Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, janeiro 06, 2003

Voltando pra cá

A volta para Bsb (até hoje não sei porque esse lugar se chama Bsb!) foi dolorosa. O Ervilhão deixou o Rio de Janeiro com cinco passageiros: eu, Tuninha, Baiano, Marquitous e sua respectiva. Pensei que o meu nobre e guerreiro carrinho ia fazer feio. Fez nada. O carro é raçudo pra burro, subiu bonito a Rio-Petrópolis e peitou toda a BR 040 até chegar no Planalto Central. Percorremos outra vez todos os mais de mil quilômetros que agora nos separam do mar e dos bons costumes cariocas.

Foram dezoito horas de pista, Baiano levou o carro por seis horas e eu fiquei no voltante por doze. Algo de rally mesmo, haja saco e olhos pra segurar durante todo o trajeto. Acho que o Baiano teve alucinações, ficou batendo pega e brincando de piscar luzes com dois ônibus que seguiam na nossa frente.

Lembro que vi o sol de pondo e nascendo quando dirigia. A sensaçao que quando finalmente chegava à Brasília era que estava verdadeiramente bêbado, o pior é que não havia posto uma gotinha que fosse de cerveja na boca. Desovei Marquitous e respectiva no Sudoeste, Baiano no Lago Sul e quando ia desovar Tuninha na Asa Sul pedi arrego. Joguei a toalha e dormi lá mesmo.

Tenho que admitir que se não fosse mais uma vez a companhia e a boa vontade do filho da ‘Boa Terra’, eu não tinha sequer chegando ao Rio. Voltado? Nem pensar... O cara levou o carro por seis horas durante a noite antes de me passar o volante pela seguda vez, quando encarei chuva e neblima cerradíssima. Deu medo, pq tenho cagaço de pegar estrada durante a noite, mas graças ao bom Deus e minha padroeria Nossa Senhora Aparecida, cá estou eu pra registrar o ocorrido.