Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, junho 28, 2006

Mó friaca lá fora, geral de casaco. Mó desconforto e tem gente que acha maneiro...

Que venha logo o verão!
Jacomo, grande parceiro de Maracanã, tb é coleguinha. O figuraça, que só devo encontrar nas finais da Copa do Brasil, mandou o texto abaixo q tá publicado no blógue do Jornal Nacional. Como penso de forma muito, mas muito próxima achei legal botar aqui.
Ronaldo, aposenta o Zidane!

Dizem que só se chora derrota em Copa uma vez. Não aquela lágrima tímida que escorre solitária. Falo daquele chororô de engasgar, deixar os olhos vermelhos e o chorão fungando. Pois eu me enquadro nesse time, e há mais ou menos vinte anos estava ouvindo Dona Delminda falar: "Calma filho, é só um jogo de futebol". Não, mãe, não era. Era Brasil e França, minha maior decepção em mundiais. Aquele jogo da Copa de 86, no México, que todos lembram pelo pênalti perdido por Zico no tempo normal. E todos esquecem que Zico acertou o dele na decisão. O craque francês Platini perdeu. E Sócrates e Júlio César também. Para o meu consolo, depois a Alemanha despachou a França e a Copa foi mesmo do Maradona. Mas daquela tristeza eu nunca esqueci.
Depois veio a final de 98 e o Brasil mal entrou em campo. Lembro bem do Edmundo dando bronca no Rivaldo por ele ainda ter a gentileza do fair play na final de Copa do mundo perdendo pois 2 a 0 (o Petit ainda não tinha dado o golpe de misericórdia). Pelas circustâncias do jogo, não deu nem pra ficar triste. Provavelmente algum menino de nove anos deve ter colocado aquele dia na galeria dos mais chorosos da vida dele. Para mim, só deu pra ter uma pontinha de raiva daquele cara que sempre batia os escanteios e naquele dia resolveu ir para área cabecear dois gols na nossa rede. Passada a mágoa, aprendi a admirar o futebol de Zidane. E que futebol. Hoje ele fez um golaço contra a Espanha. Sábado, nos encontraremos novamente. Ouvi o Ronaldo dizer que não encara a partida como revanche, mas vai ser difícil convencer a torcida.
Antes da Copa, Monsieur Zinedine Zidane anunciou que se aposenta ao fim do mundial. Tudo que peço é que Ronaldo jogue tudo o que sempre jogou pela Seleção, e tudo o que não jogou na final de 98. O Fenômeno não nos deve nada, tem muito crédito na praça. Mas é só o singelo desejo de um menino que até hoje está esperando a máquina do tempo que pediu para o Papai Noel em 86.
Abraços,
Ricardo Jacomo - editor de texto do Esporte
Todo o povo q tá na Alemanha diz q a torcida brasileira é um fiasco. Tb pudera, os torcedores são todos bacanas que não vão a estádio, não tem ‘prática’. Parece bobagem, mas é sério. Sempre dizem que só sabem cantar o chamado ‘hino da torcida brasileira’, aquele insuportável “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. Ah, tenha dó. Dá até raiva.

Antes de ir pra Copa os caras tinham que fazer estágio de um campeonato pelo menos no Maracanã com a torcida do Flamengo.

Vejo a torcida da Argentina e dá uma mega inveja quando deles, homens e mulheres, cantam a plenos pulmões:

“Vamos, vamos, Argentina,
vamos vamos a ganar...
que esta barra quilombera
no te deja
no te deja de alentar...”

Canto de torcida em estádio de futebol tem q ser canto de guerra, aquilo no gramado não é um jogo de xadrez, não é um competição de nado sincronizado, é uma batalha. Há de se estimular com cantos que estimulem a hombridade, raça, a vontade, o orgulho e a agressividade dos guerreiros, digo, dos jogadores. Em tempo, a agressividade aqui não é pra jogar como Portugal e Holanda distribuindo cabeçadas e pontapés, mas a vontade vencer, de partir pra cima.

