Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, novembro 28, 2002

Saudade da Mocidade



Por que eu nao consigo me ver livre da saudade?!

Vez por outra venho pro trabalho ouvindo o sensacional CD da Elza Soares. Só que na 14ª faixa a madame começa a cantar algo que me remete diretamente à quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel, ali, bem no comecinho da Rua General Tamarindo, na entradinha da Vila Vintém, bem em frente à linha férrea, ao lado do Ciep Mestre André e quase embaixo do viaduto que nao sei o nome, mas liga os dois lados de Padre Miguel.

Ah, claro, o que me faz ter saudade é um samba que ela gravou e é cantado na quadra chamado "Lá em Padre Miguel". Quem vai à quadra sabe qual é. É uma das coisas mais empolgantes que já ouvi.

Lá vem a baterira da Mocidade Independente
Não existe mais quente
Não existe mais quete

É o festival do povo
É a alegria da cidade

Salve a Mocidade!
Salve a Mocidade!

Mestre André sempre dizia:
"Ninguém segura a nossa bateria"

Padré Miguel é a capital do samba
Que tem a bateria que bate melhor no carnaval!


A letra não é nada demais, mas é só escutar o vozeirão da Elza cantar isso que me lembro da quadra lotada e a bateria de Mestre Coé - sucessor de Mestre Jorjão que por sua vez sucedeu Mestre André - e fico arrepiado... Os tamborins e chocalhos, o recheio de caixas e taróis e os surdos marcando com energia e precisão. Ai, ai... Além disso, todo aquele povo de Padre Miguel, Bangu e Realengo, Senador Camará e arredores sambando com orgulho de ter bem ali, na nossa área, uma coisa tão boa pra gente ser feliz... Será que vou conseguir presenciar isso ainda esse ano? Tomara...

Salve a Mocidade!

quarta-feira, novembro 27, 2002

Acabei me empolgando postando e esqueci do trabalho...
Filmes

No sábado ainda fui dar as caras no Festival de Cinema. Vi dois curtas, "A janela aberta", de Eduardo Barcinski, e "Dona Cristina perdeu a memória", de Ana Luiza Azevedo. O longa foi o "Amarelo Manga", de Cláudio Assis, que acabou sendo mais premiado do festival. O engraçado é que o longa, que mostra pequenas histórias entrelaçadas no subumundo de Recife, me deu saudade da minha passagem por aquela terra. O filme só mostra a parte suja da história, mas é justo nessa parte suja onde pintam pessoas super interessantes com histórias mais interessantes ainda... Quando rolavam umas curtas tomandas do Recife Antigo... ah que saudade...

Sei que Iara e Juliana, se lerem isso, vão gostar. Mas é verdade. Deu saudade sim, e daí?

Ontem apelei pra outro tipo de esquema. Como acabou a conexão em Brasília pela Brasil Telecom durante a tarde e eu precisa de informações que buscaria pela internet, chutei o balde e fui pro cinema. Apelei bonito. Fui ver "Harry Potter e a Câmara Secreta". Eu admito, gostei... Isso eu queria contar pro amigo radicado em Recife, Marcelo Topete, fiquei com vontade de ler esses livrinhos firuleiros... Deixa eu terminar o meu Guimarães Rosa pra levar a sério essa parada de entrar na onda de Harry Potter.
Hoje quase passo por cima do Iuri com o Ervilhão. O cara tava dentro de um terno e com expressão de perdidão esperando pra atravessar a W3, indo do Prédio Varig pro Brasília Shopping, aqui no Setor Comercial Norte. Pior é que fiquei parado no sinal e eu não consegui achar meu celular pra ligar pra ele.
Só pra zoar com o irmão

Sábado estava eu indo almoçar pra partir pro sambinha no Calaf quando Irmão-Léo liga do Rio. O fura-olho fez a ligaçao pra me fazer inveja, tava indo ao show do Rush no Maracanã e contou que tinha pego nossa prima de segundo grau que mora em Taquatinga quando ela estava no Rio... Isso aí, valeu, parceiro.
Hoje é dia de quartas-de-final do brasileirão. Tanto o meu América quanto o Flamengo foram eliminados em suas respectivas competições. O que fazer? Torcer pelo único time do Rio de Janeiro que continua de pé, o Fluminense, time da mamãe e de Irmão-Léo. E seria algo interessante ver um time que estava há cinco anos na Terceira Divisão voltar a ter moral a ponto de conquistar um título brasileiro. Bom, boa sorte pros adeptos da esbórnia Renato Gaúcho, Beto e Romário.



Putz, se o Marlon e o Mazola lessem isso iriam encher o meu saco, mas eu ponho meu bairrismo futebolístico em primeiro lugar.
Quando a gente é lembrado por que desenrolava o fio do telefone em antigos lugares onde se trabalhou é pq devia haver algum problema... Quem é o excêntrico no caso? Quem desenrolava ou quem lembrou que de quem desenrolava?
Luma é tudo




Por falar em posse, li hoje no O Globo que a maravilhosa Luma de Oliveira foi a pessoa física que mais contribuiu com a campanha do barbudo. Além de ser o que há de melhor, Luma tb está com a esquerda. Olha o texto aqui:

Luma, a pessoa física que mais doou para Lula
Ana Paula Macedo

BRASÍLIA. A prestação de contas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trouxe uma surpresa: a modelo Luma de Oliveira foi a pessoa física que mais contribuiu para a campanha do PT. Ela doou R$ 27 mil. Já entre as pessoas jurídicas, os grandes bancos nacionais figuram entre os maiores doadores, tanto de Lula quanto do candidato derrotado José Serra (PSDB).

