Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, outubro 31, 2002

"São Judas Tadeu, olhai por nós"

Esse era o cartaz de um torcedor flamenguista ontem no Maracanã. Faço dessas minhas palavras. Espero que nao role o mico do rebaixamenteo pra gente, mas se rolar. Lá estarei com o Flamengo. Afinal, eu vou ao jogos do América na Terceirona, p q nao iria nos jogos do Flamengo na Segundona? Mas se isso acontecer... Ainda há esperança...

Espero que a frase de Luiz Inácio seja levada em conta pelo fraquíssimo time do Flamengo. Vamos ter que deixar a esperança vencer o medo.
Dias das bruxas

Hoje é dia das bruxas e daí? Tava conversando com a Antonia-Tuniha ainda há pouco e falei disso. Essa tal festa nunca fez o menor sentido pra mim. E o que acho engraçado é que existe um grande forçação de barra pra ela ser lembrada. Tá eu lembrei. Dã. Mas é uma coisa tão fora da cultura brasileira que não consigo ver nenhum porquê em se falar tanto nela.

Nada contra as bruxas.

quarta-feira, outubro 30, 2002

Gasolina de ouro

A última vez que abasteci o carro foi na cidade de Paracatu, em Minas. A gasolina foi tão cara, mas tão cara que pensei que fosse outro. Custo R$1,84. E não é que duas semanas depois ainda tem um pouco dela no tanque. Tô perto da reserva, mas que a gasolina vai durar semanas... ah vai... Tb pudera, por esse preço tem durar mesmo.
Amanhã completo duas semanas no DF. Tô com saudade de casa, da família, dos amigos, da Lapa, do Maracanã, da Mocidade, da Loud! da Matriz e de Bangu e seu jeito provinciano de ser... E do resto da minha cidade tb...
Latinhas pelo carro...

A cachaça foi tão grande no fim de semana que na segunda-feira a noite tropecei numa latinha de Skol impressionantemente fechada no assoalho do Ervilhão. O que fazer? Levar correndo pra geladeira, claro. Gelaram até ontem a noite e foram consumidas. Nao por mim, mas por Clarissa e Flávia e Roberta, todas pernambucanas.

Eu vou procurar me afastar um pouco desse meio 'cervejístico'. Até o fim de semana pelo menos.

terça-feira, outubro 29, 2002

Banzo

Parece nao, mas to com banzo.
Por falar em bêbado...

Lembrei do Bebadosamba do Paulinho da Viola... E daí cheguei até a lembrança de sábado, quando fui parar numa roda de samba no bar Calaf. Muito maneiro. Me senti como se estivesse na Lapa. O cantor tinha a voz igual a do João Nogueira, fiquei até assustado. Em certa horas parecia um ensaio do Viradouro ou do Salgueiro. Todo mundo de vermelho (por motivos óbvios, era véspera de eleiçao), o partido alto rolando solto e depois alguns sambas-enredo. Até samba da Mocidade nego cantou... Foi bom. Quero voltar.
Bêbado e criança Deus protege

Não sei como cheguei em casa. Fui guiado pelo nobre companheiro e chefe Nicolas. Estava na Asa Norte e com certeza teria problemas pra chegar ao Sudoeste. Tudo resolvido.

Lembro que dormi com a bandeira do PT amarrada no pescoço, tal qual uma capa. Acordei com o clássico gosto de guarda-chuva na boca (um dia vou querer saber qual o maluco que criou essa expressão e pq essa história de guarda-chuva) e corri pra varanda pra ver se o valoroso Ervilhão estava lá embaixo. Graças a Deus estava.
Voltando a festa...

Mesmo com a meia alegria do povo local, eu tomei um porre sensacional. Ontem vivi e ressaca mais gostosa da minha vida. A ressaca de quem finalmente elegeu o presidente da República.

Nao fiquei no DF, fui com o povo pra casa de uma figuraça, chamada Iara, em Sobradinho, perto daqui. Foi a lei seca mais furada que já vi. Nao faço idéia de quantas cerveja chegaram à casa nem quantas foram consumidas. Eu nao faço idéia de quanto bebi. Só sei que saí de lá, vim pro Plano Piloto. Pra quê? Pra bebemorar mais, ora.
Festa incompleta

A vitória do Lula foi um pouco ofuscada aqui no DF pela do Roriz, o megapopulista. Ele ganhou com 1,3% mais votos que o Magela. Quem é daqui sentiu a tristeza, tipo água no chope. Mas... A vida continua e o Lula vai tomar posse no dia 1º de janeiro. Veremos como vai ser a convivência do presidente da República com o baixo populista. Tem gente que acredita que ele pode sair do poder graças a justiça. Tomara, né. Ia ser um alento pra esse povo do DF.
Primeiro post pós eleições

Enfim a vitória. Fiquei nervoso como uma criança, o engraçado é que era um nervosismo diferente, eu nunca tinha me sentido assim... Mas as coisas deram certo. O Lula foi eleito. Como chorei. Chorei pra burro. Vivi algo que eu pensei que nao fosse ver, um governo de esquerda eleito no país. Melhor, o Lula eleito. Dá um orgulho enorme ter participado disso.