terça-feira, junho 27, 2006

Dia estranho no Centro da cidade. A hora do almoço, quando ruas e calçadas estão cheias de gente andando frenética para tudo quanto é canto, era de uma calmaria assustadora. Eu, q fugi da empresa, fui andando e vendo lojas sendo fechadas, portas de ferro baixando. Algo extremamente curioso. A clássica visão de um país parando para um jogo de futebol. Quer dizer, não era um simples jogo, é um jogo da Seleção Brasileira em Copa do Mundo.
O jogo de hoje? Ah, gostei. Três a zero é bom, né. E lá vai Ronaldo entrando para história como o maior artilheiro de todas as Copas. Sim, eu gosto do cara. Ah, e foram mais dois gols rubro-negros. Flamengo 2 x 0 Gana. Hehe.
E lá vamos nós para as quartas-de-final. Eu queria jogar mesmo contra a França. Tenho o azuis engasgados na garganta desde a minha infâncias. Em 1986 vi o Brasil sair nas mesmas quartas-de-final após uma disputa de pênaltis. Em 1998, xi..., nem preciso dizer... A fatídica e até agora sem explicação final em que o time amarelo não entrou em campo e levou três a zero.

No meu humilde ponto de vista, a Seleção Brasileira continua sendo a melhor do mundo. E os melhores do mundo têm de vencer qq um, principalmente os franceses.
Ah, e lembro de como os franceses ficaram pentelhos... Num desses carnavais, estava em Ouro Preto e tal, conheci uns franceses que só sabiam falar daquele jogo. Só. Somente e apenas. Ah, saco.

Encarar o jogo como uma vingança é errado, mas é de bom tom vencer convincentemente. Os torcedores brasileiros merecem (ou melhor, merecemos) esse alento.

segunda-feira, junho 26, 2006

E vamos para mais oitavas-de-final. Já vi o Brasil em cinco, essa será a sexta. A primeira em óculos. :-)

Ganhamos em 86, perdemos em 90, ganhamos em 94, 98 e 2002. Acho q vamos ganhar de novo em 2006.

Gostei da seleção de Gana, mas não foi minha seleção africana favorita. A que mais goste de ver jogar foi a da Costa Marfim. E já tenho camisa dos chamados Elefantes, a coleção conta com a camisa coral dos sujeitos.

Bom, vamos ver o que Parreira (conterrâneo de zona oeste carioca) vai aprontar na escalação. Vou torcer de q jeito. Dar palpite não é o meu forte, mas tenho confiança que o time amarelo vai ganhar, pensei num três a zero, mas sei lá...

Ah, o fato, digamos, sinistro dessa vez, é ver o jogo no trabalho. Vai rolar telão, pipoca e guaraná. Mas não tô lá pilhadão pra dar uma de torcedor no ambiente de trabalho. Vou me sentir reprimido. E se há algo q eu goste é torcer.

domingo, junho 25, 2006

E ainda acho q o maior inimigo da Seleção é a imprensa brasileira q vive infernizando os caras. Td bem, ter notícia todo dia, em todas as edições, não deve ser mole. Mas as vezes me dá a impressão que o bom senso passa longe dos coleguinhas. Falo de fora, é fácil, mas eles tb falam de fora da concentraçao. E daí?
Podem falar o q for, acredito no Ronaldo. Torço à vera pra ele fazer pelo menos mais um gol e virar o maior artilheiro da história das copas.
Falando em Japão... E o Zicão?

Puts, torci muito pelo cara. Foi emocionante vê-lo cantando o Hino Nacional. Ô. Salve Zicão. Pena que teve q enfrentar o Brasil e pegou justamente a melhor partida da Seleção até então. Confesso que até comemorei o gol japonês. Mas comemorei tb os quatro gols brasileiros.

Diga-se de passagem, três gols de flamenguistas.
E lá se foi, mais uma vez, Francine. O pequeno chaveiro lusitano q é a menina cismou de morar no Japão. Vá entender! Ela jura q é feliz. Esses dias baixou no Rio, deu pinta em São Paulo, voltou pro Rio e pegou o caminho do lado de lá do planeta de novo.

Engraçado que a bichinha sempre leu esse bando de bobagens que insisto em manter no ar. Tem louco pra tudo.

sexta-feira, junho 23, 2006

Outro dia caminhava eu para pegar o metrô no fim do expediente. Estava parado no sinal que cruza a Rio Branco, no cruzamento com a Presidente Vargas. Eu estava do lado da Praça Mauá olhando indócil o sinal q insistia em permanecer vermelho.
Pra melhorar ainda chovia. Diliça.

Uma voz, q partiu do lado esquerdo, perguntou ‘o senhor me leva até o outro lado quando o sinal abrir?’