Nas prestações de contas apresentadas ontem por Lula e Serra, o tucano declarou ter deixado para o partido uma dívida de campanha de R$ 5,9 milhões. O caixa do presidente eleito também teria fechado no vermelho, forçando o PT a assumir uma dívida de R$ 770 mil. Nos quatro meses de campanha, os comitês de Lula e de Serra tiveram arrecadação e despesas semelhantes, mas bem abaixo dos valores limites declarados ao TSE.
A posse

Agora tá definido: a posse do Lula vai rolar no dia 1º de janeiro, às 15h. CLARO que vou estar lá. Eu, minha camisa vermelha e minha bandeira vermelha. Vai ser legal, vai ser uma coisa meio rubro-negra. Eu, o preto, com a roupa vermelha.
Tenho andado com má vontade com o PPS. Pior, tenho andado com preguiça mesmo...

sexta-feira, novembro 22, 2002

Pelúcia

Escrevi há um tempo atrás, ainda durante a campanha pra governador - ainda no Rio, que comi como um louco no Méquidonaldis pra ganhar três bichos de pelúcia. Pois bem, trouxe um dos bichos pra cá, a capivara, que batizei de Anakin. Junto com Anakin vieram dois sapos de pano que ganhei, Caco e Caquinho. E nao é que na mesa do bar, durante o lançamento do livro, coleguinhas já conheciam a história?

Veio uma pergunta: "Tu é o amigo carioca da Clarissa?". Sou, respondi. "É vc que tem os bichinhos?". Sou, p q?, respondi tb, né. As figuras foram abaixo de rir. "Ué, vc nao tem cara de quem tem bicho de pelúcia", disse uma com surpresa. E daí, pra ter bicho assim tem que ter cara?, disse na boa e surpreso com a surpresa das pessoas. Fala sério.

O pior é que aquela me questionava era uma das colunistas do maior jornal da cidade... Essa história ainda vai render... hehe...

Tenho uma capivara de pelúcia sim e daí? Vai encarar?
Semana meia bomba

Rolou o dia da consciência negra e não fiz nenhum post, nenhum comentário aqui. Perdi, né. Deixei passar.

A semana foi muito meia bomba, trocentos caras que preciso entrevistar ficaram me cozinhando. Só consegui falar com 30% das pessoas que devia. Odeio isso, mas é vida que segue. Nao consegui agora, mas vou conseguir semana que vem.

Mesmo assim entrei numa de viver de perto a vida social da cidade. Na quarta, fui dar as caras no lançamento do livro do Noblat, o pivô de toda a quizumba no Correio Braziliense. Ele, que fazia oposição aos governador local, o Roriz, foi demitido e no seu lugar, na direçao do jornal, entrou um cara que é aliado ao tal governador do DF. Curioso estar no meio dos jornlistas locais, é um meio bem diferente do carioca. Todos são muito preocupados em estar bem vestidos, todos são muito arrumados, vários e vários de terno. Os coleguinhas cariocas são mais desencanados e descolados... Estava lá eu me sentindo um peixe fora d'água.

No mesmo evento, várias cabeças coroadas do PT tb apareceram. Estavam lá o Genoíno, a Bené até o Magela e alguns personagens da equipe de transiçao. Ver esse povo todo junto deixou clara a importância que a esquerda atribui ao tal que lançava seu livro. Se eu comprei? Claro que nao, durango do jeito que to andando nao ia comprar livro algum. Depois vou pegar emprestado de alguém pra dar uma lida.

Quarta e quinta-feira fui ver qual era o Festival de Cinema... Que parada meia bomba... Fiquei desanimado... A programaçao do festival pareceu ridícula, ou estou errado, ou o tal festival devia ser tido apenas como uma mostra. Pareceu-me algo muito pequeno pro que já ouvi desse festival aqui. Bom, reza a lenda que aquilo é como um ponto de encontro pra esticadas maiores... Eu devo estar muito cru na cidade, pq sempre acabo esticando pro mesmo bar... o Beirute.

quinta-feira, novembro 21, 2002

Tô sem saco pra blog, mesmo assim coloquei quatro novos links aqui na minha lista de blogs amigos. O da Polly, Paula Janot, figura baiana e gente fina tb moradora de Brasília, que conheci através de Tia Ana; Iuri, meu ex-calouro, outro que tb mora na cidade estranha e dono de um talento que eu sempre adimirei (desde quando o mané era estagiário e trabalhava comigo anos atrás; a Mariana, que nasceu aqui, mas mora no Rio, e criou seu blog há pouco tempo; e a Patrícia, figurinha super agradável, que tem algumas conhecidas em comum comigo, que conheci em Santa Teresa durante minha curta passagem pelo Rio nesse meio de ano.

terça-feira, novembro 19, 2002



Toda a cidade ainda continua falando na tal história do Pedrinho, moleque que foi roubado da maternidade há 17 anos e criados por pais adotivos. À primeira vista me parece estranho tanto interesse por algo que, no fim das contas, só é importante para as famílias envolvidas e, mesmo assim, acaba ganhando primeiras páginas seguidas não só no DF, mas em outras praças.

Mas após isso eu me toquei. Em 1986, quando o seqüestro rolou, foi um assunto que mobilizou o DF, todos ficaram chocados e preocupados com a história da mãe que foi à maternidade, deu a luz e nunca mais viu seu filho. O caso voltou à tona várias vezes em outros momentos com possíveis Pedrinhos encontrados, mas nenhum deles acabou sendo o verdadeiro. Só agora, nesse novembro de 2003 é que o verdadeiro Pedrinho, hoje Oswaldo Jr., foi encontrado. A população brasiliense se sente naturalmente interessada e até envolvida pela história que aprendeu a acompanhar a cada novo episódio. Além de ser uma coisa que remete a uma novela, com roubo de criança, pais trocados, dramas familiares, mulher que roubou filho dos braços da mãe verdadeira e tal.

