Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Sangue bão Victor Hugo

O sujeito merece um pôste só pra ele. Ficou meu camarada num carnaval em Olinda. Pois é, em Olinda, em meio a todo o mafuá de um carnaval naquelas ladeiras. Há mais de dois mil quilômetros do Rio. Ficamos na mesma casa, lembro q foi organizada pelo falecido Osmar. Tinha uma galera do Ceará, dentre eles o sangue bão citado, uns figuras cariocas e eu, um, digamos, folião sem galera, um idependente.

Victor Hugo é um quase-irmão. Impressiona a afinade na origem, visão de mundo e tudo mais. Eis que o cearense sangue bão virou funcionário público em Alagoas e na qualidade de abusadao, haha, fui lá. Já fui duas vezes. Uma quando ainda morava em Recife e estava há... quatro anos sem ver o camarada. E outra agora, já de volta e, sei lá, acho q há três anos sem encontrar o cara.

E mesmo sem ver os meus cornos o sujeito aqui ele abre seu apartamento, deixa a chave comigo e vai trabalhar. Pena q o mané tava trabalhando, mas deu pra discutir política, cultura, Brasil, futebol e tudo mais. Será que vamos nos encontrar em quatro anos? Sei lá, o furibundo tá pra casar, ali em Fortaleza, logo a ordem é "vamos ao casório em Fortaleza! Uhu". O mané só tem q avisar antes pra eu ter tempo de me organizar.

E a vida segue.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Vivo!!! Estou vivo!!!

Vale dizer que consegui chegar pra ceia com Dona Glória. Foram singelas sete horas e meia no aeroporto, um atraso considerável para decolagem, mas baixei em Bangu.

Em outra hora falo dos personagens de Maceió e Recife, da esta na Veneza Brasileira. E conto detalhamente o perrengue de Natal.

domingo, dezembro 24, 2006

Madrugada do dia 24 de dezembro. Onde está Vicente? Tcharan! Vicente está no Aeroporto dos Guararapes, em Recife. Acabei trocando minha passagem de Maceió pra cá. Meu vôo parte daqui, ao menos a previsão é essa, lá pelas 5h45. Ai, ai... Eu, bobo, ainda acredito.

Pior, o q me resta para fazer hora e não perder a hora? Ficar na internet fazendo nada. Aí resolvi dar essa postadinha pra dizer "tô vivo, hein".

Espero conseguir chegar ao Rio para a ceia de Natal com a progenitora. Vamos lá, mantendo a fé.

Como dizia na rua com a molecada, "o guerreiro jamais foge a luta". E vamos em frente, rumo ao Rio!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

E lá vai o Mengão rumo a Libertadores. Hoje os grupos foram sorteados. Não é nada, não é nada... não me parece um grupo difícil.

Mengô, ô, ô, ô.

Ô, ô, ô.

Ô, ô, ô.

ÔOOOOO.

Grupo 5
Flamengo
Real Potosi (BOL)
Maracaibo (VEN)
Cobreloa (CHI) x Paraná
Mudança de planos. Nâo mais volto para Maceió, de Recife pego o caminho de casa.... Tomara que não fiqu mofando horrores em areportos por aí. O vôo sai no fim da madrugada para o Rio e sequer tem escalas. A nova previsão dá conta de almoço em casa. Será?

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Após tantos perrengues o pôste é pra registrar que a vida segue muito bem por terras alagoanas. Praia, piscina natural, passeio de jangada, figuras gente boa. Tudo vai muitíssimo bem. Deve ser pra compensar a perrengalha pra baixar aqui.

Amanhã pego a estrada, vou dar as caras em Recife, rever minha penca de amigos que moram na beira do Capibaribe e Beberibe. Fico lá até sábado quando pego o caminho de volta pra Maceió. No sábado, 24, pego o vôo pro Rio.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Com a pança cheia de pão conseguimos embarcar... Chegamos a Maceió às 14h do dia 16. Ah, uhn... com 14 horas de atraso, né? Valeu aê.

Ah, mas não acabou! Agora entra a melhor das histórias no estilo "ser mané é". O telefone e o endereço de Victor estavam no meu celular. E quem disse q ele funcionava? Quem disse que eu ia conseguir pegar os contatos do cara?

