Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, junho 21, 2007

Essa semana estava andando pela Rua Buenos Aires, Centro do Rio. Opa, Buenos Aires, terra do Boca. haha. Bom, voltando à rua... ela é muito estreita, as calçadas são mais estreitas ainda. Caminhar nelas as vezes é um sacrifício. A pista de rolagem comporta um carro por vez, logo eles ficam enfileirados.

Nesse momento, eu seguia andando pela rua no trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua da Quitanda. Ia almoçar e comecei a sentir um cheiro curioso... Um cheiro de maconha ficava mais forte. Olhei pros lados, ninguém com cigarro. Olhei pros carros, todos fechados. Conforme andava o cheiro ficava mais vorte, passei por um carro e o cheiro começou a ficar fraco. Opa. Olhei pra trás e vi um Volvo preto, com vidros filmados.

O maluco lá dentro tava queimando feliz seu baseado, ali pelo meio dia, dentro do seu carro, bem no meio do Rio de Janeiro.

quarta-feira, junho 20, 2007

Dale, dale, dale, dale, dale, dale Boca!

Haha, fiquei amarradão em ver a vitória do bosteros.

terça-feira, junho 19, 2007

Ah, os meus amigos...

Domingão estive com Francine, aquela menina que deixou o Brasil pra viver no Japão. A figurinha veio me dizer que andou indicando meu blógue por aí? Fala sério, menina. Ainda quero entender pq uns e outros indicam esse bando de bobagens.

Pior foi Marcelo, aquele safado que também é meu amigo e mora ali me Recife, que pediu para seus alunos – Marcelo é professor universitário hoje em dia – pra fazer um exercício analisando o discurso do PPS aqui. Analisar o meu discurso já é judaria! Lembro que safado, digo, o amigo, comentou que rendeu discussões em sala pq houve quem defendesse a tese que não sou uma invenção. Haha.

Eu tô é lascado na mão dos meus camaradas que ficam mostrando isso aqui pros demais.
Miados

Seu Paulo é um senhor que mais parece um moleque. Trabalha comigo há coisa de dois anos, é o sujeito mais benquisto da equipe. Tem um coração do tamanho do Maracanã, mas não perde um motivo pra quizumbar quem quer que seja.

Há duas semanas chegou o sujeito ao trabalho contando uma história sensacional. Absurdamente sensacional. Contou Seu Paulo que era manhã de domingo e foi circular com Dona Linda, sua mulher.

Saiu ele com seu carro, foi a missa, circulou mais um pouco. Foi ao comércio mais adiante e, quando parou o carro, ouviu miados. Miados! Olhou pros lados, viu gato algum e seguiu a vida.

Foi pra casa, pôs seu carro na garagem e começou a estranhar. Mais miados. Como seu quintal é grande, pensou que pudesse ter algum gato nos arredores. Gatos adoram entrar em quintais pulando muros ou passando entre portões.

Ele foi, olhou e nada. Mas voltou a ouvir as manifestações felinas. Abaixou-se, olhou embaixo do carro e nada de novo. Cismou de voltar pra casa e lá foi outra vez um miauzinho vindo da direção do carro.

Seu Paulo foi lá, abriu o carro, olhou dentro, olhou fora. Olhou no motor, futucou o motor. Checou no peito de aço. Nada no motor.

Deu hora de sair de novo. Partiu com Dona Linda outra vez, já durante a tarde. O destino era a casa de seu sogro. Já era uns 15 km percorridos pela zona norte carioca. Chegando lá, parou o carro na rua. Foi falar com o pai da sua respectiva e.... miados. Seu Paulo nada entendeu, esperou o motor esfriar, pegou uma mangueira e foi jogar uma água pra ver se algo saída de dentro do carro. Nada.

Cansou de se sentir um otário e fui mexer no motor de novo. Abriu, abaixou, viu por baixo do carro, pelo lado, por cima. E miadinhos ainda vinham dali. O figura tanto procurou q viu uma pata, meteu a mão e puxou. Realmente ele havia circulado o dia todo com uma gata, uma gatinha, dentro do seu motor.

Como ela ficou tanto tempo dentro de um motor? Monóxido de carbono podem asfixiar, ela poderia ter caído, o calor é infernal, enfiar a para, orelha ou rabo em uma engrenagem poderia destruir o motor e fazer com que a criatura morresse. Em lugar disso, saiu com parte do pelo das costas e a ponta de uma orelha queimados. E não morreu! Seu Paulo disse q a gata deve ter gasto umas cinco das suas sete vidas ali. Depois disso tudo ele ainda adotou a bichana. Também, né, eu mesmo não sei se deixaria a criatura após tanto “apego” pra lá.

quinta-feira, junho 14, 2007

Sábado passado foi aniversário de Dona Glória, né. A casa ficou cheia de amigos e parentes. Entre os parentes lá estava uma das crianças gremlin, Roberta, filha de uma minha prima. Não sei a idade da figurinha, deve ser algo tipo seis anos ou algo por aí.