Mas e agora? O moleque já tá formado, é quase um adulto. O que fazer com ele? Mal consigo imaginar o que deve se passar na sua cabeça, ainda mais com as recentes acusações da Polícia Civil sobre a mãe 'adotiva', a D. Vilma. Pior, agora que a mãe biológica abriu o verbo e mandou na lata que foi a própria Vilma que roubou o neném dela.

Situação hard demais pra cabeça de um carinha que só tem 17 anos e tá vendo, bem aos poucos, que a mulher que o criou na realidade não é aquilo que lhe mostrou durante esses quase 20 anos, mas alguém capaz de roubar uma criança simplesmente cagando e andando pros verdadeiros pais. Se for mesmo provado que a Vilma meteu (meter = roubar na gíria dos subúrbios cariocas) o moleque na maternidade, aí a Justiça deveria ter um dispositivo pra puni-la. Eu nao sou Justiça, eu nao sou Polícia, sou só um malandro carioca perdido por aí, mas a história do seqüestro feito pela própria mãe de criação está cada vez mais concreta, ainda mais com o que o casal que criou o moleque fez após tê-lo conseguido, como dizem, dado por uma mulher... Ainda mais agora que ela, a Vilma, chegou na hora do depoimento da Polícia e disse que só depõe em juízo. Sei não, parece que tá devendo. Caso contrário, podia ter aberto o verbo por lá.

Olha eu já julgando os outros... Mas nao formar opinião acompanhando as coisas assim é meio difícil, né.

Bom, que a história termine de forma menos traumática pro Pedrinho-Oswaldo. Que a Força esteja com ele.

PS: A imagem lá no alto é da capa do Correio Brasiliense, o maior jornal da localidade.
Festival de Brasília

Começa hoje aqui nessa estranha cidade que me acolhe o 35º Festival de Cinema de Brasília. Nessa terça só vai rolar festinha pra convidados, mas a partir de amanhã a parada fica ao alcance de todos os mortais que estiverem por aqui. Boas e más línguas dizem que o barato aqui é ir naquele velho esquema ser e ser visto, pq todo mundo acaba optando por dar as caras por lá. Engraçado, isso me lembrou o esquema do Festival de Cinema de Recife e até o falecido Free Jazz, no Rio. Os bares na entrada do evento ficavam totalmente muvucados, mas pouquíssimas pessoas (se comparado ao número dos que entraram na parada em si) vão ver de perto as coisas. Pois bem, acho que amanhã estarei nessa.

segunda-feira, novembro 18, 2002

Segundona

Vendo uma mesa redonda ontem a noite, acho que a do Juca Kfuri, o próprio falou algo que me pareceu muito correto: que a segunda divisão só é esse terror todo por conta da própria imprensa. Nenhum clube acaba por ser rebaixado. É fácil ver isso por aqueles que já foram campeões brasileiros e já estiveram embaixo. O Corinthians, o Grêmio, o Fluminense (que chegou à terceira) e até o Coritiba. Espero que o Botafogo nao fique muito por baixo e suba logo pra ajudar o futebol do Rio voltar a ter moral. Mesmo com São Paulo tendo dois clubes rebaixados, eles ainda têm mais equipes que a gente. Pior, agora teremos o mesmo número de equipes que o Rio Grande do Sul (três). E se os dois catarinenses subirem, vao se equiparar ao Rio no número de clubes. Antes que isso possa refletir que o futebol do estado do sul que tanto gosta esteja melhorando, acredito que só confirma que o futebol fluminense tá é indo pro buraco...
Elocubraçoes futebolísticas

Ontem meu time fez um joguinho bunda no Maracanã que pouco importou pra história dele, da humanidade ou do futebol brasileiro. Pena foi ter assistido ao Botafogo, o glorioso, ser rebaixado sem qq resistência. O Botafogo é um clube de história que nao tem a ver com derrota. Além da tristeza dos seus torcedores, fica a tristeza pro futebol do Rio de Janeiro por ter menos um clube de expressão na primeira divisão. Essa é a mesma tristeza que senti ao ver o Fluminense ser rebaixado (engraçado foi que o tricolor consegui ser rebaixado três vezes seguidas - duas da primeira para a segunda e uma segunda para a terceira).

Não vejo o fim do mundo no descenso do 'glorioso', mesmo pq ele pode e deverá levantar, sacudir a poeira e dar a voltar por cima, mas a sensação de derrota deve ser muito amarga nessas horas.

Pelo Gama e pela Lusa eu nem falo muito, somente foram mais incompetentes que os demais para se segurar na primeirona. Mas quanto ao palmeiras... ah, que alegria. Odeio muito esse time verde, o clube e sua torcida. É bom pra neguinho baixar um pouco a soberba. Só é uma pena ver caras como o Arce e o Zinho nessa situação. Mas depois eles voltam, acho pouco provável que um time como o palmeiras e até o Botafogo fiquem na segundona por muito tempo.
Parque da Cidade

O Parque da Cidade é um achado. É perto de casa, mas nao tinha ido até entao. Catei a bicicleta de Clarissa e fui ver qual era. E nao é que a parada é maneira? É grande pra burro, tão grande que a paisagem muda conforme a gente vai andando. Foram três horas de pedaladas por lá, reza a lenda que encarei a pista de 8 km. Acho muita coisa, mas... É o que foi dito.

Engraçado que muita gente opta por tomar sol no parque. Tem gente de sunga de banho e biquini nos gramados. Isso me pareceu um tanto surreal. Ir pro parque tomar sol! Sei que nego faz isso nas cidades do interior, mas nao tinha visto até entao. É bem curioso ver mulheres com aqueles biquininhos minúsculos (quer dizer, nao é tão curioso assim, mas a situação é que é curioosa) passando óleo de bronzear e tal, como se estivessem na beira de uma piscina e até na praia.