Puts, um ceguinho me pedia ajuda. Fiquei todo preocupado, eu nunca havia ajudado um ceguinho. E lá fui eu todo prestativo. Ricardo era o nome do sanguebão. Foi lá ele segurando no meu braço esquerdo. Atravessamos a rua e ele perguntou se eu não iria até a estação do metrô da Uruguaiana. Ceguinho cagão, rapá. Não é q eu ia naquele dia? Fomos lá.

Caminhamos pelas esburacadas calçadas da Avenida Presidente Vargas até a rua Uruguaiana onde atravessamos as quatro pistas da tal avenida. Eu ia narrando quando descia meio-fio e quando subia meio-fio, quando vinha gente na direção e até na chegada à escada rolante. Fiquei com medo de estar dando informação demais, mas melhor errar por excesso do que por falta, né.

No caminho ele começou a falar de Copa. Legal ver as impressões dele. Eram bem próximas da minha. E aí, Ricardo lembrou algo que eu não tinha imaginado. Falando de oitavas-de-final da Copa do Mundo, comentei que deveria voltar ao trabalho depois do jogo. Ele não curtiu muito a idéia e perguntou “se o jogo for para a prorrogação e para os pênaltis?” Pois é. E se o jogo for para os pênaltis? Isso vai entrar pela tarde adentro. E, pior, vai deixar os nervos em frangalhos pra voltar a trabalhar. Sei não, hein.

Já dentro da estação, pedi pra ele esperar perto da roleta pq eu iria comprar minha passagem e ele me respondeu q não precisava “vc pode passar como meu acompanhante”. Ah, é? E lá fui eu tirando onda de acompanhante do camarada ceguinho.

Já na plataforma, antes mesmo de vir um ruído o bicho falou “o trem vai chegar”. Ahn? Ele disse q sentiu a vibração dos trilhos. Ah, não segurei e ainda tive q dar uma zoada de leve no camarada.
Impregnantes de plantão ficaram no meu pé pra eu voltara postar nisso aqui, então vamos lá.

quarta-feira, junho 14, 2006

Nem falei do jogo. Tb nem deu. Fui parar no Morro da Urca em companhia de Carmen Camela, grande figura, grande personagem. E, como eu gosto de dizer, minha ex-estagiária.

Lamentável uma apresentação tão meia-bomba da Seleção, mas na qualidade de torcedor safado, continuo acreditando.

Acho q as coisas vão melhorar pro próximo domingo e que vão dar petelecos nas orelhas dos australianos, que parecem jogar rúgbi em lugar de futebol.

Ah, e continuo acreditando no Ronaldo. Achei judaria a quantidade de vaias sobre o cara, mas achei Parreira tb mandou mal em não tê-lo tirado no intervalo. Bom, eu deixo quieto. Veremos o q vai acontecer diante da Austrália no domingão.
Pôste para Roberta:

QUEREMOS DISSERTAÇÃO!!

sexta-feira, junho 09, 2006

"Se eu fosse homem até ia ser bonitinho. Olha só o meu bigodinho".

É sério. Eu tava me concentrar e estudar um pouco dentro do trem, mas essa frase acabou com a tentativa. A figura q falou estava do meu lado, não tive coragem de olhar pra ver o tal bigodinho.
9 de junho, aniversário da progenitora, Dona Glória, catequista e pop, tudo ao mesmo tempo agora.

quinta-feira, junho 08, 2006

Trem. Composição com destino a Santa Cruz com partida às 19h41 da Central do Brasil. Corri, entre no terceiro vagão e vim. Rapidíssimo o cara de lata cortou a zona norte. Chegou num piscar de olho a Zona Oeste. Eu já estava sentado, observava como sempre o q acontecia ao meu redor. Parado na estação de Magalhães Bastos (três antes da minha) entra um camelô, uma rapaz que traz sua mercadoria dentro de uma mochila para despistar a ‘derrama’, a fiscalização da Supervia, a empresa dona dos trens:

“Ê! Água. Ê! Coca!
Bebe?
É meio litro de água. Um real!”.

Não sei porquê adoro ouvir os camelôs e sua forma de vender seus produtos.

Segundos depois, entra outro camelô no mesmo vagão. “É o autêntico japonês”. Adoro esses, quem não conhece fica sem entender. O tal do autêntico japonês é amendoim torrado e salgado, só que industrializado. Haha.