Engraçado foi que pensei que nao votaria nessa eleiçao. Eu morava em Recife, quando a campanha começou. Voltei ao Rio pra trabalhar na campanha pra governador e votei, no Lula. Aí eu já pensava que iria pra rua de bandeira em punho e pedir voto pro Lula no Rio e vim pra cá. Nao votei. Justifiquei. Muita gente aqui em Brasília justificou mas todos com estrelinhas no peito, camisa vermelha e adesivos do PT.

sexta-feira, outubro 25, 2002

Quando eu fizer meu próximo post já saberei quem será o futuro presidente da República. Se Deus quiser será Luiz Inácio.
Lei seca

Domingo é dia de lei seca, né. Caguei pra ela. Vou comprar muita cerveja no sábado e pronto. Ficarei com o estoque lá encima. Rola um papo de um churrascão dos coleguinhas força amiga em algum lugar de Bsb. Tomara que esteja de pé. Nao sei onde vai ser e nem chegar como até lá, mas como bêbado e criança Deus protege, eu vou e volto.
Nao vou votar :-(

Domingo, dia 27 de outubro, possivelmente a votação mais importante desse país até agora e eu nao vou votar... Pelo contrário, vou justificar meu voto. É tão estranho isso. Sentir-se tão dentro do processo, tao próximo das coisas e não poder dar a minha contribuição... Chega a ser triste.

Bom, vou fazer a minha parte. Andar com minha bandeira, ouvindo o meu CD em alto e bom som com os jingles. Pegar fila pra justificar com a bandeira vermelha como capa e vestindo outra camisa vermelha por baixo... Pena eu nao ter trazido minhas camisas vermelhas do América, só a branca veio... ;-(
Megui, a tartaruga

Fiquei impressionado com as intervenções pra me explicar sobre a parada da Megui, a tartaruga que cavou o jardim de D. Glória pra botar seu ovos.

Pessoas que escreveram, valeu aê. Pena eu estar longe agora pra poder acompanhar a evolução ou não dos ovos da bichinha.
Genérico vermelho

Hoje a tarde o nobre-companheiro-chefia-sangue-bom Nicolas providenciou um genério para o Vicentinho com os jingles da campanha do Lula. Obviamente o ervilhão e seu som de trio eletrético vai circular pelas ruas de Brasília tocando em alto e bom som "Agora é Lula", "Lula lá" e até o discurso do João (aquela propaganda bem do início da campanha, quando um moleque faz um discurso emocionado após entrar pra universidade sobre oportunidade para todos).
Onda vermelha

Mó galera de vermelho e ninguém me avisou. Vim de branco. Que mané. Mas colaram uns adevisos vermelhos em mim pra compensar a falha.

quarta-feira, outubro 23, 2002

Vermelho x Azul

A coisa é séria aqui. A militância é algo verdadeiramente apaixonado. Domingão é dia de eleição pra presidente pra todo mundo e de segundo turno pro povo daqui. Vão escolher entre o petista Magela e o poulista Roriz. A galera que está com Magela anda com bandeiras no carro, broches e fitas vermelhas, enquanto o povo do Roriz fica com a cor azul. Parece Porto Alegre em dia de GreNal. Só que aqui a parada é pela administração do DF. Mesmo nao votando acabo ficando do lado do Magela, né. Vamos ver o que dá.

Algo curioso é que o Plano Piloto é primordiamente petista. O meu bairro, que nao fica no Plano Piloto, mas ao é muito perto, tem uma quantidade imensa de bandeiras vermelhas na janela. Claro que comprei uma bandeira pra por na varanda, né. Claro que essa mesma bandeira vai me acompanhar no domingo inteiro e, seu Deus quiser, na cachaça da vitória e na posse do Lula.

Eu pensava que o Garotinho era populista, mas pelo que vejo aqui o Roriz (que está com o Serra, argh!) ganha dele com sobras. O nobre fazendeiro goiano que administra o DF é do tipo de que dá cadeira de rodas pra população e tijolo pra construir as casas. O Roriz da bujão de gás pra população!!! Surreal!!!

Pois bem, é isso. Eu fico do lado vermelho da história toda. Só resta esperar pelo domingo.
Brasília é uma cidade diferente, bem diferente das que já conheci, mas tem muite gente legal por metro quadrado. Isso é um ponto importante que a cidade tem a seu favor. Em menos de uma semana já posso dizer que companhia pra ir pra esbórnia não vai faltar. Inclusive estou pra encontrar grandes personagens que tb foram meus calouros na Uerj: Marquito, hoje repórter do Jornal de Brasília, e Iuri, hoje na Folha. Meus calourinhos vão longe, longe pra burro... A mais de mil quilômetros da cidade natal, o Rio. Vai ser legar reencontrá-los, são bons de papo e boa companhia pra beber.

Obviamente existem os fura-olhos (ou como diriam os pernambucanos, as almas sebosas), mas eu mantenho distância dessa raça.
Essa imagem foi ao ar na semana anterior ao primeiro turno. Ela me foi passada por e-mail pelo meu camarada Vítor, não posso dar crédito pro seu criador pq nao sei quem é, mesmo assim (e pelo melhor motivo dos últimos anos) estou publicando o convite outra vez. Embora o costume seja de tomar cerveja na garrafa e nao chope, vale a intenção. Aqui, em Bsb, a esquerda vai toda pro Beirute, bar onde estive ontem e pra onde fui levado já nas minhas primeiras horas na capital federal. Claro que me senti em casa.

terça-feira, outubro 22, 2002

Comunique-se

Sai no Comunique-se hoje. Pode? Coisa de Natsal, minha ex-estagiária que está por lá...
Essa é sensacional. O nobre retratista André Arruda pôs no ar o seu blog. Ele é marrento e firuleiro, mas é boa gente. Vale uma visita, além do que o cara sabe fotografar.
Já consigo vir e voltar pra casa de carro. Só nao posso me empolgar muito, pq se entrar numa de fazer graça e ir pra uma Asa dessas vida vou ter problemas...
Se perdendo e se achando

Brasília é tão organizado que chega a ser confuso. A cidade tem uma lógica que ainda nao entendi, mas isso é questao de tempo. Quadras, eixos, setores... tudo é muito bem dividinho. Nao to morando no Plano Piloto, mas no Sudoeste, que é uma bairro que fica muiiiiito perto do Plano Piloto.

