Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Postado hoje no blógue do Ancelmo, no O Globo.

Enviado por Aydano André Motta -

26.2.2007

19h16m

Obinamania II

Aliás, a leitora Lucia de Souza Alves, a Lilu, avisa que surgiu um canto novo para o artilheiro, provocando outro atacante - ainda mais badalado que o Eto'o. Adivinha quem é:

"Um, dois, três/ Quatro, cinco, mil/ Antes do Romário/ O Obina faz dois mil!"

Menos, menos...

E não é que gostei da idéia. Pena que Obina vai ficar a metade do ano no estaleiro.
Sou um suburbano metido, é bom q se diga. O trabalho me faz viajar e vou e volto de avião. De perrengue na pista já me basta a Avenida Brasil.

A última viagem a trabalho foi pra Pernambuco e fiquei sem entender porque algum furibundo comprou uma passagem pra mim com conexão em Salvador. Até aí não haveria problema, o galho é que o vôo em que eu estava e de onde deveria sair, esperar mais uma hora e tomar outro já ia pra Recife. Alguém não gosta de mim ou queria me zoar...

Mas o melhor de tudo foi a volta pra casa nessa semana. Não, eu já tinha ido de Pernambuco pro Paraná. O vôo sobre o qual vou tô postando agora partiu do aeroporto Afonso Pena, lá em São José dos Pinhais, ao lado de Curitiba. Rolo um atraso, coisa de quase duas oras pro vôo que me traria pro Rio vazar de solo paranaes. Até aí morreu neves. O avião felizmente chegou, todos embarcaram e tal.

Já no alto, na altura do estado de São Paulo deu pra notar uma movimentação estranha das aeromoças. Vi melhor porque estava na primeiríssima fileira, bem diante da cabine delas. Repentinamente abrem e perguntam em alto e bom som "há algum médico a bordo?".

Xi... Chapa quente. Alguém no perrengue. Não fiquei alvoroçado pra saber se tinha ou não, fato é que elas continuaram frenéticas. Acho que lá pela altura de Ubatuba o comandante abriu o som e avisou "estamos em procedimento de descida". Puts, lonjaço ainda.

O avião imbicou e desceu. Sem essa de aterrissagem com calma, com carinho, na maciota. O bicho não planou, imbicou. Parecia estar se preparando pra fazer um vôo tipo esquadrilha da fumaça. E o estômago? Parecia que estava numa montanha russa que não parava de descer. Medo? Hahahaha. Era algo superior ao medo, tanto que eu até havia esquecido que havia alguém passando mal embarcado.

Foram longuíssimos minutos imbicado rumo ao chão. A cada momento parecia que o comandante acelerava rumo ao solo. O coração bateu aloprado no peito, quase que um enjôo pintou. Eu estava com as costas encostadas na poltrada já imaginando como seria o pouso. Foi brusco, não foi maneiro. Foi assustador....

Mal podia esperar que abrissem a porta pra eu vazar dali. Abriram e vlau, pulei fora... No chão já vinha uma equipe de resgate pra catar quem passava mal. Não soube de qq desdobrar da coisa, mas espero que a pessoa ainda esteja por aí e já tenha contado essa história pra váris pessoas.

domingo, fevereiro 25, 2007

Pôste pro Fabulino

1min 30 segundos foi o suficiente pra ele, o ídoldo maior do futebol carioca, Obina, mostrar pra vc, pra todos os portugueses e quem mais quiser ver, q ele é realmente melhor que o Eto´o.

Pra fechar o caixão, Souza, mais um urubu, fez o gol de pênalti.

Fabulino, sei que tu vai ser isso em algum momento, mas sei que ou não vai comentar ou vai deixar uma mensagem malcriada.


Ah, aha, o Souza é Jovem Fla!



PS: Pra todos aqueles que não são Fabulino, o supracitado personagem é um bunda-suja camarada candango que faz questão de sumir quando ponho os pés em Brasília, até mesmo quando marca comigo. Em lugar de torcer pro Gama ou pro Brasiliense, o bunda rachada prefere se aliar ao torcedores do time do colonizador e torcer pelo time da colina.

PS 1 : A foto é do Ivo Gonzalez, do O Globo.

