Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, outubro 02, 2002

Zôo

Ontem cheguei antes cedo demais em um evento e acabei fazendo hora do zoológico. Como fui estagiário da casa nos idos de quando o papa fazia catecismo, ligo pro povo lá de dentro e entro sem pagar os 5 real (= três cervejas).

Dei uma circulada rápida, vi algumas coisas, revi a fotógrafava da casa, que é força amiga pra burro. Encontrei meu chefe e o retratista que pagaram um obrigatório mico de moleque, chamaram um segurança pra dizer que eu tinha fugido de uma jaula. É ridículo, previsível, mas uma brincadeira obrigatória. Duvido que qq grupo de moleques que vá ao zoológico não brinque assim.

Tava lá ainda a estátua do falecido Macaco Tião, que conheci em vida e com quem até tentei conversar dentro da sua própria jaula. Mas o bicho já tava muito velho e diabético. Vivia mais largado e chapado do que outra coisa.

Passei por uma alameda e me lembre do dia em que o Tião encheu as mãos de bosta e tacou numa super alva banda da Marinha que passava em frente à sua jaula soprando seus metais. Foi engraçado ver o milicos salpicados de merda correndo com os instrumentos na mão e o macaco, amarradão, sorrindo da sacanagem que tinha feito...

Pois é, voltei à real logo após e fui pro evento. Fiquei cercado de taxistas. Odeio taxistas, prefiro não lembrar dessa raça.