segunda-feira, agosto 29, 2005
Aí, me lembra aê. Nessa terça tenho q postar o perrengue da noite de domingo. Com direitoa puliça e tudo mais.
Constrangimento matinal
Nem tanto matinal, vamos combinar. Era perto de 2h da manhã. Após tomar uma cerveja de qualidade questionável na Lapa, onde existem os arquinhos branquinhos, tomei o caminho do Castelo. Caminhada básica da Lapa até a Avenida Antônio Carlos, onde é o ponto final do famigerado 393. Após sair da rua do Riachuelo, passar por baixo dos carros, caminhar pela frente do Circo Voador, Fundição Progresso, Esdi, Quartel General da Polícia Militar, Câmara dos Vereadores, Theatro Municipal, Museu Nacional de Belas Artes, Biblioteca Nacional, Associação Brasileira de Imprensa... Só faltava o prédio do antigo Ministério da Fazenda pra chegar a avenida onde está o ponto.
Estava na altura da Rua Debret, fundos do antigo ministério, só teria q chegar até a frente dele pra esperar o famigerado coletivo. Merreca. Molinho.
Mas aí um fiat Uno preto começa a me acompanhar. A sensação foi "perdi, vou ser assaltado agora". Fiz q nao vi e segui caminhando. O cara foi na mesma veolicidade. Gelar eu nao gelei, mas comecei a pensar em possíveis estratégias de fuga. Nada me pareceu bom. Era derrota certa.
Aí resolvi encarar a derrota com dignidade. Olhei pro sujeito q me seguia. Puts, era um carinha com pinta daqueles executivinhos q perambulam pela AVenida Rio Branco olhando pra mim com olhar lânguido. Ih, coé, maluco. Se adianta. Olhei pra ele fiz aquele clássico gesto de 'se adianta'. E o cara continou. Foram cerca de 10 segundos odiosamente constrangedores. Fala sério. O cara tava querendo q eu fosse michê? Ah, tenha dó.
Após ter dito alguns impropérios e palavaras de baixo calão da forma, digamos, menos cordia possível, o mané do fiat uno preto vazou.
E como nem tudo dá errado, uma improvável van passou e ainda me levou, digo, me troux pra Bangu em tempo recorde.
Nem tanto matinal, vamos combinar. Era perto de 2h da manhã. Após tomar uma cerveja de qualidade questionável na Lapa, onde existem os arquinhos branquinhos, tomei o caminho do Castelo. Caminhada básica da Lapa até a Avenida Antônio Carlos, onde é o ponto final do famigerado 393. Após sair da rua do Riachuelo, passar por baixo dos carros, caminhar pela frente do Circo Voador, Fundição Progresso, Esdi, Quartel General da Polícia Militar, Câmara dos Vereadores, Theatro Municipal, Museu Nacional de Belas Artes, Biblioteca Nacional, Associação Brasileira de Imprensa... Só faltava o prédio do antigo Ministério da Fazenda pra chegar a avenida onde está o ponto.
Estava na altura da Rua Debret, fundos do antigo ministério, só teria q chegar até a frente dele pra esperar o famigerado coletivo. Merreca. Molinho.
Mas aí um fiat Uno preto começa a me acompanhar. A sensação foi "perdi, vou ser assaltado agora". Fiz q nao vi e segui caminhando. O cara foi na mesma veolicidade. Gelar eu nao gelei, mas comecei a pensar em possíveis estratégias de fuga. Nada me pareceu bom. Era derrota certa.
Aí resolvi encarar a derrota com dignidade. Olhei pro sujeito q me seguia. Puts, era um carinha com pinta daqueles executivinhos q perambulam pela AVenida Rio Branco olhando pra mim com olhar lânguido. Ih, coé, maluco. Se adianta. Olhei pra ele fiz aquele clássico gesto de 'se adianta'. E o cara continou. Foram cerca de 10 segundos odiosamente constrangedores. Fala sério. O cara tava querendo q eu fosse michê? Ah, tenha dó.
Após ter dito alguns impropérios e palavaras de baixo calão da forma, digamos, menos cordia possível, o mané do fiat uno preto vazou.
E como nem tudo dá errado, uma improvável van passou e ainda me levou, digo, me troux pra Bangu em tempo recorde.
"Mãe, eu tô embaixo daqueles arquinhos brancos no Rio de Janeiro".
Não é nada, não é nada. A frase foi dita por uma adorável menina que conheci no último sábado. Uma figurinha lá com seus 18 anos q mora no Recreio. Fiquei chocado, mas preferi não molemizar. Ao menos ela já conheceu os Arcos da Lapa, um boteco da Joaquim Silva e mesmo o samba nos Democráticos. É o início da salvaçao sua da alma.