Derrooooooooooooooooooota sinistra.

Após ter vencido essa primeira fase, digamos, aérea pra chegar, ai, ai, como fazer pra chegar à casa do camarada? Sentei no meio-fio, com o mochilão nas costas e fui pensar na vida, na morte da bezerra, em uma solução divina.

Mas sabe como é, Deus protege bêbados, crianças e o Vicente.

Lembrei que ele havia enviado um e-mail há meses com o celular dele. Bastaria apenas encontrar um cyber-café nos arredores e ligar pro figura.

Fui me informando sobre o aeroporto, não fica em Maceió, mas em Rio Largo, uma cidade ao lado, pro bairro onde o sangue bom mora dá quase 30 km. Ih, tava era ficando bão. Sem endereço, o cara não sabia q horas eu chegava, não estava na cidade certa e não tinha como falar com ele.

No segundo andar, lá no canto do lado direito havia um cyber. Eu poderia usar o computador por meia hora por módicos dez reais. Baratinho q só. Ah, mas eu tinha direito a tomar uma cerveja, um água ou um refrigerante. Ah, tá. Fui na geladeira e só tinha Ixquin. Sorte!!! Arregacei as mangas e caí dentro daquela que tem cerveja com tequila. Ai, ai, ai, muchacho! Já que tava lascado mermo que mal ia fazer?

Fui procurar os e-mails. Quem disse que site funcionava? Nâo, não é exagero. Quem disse que a página do Yahoo carregava?

É sério! Eu juro que é sério, não tô valorizando o perrengue. Não tinha como eu procurar. A josta não carregava. Após breves instantes de um quase pânico joguei lá na busca o nome do sujeito e pintaram as mensagens que trocamos por e-mail. Sabia q aparecia um resuminho da mensagem.

E não é que o telefone do sujeito não tava naqueles breves resuminhos? Ah, muleque!!!

Anotei no verso do bilhete da passagem e fui ligar. Victor atendeu, ele já tinha dúvidas se eu chegaria mesmo... Haha. Cheguei. Em meia hora lá estava o maluco para o carreto. Ufa. Enfim pude dizer que havia chegado a Maceió.
Pareceu piada. Tivemos a clara impressão de que o aeroporto estava estranhamente fechado. Os painéis estavam todos desligados, as lojas fechadas. E eu acostumado com aeroportos com gente circulando todo o tempo. Pois é, em Aracaju não é assim...

Nada de energia elétrica. O aeroporto não tinha luz, ar-condicionado ou nada. hahahahahaha.

Hei, cadê meu vôo? Vai decolar na hora? "Não há previsão de atraso, senhor". Ah, tá.

Mesmo assim rolou xéquin. Deu a hora da partida e nada. Hei, cadê meu vôo pra Maceió? "Senhor, ele está prvisto para 13h40". Puts, e a fome?

Fomos futucar no balcão, haha, eles ia pagar meu almoço. Deram um vale ridículo, 15 real, pra comer. Ok, já dava pra enganar os estômago. Mas quem disse q existe restaurante no aeroporto?

Ninguém tinha dito e mais uma vez descobriu-se da pior forma.... Resultado: troquei meu vale por dois sandubas e váááááááários chocolates.
Ok, ok. Mandaram a gente para um hotel legal e tal. E aí nós nove fomos nos sociabilizar. Alguns voltavam pra casa passar férias, outros iam passar alguns dias de férias (meu caso também), um figura voltava de alguns dias de trabalho e uma havia ganho um prêmio da sua empresa para passar o fim de semana em Maceió. Passar o fim de semana! Xi...

Chegamos ao hotel, antes da hora marcada pra servir o café nosso galho foi quebrado, serviram pra gente. Restava-nos comer, dormir, e voltar pro aeroporto onde, rezava a lenda, partiria o tal vôo.

Hora marcada e estávamos lá. Loucos para fazer xéquin. Fui o terceiro da fila, dois mais pilhados que eu do grupo já estavam lá frenéticos pelo embarque.
Coisa dumas 2h do dia 16, no Rio já seriam 3h, o vôo baixou na capital baiana. Era correr pra ver dava pra tomar o tal avião que partia para Maceió.