Só uma coisa foi ruim, o banquinho da bicicleta é sofrível. Deixou a bunda doendo até agora.
Sábado, o que fazer?

Samba no Calaf, ora. Estou há um mês na cidade e já sei que sábado é dia de ir pro sambinha e chorinho no Calaf, bar que tira onda de espanhol, catalão ou ou sei lá o quê. O que importa é que a música é boa, a freqüência é boa, a cerveja é boa e o caldinho de feijão (pra rebater) tb é bom. E sempre se conhece alguém legal que tb tá morando na cidade.

O negócio é chegar lá pelas 15h e só vazar quando a banda parar, tipo 21h. É cerveja pra burro que entra goela abaixo.

Sinistro é quando vc já começa a ficar conhecido no lugar, os outros freqüentadores te cumprimentam e o garçom fala na hora de ir embora: "Até sábado, hein".
Ervilhão tá ficando esperto

Sexta-feira fui à casa do grande Marquito, era comemoração do seu aniversário e depois fui pra Sobradinho, onde rolou festão na casa de Iara. Marquito é praticamente meu vizinho, por conta disso nao rola esquentação de cabeça pra chegar e sair de lá. O sinistro foi ter chegado entre 22h e 23h e sair de lá calibradaço de vinho. Vinho, muito vinho. Ervilhão, carro força amiga como poucos no mundo, me levou praticamente sozinho (ou guiado por Deus) até a festa, a uns 15km ou 20km do Sudoeste, após pegar a BR-020. Como eu cheguei até lá nao sei. Mas cheguei e ainda curti a festa, de onde só vazei lá pelas 4h e brau. E, pra meu conforto, o sensacional Ervilhão me levou de volta pra casa. Engraçado foi que, assim que acordei no sábado, corri pra varanda pra ver se o carro tava parado na porta do prédio. Estava, que alívio. Como ele chegou lá? Só Deus sabe. Essa é mais uma experiência que confirma a máxima: "bêbado e criança, Deus protege"
Particularidades do shopping

Já pareceu estranho pelo fato do cinema ser do Grupo Severiano Ribeiro, há anos eu nao entrava numa sala dos SR. No Rio eu já tinha me acostumado a dar as caras no Cinemark's e UCI's da vida. Aqui tem Cinemark tb, mas UCI... por enquanto sem chance.

Como não rola ar-condicionado por ser um centro comercial aberto (como o o Cittá América), devido a já conhecida secura do clima, rolam umas paradinhas que mandam pro ar uma gotinhas bem pequeninhas de água pra resolver o perrengue da baixa umidade do ar. Muito estranho... Mas funciona.
Banzo faz mal

Na quinta depois que vazei do escritório fui casa super cedo e com um sentimento de tristeza que até então não tinha sentido. Tipo daquele que faz sentar na calçada e chorar. Como nao tinha nada a perder, segui o conselho de uma amiga do Rio com quem falei durante a tarde: tomei um banho quente demorado e fui ao cinema. Comprei o ingresso pra encarar o 'Dragão Vermelho', mas com medo de ter que pensar muito ou ficar deprimido mudei de idéia. Vi 'CDD' outra vez.

O início do filme vem logo com uma vinheta da Secretaria da Culturas do Rio, que tem a RioFilmes que dá uma bola pra muita gente que quer fazer filmes por aqui. A primeira imagem é do Cristo Redentor... que maldade com o coração carioca desse garoto de Bangu... Segurei a onda pra nao chorar, fui forte e vi o filme outra vez.

Espetáculo.

Impressionante como o humor mudou. Tive até vontade de sair a noite.

Claro que nao encontrei ninguém, afinal de contas ninguém fica em Brasília nos feriados.

PS: Condessa, obrigado pelo conselho.
Segunda

Vou colocar a paradinha que peguei do Eu, hein!, aqui.



Essa foto tá na home do Estadão. CHORA, PORCO!

quinta-feira, novembro 14, 2002

Momento deprê

Tremendo feriadão (o último dos pouquíssimos desse ano) chegando e não sei o que fazer. No Rio eu teria várias opções, com certeza, mas aqui... nada acontece... Sei lá... Deixa quieto...

Ao menos amanhã tem a comemoração do aniversário do Marquito e festa na casa da Iara, em Sobradinho... Espero que ajude a levantar o meu astral.

Liguei pro primo de D. Glória, que (pra minha surpresa) é papa mike de moral no Plano Piloto. Pareceu ser boa gente, mora ali em Taguatinga. Ainda não cheguei até essa cidade satélite, mas logo eu dou as caras por lá.

É isso. Volto na segunda. Se Deus quiser.
Agradecimento

Esse post é pra agradecer à Tia Ana por ter resolvido a pendenga que deixou o posts de ontem embolados com os da semana passada. Valeu aê.
Marquito

Hoje é aniversário do furingudo. Vou fazer uma social logo mais.
Ao menos

Estive com grande Anderson. Amigo de anos atrás que esteve em Brasília a trabalho. Jantamos, falamos asneiras e ensaiamos entrar no forró do Frei Caneca Draft, só que ficamos nos divertindo vendo as peças na fila (cois de moleque, eu sei. E daí? Nunca neguei ser moleque mermo). Como o cara tá ficando velho, quis voltar pro hotel pq tinha enfiado o pé na jaca na noite anterior e tinha que acordar cedo pra visitar clientes em Taquatinga.