Aos poucos vou pegando a manha e melhorando me sentido de direçao.
Já até consido
Terra à vera

É impressionante como esse país é grande, como tem terra por aí. As paisagens mais freqüentes depois de BH são campos vazios, um boizinho ou outro ao longe e porteiras e mais porteiras... Tanta terra e poucos donos, quando a gente vê isso na frente dos olhos dá uma tristeza e até uma raiva bastante grande. Irmão-Léo viu diante dos olhos pq tanta gente reclama por reforma agrária. É mais um que, dentro da cidade, vai multiplicar o porquê dessa nessecidade nacional.
Chegando a Bsb

Resolver que viria pra Bsb foi fácil. O problema seria como chegar a cidade que fica a pouco mais de 1.100 km do Rio. Tava numa de vir de avião, mas Brasília é um lugar que não foi feito para os pedestres. Eu não ia ter como enfrentar os meus antológicos perrengues pq não ia ter como sair. Pô, os ônibus passam muito eventualmente e nem rola a fuga dos kombeiros que me proporcionaram circular de forma desbundada por Recife.

A vinda foi feita com Irmão-Léo dentro do Ervilhão. Foram 14 horas.de pista, duas paradas pra encher o tanque, duas pra esvaziar a bexiga e uma pra tirar fotos, nenhuma pra comer e 4,5 litros de água pra dentro do buxo.

Obviamente rolou um erro no caminho em BH e depois outro erro na entrada para Sete Lagoas, já no interior de Minas.

Quando o segundo tanque tava chegando ao fim fui tentar encher, já era o finzinho de Minas. Encostei o carro na bomba e um cara, com cara de capial, mandou na lata: "tem petróleo não". Irmão-Léo respondeu que tava tudo bem, a gente queria era gasolina mesmo. "Ih, acabou de acabar", mandou o capial. Se não fosse trágico seria engraçado... O posto mais próximo estava, segundo o personagem do posto, a 20 km de distância. Numa cidadezinha chamada Paracatu (nome bunitu). Mentira, tava a mais de 30km. Ainda bem que os poucos litros que existiam no tanque se multiplicaram. Deu pra chegar até a tal cidade onde pus a gasolina mais cara do Brasil. Um litro por R$1,84. Ao menos foi graças a esse combustível de ouro que cheguei a Bsb. Ele tá no meu tanque até agora, nem gastei a metade do que pus no carro. Tb, uma parada tao cara assim tem que ser usada com moderaçao.

sexta-feira, outubro 18, 2002

Em Bsb

Esse é o primeiro post daqui de Brasília. Após 14h de estrada com Irmão-Léo ao lado, cheguei na capital federal. Hoje tô na capinha, mas semana que vem vou postar como foi a sensacional vinda com o Ervilhão e como cruzamos todo o estado de Minas Gerais.

terça-feira, outubro 15, 2002

Amanhã é meu último dia na cidade e não sei o que vou fazer. Um bota-fora? O segundo no mesmo ano? Acho que ninguém vai. Vou pensar em alguma coisa, mas acho pouco provável a viabilidade de algo assim.
Vicente no Planalto Central

Quinta-feira pela manhã estou embarcando para Brasília. Vou passar um tempinho por lá. Dona Glória não ficou muito feliz com isso, mas seu Carlos pôs pilha. No mesmo ano vou ter morado em Recife, Rio de Janeiro e agora Brasília... Vamos ver como eu me porto perto do poder.

Vou tocar um frila por lá, espero que seja legal e que renda coisas positivas.

Infelizmente não vou poder votar no Lula de novo, mas se Deus quiser (pq ele é brasileiro como reza o folclore nacional) estarei lá para ver a posse do barbudo da estrela vermelha.
Ninguém mais comenta nessa josta?
É, pois é, lá vou eu de novo...

Acho que não serei encontrado no Rio nesse fim de semana... Os planos de ir pra SP parecem nao estar de pé, outros começam a tomar esse espaço... Posso ir mais longe e em outra direçao...

segunda-feira, outubro 14, 2002

Isso chegou por e-mail através de uma lista de discussão que participo e foi enviado por um camarado do Rio Grande do Sul.

Indio surpreende chefes na reunião de cúpula (Jornal do Comércio -Recife/PE - 21/05/2002)

A conferência dos chefes de estado da União Européia, Mercosul e Caribe,encerrada no fim de semana passado, em Madri, viveu dois momentos surpreendentes. O primeiro por causa da desatenção dos presidentes do México, Vicent Fox, e do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. No intervalo
de uma sessão os dois conversaram com franqueza e desancaram os EUA que, segundo FHC "fala muito e faz pouco". Não sabiam que os microfones de uma estação de TV estavam ligados, e assim,a panhados no contra-pé, admitiram a gafe.

Mas surpresa mesmo tiveram os chefes de Estado europeus, que ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc, cacique de uma nação indígena da América Central. Eis o discurso:

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros,
de uma dívida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.

Outro irmão europeu me explica que toda divida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros.

Consta no Arquivo das Índias que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de quilos de prata provenientes da América. Terá sido isso um saque?

Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento! Teria sido espoliação?

Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que a firma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimo amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALLTESUMA"", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho
diário e outras conquistas da civilização.

Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, poderemos perguntar:
-Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses fundos? Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis,em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas estrangeira da OTAN, como no Panamá, mas sem Canal.

No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto independerem das rendas liquidas, as matérias primas e a energia barata que lhes exporta e prove todo o Terceiro Mundo. Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, e nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosa temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmão europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos,
com 200 anos de graça.

Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais
de 300 cifras, e, que supera amplamente o peso total do planeta Terra."Muito peso em ouro e prata...quanto pesariam calculadas em sangue? Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demênciai rracionalidade dos conceitos capitalistas.

Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam, índios americanos. Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita
entregar duas terras, como primeira prestação da divida histórica... ".

Quando terminou seu discurso diante dos Chefes de Estado da Comunidade Européia, o Cacique Guaicaípuro Cuatemoc, nem sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Divida Externa.

Agora só resta que algum Governo Latino Americano tenha a dignidade suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais.
Megui e Megui

Pô, eu nem ia postar agora, mas vi o comentário malcriado da minha amiga Megui e resolvi escrever nessa madrugada. Pois bem, existem duas Meguis na minha vida. Uma, que está em Bangu ao meu lado há 22 anos, minha tartaruga, que pôs os ovos no jardim de D. Glória. E outra Megui, uma menina muito especial que vazou pro hemisfério norte. Essa Megui, com a mesma grafia, reclamou com o seguinte comentário: "pô, que tenha o mesmo nome que eu, vá lá, mas com a mesma escrita??????? chama de Meg, Maggie, Meggy, sei lá." Ok, ok, ok, Megui, ou melhor, Gisele (pra diferenciar), a tartaruga tem esse nome há muiiiiiiito tempo e só vim a conhecer essa que é a minha catarinense favorita há só oito anos. Acho que mereço um desconto quanto a isso. Outra coisa é que não existe demérito algum. Uma Megui é diferente da outra. Uma não fala, praticamente rasteja pelo quintal no seu meio de vida mas me dá uma boba felicidade ao vê-la na boa pela casa, enquanto a outra já me abrigou em sua casa (na maravilhosa Lagoa da Conceição, na não menos maravilhosa Florianópolis) poucos meses de partir pra Califórnia, onde vive até hoje.

A Megui catarinense reclama da grafia, mas uma criança não vai procurar a grafia mais diferente para identificar alguma coisa. O que vale é o mais fácil pra lembrar.

A catarinense já sabia da existênia da minha valorosa tartaruga. Não posso, após duas décadas, mudar o nome da bichinha. O que fazer? Só peço que minha amiga (que muito gosto e não escondo de ninguém) que releve o tal acontecimento e veja que uma coisa não tem nada a ver com outra. Uma Megui é uma Megui, outra Megui e outra Megui. E a catarinense tem uma lugar especial aqui nesse coração bangüense por ser de extrema coragem, carinhosa, inteligente e figura. Além do mais, organizou o último encontro de estudantes onde estive enquanto estudante de jornalismo, o Enecom Floripa' 96...

domingo, outubro 13, 2002

Goiás

Hoje é aniversário do Goiás, o furibundo faz a mesma idade que eu. Devo baixar lá na casa do firuleiro mais tarde, ali no Méier. QUERO COMER BOLO DE CHOCOLATE DA TIA EDNA!!! Irmão-Léo foi pra Ibicuí com o Ervilhão, espero que o mané volte pra Bangu cedo. Não tô na pilha de pegar dois ônibus pra ir e dois ônibus pra voltar num domingo da casa do goiano. Mas só de pensar naquele bolo de chocolate... Ai, ai... Acho que posso ir de ônibus mesmo...
Fim de semana meio cansativo

Sexta-feira tava na pilha de ir na Matriz, pra variar. Só que eu queria ver a estréia da peça de uma amiga minha, a Flávia. Tinha combinado com a Elke de irmos lá e tal. Tive apenas um probleminha, peguei o maior engarrafamento da minha vida na Avenida Brasil. O trânsito totalmente parado entre a Penha e o Caju. Dá uns 10km de pista sem andar, assim, por baixo. Vida de negro é difícil mesmo. Só consegui chegar ao Centro após três horas de engarrafamento. Ouvi três CDs diferentes (Trio Mocotó, Fernanda Abreu e Nação Zumbi). Ao menos valeu o resto da noite.

Sábado já foi outro esquema. Irmão-Léo foi a um casório (do outro lado de Bangu) e levou o Ervilhão. O furingudo me deixou na pista bonito, não me levou no esquema 0800 e ainda me fez ir de Bangu pra Loud! de ônibus. Irmão mais novo é irmão mais novo... e eu sempre passo a mão na cabeça. Valeu, encontrei uns quinzes conhecidos (como os onipresentes Cris, o Mancusoe e até meu ex-estagiário Zé Maurício Manieri) me diverti. Descobri até que as gêmeas (rubro-negras, figuraças, habitantes de Copacabana e que ontem nem por um decreto consegui diferenciar) lêem essa josta. Impressionante.
O mistério da tartaruga

Antonia comentou dizendo que isso era totalmente possível, a tartaruga chegar e pôr seus ovinhos sem a necessidade de um macho. Isso que é independência! Minha amiga Alice, que é veterinária e sabe tudo de cachorro mas não é especialista em répteis, falou a mesma parada. Pô, se nascem trocentos filhotes de Megui tô lascado. Várias tartaruguinhas andando pelo jardim de D. Glória ia ser uma dor de cabeça, ela ia pirar em ver os pequenos répteis mastigando suas plantas...

sábado, outubro 12, 2002

Megui surtada

Megui, minha tartaruga que me acompanha há duas décadas, surtou. Começou a querer cavar no piso do quintal até que sacamos que a bichinha queria botar ovos. Como assim? Ela não bimba, não pode querer botar ovo! Mesmo assim a bichinha mandou ver e cavou uma tremenda cratera no jardim de D. Glória. Mandou ver o seus ovinhos lá e tchau. Voltou à sua vida quase baiana aqui em casa. Tenho que me lembrar de perguntar a alguém que saque de biologia ou veterinária pq isso acontece.
Padroeira

Mó galera pensa que hoje é feriado por conta do dias das crianças, tudo errado, bando de mané. Hoje é feriado (mesmo sendo sábado) pq é dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.