Vou lembrar por muito tempo... O sujeito da companhia aérea que devia cuidar o despacho dos passageiros falou "é só correr, o vôo tá esperando vocês, já tá partindo". Bobo esse Vicente, né, acreditou. Chegando na área de embarque... o tal vôo que já estava partindo tinha previsão de decolagem às 3h.

Melhor! Indo pra Aracaju. Ei? Aracaju não tava nos planos, o destino era Maceió! "Ah, senhor, é que o vôo para Maceió já partiu, mas existe um em Sergipe que espera esses passageiros aqui".

Mais uma vez dei crédito. E me lasquei. Uma hora esperando para fazer Salvador - Aracaju. Ridículo o vôo. Subiu e desceu para o percurso de 25 minutos. Mas... Chegando na simpática cidade sergipana vem outro sujeito da companhia áerea dizer que o tal vôo que eu queria já havia partido.

Ahn?

E o próximo de Aracaju para Maceió saria às 12h.

Ahn?

Como assim? Por que então aquele bunda suja fez questão de me embarcar lá em Salvador? Deixasse pernoitar, ora. Com todo respeito, era mais interessante ficar na terra dos orixás do que em Aracaju.

Aí descobriu-se que éramos nove loucos tentando ir pra Alagoas. Nove loucos que estavam amanhecendo em uma outra cidade que nem estava nos planos.

Por mim tomava-se um táxi, pago pela companhia aérea, claro, pra vir pra cá. A maioria deu piti, queria dormir em um hotel.

O relógio marcava algo perto de 5h.
Victor, camarada sangue bão, que hospeda Vicente tinha combinado de fazer o carreto lá pela meia noite no aeroporto, já em Alagoas. Antes de embarcar fui obrigado a ligar pra ele e avisar: "Desencana, rapá". Na hora em que deveria estar chegando na capital alagoana, hahahahaha, eu embarcava no Rio de Janeiro, com Salvador ainda no meio do caminho.

Melhor nem falar do vôo. Nunca, mas é sério, nunca senti tanto medo em toda a minha vida. Acho q a melhor imagem que pode ser feita seria de um carro trafegando por uma rua toda esburacada. O sujeito lá dentro quase quica de tantos altos e baixos dentro do veículo, né. Agora... isso dentro de um avião. Ui, deu medo de tanto chacoalhar.

Baixar em Salvador foi um alívio. A próxima missão seria tomar o vôo pr Maceió e lá.
Diante da preguiça que toma a carcaça do Vicente após o dia de ontem e lhe dá uma pequena má vontade de ir pra rua hoje pela manhã, cá estou para postar sobre minha vinda para cá.

Partiria do Rio de Janeiro na noite da sexta-feira 15 de dezembro. A previsão de decolagem era 21h40. Previsão, né. Chegando no xéquin perguntei ao sujeito que me atendeu se havia atrasos. "Não, senhor". Ok. Antes da minha mochila ser despachada veio outra informação. "Senhor, o vôo que o tomará ainda não partiu de Porto Alegre". Ah! Q bom q de Porto Alegre pro Rio são só duas horas de vôo.

Fui pra sala de embarque que tava muvucada. Sentei no chão, saquei meu livrinho e li e li e li e li. Dois vôos embarcaram do mesmo portão de onde eu sairia. Opa! O vôo pra São Paulo que partiria uma hora antes do meu ainda estava ali? Diliça...

Teoricamente eu sairia do Rio, faria uma conexão em Salvador e chegaria a Maceió às 00h05 local, já do dia 16. Foi só na teoria mesmo.

domingo, dezembro 17, 2006

Manhã ensolarada de domingo em Maceió. Acordei cedo para ir a praia? Não, para ver Inter x Barcelona.

Tava me sentindo quase um colorado. Puts, q perrengue durante a partida. Torci, torci e torci. Na hora do gol do Adriano cheguei a me arrepiar. Um a zero sobre o poderoso Barcelona foi lindo.