Deu vontade voltar ao Rio no fim do ano pra rever os amigos e a família
Ódio

Cambada de furingudos. Carcaram meu time... Roubaram descaradamente... Que morram empalados, filhos de quenga. Os árbitros catarinenses anularam um gol nosso e legitimou um com um mané de verde em impedimento... Pra piorar, anulou um gol rubro-negro LEGAL. Ainda bem que eu não estava lá. Ia querer matar um deles.

Será que essa josta vai ficar cagada pra sempre?

quarta-feira, novembro 13, 2002

Pq deu essa cagada? Como vou resolver isso?
Ótimo, o blogger acaba de dar pau...
Eu não vou

Abri o Globo e fiquei pra baixo. Sou um órfão de shows desse tipo aqui em Bsb. No Rio a todo instante rolavam coisas insteressantes. Vai ter DJ Dolores e Orchestra Santa Massa no Rio durante três quartas-feiras... E nao vou ver umazinha sequer... O Contraditório é o CD que mais toca no Ervilhão... Ao menos lembro que eu estava no lançamanto do CD no Pátrio de São Pedro, em Recife, numa noite chuvosa em saí de casa no bom e velho espírito guerreiro suburbano e tudo deu certo...



É isso. Ah, mas agora eu tb tenho o novo do Nação Zumbi pra ficar repetindo o tempo todo. Bom CD... Engraçado, saí de uma fase de músicas cariocas e caí numa pernambucana... Pena ter deixado meus CDs do Antonio Nóbrega no Rio...

terça-feira, novembro 12, 2002

CDD

É muito bom ver quando alguma coisa feita aqui dentro, retratando uma realidade bem nacional (nesse caso, bem carioca) consegue ganhar essa amplitude. Eu li essa matéria, da Bianca Kleinpaul, no Globo.com e fiquei feliz. Cidade de Deus é o filme mais visto do ano, mais visto que esses feitos pro circuitão. Até a publicação da matéria, no dia de hoje, já eram 2,752 milhões de espectadores. Espero que seja um marco pra essa classe média (da qual mal ou bem eu faço parte) ver que existem outros setores na sociedade que têm importância. Mesmo assim, grande parte desse público se deve a uma coisa que acho curiosa, os suburbanos (tb como eu) estão indo ao cinema ver CDD, as pessoas optam por ver esse tipo de filme por localizar uma realidade próxima delas.

Mas, voltando à classe média, vejo algo importante nela. Vejo que ela está saindo da imobilidade até por coisas como o projeto Fome Zero, que o Lula vai implantar quando assumir. Parece que agora as pessoas se sentem responsáveis pelos outros, que querem ajudar. E isso não se deve só ao filme, mas a toda uma conjuntura da qual o filme faz parte. Não sei se ainda estou na onda de confiança, mas tô acreditando num país melhor que vai depender de governantes e da participação popular.

Visita

Amanhã um grande amigo meu baixa na cidade. O nobre Anderson, que cansou de pegar trem comigo pra voltar da faculdade vem à Brasília. Agora o bichinho está engravatado e tudo mais, nem parece aquele maluco com cara de moleque que morava em Nilópolis e foi calouro junto comigo na Uerj, onde a gente ia assistir aula de chinelo. O mané mudou um pouco, mas continua com seu humor rascante e o tradicional ar blasé. Quando o cara era pobre já tinha, imagina agora?

Espero que seja legal, após sua improvável companhia no carnaval de Olinda esse ano, acho que ele passou a olhar com de forma mais respeitosa minhas viagens por aí. Entendeu que gosto disso mesmo e não faço só de molecagem. Bom, vai muito bom tê-lo por aqui. Pena que será apenas por um dia, o mané volta pro Rio, afinal de contas seu escritório fica lá.

segunda-feira, novembro 11, 2002

Lentes

Tem gente de bom coração nesse mundo e tem gente muito furinguda. Graças a uma amiga nao vou ficar esperando a grana entrar no caixa, já mandei fazer meus novos pares de lentes (tô sem saco pros óculos), enquanto isso quando ia pagar à vista a fortuna daquelas paradinhas que vou colocar nos olhos me deram um desconto ridículo de R$10. Cambada de fura-olho. Como sinto necessidade desses bagulhos, perdi. Paguei logo esse troço pra poder circular na boa.
Amplitude térmica

Esse clima é muito hardcore. Sábado saí de casa com 26 graus, quando voltei já tava marcando 17 graus. Aí a saúde do carioca vai pro espaço. Aprendi que pra qq coisa que eu vá fazer é bom levar um casaquinho. Triste vai ser quando eu colocar pra lavar. Aí é derrota certa. Vou passar perrengue.
Noite de domingo

Vida de solteiro é isso. Lavar as cuecas no tanque. Se alguém vier me perguntar o que fiz no domingo a noite posso falar: lavei todas as minhas cuecas. Ainda bem que fiz isso ontem, caso contário ia ficar sem ter o que vestir hoje. Eita situação ridícula...

Depois disso ainda liguei pra uma amiga minha do Rio... papinho ameno...

Quando pensei que ia pra cama, lembrei da louça sobre a pia... Matei toda ela.

Mas domingos dedicados à limpeza doméstica não é muito a minha cara...
Sambinha e nada mais

O fim de semana foi muito tranqüilo. Sábado rolou o samba no Calaf, onde rolou a comemoração do aniversário do Nicolas. Aproveitei e matei uma feijoada que deixou todo mundo bolado. Ficaram chocados como mandei pra dentro a comida. Pô, era pra comer mermo. Tava lá, sobre a mesa... Ninguém tava na pilha de dividir... Foi saco, tudo pra dentro.