Em dado momento saí do computador, fui falar com minha prima, mãe do pequeno gremlin fêmea. Olhei pro lado e lá estava ela sentada diante do meu computador. Com toda gentileza de um ogro pedi que "vazasse" dali. Ela não deu lá muita bola.

Me pediu as balas que estavam sobre minha mesa. Fofo como sempre a chamei de pidona. Ela fez muxoxo.

Não é novidade essa implicância com a criaturinha que desde de mais miúda sempre foi mais do que pentelha comigo.

Fui tomar banho e mandei geral vazar. Botei todo mundo pra correr do meu quarto. Claro, crianças quizumbeiras sozinhas no meu quarto? Má de jeito de algum.

Foi quando saíram, fechei a porta e fui tomar banho.

Horas depois encontrei a malcriação que posto abaixo. A folha de caderno foi digitalizada pra ser mostrada pra figurinha quando ficar mais velha. Molecagens de criança não tem preço, vale o registro.


Transcrição:

"Rio de Janeiro, 9 de junho.

Vicente você é orroroso e pidão então rapa fora do bonde. ass: Roberta"

O sujeito do balão é um representação do Vicente dizendo "eu sou tão feio".

Eu devo merecer tamanho carinho....


terça-feira, junho 12, 2007

Por que Fábio Lino é um bunda suja?

Porque é safado. É safado porque redescobriu o blógue após um longo tempo sumido. É safado, bunda suja e candango (sim, cadango está sendo usado como termo pejorativo para provocar o maleta).

Trabalhei lado a lado com o referido mal elemento durante minha estada na capital federal. Já voltei ao Rio há alguns anos, estive naquela cidade sujando meus pés na terra vermelha, tentei encontrar o mané que marcou comigo e furou. E mais de uma vez.

Agora, do nada, vem ele dizendo que vai acessar todo dia meu blógue pra querer me quizumbar. Aha, que acesse, mas que não suma quando eu puser meus pés de novo em Brasília.

Fábio Lino bunda suja dos infernos!
A promessa de infra-estrutura pra cidade com a vinda dos jogos Pan-americanos foi uma enganação da prefeitura do Rio ao lado do COB, que vendeu esse peixe pra população. O prefeito sumiu no mapa, ninguém sabe, ninguém viu. O Rio ainda tem prefeito? Seu Cesar Epitácio Maia está no limbo dos políticos, quero crer que ele vai aparecer no dia da abertura dos jogos. O Nuzzman, presidente do comitê olímpico, tirou o dele da reta. Engraçado, né, eu achava q era uma parceria, mas quando surgiram críticas ele gritou logo que não era com ele ou mesmo que não tinha prometido nada. Assim é fácil.

O ano começou, o prazo pra entrega das obras está cada vez mais curto. Eu passo cotidianamente por três pólos, o de Deodoro, do Gericinó de o Engenhão. Foi curioso ver as obras partirem do zero, do chão, e começarem a tomar forma. Existe quem torça contra, pros manés não entregarem a tempo. Eu torço a favor, a cidade não vai ganhar nada com o Pan, só dor de cabeça, não merecer ter a humilhação de não ter conseguido aprontar o palco pra festa esportiva. Rola uma torcida muda pra ver tudo pronto, tudo ok. Conversas por aí mostram isso, que existe um sentimento de que o Rio terá algo bacana pra mostrar. Sim, é um tipo de bairrismo, um bairrismo sadio de quem quer ver coisas legais na sua casa.

Seguimos na torcida pra que tudo esteja pronto na hora.

terça-feira, junho 05, 2007

Mesmo assim a vida é boa, é bela. Falta ver pelo melhor foco pra conseguir tocar as coisas na boa. Chegando em casa, com uma mega bico por conta do perrengue, ouço ao longe uma música. Sim, uma música instrumental, uma coisa meio orquestra, gostosa de escutar. Entro em casa e lá está Seu Carlos atrás de um enorme sorriso, dançando amarradão na cozinha.

- Tá ouvindo? Comprei esse disco. Dez reais no camelô na porta da Petrobrás, o vendedor mal sabia que se pedisse mais eu pagava. Vou deixar alto pra sua mãe ouvir quando chegar - me disse rindo com um tom ligeiramente fanfarrão exibicionista. Entendi que deveria ser algo impornte, um tipo de troféu.

E foi me mostrar o envelope onde veio o vinil. Don Costa - vozes e trombones . Disco que ele ouvia na juventude e que trazia e ainda traz, porque o vinil ainda roda lá embaixo, boas recordações.

Ele veio me contar o vendedor lhe disse existir edição em CD, mas ele disse preferir o vinil.

- Essa capa em papelão tem todo um significado pra mim.