Com todo respeito à torcida do Inter - afinal de contas quando estou em Porto Alegre procuro ver algum jogo da equipe no Beira Rio, sou um quase colorado safado mermo - a equipe vermelha quase não tinha jogadores gaúchos. Uma breve olhada já permitiu ter idéia: Clemer (maranhense), Alexandre Pato (paranaense), Iarley (cearense), Fernandão (goiano), sem falar que Ceará, Índio e o próprio autor do gol do título, o Adriano Gabiru, não têm lá pinta de gauchos. Sei lá, acho até que ficou mais legal assim, em lugar do já conhecido discurso gaúcho me parece caber uma visão que foi a vitória de um time formada por brasileiros de todos os lugares. Será q tem um carioca?

Que a festa seja vermelha por aí. Porque a conquista foi merecidíssima.

Ah, e agora eu vou pra praia.

E salve o colorado de Porto Alegre. Reza a lenda que mês que vem estarei por lá.

PS: Viu? E não é que dois titulares do Inter campeão do mundo jogaram no Mengão? Clemer e Fabiano Eller. Tô na dúvida se Adriano Gabiru tb jogou...

sábado, dezembro 16, 2006

Foram 14 hora de atraso, quatro aerportos, três vôos, algumas horas dormindo em um capital nordestina por onde eu nem devia por os pés, mas, felizmente, estou em Maceió e posso contar a história.

Estou na capital alagoana há menos de duas horas, mas já tenho alguns pôstes para publicar... Perrengues, perrengues e perrengues.

Mas pra eu ficar feliz o céu tá lindo, o mar daqui é o mais lindo q conheço e todos serão felizes para todo o sempre. Ah, eu estou no bololô q se entende por "todos".

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Logo mais vou pra aula e da aula pro aeroporto. Destino: Maceió. Como Deus é um cara maneiro e tal de Cindacta não tá muito na pilha de furar meu olho (tomara!) chego na capital alagoana essa noite.

Já olhei a previsão e não tem sombra de chuva nos próximos cinco dias. Vou pegar praia, fazer social, pegar praia e um pouco mais de praia. Diliça! Ah, e ser ainda vou mais pra praia! O plano ainda dá conta de uma breve ia a Recife fazer social com o amigos que habitam a Veneza Brasileira.

Ah, abusado q sou volto na tarde do dia 24. Passa só o Natal longe de Dona Glória pra ver o q dá?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

E hoje lá vai o Colorado em Tóquio. Sorte pra eles. Que a data sirva de inspiração pra galera vermelha de Porto Alegre. "Vâmu, vâmu, Inter".
Arigatô Flamengo, do Bebeto em homenagme a vitória do Mengão. Ah, muleque...

Pra clicar e curtir.

http://www.flaestatistica.com/AudioMusicaArigatoFlamengo.mp3

SRN



13 de dezembro. Hoje a nossa conquista da taça aí acima faz 25 anos. Zicão foi lá em Tóquio buscar. Vitória linda de 3 a 0 sobre o Liverpool, o bicho papão da época.

Os rivais que me perdoem, mas nos arredores ninguém tem coisa igual.

"Cante comigo, Mengão!
Acima de tudo rubro-negro!".

terça-feira, dezembro 12, 2006

Ser mané é:

Esse é um dos melhores “ser mané é” de toda a minha história. Amiga Xristina, paranaense, moradora de Santa Catarina, dava pinta pelo Rio. Mandou mensagem de texto pelo celular, ainda ontem, avisando que estava na capital fluminense. Enrolado que não só não deu pra fazer social com a figura querida.

Hoje lembrei que não havia falado com ela, saquei o molecular e liguei. Uma voz atendeu e perguntou quem era. Nossos diálogos sempre foram recheados de fanfarronice, pequenas piadas, zoações aqui e acolá. Como mulher inteligente, sempre vinha com uma tirada pra me pentelhar. Eu, ogro que sou, respondi feliz: “É o Sunda, ora”.

Ela perguntou de novo quem era, agora com ar de espanto. E perguntou pra quem eu tinha ligado. E aí, como o nome completo de Xristina tem uma fila interminável de nomes de origem portuguesa, dei logo a linhagem inteira e finalizei com um Orleans e Bragança.