Já tava parecendo uma fila. Pouquíssimos segundos após entra o terceiro camelô. Esse vendia uma chave de teste – e não faço idéia do que é um bagulho desses. Na minha ignorante visão seria apenas uma chave de fenda. “Vai fazer uma ligação? Vai fazer uma extensão? Vai instalar o chuveiro? Duas chaves de teste por um real! E você ainda testa na hora”. Ah, entendi, o cara testa a chave de testes ali, na hora, ao vivo, na frente do cliente. Fiquei até com vontade de comprar só pra saber do q se tratava.

A porta já começava a fechar e, aí eu já achei exagero, veio mais um camelô correndo! Era o quarto em pouco mais de um minuto!!! Claro, vinha com uma mochila nas costas pra dichavar (é assim q escreve?) a mercadoria. “Esse é o passa-tempo da sua viagem”. Engraçado como boa parte do que os caras vendem é o ‘passa-tempo’ da sua viagem. Ah, esse cara vendia caramelos e similares.

Bom, o passa-tempo das minhas viagens é justamente observar esses caras e suas estratégias de sobrevivência. Ah, e como são os pregoeiros dos dias de hoje, fico ouvindo seus ‘pregos’ ou ‘pregões’, não sei a forma certa de chamar.
A loucura é tanta que ninguém mais vê nada. Todos só temos olhos para Copa do Mundo. Eu critico, mas tb to nessa. Parece que só existe uma coisa no mundo: a Copa. Eu mesmo me comporto assim. O interesse é todo voltado para essa idolatria ao futebol... Ai, meu Deus, o q vai ser desse mundo...

E o q é pior, eu não tenho o menor arrependimento do meu comportamento, mas como conciliar as demais coisas? Como conciliar a situação do pôste de cima?
Caminhava pelo túnel que se inicia da Barata Ribeiro, no cruzamento com Gastão Baiana e Djalma Urich, e termina na Raul Pompéia, passando por baixo do morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. Era fim de tarde, 18h30, e o fluxo de veículos era beeeeeem razoável.
Custava nada caminhar por ele, digo, pela passarela de pedestres, que passa por ele. Entrei e senti, de início, um leve cheirinho de urina que me acompanhou por toda a extensão. Detalhe, não consegui ter idéia do espaço caminhado, mas foi todo o túnel.

Nada demais, nada, nada. Iluminação desses espaços é sempre capenga, aquelas luzes amarelas, meio sem graça, que só não deixam o ambiente ser totalmente escuro. E a luminosidade era suficiente pra ir evitando os buracos criados pela ausência das tampas de ferro – provavelmente roubadas – dos bueiros no seu interior.

Barulhinho de motores e carros passando. Ainda bem que ninguém buzinava, seria sinistro um buzinaço ali dentro. Caminhei sozinho, uma boa parte do túnel é em curva. Na passarela do outro lado da pista ainda vi três pessoas, mas só consegui definir a imagem de uma, um moleque que carrega um caixa de engraxate.

Tudo ia sem graça, normalíssimo, até que vi na frente um amontoado branco. Andar pra trás é q eu não ia. Continuei passo a passo até chegar mais perto e ver, parecia uma monte de alguma coisa. Era uma pessoa! Inicialmente pensei que era um corpo, um presunto, como se diz pelas ruas. Nada, fui chegando mais perto com o olhar fixo. Sim, de fato era uma pessoa, mas parecia uma múmia. Estava envolto em um lençol branco e tinha uma caixa ao seu lado. Impossível identificar idade, se era homem ou mulher. Apenas o rosto estava do lado de fora, um rosto que não deu pra ver se tinha feições, só notei que era mulato. Ah, era um morador de rua.

Ou morador do túnel que não devia estar sentindo o cheiro de mijo, não devia estar ouvindo o barulho dos carros, não devia um monte de coisa. Ou devia? Ou simplesmente, na falta de opção, ficou por lá?Segui minha caminhada, mas não consegui parar de pensar na pessoa. Eu e minha sensação de impotência.

terça-feira, junho 06, 2006

Não sei se o termômetro estava sendo sincero, mas dia desses marcava 14 graus quando eu saía de casa. E dizem q não faz frio por aqui... É ruim de não, hein.
“Eu namorei o Bozo”

Blógue, o susto de ouvir isso ambiente de trabalho não pode ser descrito. Estava trabalhando normalmente, concentrado na tela do meu computador quando, dez metros a minha direita, ouvi essa frase. Travei imediatamente. Olhei rápido para localizar quem havia dito aquilo. Haha, era uma colega da equipe. Perguntei o q ela havia dito e ouvi a repetição: “eu namorei o Bozo”. Ah, rapá, joguei tudo pro alto e fui pra baia dela pra ouvir essa história.

