Em dado momento estive procurando um sujeito num bairro de periferia. Perguntei pelo cara e ninguém conhecia, perguntei pelo número da casa e me disseram: "tem essa casa número 6 aqui e tem outra li pra cima". Aí prestei atenção, o número passava de 17 numa cara pra 837 na casa ao lado. Tive pena do carteiro.
Em outro momento fui parar no bairro de São Raimundo, na beira do rio, de fato na beira, num lugar que fica coberto pelas águas quando o Rio Negro enche, abaixo do nível das palafitas.
Uma imagem desoladora se desenhou escancaradamente na minha cara. Homens tomando cachaça ao meio-dia, um já de cara cheia – apesar do horário – pedindo dinheiro, crianças só de shorte brincando abaixo das palafitas ainda secas, esgoto correndo a céu aberto e indo parar no rio, ratos correndo entre os esgotos e um sujeito apertando o seu cigarro de maconha sem ser muito discreto.
A cada casa por onde passava eu olhava as palafitas, as cores. Curioso que mesmo esmaecido ainda restava alguma cor, alguma vida. Alguns lençóis que secavam em varais, numa cor que já foi branco e hoje lembrava algo feito de barro, seguia dando a impressão de vida.
Em outro momento fui parar no bairro de São Raimundo, na beira do rio, de fato na beira, num lugar que fica coberto pelas águas quando o Rio Negro enche, abaixo do nível das palafitas.
Uma imagem desoladora se desenhou escancaradamente na minha cara. Homens tomando cachaça ao meio-dia, um já de cara cheia – apesar do horário – pedindo dinheiro, crianças só de shorte brincando abaixo das palafitas ainda secas, esgoto correndo a céu aberto e indo parar no rio, ratos correndo entre os esgotos e um sujeito apertando o seu cigarro de maconha sem ser muito discreto.
A cada casa por onde passava eu olhava as palafitas, as cores. Curioso que mesmo esmaecido ainda restava alguma cor, alguma vida. Alguns lençóis que secavam em varais, numa cor que já foi branco e hoje lembrava algo feito de barro, seguia dando a impressão de vida.
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