E a voz se apresentou como a mãe dela. Ahn? E eu achava que era mais uma piada da paranaense. A voz, já reconhecida por mim como uma voz maternal, mas para meu azar, parecida com a de Xristina, veio explicando que ela havia feito uma operação simples e tal, que estaria saindo do estado grogue, mas poderia me ligar durante tarde.

Engasguei com o pensamento “xi, é sério!”. Pedi desculpas pela derrota, onde já se viu se apresentar pra mãe de amiga como Sunda! Não vejo a hora de poder contar o causo pra ela se estatelar de rir às minhas custas...

Entre mortos e feridos, ufa, salvaram-se todos e ainda fui convidado pela mãe de Xristina pra dar as caras por Curitiba. Tia maneira, né, depara-se com um ogro piadista mal-sucedido e ainda é educada. Mal sabe ela do meu mau hábito de viajar e invadir a casa alheia...

No fim das contas essa gafe do Vicente só é comparável quando pensei que o pai da minha amiga Patrícia fosse seu irmão. Ligando para ela e uma voz que se identificou como Rui tendo atendido, falei: “ô, mané, chama tua irmã aí”. Sorte a minha, né, a resposta foi “Vicente, eu sou o pai, não sou o filho, mas espera só pra ver o mané”. Ui. Posteriormente, estando na casa dele, em reunião de família, Tio Rui não perdoou e perguntou, pra me zoar, no meio dos irmãos dele quem era o mané. Se tivesse ralo por perto eu juro que escorria por ele.
Existem coisas que me deixam profundamente incomodado e sempre falo disso aqui. O desleixo como se trata o próximo me deixa aviltado. Dia desses estava na Lapa com o amigo E da ZO. Cerveja vai, cerveja vem... encontrou-se figuras que estudaram no mesmo colégio, nos fins dos anos 80, início dos anos 90. Gente engraçada e a conversa continua.

Antes disso, eu e E da ZO havíamos encontrado, quando saíamos do Circo Voador, uma senhora já com mais de 50 anos, catadora de latas que me perguntara sobre a camisa que eu vestia. Pra variar, Vicente trajava mais uma peça da coleção, era a do Genk, um time belga. Ela quis saber onde comprei, quanto custou, essas coisas. Era dona Georgina, que já havia mais tarde se transformaria em tia.

De novo com as figuras, conversa, risos e tal. Estávamos na Joaquim Silva e rumamos pra baixo dos arcos para comer alguma bobagem. Quem surge? Dona Georgina. E, para minha surpresa, os olhares pra senhora, uma negra de ar sofrido, eram de desdém, de um certo nojo. Nojo por alguém que está trabalhando naquela hora pra defender o seu? Pois é.

Ela sentou-se do meu lado, veio falar comigo, respondi, dei atenção. Os outros figuras fizeram graça, fizeram piada. Ridicularizaram ela e o Vicente de lambuja. Passaram-se uns minutos, viraram as costas e se foram. E sem falar nada, como se estivessem fugindo.

Fiquei lá com Dona Georgina que já virada Tia Georgina. Contou a vida, conversou, falou-me da sua história, do que fazia ali. Sem o ar blasé que alguns com quem estava tinham, com falar humilde, desprentencioso. Estranho, ela pareceu ter ficado feliz por estar conversando. Sem querer mostrar mais do que era, só o que era. Depois subiria pra Santa Teresa pra casa, mas teria que esperar até 5h. Sinistro porque eram apenas 3h30.

Como os antigos firugas, agora pejorativamente classificados como bundas-sujas estavam distantes, achei melhor partir atrás de E da ZO, camarada que fornecia o bonde. E da ZO estaria comigo, mas por interesses escusos, optou por seguir atrás de um rabo-de-saia que compunha do grupo dos bundas-sujas. No bonde voltando pra ZO não pude deixar de falar da minha decepção com as figuras encontradas naquela noite. Ele mal se tocou, só olhava pro rabo-de-saia mermo. Haha.

