O dia em q o trem andou pra trás
Bom, acabou de passar das 19h e vou conseguir postar sobre a patética vinda para o trabalho. Há tempos as desventuras urbanas cariocas desse mané aqui não são postadas. Mas a de hoje merece. Após contar com uma semana atribulada pós férias em q tive o prazer de ter três chefes diferentes em menos de cinco dias, procuramos voltar a normalidade.
O manual do bom trabalhador braçal da comunicação manda chegar no horário, o chefe novo tem q ir com a cara do sujeito aqui, né. Não é de bom tom ficar chegando tarde. Vou ter q tomar vergonha na cara e sair de casa quase q de madrugada pra chegar aqui às 9h. Devia chegar às 8h, mas aí é demais.
Hoje, sente só o caos, o PPS saiu de sua aprazível residência no querido bairro de Bangu tipo 7h50. Eram 20 minutos de atraso pro q deveria ser o horário ideal de sair. Mas era suficiente. Uma caminhada até o ponto onde passam as vans, aqueles carros com motoristas aloprados que cobram $4,50 pra me trazerem dormindo ainda até o Centro. Após infindáveis 15 minutos... nenhum rascunho de van passou. Conclusão: a Avenida Brasil devia estar uma bunda de neném cagada. O trânsito devia estar um horror e todo mundo devia estar preso.
Delicioso início de semana.
Plano B: pegar o trem.
Mais uma caminhada. Dessa vez até a estação Guilherme da Silveira. Cheguei 8h25, às 8h28 passa o trem q sai da estação de Bangu e vai até a Central. É um parador, mas dá pra ir sentado, entenda-se cochilando. Por singelos R$3,20 eu pego o trem e posso pegar o metrô depois pra chegar ao trabalho.
Vem o cara de lata, o trem. Subo. Sento. Fico na boa. Parte o cara de lata. Próxima estação: Padre Miguel. Depois, estação de Realengo. A seguinte: Magalhães Bastos. Xi. Parou.]
Um voz do teto, do sistema de som do trem, avisa: "a composição anterior se encontra avariada na estação Magalhães Bastos". Ou seja, o trem da frente quebrou. Lindo, lindo, lindo. Uma perfeita manhã de segunda-feira. O trem da frente quebrado, o calor aumentando e eu só querendo chegar na hora no trabalho...
Passou tempo, passou mais tempo. Aí, passou o trem de trás, q era rápido, ou seja, q faz paradas em algumas estações entre Deodoro e a Central. Lotadaço. Nem reclamei muito, eu tava sentado, né.
O trem, q devia ir pra Central do Brasil voltou na direção Santa Cruz. Puts, derrota. Voltou uma estação. A sensaçao de q eu nunca ia chegar ao escritório era mais concreta. Lá foi o trem. Recuou. Fiquei um tempo parado. Só ele parado, pq o ponteirinho do relógio só andava pra frente e correndo.
Enfim a composição manobrou, trocando de linha e passando pra outra q estava livre. São só duas. Uma q teoricamente serve de ida e outra de vinda. Como havia um trem parado em uma delas a parada era usar a livre. É fácil fazer isso brincando, mas não com um trem de verdade.
No fim das contas foi feito. E lá seguiu o cara de lata. Nem falo do sol nas costas porque isso é secundário.
Quando tudo parecia resolvido, encaminhado e rumo ao Centro... sobe um senhor. Ele vem, pára na minha frente e começa a resmungar. Resmungar e balançar. Resmungar, balançar, resmungar. Em dado momento me deu a impressao q ele ia vomitar em cima de mim. Ah, se fizesse isso... Nem sei, deixa quieto. Ele não vomitou. Mas ficou lá, parecendo um zumbi resmungão q ia pra um lado... ia pra outro... e falava coisas q nem ele devia entender.
Sensação suuuper confortável essa de ter alguém assim parado na sua frente no trem. Cheguei a cogitar a possibilidade de descer pra me livrar da condiçao. Descer? Depois de tanto perrengue? Nem pensar. Fiquei lá. Irritado. Louco pro figura descer e sair do lugar. Mas nada, ele parecia estar curtindo...
Prestes a perder a paciência... chegamos a Central. Graças ao bom Deus. Vazei do vagão sem olhar pra trás. Parti pra estação do metro Central (em frente aa gare). Peguei o trenzinho com ar-condicionado. Duas estações, vazei, corri, cheguei. Hora? Só 10h15. O chefe? Não tava. Volto a dizer, o Vicente azarado já nasceu morto. hehe.