Não é nada, não é nada. A frase foi dita por uma adorável menina que conheci no último sábado. Uma figurinha lá com seus 18 anos q mora no Recreio. Fiquei chocado, mas preferi não molemizar. Ao menos ela já conheceu os Arcos da Lapa, um boteco da Joaquim Silva e mesmo o samba nos Democráticos. É o início da salvaçao sua da alma.
domingo, agosto 28, 2005
Quebra na rotina
Num dia dessa semana recebemos no nosso setor da coporação um colega vindo de uma onta de empresa. O tal colega veio para ser entrevistado, era pauta do jornal corporativo e tal. Feito a entrevista, fomos almoçar. O visitante, eu, a chefe e uma companheira de trabalho.
Nosso visitante é super novo, tem 19 anos e um futuro promissor na corporação. Foi a primeira vez do cara, originário do litoral paulista, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. ele queria ir a Copacabana, mas nao deu, né. Tremendo expediente, Vicente nao poderia sair pra dar um pulo ali em Copa com o cara. A chefe, q é sangue bom, sugeriu q eu levasse o camarada pra dar um volta pelo Centro do Rio e me deu uma hora pra isso. Detalhe, o dia era perfeito. Temperatura agradável sob um fantástico céu azul. Ah, muleque....
Começamos pela Rio Branco, na Praça Mauá. Fomos até a Presidente Varagas. Depois o triângulo cultural - CCBB, Casa França-Brasil e Centro Cultural dos Correios - emendamos na Travessad o Comércio, Arco do Teles, Praça XV, Alerj, Rua São José, Largo da Carioca... até o bondinho pra Santa Tereza. Aí rolou uma dúvida. Íamos ou nao íamos. O cara titubeou e eu meio q forcei a barra. O q? Estando na cara do gol eu ia deixar de marcar?
Chegado o bonde, fomos entrando. Lotou. Só dava pra ir de pé, pendurado. Puts, o camarada - praticante de parapente - curtiu na hora. Má imagina a cena, Vicente - trajando roupa de trabalho: camisa abotoada pra dentro da calça de pregas e sapatos, pendurado no bonde q subia pra Santa Tereza.
Quando o bichinho passou sobre os arcos da Lapa, aquele clássico frisson. O bonde foi até a subida do morro dos Prazeres. A previsão de ia e volta era de cerca de 40 minutos. Cumpriu? É ruim...
Na volta, o bonde passou por um pedaço onde os cabos por descem estavam arrebentados. Ele teve que trocar de lado. Ou seja, em vez de descer pelo lado direito da rua, o bonde desceu pelo lado esquerdo. Ou seja, na contra-mão. Ixpetáculo.
Após duas horas fora do escri'torio durante o expediente, a chefe liga... "Oi, acabei de descer de Santa Tereza". Hehe. Deus deu cara de pau pra esses momentos.
Cruel foi chegar de novo ao escritório com a calça, q era bege, com marcas imundas por conta da brincadeira de ir pendurando do lado de fora do bonde...
Num dia dessa semana recebemos no nosso setor da coporação um colega vindo de uma onta de empresa. O tal colega veio para ser entrevistado, era pauta do jornal corporativo e tal. Feito a entrevista, fomos almoçar. O visitante, eu, a chefe e uma companheira de trabalho.
Nosso visitante é super novo, tem 19 anos e um futuro promissor na corporação. Foi a primeira vez do cara, originário do litoral paulista, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. ele queria ir a Copacabana, mas nao deu, né. Tremendo expediente, Vicente nao poderia sair pra dar um pulo ali em Copa com o cara. A chefe, q é sangue bom, sugeriu q eu levasse o camarada pra dar um volta pelo Centro do Rio e me deu uma hora pra isso. Detalhe, o dia era perfeito. Temperatura agradável sob um fantástico céu azul. Ah, muleque....
Começamos pela Rio Branco, na Praça Mauá. Fomos até a Presidente Varagas. Depois o triângulo cultural - CCBB, Casa França-Brasil e Centro Cultural dos Correios - emendamos na Travessad o Comércio, Arco do Teles, Praça XV, Alerj, Rua São José, Largo da Carioca... até o bondinho pra Santa Tereza. Aí rolou uma dúvida. Íamos ou nao íamos. O cara titubeou e eu meio q forcei a barra. O q? Estando na cara do gol eu ia deixar de marcar?