Fabulino, entuba.
Hoje ainda tem o Mais Querido do Brasil x o time da colina no Maracanã. Não vou, no máximo vejo pela tevê. Hoje tb tem aquele bloco de playboys, o Monobloco. Tenho que deixar de ser preconceituoso e admitir que mesmo sendo filhinhos de papai e branquelos dão conta direitinho da parada, mandam bem. Mas já é Quaresma, o carnaval chegou ao fim. Quem quiser q vá curtir, vou me divertir horrores com meu trabalho acadêmico.
Sabe a gravata verde?

Ela tá aí, cheguei a brincar carnaval com ela. A coisa ainda existe, será indumentária de mais fantasias futuramente.
Domingo lindo de sol. Céu esculachantemente azul. E o Vicente em casa fazendo trabalho do mestrado que já teve prazo dilatado. Bem feito, quem mandou? Ninguém obrigou a fazer mestrado, né. Sofre, mané, sofre. Sofre "di cum força".

sábado, fevereiro 24, 2007

Antes do carnaval é sempre interessante ficar vendo como a cidade vai deixando aquele ar urbano, laborioso. Como tudo vai ficando mais frouxo com a chegada das festas carnavalescas. Na tarde de sexta-feira o prefeito ainda entrega, mesmo que simbolicamente, a chave da cidade ao Rei Momo. Aí lascou-se, já era. O Rio é o carnaval e o carnaval é o Rio.

As avenidas Rio Branco e Presidente Vargas vão se transformando aos poucos em palcos da folia. As vias onde office-boys frenéticos caminham, entregadores de irritantes papeizinhos com oferta de empréstimos e casas de luz vermelha, meninas de tailleur e gravatinhas vão virando ao poucos lugar das marchinhas e sambas. E não são só as calçadas, o meio da pista, o asfalto por onde passam os veículos também passar a ser do folião. E sou obrigado a confessar, adoro essa parte, de ocupar o espaço que não é meu pra fazer festa.

Ontem, já quinta-feira, fui andar pela Rio Branco outra vez na hora do almoço, ia para um restaurante na hora do almoço. Por uns instantes fiquei olhando praquilo tudo e lembrando que no sábado, menos de uma semana antes, aquele era o grande palco do Cordão da Bola Preta, era o lugar onde centenas de milhares de pessoas se divertiam numa manhã carnavalesca e agora, xi...., agora tudo tinha voltado ao normal. Fantasias, bateria, sambas e animação evaporaram... Carros, ônibus e táxis na pista e os mesmos office-boys frenéticos, os entregadores de irritantes papeizinhos, as meninas de tailleur e os gravatinhas tomaram conta do lugar de novo. Ao menos até a próxima sexta-feira de carnaval
Faltou dizer que:

A Estrelinha da Mocidade, na noite de sexta-feira, não compete, só se apresenta. O barato não é ganhar campeonato, é desfilar.

A Santa Cruz, na noite de sábado, foi a terceira do Grupo de Acesso A. A bateria cagou no pau, atravessou o samba, mas o desfile foi divertido, foi ótimo. Tava lá eu e Dona Glória fantasiados de egípcios. Se a bateria não tivesse se embanando, sei não, podíamos estar comemorando a vitória.

No domingo, puts, foi a Mocidade. O desfile chato e frustrante que contei outro dia. Ficamos em 11º lugar. Saco.

Segunda fiquei de butuca no sambódromo, assisti as escolas de samba.

Terça-feira foi dia de desfilar na Inocentes de Belford Roxo com uma camaradagem extremamente sangue bom da Mocidade. Desfilão, má desfilão mermo. A escola foi bem, o samba funcionou, a bateria arrebentou e nossa ala, puts, nossa ala deu show. Ah se o Estandarte de Ouro pegasse escolas do Grupo B... Ah, ficamos em segundo lugar após a apuração. Pena.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Preguiça de postar mais...
Cena carioca: a roda de samba

Caminhava pela Avenida Presidente Vargas, estava na esquina da Rua Uruguaiana e rumava na direção da estação do metrô. Ao atravessar a rua me deparei com a cena meio estranha que talvez só essa cidade me proporcionasse.