Domingo básico na casa da Iara, ali em Sobradinho. Cervejinha, churrasquinho, piscininha (que nao entrei) e jogo do Flamengo. Com vitória.

sexta-feira, novembro 08, 2002

Hoje conheci Paula, amiga da Tia Ana. Paula é baiana e sangue bom. Ela tb tem blog. Com certeza vamos nos encontrar mais vezes.
Querer ser malandro demais dá nisso

Ontem foi aniversário de minha amiga paranaense Joice radicada em São Paulo. Como participamos de uma lista de discussão, mó galera mandou e-mails parabenizando a menina e tal. Na qualidade preto, pobre, suburbano e malandro. Ou melhor, o suco da malandragem bangüense (essa pérola aprendi com meu amigo Rafael Cabeção), optei por nao escrever nada porque ligaria pra menina durante a noite. Ahã. Muito bem, Vicente. Os números dos telefones dela ficaram no Rio e Irmão-Léo não conseguiu encontrar. Resultado: nao mandei e-mail nem liguei. Mané. Muito mané que sou.

Pior, ela fez uma festa pra comemorar o aniversário, já tinha avisado a ela que providenciaria uma de Zé Pequeno. Mas, como acabei vindo parar aqui, nao rolou de ir à festa.

Mandei um e-mail e a madame disse que só me desculpava com um pedido de desculpas publicado no PPS, ok, isso eu faço. Mas ela pediu com versinho, aí tá além das minhas possibilidades. :-P Nao rola. Mesmo assim, Joice, querida, parabéns e desculpe por ter pagado esse mico.
Uma tristeza

Hoje minha amiga fofa, gente boa, engraçada, maravilhosa e condessa Antonia se despediu de mim. Nao mais passaremos momentos de nossas tardes conversando e trocando idéias. Era minha mais concreta ligação com a cidade natal. Hoje seu contrato expirou e ela vai ficar sem lugar fixo pra trabalhar. Pena. Espero tê-la mais vezes ao alcance, ao menos, do messenger ou do icq pra, pra podermos nos falar.
Roberta doente

Hoje liguei pra minha amiga podre-star Roberta. Ninguém me avisou que ela tava doente, só a Tuninha hoje a tarde. A mulher ficou de cama, toda troncha. Mas agora parece estar melhor. Período estranho esse, a bichinha ainda tá com pedra na vesícula. Tomara que melhore logo, é minha amiga podrona e querida. Vai pra São Paulo quando melhorar baixar na casa de Nathalia Molina, outra peça da Uerj. Espero que seja bom, que aproveitem, elouqueçam e se divirtam muito. Se eu estivesse baseado no Rio, com certeza daria as caras por lá por conta da visita de Robertão.

Por causa do mal estado de saúde, hoje nao vai ter a festa mais badalada do ano. A comemoração de um ano do Mundo Estranho ela. Que pena. Quem sabe quando rolar enfim a comemoração eu nao tenho como dar as caras na Matriz?
Diferença
Engraçado como no Rio a gente ia super a vontade. De bermuda, camisa com estampa, Hering, o que fosse... Aqui os caras vão arrumados, com camisa pra dentro da calça... até uns de sapato... Mó coisa estranha, mas... fazer o quê? Cada cidade do seu jeito. E eu do meu.
Enfim, o forró

Ontem a noite lá fui eu sozinho andar pela cidade. Maria Cristina, colega de sala nos períodos básicos da Uerj e moradora da cidade, me ligou. Fui encontrá-la num bar na Asa Norte, o Armazém do Ferreira. Lugar maneiro, gostei. O cardápio tem uma foto enorme da Enseada de Botafogo com o Pão de Açúcar no fundo, mas sem barcos e prédios. Algo que foi tirando no tempo em que o papa fazia catecismo.

Como a secura por forró era grande falei com o povo e parti pra Asa Sul. Fui atrás do Gate's. De início bateram pra mim que a parada rolava na 405 Sul. Cheguei até lá. Nada na quadra. Perguntei. É raro fazer isso aqui pq nunca tem gente nas ruas. Informaram: 203 Sul. Fui até lá. Outro erro. Como tinha vindo de um bar onde tava tomando chope, a vontade de marcar o território como todo bom mamífero (= mijar, fazer xixi, urinar, mictar) era grande. Após me deparar com mais uma rua sem saída, encostei o Ervilhão, desci, mirei na árvore mais próxima e vlau. Que alívio.

Já perdido por completo, o interior das quadras são verdadeiros labirintos, liguei pro Fábio Lino (personagem com quem trabalho), nada de atender, o celular estava desligado. Aí liguei pra Clarissa. Mulher ma-ra-vi-lho-sa que salvou minha vida mais uma vez. Explicou o que fazer, tirou a dúvida do endereço (era 403 Sul) e pronto. Lá fui eu.

Cheguei, tomei um Jhonnie Walker One, mistura do referido uísque com o First One. Hehe. Após tanta chope nem precisava disso, mas... Tomei. Dancei um pouco, nem foi tanto assim. Inclusive com uma suíça que tava por lá. Tão bonitinha, mas tõa durinha pra dançar... Valeu, valeu. Ela tem boa vontade, com mais alguns forrós tá melhor.

Saldo: Positivo. Consegui mostrar pra mim mesmo que, mesmo de forma atabalhoada, dá pra me virar na cidade. Já tô entrando no esquema e já tenho alguma independência. Saí cedo, tinha que trabalhar hoje, né. Nao ia ficar fazendo graça, mas agora eu já sei o caminho da Gate's. Quinta que vem estarei lá. Hehe.