Sentei do lado dela pra ouvir com cuidado. Quem é que tem o luxo de ter uma ex-namorada do Bozo trabalhando ao seu lado? Quem?

Ela contou que, há mais de 20 anos, conheceu o cara, um ator e tal. Contou outras coisas. Mas claro registrei mais legais. Q ele, cujo nome começava com C, pediu a ela para ver onde estava seu telefone no seu caderno de telefones... Ela foi lá e mostrou, estava lá C./ Bozo, na letra B. Bozo não ficou amarradão, na realidade teria ficado fulo. Ah, tenha dó, onde Bozo ficaria em qq agenda independente do seu nome real?

Mas as melhores eram quando ele dizia, durante o programa, que existia uma criança muito fofa que merecia beijinhos. Quem era a criança? Ela, a namorada. U A U. Romantismo é isso aí.

Quando brigavam, haha, ele falava que a criança – ela de novo – era muito malvada. S E N S A C I O N A L ! ! !

Os amigos, ao saberem que Bozo era o namorado, passaram a assistir diariamente os programa do sujeito para ver o q ele falava e, coitada, zoá-la com a declarações.

Devia ser mole não.

domingo, junho 04, 2006

Entrando na faca

O indivíduo se sente ridículo. Chega ao lugar da cirurgia onde, após se identificar e tal e assinar um documento dando conta q está ciente q vai entrar na faca e ali nada é milagroso, vai pro quarto. Colocam um tipo de meia nos seus sapatos, uma touquinha que parece daquelas de banho pra mulher e te vestem com uma coisa q parece um saco de lixo, mas tem braços e até uma manguinha bonitinha branquinha.

Não resisti e fui olhar no espelho, vi qualquer pessoa menos Vicente.
Aí, já estando lá de bobeira ainda rola um valium pro sujeito ficar chapíusque, lerdim, lerdim e ser operado na boa. Ainda tapam o olho que não será operado. A impressão é de ser um pirata com tapa-olho e tudo.

"Laranja Mecânica"
Quando chamado para o quarto da cirurgia, o mané que vai entrar na faca ganha duas bolinhas pra ficar apertando. Eu achei engraçado e comecei a zoar aquela bobagem como se fosse fazer malabarismos. Sabe aquilo que alguns moleques fazem no sinais pra ganhar um dinheiro qualquer? O mané aqui foi pagar esse mico vestido de ‘operado’, dentro daquele simulacro de saco de lixo e com minha touquinha de banho.

Deitei lá na parada e me cobriram com um lençol. Abriu-se o lado do zoio que entraria na faca. A aflição começou. Rolou um momento “Laranja Mecânica”. Colou-se um troço para não piscar o olho... depois desceu uma paradinha circular bem no olho enquanto a doutura falava “vc vai ficar dez segundinhos sem ver nada”. Uh, diliça... A sensação de estar de olho aberto com algo o cobrindo e te cegando, por segundo que seja, foi sinistra...

Carne queimada
Mesmo q eu quisesse o mané do olho ia ficar aberto. E ficou. Fiquei sacando uma luzinha vermelha q insistia em se manter em cima de mim. Mas tb teve o momento lindo da carne queimada. A dotôra disse: “Esse barulinho e essa luz de agora são o laser”. Ahan, deixa ele vir. Blógue, rolou um cheiro de carne queimada q me nego a acreditar que foi meu olho. Mas tudo bem, depois comecei a enxergar sem óculos. Foi estranho, foi intrusivo, mas valeu.

sexta-feira, junho 02, 2006

Dia 2 de junho de 2006, o dia em que voltei a ver sem óculos ou lentes. Operação ocorrida com sucesso. Tudo deu certo, falta só a recuperação.

A última Copa do Mundo vista sem auxílio de lentes corretivas foi a de 1982. Ai, ai... Salve a tecnologia que vai me permitir ver a Copa de 2006 com olhos nus.

E a vida segue.