Uns seis sujeitos tocavam uma música, um samba. E tocavam em roda, um atrás do outro, pulando, dançando, tocando e cantando. A mais perfeita roda de samba já vista no Centro do Rio de Janeiro.
O drama do desfile

Já na concentração fomos pondo as peças que faltavam. Como é difícil entrar pela Presidente Vargas pra armação das escolas. Todos com roupas grandes, muito grandes. Ombros que se batem, esplendores que passam na sua cara. É desconfortável, é verdade. O barato de passar o perrengue é a emoção em estar desfilando na sua escola, passando por aquela rua naquele rio de energia que corta o Centro da cidade do Rio de Janeiro.

A escola estava linda, dava gosto ver. Enchia de esperança o torcedor, já que a Mocidade anda na parte debaixo da tabela de classificação há quatro anos.

Armou-se o circo, soltaram os fogos, a bateria de mestre Jonas começou a mandar ver, Bruno Ribas começou a cantar e vlau. Tava lá a Mocidade desfilando. Foi começar a caminhar que o peso da fantasia gritou. O esplendor puxava minha ombreira pra trás. O q isso quer dizer? Quer dizer que eu estava sendo enforcado pela minha fantasia de “Proletário Andróide”.

Pior. Eu que sambo até morrer mal conseguia me movimentar. Não conseguia cantar o samba. Estava me sentindo preso. Quando cheguei até o meio do desfile deu uma angústia, uma vontade de sair dali. De jogar tudo no chão e ir embora. Um camarada estava perto de mim na ala, deu força pra eu continuar, já que tava parado, sem gás. Estava triste. Uma situação que nunca imaginei: estar triste durante um desfile de escola de samba. Triste pela impotência de sambar, de cantar, de curtir aquele momento que é extremamente narcisista. Ou alguém duvida que um dos baratos de desfilar é se curtir fazendo parte da grande festa carnavalesca carioca?

Vi minha ala e a ala da frente marchando. Marchando como soldados em uma parada militar. Que ódio em ter vivido isso. Ao fim do desfile estava possesso com o fracasso da apresentação, ao menos a meu ver. Pois é,o resultado posterior mostrado pelos jurados foi confirmou minha angústia. Passamos mal.
O drama da fantasia

Torcedor e componente da Mocidade Independente de Padre Miguel, separei meu domingo pra pegar a fantasia. Rezava a lenda, que já estaria pronta desde a sexta-feira de carnaval. Não estava. Nova previsão, no sábado. Mas também não estava. Bom, restou só o domingo, dia do desfile. Passei o dia ensaiando pra ir na casa dos presidentes da ala catar o que era meu, né. Já tava com ela toda paga.

Chegando ao local um susto. As fantasias estavam sendo finalizadas. Ah, fala sério. Como uma escola como a Mocidade deixa isso acontecer? Fui lá, desenrolei com o presidente da ala. A sensação de “não vai dar tempo” me deixou amedrontado. Esperei um período maior do que eu gostaria, peguei minha fantasia e corri pro Centro. Me vestiria na casa de Quéli Cachorra e seus argentinos.

Os hermanos até se divertiram comigo me vestindo. Malha, botas prateadas, ombreira e um tipo de colete que fazia lembrar o dorso de um robô. Ah, mas não era só isso. Havia também o capacete ao estilo Robocop e o esplendor (aquele bagulho com as penas que se encaixa na ombreira e fica nas cotas). Fantasia mal acabada, também pudera, naquele corre-corre.
Ensinando o caminho

Com o desfile da Estrelinha terminado a proposta era ir ra Lapa encontrar Robertão, Quéli Cachorra, seu namorido argentino (que nem parece argentino de tão gente boa) e mais três hermanos (parentes do namorido).
Fui pra Presidente Vargas pegar qualquer ônibus que me levasse pra Lapa. Subi no primeiro que pintou onde se lia “Lapa”.
Lá foi o coletivo.... Foi até Rio Branco, depois entrou pela Rua da Assembléia. Pensava que que ele subiria pela Catedral Metodista, passaria ali pela Esplanada de Santo Antônio (entre o teatro da Caixa Econômica e a Petrobras) e já cairia na Lapa. Bobo esse Vicente... Não sei qual foi o bololô, mas quando vi o ônibus estava na Frei Caneca, chegava até o Campo de Santana e voltava para a Presidente Vargas. Trocando em miúdos: estava fazendo uma volta pelo Centro da cidade! O motorista tava perdido!!!!