O lugar é bem menor do que eu esperava, afinal me acostumei com coisas tipo Malagueta ou a falecida Quinta do Bosque. Até o Bolruim é maior, mas... é o que existe na cidade. Reza a lenda que é o que existe de melhor em forró. Porntanto, é calar o bico e aproveitar.

quinta-feira, novembro 07, 2002

Duas semanas de óculos

Há um ano lá estava o Vicente usando óculos todo amarradão. Liberdade de movimentos e tal. Dava até pra usar óculos de sol. Eis que no dia das eleições meu último par de lentes se foi. A lente do olho esquerdo se rasgou no meio. Foi-se e tive que voltar a usar os óculos. O detalhe é que nao gosto deles. Hoje em dia me parecem pesados e incômodos. Só que eles têm uma história de perrengue, pra variar.

No início do ano pasado lá ia eu passar uns dias em Floripa, uns 20 dias. Já tava com a passagem do ônibus na mão e tudo mais. Fui dormir com os óculos do lado da cama na ante-véspera do embarque. Quando acordo, piso em cheio nas duas lentes. Nao sobrou nada. Foi caco de lente pra todos os lados do quarto. E eu ia deixar de viajar por causa dos óculos? É ruim. Fui ceguinho, ceguinho pra Floripa.

Os primeiros dias foram meio na boa. Nao enchergava nada de longe, mas tava cagando e andando. Perguntava pra pessoas qual era o onibus que tava parado no ponto e tal. Como eu consegui ir à praia, ver tevê e ler. Tava de bom tamanho. Mas após cinco dias nao aturava mais o fato de ser um semi-cego. Fui fazer lentes novas na armação antiga. Claro que pedi as lentes mais baratas, vieram dois fundos de garrafa. Eu pensei "assim que voltar ao Rio faço um óculos novo". Ahã. Quase dois anos depois ainda continuo com o velho par... Que ódio... E eles me incomodam... Ó vida, ó azar...

Agora, aqui em Bsb, vou conviver com eles até fazer novos pares de lentes de contato... Acho que até o fim desse mês já resolvi isso.
Quinta é dia de forró

Tô seco por um forró. Seco, seco, seco. Mais seco que o ar de Brasília. Reza a lenda que rola uma parada legal na Asa Sul. Espero ter a companhia da Clarissa, se nao rolar e ela ficar presa no pescoçao acho que vou encarar sozinho. Que a Força esteja comigo.

terça-feira, novembro 05, 2002

Mesmo desanimado, vai esse aqui.

Robei do blog da Taís que, por sua vez, pegou de outro blog, o euhein.

Blogs Força Amiga

Rolam novos links na lista de blogs de gente que conheço e gosto.

Tem o blog do Dimmi, também jornalista e camarada. Grande iguaçuano e rubro-negro que deixou o medo de lado e está mostrando suas poesias. (www.poesianumahoradessas.blogger.com.br)

Esse é o da Adriana Penha, minha conterrânea encontrada em Pernambuco. Enquanto, eu que sou cria de Bangu morava em Candeias, ela - que é cria de Realengo - morava em Piedade. Éramos de bairros adjacentes no Rio e em Pernambuco. Maneiro. (www.adrianaps.blogspot.com)

Blog da Taís, figurinha que fez Movimento Estudantil comigo. Só que enquanto eu era do Rio ela era (e continua sendo) de Fortaleza. Vez por outra dou uma olhada lá, mas acabava não colocando o link. Bom, agora tá aí. (www.todososdias.blogspot.com)

Esse aqui é o da Maria Cristina, que implica comigo até hoje porque um dia entre com o nome da porta na Casa da Matriz. Mas ela é gente fina, além de ser namorada do grande Cesar, que fugiu pra SP. (http://www.teimosia.blogspot.com)

Sempre tem alguém que me pergunta, vou registrar logo aqui. Força amiga é o contrário de alemão. Força amiga é o cara aliado, amigo.

segunda-feira, novembro 04, 2002

Mais da mesma hitória - Caramelo da amizade

Juntamos os trocados e fomos pra rodoviária, João Goiano tinha dinheiro que daria pra pagar minha passagem e a dele enquanto Marcos Uva e Marquito podiam arcar com suas próprias...

Pegamos o ônibus mais furreca, acho que o Cometa. Tinha um couro duro nas poltronas que incomodava... Já embarcados um dos furingudos - pela bizarrice da proposta deveria sero Uva - fez o senguinte. Tínhamos um caramelo. O péla-saco mandou: "p q a gente nao come o caramelo da amizade?". Pois é, o malandro ainda explicou a proposta. Após vencer a parte mais sinistra etapa do perrengue a gente ia selar a amizade através de um caramelo. Cada um ia por na boca, um de cada vez. Após isso, cada um ia tirar um pedacinho do caramelo. Nojento? Muito nojento. Argh. Cada idéia que esses putos têm. E o pior é que ainda apóiam... Na hora fez sentido. Essas loucuras de estudantes são muito escrotas.

Depois disso, fomos até Botafogo na casa do Uva que deu um mega bonde pra galera. Levou o Vicente a Bangu e depois desovou Goiano e Marquito no Méier, onde o indivíduo goiano mora até hoje. Um perrengue com final feliz.
Uma história

Essa história sempre vem a tona nos encontros com Marquito, Marcos Uva e João Goiano. No idos de 96 nós quatro fomos ao Congresso Brasileiro de Estudos Interdisciplinares em Comunicação, vulgo Intercom. Rolou em Londrina, norte do Paraná. Fomos separados e nos juntamos aos poucos. Lá, encontramos a galera da Gama Filho (que só ia aos Intercons e nunca aparecia nos Enecons). Rolou uma social básica e combinamos que voltaríamos com os caras. O que fazer com o dinheiro da passagem? Usar na esbórnia. Ou seja, bebemos o dinheiro mais uma vez...

