Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, junho 05, 2007

Cruel chegar em casa. Vou escrever uma carta altamente espinafrante pra Supervia reclamando da bateção de cabeça que falta de informação da empresa que cuida dos trens urbanos do Rio de Janeiro. Os conseguiram transformar minha voltar pra casa num perfeito inferno porque simplesmente não conseguiram informar o passageiro. Criaram um tremendo infortúnio e nada disseram ou explicaram.

Mais cedo, ao chegar até a Central do Brasil, olhei para a tabela que mostra qual trem parte de qual plataforma e a hora e lá estava que a composição com destino a Bangu sairia da linha C, plataforma 2, às 19h13. Caminhei para lá e entrei no trem. Normal, faço isso todos os dias.

Mas hoje, ah..., hoje foi diferente. O maquinista assumiu o comando, avisou que aquele trem iria para Bangu e partiu pilotando o cara de lata pelos trilhos. Na altura do Méier o sistema de som da estação avisou que a composição só iria até a estação Deodoro, o que quer dizer que outro trem deveria ser tomado ali para andar mais cinco estações até Guilherme da Silveira, onde vazo. Opa, mas o maquinista continuava dizendo que o trem onde eu estava seguiria pra Bangu?

Bola divida de informações. Pra onde iria o judas do trem? Pois é, e lá seguia eu e uma penca de gente sem saber exatamente qual o destino.

Se fosse até Bangu já tava resolvido. Se fosse só até Deodoro quer dizer que deveria tomar outra condução, outro trem que fosse, pra percorrer os bairros que faltavam até Bangu.

Chegando a Deodoro o maquinista disse que era a última parada para baldeação pro ramal Japeri. Ah... Então ele seguiria para Bangu. Relaxei... Não deu um minuto e lá veio ele no sistema de som de novo. O trem não seguiria mesmo. Ah, tá. Então levou-se uma hora para termos uma informação precisa: o trem não iria mesmo pra Bangu.

O q fazer? Procurar a plataforma onde passam os trens diretos pra fazer o carreto e me tirar dali. Enquanto isso... mais dois trens chegam na mesma. E lá ia a estação Deodoro apinhando de gente. A "móga" tava lá, a mó galera se juntando.

Quem tinha informação? Ninguém. A plataforma onde passavam os trens pra Santa Cruz (e q passam por Bangu) estava ocupadas por mais trens. Ninguém sabia onde passaria o trem rumo a zona oeste.

Nada!

N
A
D
A
!

Impressionante... Obviamente era uma situação de contingência, mas o mínimo que o usuário do serviço da empresa pode ter é informação sobre o que estava acontecendo. Sobre como proceder pra chegar em casa. Mas... A Supervia foi incompetente. Deixou várias pessoas na mão.

Irritado com a situação saí da estação e caminhei algumas centenas de metros até o ponto de ônibus, tomei um 918 (Bangu - Bonsucesso) e cheguei em casa. Um senhor ao meu lado ia reclamando por ter que pagar mais uma condução pra conseguir ir pra casa... É, além da dor de cabeça tem gente que ainda sente no bolso por conta da incompetência alheia. Mais uma passagem não faz diferença no meu bolso hoje em dia, mas muita gente não tem isso a seu favor. A pequena diferença de dois reais pode ser sentida lá no finzinho do mês...

Entre a hora que tomei o trem e a hora que cheguei em casa se passaram mais de duas horas. Ou seja, a bateção de cabeça da Supervia me custou uma hora a mais pra chegar em casa.