Como sou devoto dela, semana que vem devo ir ao santuário, como tenho feito uma vez por ano. É o dia em que viro romeiro.

sexta-feira, outubro 11, 2002

Safada

Roberta é safada sim, e daí. A bruta entra no meu blog e comenta impropérios. Reclama que não ligo pra ela. E p q ela nao me liga? Robertácia, desce do palco, valeu. A ingrata fica fica dando showzinho. E eu ainda carrego no braço esquerdo a marca da mordida que ela me deu na Matriz há duas semanas atrás... Nem me lembro o motivo, mas deve ter sido algo bossa como sempre fazemos um com o outros.
Encontrei fotos antiqüíssimas, trabalhos da faculdade, gabaritos de prova de matemática do Pentágono. Cara, eu estudei no Pentágono há dez anos!!! Salve Vila Valqueire!

Lógico que desovei em enormes sacos plásticos com várias coisas que não fazem o menor sentido... Mas meus números do "El Orongo", zine que eu ajudava a fazer na faculdade, e até o famigerado "Jornal da Demônios", daqueles malucos saltitantes que tentaram por anos me convencer que era bad boys, estão guardados.

Cartazes e fichas de inscrição de antigos Enecoms... Uma foto que eu procurava há tempos que tirei com Dani Uff no primeiro carnaval que passei em Olinda... Foto do Paquito, Arnaldo, Léo Brossa e uma gostosa ruiva (tb minha veterana) que tava com eles em Boa Viagem, Recife, durante o Enecom de 93. Como essa foto veio parar no meu armário eu não faço a menor idéia.

Adesivos da última eleição do Lula, com o Brizola como vice...

Convite para formatura do meu amigo Vitor Fraga, o mala da Uff, e Patrícia Fioravanti, da Puc-PR, que hoje é Mendonça e moradora de São Paulo, pq é uma mulher casada... Companheiros de Enecos anos atrás...

Coisas do passado, mas que trazem lembranças gostosas e mostram como a gente mudou, como coisas aconteceram, como pessoas entraram e saíram da minha vida. Quanta coisa eu aprendi, quanto coisa eu fingi que aprendi... Quanta coisa passou e eu continuo aqui. Tocando a bola pra frente. Mesmo gostando desse papo de caranguejo, coisas de pernambuco - :-) - é pra frente que se anda, mesmo que seja em zigue-zague.
Ficar em casa dá nisso...

Tremenda quinta-feira de sol. Na qualidade de desempregado feliz e vagabundo convicto (ao menos por mais algum tempo), me dou ao luxo de acordar perto da hora do almoço. Hoje, levantei da cama com o seuinte pesando: "PRAIA". Mas ao chegar na garagem, nenhum veículo automotor foi avistado, o que significa sentar a bundinha e esperar alguém chegar.

Nessa espera chega o Ervilhão com Dona Glória dentro... Perrengue à vista. Não é que minha doce mãe (uma figura pequena e fofa que conquista todos os meus amigos pela simpatia, mas que no fim das contas é um tremendo sargentão pelo comando a pulso de ferro imposto na casa) chegou com um caô de leve. "Vc nao me prometeu que ia arrumar o armário?". Arrumar armário em dias ensolarados devia ser proibido...

Passei boa parte da tarde vem o sol lá fora e eu tirando quilos de papel do armário.

quarta-feira, outubro 09, 2002

Kido

Hoje é aniversário do Kido, que tá na Escócia. Deve ser estranh fazer aniversário no exílio. De qq forma, que a Força esteja contigo, nobre bangüense no hemisfério norte.
Batata

O que foi que aconteceu???? O blog do Batatinha subiu no telhado de uma hora pra outra??? Será que algém vai poder explicar o que rolou?
Enfim uma vitória

Não, eu não fui ao maior do mundo torcer pelo Mais Querido do Brasil. Tava cansado após a praia. Camarada Jacomo ligou chamando, mas arreguei.

Pena, por ganhamos por dois a zero. Engraçado é que o Liédson tá fazendo gol à vera, mas mesmo assim não me conveceu.

Mesmo assim 2 a 0 pra gente.

PRAIA!!!

Hoje acordei cedaço pra encarar uma praia. Tava nublado. Todo castigo pra corno é pouco, voltei a dormir. Tipo 11h levantei outra vez e o sol já tava lá. Demorô. Lá fui eu pra Barra. Tomar sol, cerveja, água de côco, pisar na areia... Nada é mais relaxante que deixar a areia entrar entre os dedos do pé e ficar ouvindo o mar quebrar pertinho... Ê coisa boa...
Elke

Enfim encontrei minha amiga Elke figuraça... Passamos boa parte da tarde e da noite de ontem juntos. Legal isso, em pensar que ficamos amigos noa carnaval de 1999, quando ficamos no mesmo sobrado em Olinda. Após aquilo só nos vimos no início desse ano, quando ela veio ao Rio e agora, quando ela veio morar na cidade.

Andamos pelo Centro, com sua amiga Margá (mais uma cearense na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro). Fomos à Confeitaria Colombo onde tomamos o melhor sorvete que é possível produzir nessa cidade, além do que o lugar é absolutamente maravilhoso. Um peróla dentro do Centro do Rio. Pena que nem todos os cariocas a conhecem....


Após isso ainda fui ligeiramente escravizado, pq acompanhei as meninas na compra do ventilador na nova moradora da cidade.

