Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, outubro 22, 2002

Chegando a Bsb

Resolver que viria pra Bsb foi fácil. O problema seria como chegar a cidade que fica a pouco mais de 1.100 km do Rio. Tava numa de vir de avião, mas Brasília é um lugar que não foi feito para os pedestres. Eu não ia ter como enfrentar os meus antológicos perrengues pq não ia ter como sair. Pô, os ônibus passam muito eventualmente e nem rola a fuga dos kombeiros que me proporcionaram circular de forma desbundada por Recife.

A vinda foi feita com Irmão-Léo dentro do Ervilhão. Foram 14 horas.de pista, duas paradas pra encher o tanque, duas pra esvaziar a bexiga e uma pra tirar fotos, nenhuma pra comer e 4,5 litros de água pra dentro do buxo.

Obviamente rolou um erro no caminho em BH e depois outro erro na entrada para Sete Lagoas, já no interior de Minas.

Quando o segundo tanque tava chegando ao fim fui tentar encher, já era o finzinho de Minas. Encostei o carro na bomba e um cara, com cara de capial, mandou na lata: "tem petróleo não". Irmão-Léo respondeu que tava tudo bem, a gente queria era gasolina mesmo. "Ih, acabou de acabar", mandou o capial. Se não fosse trágico seria engraçado... O posto mais próximo estava, segundo o personagem do posto, a 20 km de distância. Numa cidadezinha chamada Paracatu (nome bunitu). Mentira, tava a mais de 30km. Ainda bem que os poucos litros que existiam no tanque se multiplicaram. Deu pra chegar até a tal cidade onde pus a gasolina mais cara do Brasil. Um litro por R$1,84. Ao menos foi graças a esse combustível de ouro que cheguei a Bsb. Ele tá no meu tanque até agora, nem gastei a metade do que pus no carro. Tb, uma parada tao cara assim tem que ser usada com moderaçao.