Voltando à Lapa vou procurar Tia Georgina que é força amiga, mas vou torcer pra não esbarrar com os bundas-sujas. Amigo E da ZO deve estar comigo pra se redimir.
Amarálio esteve no Rio. Não vi a personagem carioca-candanga. Mas nem foi culpa minha... Quer dizer, foi um pouquinho... Vicente, ixperto como poucos, não tem o telefone dela no celular recuperado. Seu número candango vivia naquele telefone que ficou num ônibus, durante uma madrugada pela cidade. Amarálio, ponha Vicente como número 1 da lista negra.

domingo, dezembro 10, 2006

Ando pensando... alemão é algo muito complicado, de difícil entendimento... sei lá. Acho q dá certo não.

Melhor me dedicar ao português mesmo.
Pinochê morreu!

Antes ele do que eu!

Menos um fura-olho no mundo.
Ih, eu tenho blógue, né. Ah, tá. Depois eu penso em algum caô pra postar aqui.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Vicente de férias. Ufa. Vicente aproveitando as férias para... estudar. Diliça. Vicente ainda acompanhou o desfecho do trabalho de Manaus. Como Deus é um cara maneiro, a parada manauara foi terminada na boa, tudo certo. Ufa de novo.

E a vida continua. Fazer o na sexta-feira? Vou pra aula, ora. Fazer o q no fim de semana? Xi, tenho dois trabalhos casga-grossa pra fazer.

Mas se algum amigo se emocionar em salvar um pouco minhas férias pode me chamar pra alguma coisa.

domingo, dezembro 03, 2006

O trem do samba
Após tanto sofrimento e virado, haha, ia perder o Trem do Samba? Má nem por um decreto. Má nem se chovesse. Fui, contrariando a vontade do corpo, que já nao tinha mesmo condiçoes. Sem grana, tive que caminhar até o banco, no Centro de Bangu. 20 minutinhos de caminhada. Depois parti pra estaçao, lá pegaria o trem para a Central, onde a festa começa.

Peguei a composiçao e fui balançado de sono. Ia encontrar com Roberta, liguei pra ela que me aconselhou descer já em Oswaldo Cruz e abreviar minha viagem. Acho q nem precisava dizer isso. Quando passei no bairro onde rolava a festa e vi a multidão nem tive dúvida. Era ali que eu devia ficar. Ia só abreviar a parada, sem essa de começar com os shows na Central e tomar o trem. Já desceria por ali onde a parada rolaria até o amanhecer.

Encontrei Roberta, Jacomido e Luciane. Shows de Dudu Nobre, Sombrinha, Trio Calafrio, velhas guardas das nossas escolas de samba. Mas cedo pra essa festa o corpo me mandou desistir. Lá pelas 2h Vicente pediu penico. Foi tanto penico que tomei até um táxi pra voltar pra casa, abrindo mão do ‘crássico’ perrengue de retorno a Bangu – que sempre rende histórias.
Bom, cumpri a missão. Que venha o Dia Nacional do Samba de 2007!
A saga pra chegar em casa

Voltar pra casa era a missão da madrugada de sexta-feira para sábado. Saí do hotel pouco depois de meia noite, queria chegar logo ao aeroporto, fazer meu check in e embarcar logo. Chegando ao aeroporto Eduardo Gomes fui para a fila, um embarque esquisito. Sei lá, como tem a zona franca ali, é necessário passar por um porta e depois outra porta. Será que é tanto medo de contrabando? Sei... Acho q é só pra melar a vida do viajante.

Pois bem, após uma fila pequena q demorou pra burro consegui ir pra sala de embarque. Já ia dar 1h40, o embarque do vôo foi chamado e... o sistema de som anunciou que o aeroporto estava fechado. Diliça.

Não é confortável dormir em um aeroporto. Aquelas poltroninhas... ai minhas costas. Ao menos fiquei vendo o jogo entre Bulgária e Polônia como semifinal do Mundial de vôlei. O jogo acabou e nada da gente partir.

O pessoal que voaria pela Gol foi levado para outro aeroporto onde o avião deles estava. A previsão de liberação do vôo que me levaria para Brasília e de ontem eu pegaria outro para o Rio era cinco da manhã. Acho que tiveram pena, porque um pouquinho mais cedo, pouco depois das 4h liberaram nosso embarque.