No fim das contas ainda fomos tomar cerveja no Manoel e Juaquim da Lapa e, posteriormente, na casa da meninas. Um sobradão na Mem de Sá, ali na Lapa tb. Muito maneiro. Show de bola... Fiquei amarradão. Após a vizinhança começar a reclamar do barulho optei por ir embora, já era 1h30 da manhã e Bangu é sempre longe.

segunda-feira, outubro 07, 2002

Parece piada...

Hoje quando tava na pilha de ir à praia fui até a garagem e nada de Ervilhão! Seu Carlos carregou o Ervilhão! Deixou Vicente literalmente na pista. Diante da possibilidade de levar pelos menos 1h30 pra ir outra 1h30 pra voltar deixo a necessidade de praia pra outro dia...
O lado bom e o lado ruim

Agora estou livre, mas sem trabalho. Isso é ruim. Tenho que arrumar outro emprego de jornalista por aí. Isso ou parar de tomar minhas cervejas por aí... Xi...
Quero dar uma circulada

Tô na pilha de pôr a mochilinha nas costas e dar uma passeada básica por aí, só pra ouvir um sotaquezinho diferente... Acho que Ouro Preto e Blumenau subiram no telhado, vou acabar apelando pra São Paulo e, provavelmente, um esticada até Curitiba, nunca fui lá.
E agora Cesar?

O prefeito prometeu andar nu por uma passarela do Aterro do Flamengo se não houvesse segundo turno no Rio. Pois bem, agora é só ele marcar data e hora. Mas será que alguém ia querer assistir algo tão deprimente? Eu tô fora dessa.
Ela ganhou

Dona Rosângela Matheus ganhou, democracia é isso aí. Não adianta ficar chorando, a maior parte da população fluminense vê nela a melhor opção pra conduzir o estado por quatro anos. Pena, pq achava todos os outros três candidatos melhores que ela. Democracia tem dessas coisas e mesmo assim não abro mão dela.
Faltam 20 dias

Tá chegando a hora de Luiz Inácio, ainda não foi ontem, mas dia 27 é saco. Conto com a vitória dele, agora que acabou o meu aluguel pra a direita posso vestir a camisa e ir pra rua de bandeira com a estrela vermelha não pra perguntar se querem Serra pra continuar essa josta que tá aí ou Lula pra melhorar a vida de todo mundo. Mais do que nunca, Agora é Lula.

Peço licença à Antonia, que por sua vez, pediu à a quem publicou primeiro a imagem...

Olha só. É inspirador...

domingo, outubro 06, 2002

Outra história de eleição

Essa foi no segundo turno. No dia anterior à eleição fui a um churrasco altamente podreira com meu camarada Minduím. O ingresso do churrasco era uma caixa de cerveja. Todo homem que chegava trazia consigo 24 garrafas de Skol... Só no carro onde eu estava chegaram 48 garrafinhas cheinhas de cerveja...

Pois bem, após horas e horas de churrasco, carne e cerveja pra dentro e muita doideria. Saí do churrasco absolutamente doidaralho... Foi, provavelmente, o dia em que fiquei mais chapado em toda a minha curta vida. Meus amigos, que bebem comigo há anos, nunca me viram assim. Cheguei em casa com as veias totalmente encervejadas e dormi um pouquinho. Acordei tonto, catei minhas paradas de presidente de seçao e parti pro lugar. Era no Fórum de Bangu, onde votei há pouco inclusive.

Cheguei, distribuí as tarefas e fui chapar bem embaixo da mesa do Tribunal do Júri. Quem mandou me deixar com uma mesa daquela, totalmente convidativa pra um ainda doidão? Neguinho ficou bolado, mas fazer o quê? Eu nao tinha a menor condiçao de ficar fingindo que estava bem. Engraçado foi que pintaram uns milicos para falar comigo. Queriam saber quem era o presidente da seçao pra assinar uns documentos... Chamaram o Vicente, fui lá, falei, assinei e nao tomei conhecimento do que era. Voltei e dormir como um neném até as 15h da tarde... Eita presidente de mesa bom, todo mundo foi almoçar em casa... Só eu que nao, pq mal o bem tinha alguma responsabilidade sobre aquele josta... Hehe.

Consegui cumprir todo o procedimento burocrático e sobrevivi a essa perrengue eleitoral.

Um dos meus mesários ficou amigo de Irmão-Léo há pouco tempo. Um dia quando a peça apareceu aqui em casa (o indivíduo é conhecido no bairro como Cachorro Louco, bom referencial) me reconheceu. Mandou na lata de Irmão-Léo "aí, esse porra louca é teu irmão? Léo, foi o cara que vi mais alucinado em uma eleição". Pois é, bons referenciais sobre minha pessoa circulam por Bangu após essa aventura que já completa oito anos...

Se for convocado outra vez (E DEUS QUEIRA QUE EU NÃO SEJA!) não apronto mais uma parada dessas não...
História de eleição

Na minha primeira eleição fui convocado pra ser presidente da seção. Essa foi minha estréia eleitoral. Era um responsabilidade muito grande pra um moleque e 18 anos, ainda mais ficar responsável por uma parada onde toda a equipe era mais velha que eu. Tudo bem, cumpri tudo a risca. Busquei urna, contei e rubriquei centenas e centenas de cédulas (eram duas: pra presidente e pra governador). Tive que preencher ata e coordenar a equipe. Até aí tudo bem, mó trabalho burocrático pentelho. Mas eis que surge um negão grande pra burro e mal encarado. Normal, negões grandes e mal encarados têm todo o direito de votar, afinal de contas somos irmão de cor. Mas sem camisa na minha seção não ia rolar. Isso é desrespeito com quem tem trabalha.

