Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, outubro 06, 2002

Outra história de eleição

Essa foi no segundo turno. No dia anterior à eleição fui a um churrasco altamente podreira com meu camarada Minduím. O ingresso do churrasco era uma caixa de cerveja. Todo homem que chegava trazia consigo 24 garrafas de Skol... Só no carro onde eu estava chegaram 48 garrafinhas cheinhas de cerveja...

Pois bem, após horas e horas de churrasco, carne e cerveja pra dentro e muita doideria. Saí do churrasco absolutamente doidaralho... Foi, provavelmente, o dia em que fiquei mais chapado em toda a minha curta vida. Meus amigos, que bebem comigo há anos, nunca me viram assim. Cheguei em casa com as veias totalmente encervejadas e dormi um pouquinho. Acordei tonto, catei minhas paradas de presidente de seçao e parti pro lugar. Era no Fórum de Bangu, onde votei há pouco inclusive.

Cheguei, distribuí as tarefas e fui chapar bem embaixo da mesa do Tribunal do Júri. Quem mandou me deixar com uma mesa daquela, totalmente convidativa pra um ainda doidão? Neguinho ficou bolado, mas fazer o quê? Eu nao tinha a menor condiçao de ficar fingindo que estava bem. Engraçado foi que pintaram uns milicos para falar comigo. Queriam saber quem era o presidente da seçao pra assinar uns documentos... Chamaram o Vicente, fui lá, falei, assinei e nao tomei conhecimento do que era. Voltei e dormir como um neném até as 15h da tarde... Eita presidente de mesa bom, todo mundo foi almoçar em casa... Só eu que nao, pq mal o bem tinha alguma responsabilidade sobre aquele josta... Hehe.

Consegui cumprir todo o procedimento burocrático e sobrevivi a essa perrengue eleitoral.

Um dos meus mesários ficou amigo de Irmão-Léo há pouco tempo. Um dia quando a peça apareceu aqui em casa (o indivíduo é conhecido no bairro como Cachorro Louco, bom referencial) me reconheceu. Mandou na lata de Irmão-Léo "aí, esse porra louca é teu irmão? Léo, foi o cara que vi mais alucinado em uma eleição". Pois é, bons referenciais sobre minha pessoa circulam por Bangu após essa aventura que já completa oito anos...

Se for convocado outra vez (E DEUS QUEIRA QUE EU NÃO SEJA!) não apronto mais uma parada dessas não...