Doloroso. Foi o pior vôo da minha vida. Talvez pelo corpo já estar todo duro por conta das horas de espera na poltroninha do aeroporto me senti ainda mais desconfortável voando sobre a Amazônia e o Planalto Central. Como mal conseguia dormir pude perceber todas as vezes que passamos por turbulências. As mãos ficavam suadas. O inteior do avião estava quente, muito quente. Na cabeça voava de uma lado pra outro a lembrança das entrevistas de controladores de vôo que falam de buracos negros, zonas sem comunicaçao e tudo mais naquele espaço. Um quase pânico tomava conta do âmado do sujeito aqui. Descer em Brasília foi um alívio.

Quer dizer, foi só no início. Depois começou uma corrida para embarcar no vôo para o Rio. Desce do avião. Troca o bilhete de embarque. Sai da área de embarque. Passa de novo pelo detetor de metais. Idéia de jerico essa. Meu sinto, q tem fivela de metal, é sempre pego. Mal humorado já quase discute com o péla-saco do agentezinho que estava lá na revista. Após isso, corre de novo para o embarque. Chegou? Chegou nada. Ainda tinha q pegar um ônibus para chegar ao avião. Já no caminho me perguntava se estava indo pro vôo certo...

Deus é um cara maneiro. Era o vôo certo. Não sei porque, mas a vinda de Brasília pra cá foi mais relaxada. Tanto que ao passar por duas turbulências mais balaçantes que o normal me emocionei.

Baixar na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi delicioso. Vajei com a mala, entrei num táxi e... lembrei que não tinha sacado dinheiro. Mas como Deus protege bêbado, crianças e viajantes a corrida deu EXATAMENTE, eu escrevi isso mesmo: EXATAMENTE, o dinheiro que eu tinha na carteira.

Ufa. E cá estou pra contar tudo.
Ser mané é

O hotel foi trocado, saí do Centro e fui parar na Ponta Negra. Mais longe, mas mais bacana. O hotel era enorme. Com corredores que nunca chegavam ao fim. Como as portas eram iguais e sempre havia um tapete vermelho pelo chão, tinha a impressão de sempre estar passando pelo mesmo lugar.

Mico foi se perder pra ir tomar café, pra voltar do café e para ir para a recepção. Tanto que me ligaram da unidade da empresa em Manaus perguntando onde eu estava. Eu ainda tava escovando os dentes após bater cabeça algumas vezes para voltar ao quarto e o motorista que foi fazer o meu carreto ja’me esperava há alguns minutos.
A hospedagem nos primeiros dias que foi cruel. Fui para um hotel no Centro, perto do Largo de São Sebastião, onde fica o Teatro Amazonas. O hotel, que era modesto, vacilou feio comigo. E olha q não sou de frescura, viajo e fico feliz da vida em hostels por aí.

Cheguei ao hotel, após horas de viagem, e só queria ir pro quarto, tomar um banho e dormir. Fui recebido, deram minha chave e já não tive uam boa impressão. Dos quatro elevadores, dois estava quebrados. O viajante teve que esperar por intermináveis minutos até conseguir embarcar. Cheguei ao andar, fui até o quarto e abri a porta. Um insuportável ar de fumaça veio na minha direção. Vi ainda que a cama estava desarrumada e tive a clara impressão de que "tem alguém aqui". Fechei a porta quase que num susto e parti pra recepção de novo.

Procurando manter o sorriso no rosto e o bom astral. Fui ao térreo de novo, a menina se mostrou surpresa com o ocorrido. Acho que sequer pediu desculpas e me mandou pra outro quarto. Enfim me hospedei e fiquei na boa.

No dia seguinte parti para labuta. Um dia puxado pra quem nao está acostumado ao calor manauara. Já de volta, xi..., uma triste constataçao. Também se esqueceram de arrumar meu quarto. E mais um problema. A chave, um cartão magnético, desmagnetizou. Ok. Vamos a portaria outra vez. Onde ouvi que a máquina que magnetizada as chaves estava quebrada e eu teria que trocar de quarto de novo. Vamos entao, né.

