Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Sou um suburbano metido, é bom q se diga. O trabalho me faz viajar e vou e volto de avião. De perrengue na pista já me basta a Avenida Brasil.

A última viagem a trabalho foi pra Pernambuco e fiquei sem entender porque algum furibundo comprou uma passagem pra mim com conexão em Salvador. Até aí não haveria problema, o galho é que o vôo em que eu estava e de onde deveria sair, esperar mais uma hora e tomar outro já ia pra Recife. Alguém não gosta de mim ou queria me zoar...

Mas o melhor de tudo foi a volta pra casa nessa semana. Não, eu já tinha ido de Pernambuco pro Paraná. O vôo sobre o qual vou tô postando agora partiu do aeroporto Afonso Pena, lá em São José dos Pinhais, ao lado de Curitiba. Rolo um atraso, coisa de quase duas oras pro vôo que me traria pro Rio vazar de solo paranaes. Até aí morreu neves. O avião felizmente chegou, todos embarcaram e tal.

Já no alto, na altura do estado de São Paulo deu pra notar uma movimentação estranha das aeromoças. Vi melhor porque estava na primeiríssima fileira, bem diante da cabine delas. Repentinamente abrem e perguntam em alto e bom som "há algum médico a bordo?".

Xi... Chapa quente. Alguém no perrengue. Não fiquei alvoroçado pra saber se tinha ou não, fato é que elas continuaram frenéticas. Acho que lá pela altura de Ubatuba o comandante abriu o som e avisou "estamos em procedimento de descida". Puts, lonjaço ainda.

O avião imbicou e desceu. Sem essa de aterrissagem com calma, com carinho, na maciota. O bicho não planou, imbicou. Parecia estar se preparando pra fazer um vôo tipo esquadrilha da fumaça. E o estômago? Parecia que estava numa montanha russa que não parava de descer. Medo? Hahahaha. Era algo superior ao medo, tanto que eu até havia esquecido que havia alguém passando mal embarcado.

Foram longuíssimos minutos imbicado rumo ao chão. A cada momento parecia que o comandante acelerava rumo ao solo. O coração bateu aloprado no peito, quase que um enjôo pintou. Eu estava com as costas encostadas na poltrada já imaginando como seria o pouso. Foi brusco, não foi maneiro. Foi assustador....

Mal podia esperar que abrissem a porta pra eu vazar dali. Abriram e vlau, pulei fora... No chão já vinha uma equipe de resgate pra catar quem passava mal. Não soube de qq desdobrar da coisa, mas espero que a pessoa ainda esteja por aí e já tenha contado essa história pra váris pessoas.