Na hora de ir embora veio a notícia que nos foi dada assim: "Ó, o motorista disse que vai ser perigoso levar vcs e pediu pra cada um dar cem reais por conta de qq parada da Polícia Rodoviária na estrada". Ótimo, né. Meio estranha a colocação dos caras e justo na hora de irmos embora, visto que os quatro estávamos com as malas nas mãos. Resultado, mesmo com lugares vagos no ônibus os caras no deixaram sentadinhos no gramado da Universidade Estadual de Londrina numa bela noite do mês de setembro.

Os quatro procuravam disfarçar o desespero que já crescia. Pô, ficar em Londrina pq nao tinha grana ia ser sinistro toda a vida. Nem praia tinha... Pois bem, eis que surgiu um ônibus todo iluminado dirigido por Jesus Cristo ou algo parecido...

Corremos e perguntamos pra onde iam, se podiam dar um bonde. Pô, era uma galera da Unisanta e da Unisantos, de Santos, que ia buscar uns professores na cidade (a Uel ficava fora do perímetro urbano pra completar o perrengue). Ao menos até a cidade a gente tinha bonde. Ficamos quietinhos no canto do ônibus... só esperando que o professor responsável deixasse a gente ficar. Se rolasse, iríamos até São Paulo, de lá ia ser mais fácil nos virarmos. E deu certo. Deixaram os cariocas ficarem.

Ficamos ligados até chegar naquela estranha cidade ao sul do Rio. Com a gente desceram duas figuras que tb pegaram carona. Agora a cena ridícula: Todos saímos do ônibus, pegamos as bagagens na mala e o ônibus partiu. Foi saindo um por um com suas malas e mochilas até a hora que sobrou uma. Como assim sobrou uma? Não era da ninguém. Tínhamos pego um mala a mais!!!

Pô, os caras salvam a pele da gente e ainda fazemos cagada!!!

Ficou combinado que os caras de São Paulo iriam devolver a bagagem a mais aos santistas... De todo o coraçao espero que eles tenham feito isso, pq ia ficar uma péssima imagem da gente. Ajudam a gente e sumimos com a bagagem deles! Mó remorso quando penso nisso...
Domingo Marquito

Nao saí no sábado tb, choveu. Ao menos o meu time ganhou. 2 a 0 no Maracanã e eu nao estava lá. :-(

Após almoçar e todo mundo sair de novo. Lá estava eu, escutando o início do jogo do Fluminense enquanto lavava a louça, quando o nobre Marcos André, figuraça dos meus tempos de FCS, ligou. Chamou pra ir a casa dele (a poucas quadras da minha) pra comer feijoada. É um furingudo mermo. Num domingo a tarde... feijoada... Ok, fui. E levei cerveja. CLARO.

Ótima tarde. Ele é chorão pra burro, mas gosto dele. Tb nao posso falar muito, sou reclamão à vera.

Grandes lembranças, grandes histórias... Feijoada e cerveja... claro.

Há tempos nao via a Taís, esposa do cara, que conheci quando era apenas namorada...

Só saí da Marquitolândia depois das 22h. Odeio horário de verão. Sempre perco a noçao das horas...

Grande Marquito, que momentos como aquele se repitam.

Só fiquei fulo com o mané pq casou aqui em julho e nao me convidou. Judas! Casamento de camarada é uma coisa que vou. E vou com gosto. O péla-saco nao convidou e levou esporro por conta disso.
Sábado

Acordei e fui a igreja que fica pertinho orar pelos meus mortos e pelos meus vivos. Impressionante como me senti bem dentro da igreja, acho que vou voltar mais vezes. Mas rezar pelos mortos é algo estranho, acabei lembrando mais do que foram ainda jovens. Que estejam em bom lugar, companheiros Cássio, Paulo Maurício, Luana, Paulo Renato e Carlos César.

Após isso, apelei. Diante de uma depressão que se aproximava fui pro cinema. Na realidade fui almoçar com Clarissa, que ia pro plantão no jornal e o primo dela (recifense boa gente à vera que baixou nessa cidade pra fazer um concurso) num shopping. Após o almoço cada um seguiu seu rumo e fui ver Scooby Doo. Só tinha crianças, adultos eram poucos. Os que tinham estavam cercados por crianças. Eu era o único adulto sem um pirralho que fosse do lado.

O filme? Legal. Um episódio filmado do Scooby Doo, só isso. "Scooby Doo, doo bee doo, where are you? We have some work to do now". Música que lembra infância, pernsonagens que lembram infância, cinema cheio de infância. E eu lá, perdido. Ao menos dei risadas. Gostei do programa.

O Salsicha é o maconheiro com a larica mais sinistra que já vi. Come as mais improváveis misturas. argh.
Sexta

Eu tava super pilhado de ir pra night na sexta, mas nao rolou. Desencontros e desencontros... E no fim das contas quando esperava o tel tocar pra sair de casa ainda recebi um telefonema bem hard. Trocando em miúdos, fui dormir deprimido. :-(

Nao tinha nem Lapa, nem Matriz pra eu ir... :-(
Desânimo

Tô desanimando de fazer o PPS... Acho que mais cedo ou mais tarde vou acabar parando com ele.

sexta-feira, novembro 01, 2002

Zapatistas

Tava futucando uns sites aqui e voltei ao do Exército Zapatista de Libertação Nacional, aquela galera de Chiapas, sul do México que corta um dobrado pra defender os direitos da populações indígenas daquele país. Eles tão meio fora da mídia e tal, mas é sempre bom saber que existe gente lutando pelos seus direitos mundo a fora. O endereço dos hermanos mexicanos é meio monótono, mas tem todas as informações pra curiosos e interessados em saber do que trata do EZLN e até quem foi Emiliano Zapata. Ah, tem até um linkizinho em português.


Esse zapatista é maneirinho.


Esse é o cara, subcomandante Marcos. Até hoje ninguém me explicou porque sub, mas... um dia eu descubro.