Troquei. Já naquele que seria o meu terceiro quarto no mesmo hotel percebi que não tinha controle remoto da televisão. É superfluo, eu sei. Mas imagina quando vc chega cansado do trabalho, um caco, e só quer ficar zapeando à toa em busca de não sei o quê? Como iria fazer isso?

Pedi à recpeção o controle. Passou meia hora e nada. Liguei pra lá de novo. "O mensageiro não levou controle para o senhor?"Dã, claro que dão. Mais 15 minutos e chegou o bichinho.

Mas quem disse q o controle funcionava?

Na mesma noite não esperei o que o hotel aprontaria comigo, liguei para a empresa, lá no Rio, e me arrumaram outro hotel antes que eu perdesse o bom humor. Nessa mesma noite fui embora desse hotel.
Salve a Mocidade!

Andando pelos lados do Morro da Liberdade, também em Manaus, à beira de um Igarapé. Andava por uma rua da comunidade – onde é sediada a Reino Unido, escola de samba local – quando ouvi o refrão:

"Um Brasil feito à mão
Um só coração - liberdade!
Da emoção eu faço a arte
Em verde e branco, com a Mocidade"

Tava tocando o samba da Mocidade Independente de Padre Miguel, minha escola de samba. Ah, muleque! Fiquei arrepiado naquele momento. Era a última coisa q esperava.

Aí foi q percebi q todas as paredes nos arredores estavam pintadas em verde e branco, as cores da Reino Unido. Fala sério, eu tava em casa e não tinha notado. Tive que dar um alô pra uns amigos da Mocidade pra conta o ocorrido.
Em dado momento estive procurando um sujeito num bairro de periferia. Perguntei pelo cara e ninguém conhecia, perguntei pelo número da casa e me disseram: "tem essa casa número 6 aqui e tem outra li pra cima". Aí prestei atenção, o número passava de 17 numa cara pra 837 na casa ao lado. Tive pena do carteiro.

Em outro momento fui parar no bairro de São Raimundo, na beira do rio, de fato na beira, num lugar que fica coberto pelas águas quando o Rio Negro enche, abaixo do nível das palafitas.

Uma imagem desoladora se desenhou escancaradamente na minha cara. Homens tomando cachaça ao meio-dia, um já de cara cheia – apesar do horário – pedindo dinheiro, crianças só de shorte brincando abaixo das palafitas ainda secas, esgoto correndo a céu aberto e indo parar no rio, ratos correndo entre os esgotos e um sujeito apertando o seu cigarro de maconha sem ser muito discreto.

A cada casa por onde passava eu olhava as palafitas, as cores. Curioso que mesmo esmaecido ainda restava alguma cor, alguma vida. Alguns lençóis que secavam em varais, numa cor que já foi branco e hoje lembrava algo feito de barro, seguia dando a impressão de vida.
Tanta coisa, tanto rio e fiquei prestando atenção no abismo social. Carros e carros bacanas. A frota manauara me deu a impressão de ser razoavelmente nova. Enquanto isso, nos igarapés ainda é possível várias casas sober palafitas. Nesse período do ano o rio tá baixo e é possível ver a altura das palafitas.

Claro que a parte bela também enche os olhos. O Teatro Amazonas é algo espetacular, fiquei um bom tempo olhando pra construção, pros seus detalhes. Entendo nada de arquitetura, mas um prédio belo como aquele não passa em branco. Outros prédios tb chamam atenção, mas nenhum no nível do teatro.
Sou um pps metido. Ando pensando em começar a aprender alemão. Será q dá certo?

sábado, dezembro 02, 2006

Não criemos pânico

Mas há pouco, vendo o Jornal da Globo, rolou a entrevista de um dos controladores de vôo que estavam na torre de comando e mBrasília no dia do acidente do vôo 1907. O camarada falou q existem pontos "cegos, mudos e surdos" sobre a selva. Ver isso pouquíssimas horas antes da sua decolagem pra passar exatamente por esse lugar, durante a madrugada, nao inspira muita confiança.

Só torço pra dormir e acordar em Brasília, onde rola conexão pra chegar de fato ao Rio.