Como eu estava recebendo os títulos pra checar e tal, o negão se deparou comigo e pedi a ele que pusesse a camisa. Ah, pra quê? O personagem chegou e falou pra mim. "Vou colocar não, quem tu pensa quem é?". Pra quê? Pra que isso? Tranqüilamente e cheio de moral Vicente disse pro negão. "O senhor está falando com o presidente da seção. E se não colocar a camisa não vota e ainda vou pedir para o policiamento retirá-lo daqui". A cara de surpresa do dito eleitor foi a melhor coisa do dia. O bicho ficou surpreso e desconcertado. Eu não queria mandar essa letra, mas era isso ou perder a moral. O negão ficou pianinho e não fez graça nenhuma. Nem olhou pra minha cara na hora de ir embora. Hehe. Foi tirar onda e perdeu feio.
Firula

Meio firuleiro votar beijando a bandeira, achei meio forçado... mas não perderia meu voto mesmo se ainda não tivesse votado.


E os milicos?

A praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, parece um acampamento de guerra. Tem mais soldado camuflado que gente passando por lá.

Será que eles são realmente necessários nas ruas? E pq tantos em Ipanema? Será que esses bairros da Zona Sul são tão perigosos assim? Deve ser né, é que a população de lá é mais importante que a do resto do Rio, claro. Afinal pra serve o suburbano senão pra trabalhar pra eles?
Falta do que fazer

Ainda antes das 7h horas já tinha gente fazendo fila na porta de seções eleitorais na Zona Sul. O nome é disso é cultura da fila ou muita falta do que fazer. O que será que leva uma pessoa a sair de sua cama muitíssimo cedo em um domingo pra enfrentar fila? Não faz sentido, ao menos diante dos meus olhos não faz nenhum sentido.
O dia começou mal

Ontem a noite foi combinado que hoje a equipe se encontraria às 6h no Leme. Para isso, acordei às 4h30 da manhã e corri pra ZS. O Ervilhão percorre 40 km de pista até lá. A equipe se encontra e parte para o Alto Leblon, lá encima surge uma questão. "P q todos estão aqui?" Ué, foi combinado isso, né. Pois bem, o Vicente é desovado no Leblon pra voltar até o Leme, pegar o Ervilhão e estar de volta a Bangu pra ficar de stand by. Ahã. Vou é dormir. Fala sério... O nome disso é falta de consideração com a equipe.

Tirar um indivíduo da cama na madrugada de um domingo, fazê-lo percorrer 80 km dentro da cidade pra nada é demais. E o combustível que gastei pra trabalhar? Nêgo acha que eu tô cagando dinheiro... só pode ser...

Ok, ok. Fui votar logo pra ficar com meu dia livre... Espero que o dia termine bem com um segundo turno no estado e a vitória do Lula no primeiro turno.

E se tiver vitória no primeiro turno tenho que encher os potes pra comemorar, afinal de contas, ao que tudo indica, amanhã eu estarei sem trabalho. Sem trabalho, mas livre.
Já votei

Larguei o dedo mandando ver no 13. Votei em quase tudo no 13, inclusive nos deputados, pq tem bangüense petista sim! O voto pra governador é secreto...

Agora é Lula lá!


É hoje!

O dia da alforria!!!

LIBERTAÇÃO!

sábado, outubro 05, 2002

Sexta-feira do cão

Quando seu José vem ao Rio é dia de sofrimento. É só saber que o homem vai fazer alguma coisa que é melhor levar chibatadas no lombo que acompanhar a penúria que segue ao lado dele. Bom, ao menos fui ao Cristo. Fazia um bom tempo que não subia o Corcovado. Eita lugar lindo, absolutamente maravilhoso... Todo o carioca deveria agradecer a Deus por ter nascido nessa cidade e não em Buenos Aires ou Nova Dheli ou Freetown ou Ancara ou sei lá onde.

Mesmo com um encosto daquele ao lado, bateu um bem estar. Um orgulho de ser daqui. Mesmo assim o saldo da sexta foi negativo. Trabalhei até às 22h. Robertuda me ligou pra, obviamente, encontrá-la na Matriz, mas não tive gás... Uma pena.


Essa imagem é só pra enfeitar.

Era essa a imagem que queria colocar. O bom e velho Cristo, onde estive ontem, vestindo a camisa do que acredito...


Criança feliz

Após anos de vontade, comprei o CD dos Saltimbancos...

Achei. Crédito a quem merece.

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do -bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


De Alguma poesia (1930)

Carlos Drummond de Andrade
O Drummond tinha uma poesia onde dizia que nasceu pra ser gauche na vida, né. Ela me veio à cabeça agora... Tarde de sol, folga e Vicente em casa... Irmão-Léo foi à praia cheio de mulezinhas e nem pra perguntar se eu tava na pilha de ir... Levou o Ervilhão, grande companheiro verde, que me deixou sem a possibilidade de ir assistir Flamengo x São Paulo, no maior do mundo...
1 DIA PARA A ALFORRIA!!!
Oi

A primeira pessoa que conheço a ter celular da Oi é minha amiga cearense figurinha. Será que alguém mais tem tb?
Jogo do Flamengo em menos de duas horas... sem companhia e sem carro... Sem companhia dá pra ir de carro, sem carro dá pra ir sem companhia. Mas sem nada... Aí é sinistro demais.

Vamos ver, já tentei falar com mó galera - incluse minha amiga cearense Elke que é sãopaulina - mas nada... Ninguém tá disponível pra ir.

Encarar uma hora e meia de ônibus solo pra ver um jogo que nem sei se vai ser bom tb é hard demais.... Detalhe, tem uma hora e meia na volta tb... De carro são só 25 minutos...
Com a espetacular colaboração do Gibi, este convite está sendo feito. Recebi essa imagem essa semana de um amigo, mas não consegui por no ar. Normal, né. Anta tecnológica que só.

