes dele.

Devido a um problema no meu computador bangüense que subiu no telhado na tarde do dia 24 de dezembro, não pude registrar o que se passou no Rio.

Após a vinda para Bsb, onde só uso o computador do escritório, fiquei longe dessas coisinhas tecnológicas até essa manhã. Agora vou registrar tudo, desde a Matriz, a Mocidade, a volta do Rio, o reveilão, a posse e a Chapada, onde me refugiei até ontem.
Primeiro post do ano

Agora é o fim da manhã do dia 6 de janeiro, o Dia de Reis, e estou fazendo o primeiro post de 2003. Teve gente que pensou que morri, morri não. Vaso ruim não quebra fácil. Vou procurar lembrar dos perrengues e coisas boas que rolaram entre o dia 24 de dezembro (quando meu computador, lá em Bangu) queimou e agora.

* Graças à brilhante intervenção de Luisa (http://www.lui_sa.blogger.com.br/) acertei a data do piti do meu computador. Havia postado 24 de janeiro, mas esse dia ainda nem chegou. Ela puxou a orelha lembrando que o último 24 foi o de dezembro. Pois tá aí.