Mais uma vez na Presidente Vargas lá fomos nós. Louco pra chegar e tomar cerveja com os amigos fui educadamente falando com o trocador. Sugeri “Entra na Passos”. Entrou. “Dobra de novo a direita na após a Praça Tiradentes”. Dobrou. Passou na frente da Delegacia das Mulheres do Centro, bem em frente à rua do Lavradio, era o momento crucial para errar e fazer a volta toda de novo. Falei mais alto “Cai pra direita! Pega a Gomes Freire!”. Ufa, pegou. A Gomes Freire termina na rua do Riachuelo, uma das principais da Lapa.

O melhor de tudo foi ver os passageiros aplaudindo o motorista por ter acertado o caminho. Ê, alívio...

Chegando na esquina com a Mem de Sá, naquele largo safado que atende por Praça João Pessoa, onde fica o Manoel e Juaquim da Lapa pulei fora. Eu, hein. Vai que ele erra de novo?

Tava entregue, caminhei até o mafuá entre o Arco-íris e a Taberna do Juca e pronto. Cheguei. Mas foi a primeira vez que ensinei o caminho a um motorista de ônibus.
O carnaval

Meu carnaval foi bem particular. Procurei conciliar blocos da cidade com Sambódromo. Foi difícil, faltou pernas, minha coluna tá doendo, meus pés me matavam na noite de terça-feira, mas... VALEU!

Já na sexta-feira a parada foi com a escola mirim da Mocidade, Estrelinha da Mocidade. Uma mulambada de moleques entre cinco e 17 anos na maior disposição. Fui dando uma moral na harmonia da escola. Ahn? Harmonia? É, mane. São os furibundos que montam a escola e fazem ela andar de forma organizada. Não é nada, não é nada... dá mó dor de cabeça. Pena que não consegui ver eu mesmo de calça e calçados brancos. Devia estar até engraçado.

Fantasias que não chegam. Pais de crianças mais aloprados que os moleques. Roupa de porta-bandeira que não fecha na hora e te faz ficar como um louco apertando pra ver se o zíper sobre. Presidentes de ala que não chegam com os crachás dos pequenos componentes (vale dizer que menores só desfilam no sambódromo com sua identificação e permissão pendurada no pescoço). Pior, alas que não chegam presas no trânsito. Pode-se dizer que a noite de sexta-feira foi uma montanha russa emocional.

Após o estresse de por a molecada em ordem, cada ala no seu lugar certo, todo mundo fantasiado para o desfile veio o momento de entrar no Sambódromo. A escola caminha pela presidente Vargas e faz uma curva de 90 graus, lá no fundo a Praça da Apoteose. Ai, ai, sensação boa. Claro que o estresse continua, agora com uma mega correria pra manter a escola evoluindo organizadamente. Desce suor, mas fica um tremendo sorriso no rosto.

As expressões de curtição das crianças, de felicidade valem o esforço. Quero ver o sujeito que não se emociona em ver uma escola de samba onde o samba é composto, tocado e cantado pela molecada, com passistas, destaques, componentes de ala, casais de mestre-sala e porta-bandeira que são em sua maioria crianças e adolescentes.
Chegou ao fim

O carnaval 2007 terminou. Tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que o ano começa de fato (ou será q isso é ruim?), e o lado ruim é que vou ter que esperar mais um ano até o próximo carnaval (ou será q isso bom por tornar os momentos carnavalescos únicos?). Ah, sei lá. Fato é que ontem já foi Quarta-feira de Cinzas e vamos seguindo 2007 que já tá aí escancarado.

sábado, fevereiro 17, 2007

Carnaval no Rio

Sábado de carnaval e a chapa segue quente. Ontem já rolou desfile da Estrelinha. Hoje pela manhã tebe Bola e agora a noite vamos pro Sambódromo desfilar com a Acadêmicos de Santa Cruz. Ah, muleque...