Lá ficou ele, curtindo seu Don Costa. Tenho que dizer que meu bico desceu pelo ralo só por ver o progenitor tão feliz, curtindo suas músicas com cara de menino. É curioso vez seu pai, já um senhor, com cara de menino. A música trazia boas lembranças mesmos, capaz até de transfigurar um rosto.
Cruel chegar em casa. Vou escrever uma carta altamente espinafrante pra Supervia reclamando da bateção de cabeça que falta de informação da empresa que cuida dos trens urbanos do Rio de Janeiro. Os conseguiram transformar minha voltar pra casa num perfeito inferno porque simplesmente não conseguiram informar o passageiro. Criaram um tremendo infortúnio e nada disseram ou explicaram.

Mais cedo, ao chegar até a Central do Brasil, olhei para a tabela que mostra qual trem parte de qual plataforma e a hora e lá estava que a composição com destino a Bangu sairia da linha C, plataforma 2, às 19h13. Caminhei para lá e entrei no trem. Normal, faço isso todos os dias.

Mas hoje, ah..., hoje foi diferente. O maquinista assumiu o comando, avisou que aquele trem iria para Bangu e partiu pilotando o cara de lata pelos trilhos. Na altura do Méier o sistema de som da estação avisou que a composição só iria até a estação Deodoro, o que quer dizer que outro trem deveria ser tomado ali para andar mais cinco estações até Guilherme da Silveira, onde vazo. Opa, mas o maquinista continuava dizendo que o trem onde eu estava seguiria pra Bangu?

Bola divida de informações. Pra onde iria o judas do trem? Pois é, e lá seguia eu e uma penca de gente sem saber exatamente qual o destino.

Se fosse até Bangu já tava resolvido. Se fosse só até Deodoro quer dizer que deveria tomar outra condução, outro trem que fosse, pra percorrer os bairros que faltavam até Bangu.

Chegando a Deodoro o maquinista disse que era a última parada para baldeação pro ramal Japeri. Ah... Então ele seguiria para Bangu. Relaxei... Não deu um minuto e lá veio ele no sistema de som de novo. O trem não seguiria mesmo. Ah, tá. Então levou-se uma hora para termos uma informação precisa: o trem não iria mesmo pra Bangu.

O q fazer? Procurar a plataforma onde passam os trens diretos pra fazer o carreto e me tirar dali. Enquanto isso... mais dois trens chegam na mesma. E lá ia a estação Deodoro apinhando de gente. A "móga" tava lá, a mó galera se juntando.

Quem tinha informação? Ninguém. A plataforma onde passavam os trens pra Santa Cruz (e q passam por Bangu) estava ocupadas por mais trens. Ninguém sabia onde passaria o trem rumo a zona oeste.

Nada!

N
A
D
A
!

Impressionante... Obviamente era uma situação de contingência, mas o mínimo que o usuário do serviço da empresa pode ter é informação sobre o que estava acontecendo. Sobre como proceder pra chegar em casa. Mas... A Supervia foi incompetente. Deixou várias pessoas na mão.

Irritado com a situação saí da estação e caminhei algumas centenas de metros até o ponto de ônibus, tomei um 918 (Bangu - Bonsucesso) e cheguei em casa. Um senhor ao meu lado ia reclamando por ter que pagar mais uma condução pra conseguir ir pra casa... É, além da dor de cabeça tem gente que ainda sente no bolso por conta da incompetência alheia. Mais uma passagem não faz diferença no meu bolso hoje em dia, mas muita gente não tem isso a seu favor. A pequena diferença de dois reais pode ser sentida lá no finzinho do mês...

Entre a hora que tomei o trem e a hora que cheguei em casa se passaram mais de duas horas. Ou seja, a bateção de cabeça da Supervia me custou uma hora a mais pra chegar em casa.

segunda-feira, junho 04, 2007

Males de ter um rosto normal

"O senhor já se hospedou conosco antes, não?". Ouvi isso na primeira vez que os pés no hotel, que por sua vez ficava em uma cidade onde eu não havia estado nunca.

"Você parece o Frejat!". Hahah. Coitado de mim e do Frejat.

Mas a melhor de todas foi "você parece o vocalista do Calcinha Preta! Aquela banda de forró!". Adorei pq foi dito em tom elogioso, o problema é que nem faço idéia da fuça do sujeito.

Xiréca
Essa eu não ouvi, mas me contaram. Camelôs vendendo cópias piratas de DVDs no Centro do Rio. Um malandro alardeava “Xiréca Três! Xiréca Três por dérreal”. A curiosidade mandou ver que tal de xiréca, palavra quase que de baixo calão pronunciada a plenos pulmões e... tratava-se singelamente de uma cópia não autorizada de Shrek Terceiro, ainda não lançado nos cinemas. Hehe.

Pirata Pirata
Mas esse aqui eu presenciei. Ali pelo camelódromo da Uruguaiana outro vendedor ambulante, igualmente gaiato como o de cima, mandava ver “Piratas do Caribe 3, esse é pirata mermo”. Nada paga o bom humor.