Amanhã, o dia da minha alforria, vai ser a oportunidade de fazer uma grande coisa pro país, dar ao Brasil um governo de esquerda. Demorô.

Essa sexta foi um dia de cão... Odeio quando seu José está nas terras de São Sebastião. É sempre dia de correria e dor de cabeça.
Mó galera tá perguntando até quando vou deixar essa barba meio grunge crescer. Sei lá.

Minha mãe vem todo dia dar uma puxadinha nela. Várias amigas já vieram fazer graça. Esses pelos vão ficar aqui embaixo do meu queixo até eu cansar deles.

Gente chata, não ferra.

sexta-feira, outubro 04, 2002

2 dias para a alforria...

quinta-feira, outubro 03, 2002

Elocubrações eleitorais

A população sempre reclama que nada muda, que sempre os mesmos estão no poder, mas ninguém leva em conta que sempre os mesmos são eleitos. E por quê? Porque a população péla-saco vota nos caras e ainda reclama depois.

É impressionante como sempre os mesmos grupos estão no poder, os mesmos grupos que têm grana porque tem como bancar sua exposição na mídia e grandes campanhas e são eleitos... E o mané, o zé povinho, o verdadeiro representante do povo fica de fora na grande parte das vezes. É tão irritante ver isso de perto, a mesmas coisas se repetindo e o futuro arrpendimento da sociedade diante de mais uma cagada eleitoral. Ao menos, ao que tudo indica, só vai rolar nas eleições proporcionais. Na majoritária nacional a coisa pode mudar de figura. Se Deus quiser.
FORRÓ

Há mais de dois meses da cidade, após voltar da querida Recife, ainda não fui a um forró! É necessário resolver isso na minha vida.

Na qualidade de forrozeiro há quase cinco anos ou mais, acho que nunca passei tanto tempo sem ir a um evento desses... Tenho que recuperar a velha forma...

O surto de falar sobre isso veio após ler o post no blog da Antonia (adoro esse nome) agora no início da noite. E, claro, depois ou antes vai ter que rolar um noite só de sambinha...
Enfim eu vi Cededê

Filme cinco estrelas. Esfrega nos cornos da sociedade que não tá acostumada com isso a violência e falta de objetivos ou expectativa na vida da galera favelada.

Só fiquei chocado com a reação das pessoas diante de coisas como o retrato da miséria diante de pequenas coisas. Como um moleque na favela que nao sabia ler ou as gírias da malandragem.

Existem aqueles que acreditam que esse tipo de realidade não existe hoje em dia no Rio de Janeiro. Pena é que nego nao leva em conta que só no estado do Rio, o segundo mais rico do país, existem mais de 2 milhões de cabecinhas vivendo abaixo da linha da pobreza. Tem lugares onde a vida não tem o mesmo valor.

E o Festival do Rio? Esse eu acho que vai impossível ver.

Vou aproveitar pra postar musiquinhas que Kayoba vive cantando.

Primeiro, um funk proibidão:

"Cidade de Deus é ruim de invadir
Nóis cos alemão vamo se divertir
Porque na de Deus eu vou dizer comequié
Aqui nao tem mole nem pra DRE
Pra entrar lá na de Deus ate a Bope treme
Não tem mole pro Exército, Civil nem pra PM
Eu dou maior conceito para os amigos meus
Agora vou mostrar como é Cidade de Deus"

3 dias para a alforria...

quarta-feira, outubro 02, 2002

Zôo

Ontem cheguei antes cedo demais em um evento e acabei fazendo hora do zoológico. Como fui estagiário da casa nos idos de quando o papa fazia catecismo, ligo pro povo lá de dentro e entro sem pagar os 5 real (= três cervejas).

Dei uma circulada rápida, vi algumas coisas, revi a fotógrafava da casa, que é força amiga pra burro. Encontrei meu chefe e o retratista que pagaram um obrigatório mico de moleque, chamaram um segurança pra dizer que eu tinha fugido de uma jaula. É ridículo, previsível, mas uma brincadeira obrigatória. Duvido que qq grupo de moleques que vá ao zoológico não brinque assim.

Tava lá ainda a estátua do falecido Macaco Tião, que conheci em vida e com quem até tentei conversar dentro da sua própria jaula. Mas o bicho já tava muito velho e diabético. Vivia mais largado e chapado do que outra coisa.

Passei por uma alameda e me lembre do dia em que o Tião encheu as mãos de bosta e tacou numa super alva banda da Marinha que passava em frente à sua jaula soprando seus metais. Foi engraçado ver o milicos salpicados de merda correndo com os instrumentos na mão e o macaco, amarradão, sorrindo da sacanagem que tinha feito...

Pois é, voltei à real logo após e fui pro evento. Fiquei cercado de taxistas. Odeio taxistas, prefiro não lembrar dessa raça.
Apertei com força o Shift + Foda-se do teclado. Não só voto nele, como até minha mãe, eleitora da direita há anos, tb se rendeu ao 13 pra presidente.


Tenho andado tão sem saco... sem disposição... sem alegria. Isso é ruim.
4 dias para alforria.
Oktober voltando a subir

Meus amigos catarinas voltaram a pôr pilha pra eu ir pra Oktober, ali em Blumenau. Vamos estudar com cuidado a proposta. Eu só quero dar uma viajadinha, nada mais.

terça-feira, outubro 01, 2002

Amanhã é dia de debate. Se Deus quiser, vamos ter segundo turno e Dona Rosinha não vai levar nosso estado.
5 dias para a alforria.