Ontem, após a Estrelinha ainda fui pra Lapa, mas com o trânsito da cidade alterado quase que não chego, o motorista do ônibus que tomei não consegui acertar, conseguiu nos fazer fazer uma mega volta na cidade. Meio que dei um toque no sujeito de qual seria o caminho certo. Eu precisava chegar lá e os outros passageiros também, né. Pronto, devia estar fantasiado de "orientador de motorista de ônibus perdido".

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Vivo!

Estou vivo!

Com preguiça de postar, mas vivo.

Tinha coisas pra contar de Pernambuco e Paraná. Tinha pra contar sobre pequenas cotidianas, tinha pra falar sobre o cruel assassinato do menino preso ao cinto de segurança do carro da mãe e seus desdobramentos.

Tinha pra falar sobre como foi meu dia em que passei mal na rua, vomitei na janela do trem e não houve alma pra estender a mão. Pra falar como fiquei de molho durante a tarde.

Podia até falar do jogo do Flamengo hoje, do empate com sabor de vitória lá no teto do mundo, em Potosí. Mas... tô com preguiça.

Ah, sabe a gravata verde? Ela continua na minha mesa. Acho q vou inventar uma fantasia e usar ela no carnaval. Será que o dono aparece assim?

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Uma coisa me deixou encucado. Após uma semana longe do escritório pude voltar à minha estação de trabalho nessa última segunda-feira. Chego até minha mesa e encontro uma gravata verde com nó feito.

??????????????

Perguntei a várias pessoas. Ninguém soube me dizer quem é o dono da peça. Mas quem perde uma grava no ambiente de trabalhoa??? Quem???

Bom, a gravata está lá sobre minha mesa pra ver se pinta um dono. E se não pintar? Nem sei q fim vou dar a peça.
A vida segue, né. Vou voltar a postar coisas cotidianas. O dia de hoje mesmo serviria para pôstes hilários, mas fica pra depois.

sábado, fevereiro 03, 2007

Depois posto sobre a ida a Pernambuco e ao Paraná. Foi sofrido, foi muito cansativo, mas foi bom. Tudo deu super certo, foram iniciativas de sucesso. Voltei pra casa com a sensação de dever cumprido, mas estou sem vontade de escrever agora.
Mégui morreu

PPS está de luto. Nunca pensei que isso pudesse acontecer, mas a tartaruga da casa, a folclórica e querida Mégui - que já protagonizou pôstes nesse blógue - morreu às 19h de hoje. Nem preciso dizer que estou arrasado.

Sempre se diz que elas vivem décadas e décadas.... Mégui viveu quase 30 anos. 27 anos se não engano. Ainda tento entender com precisão o porquê da minha tristeza, da sensação de falta já que ela cagava e andava (literalmente) pra qualquer pessoa que estivesse nos seus arredores.

Ela foi presente da madrinha de Seu Carlos, falecida Vó Eunice, que deu duas tartaruguinhas bem pequeninas pra duas crianças, eu e meu irmão. E isso foi lá pra 1980. Vieram Mégui e Jack, essa sumiu ainda na década de 1980, provavelmente em 1984, quando o vento derrubou a barreira que a prendia em casa. Duas crianças tristes na época.

Os amigos sempre fizeram graça dizendo que ela não interagia com a gente, que não era legal ter uma criatura dessas. O tempo passou e ela virou personagem constante das histórias casa, sempre atuava da sua forma. Entrando nos lugares, dando sustos, sujando tudo ao cagar por aí. O grande barato é que Mégui presenciou todas as transformações dessa residência (e foram muitas), ela adorava entrar empurrando a porta, derrubava coisas e nos dava sustos com o barulho ou mordidas nos dedos dos pés.

A família viveu tantas coisas e ela mal ou bem também, estava dentro da casa sentindo a energia.

Sei lá, achava ela perfeita. Não fazia barulho, não ficava carente. Seguia sua vida sem incomodar ninguém.

Por conta de Mégui sempre tive boa vontade com tartarugas, sempre curti os bichinhos. Como explicar um marmanjo de 30 anos com lágrimas correndo pelo rosto por conta da morte de um animal de estimação? A sensação é que uma partezinha morreu. Como explicar isso? Eu mesmo não entendo, sempre achei isso uma doideira dos amigos que tinham animais de estimação. Agora entendo. E da pior forma, com a perda dela. E não sou só eu, a família está toda triste e a casa em silêncio.