Chegado o bonde, fomos entrando. Lotou. Só dava pra ir de pé, pendurado. Puts, o camarada - praticante de parapente - curtiu na hora. Má imagina a cena, Vicente - trajando roupa de trabalho: camisa abotoada pra dentro da calça de pregas e sapatos, pendurado no bonde q subia pra Santa Tereza.
Quando o bichinho passou sobre os arcos da Lapa, aquele clássico frisson. O bonde foi até a subida do morro dos Prazeres. A previsão de ia e volta era de cerca de 40 minutos. Cumpriu? É ruim...
Na volta, o bonde passou por um pedaço onde os cabos por descem estavam arrebentados. Ele teve que trocar de lado. Ou seja, em vez de descer pelo lado direito da rua, o bonde desceu pelo lado esquerdo. Ou seja, na contra-mão. Ixpetáculo.
Após duas horas fora do escri'torio durante o expediente, a chefe liga... "Oi, acabei de descer de Santa Tereza". Hehe. Deus deu cara de pau pra esses momentos.
Cruel foi chegar de novo ao escritório com a calça, q era bege, com marcas imundas por conta da brincadeira de ir pendurando do lado de fora do bonde...
sexta-feira, agosto 26, 2005
Aceito doações
Durango estou. Mas isso não me impede de cobiçar um livro q já procurei por um tempo enorme... O Romance da Pedra do Reino, do Ariano Suassuna.
Eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui postando que quero o livro, mas não tenho grana. E aceito a doação dele ou mesmo dinheiro para comprá-lo.
Durango estou. Mas isso não me impede de cobiçar um livro q já procurei por um tempo enorme... O Romance da Pedra do Reino, do Ariano Suassuna.
Eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui postando que quero o livro, mas não tenho grana. E aceito a doação dele ou mesmo dinheiro para comprá-lo.
Ser mané é
Ter sua carteria de motorista vencida há quase um mês e ter que pagar mais de 110 reais pra poder tirar outra. Não faço idéia como é fora do Rio, mas o Detran fluminense me faz pagar mais de 70 contos só com o tal do DUDA e mais 42 reais pro o exame médico. Abuso, esse trâmite não pode custar tão caro. É o governo do estado fazendo receita com o trabalhadorzinho aqui. . Tirar carteira de motorista é quase um investimento hoje em dia. O pior é q vale só por cinco anos... Essa é minha segunda renovação. Logo, em 2010 temos mais preju...
Ter sua carteria de motorista vencida há quase um mês e ter que pagar mais de 110 reais pra poder tirar outra. Não faço idéia como é fora do Rio, mas o Detran fluminense me faz pagar mais de 70 contos só com o tal do DUDA e mais 42 reais pro o exame médico. Abuso, esse trâmite não pode custar tão caro. É o governo do estado fazendo receita com o trabalhadorzinho aqui. . Tirar carteira de motorista é quase um investimento hoje em dia. O pior é q vale só por cinco anos... Essa é minha segunda renovação. Logo, em 2010 temos mais preju...
quarta-feira, agosto 24, 2005
terça-feira, agosto 16, 2005
Recebi por e-mail e resolvi por aqui. A minha má vontade de postar tb me impede de escrever minhas impressões sobre a crise política, as pirotécnicas CPIs, o PT fazendo cagada e o PSDB e o PFL como paladinos da ética e da Justiça. Mesmo assim, custa nada publicar o texto que é bem interessante e vai direto ao ponto.
Qual é o sentido da atual crise política?
Alex Fiúza de Mello
Em decorrência dos últimos, notórios e graves acontecimentos que têm emoldurado e mobilizado o mais recente cenário político nacional, há que se perguntar qual é a extensão da crise. Trata-se de uma crise do PT? do Governo? do Parlamento? do sistema político-partidário em seu conjunto e de sua regulamentação? crise da democracia brasileira tout court (de suas instâncias institucionais mais representativas)?
O diagnóstico é fundamental para que se avalie, com o devido cuidado e rigor, a natureza, o alcance e as implicações, à vida social e à ordem estabelecida, do presente fenômeno de crise, para que, ao final do ciclo, purgados todos os elementos nele envolvidos, o retorno à "normalidade" não signifique retrocessos, perda de valores republicanos e descrença na possibilidade de construção (ainda) de um projeto de nação menos desigual, socialmente mais inclusivo, necessariamente contemporâneo e aberto às oportunidades do presente e aos desígnios do futuro.
Em maior ou menor medida, a atual crise política está, sim, associada a todas as dimensões institucionais acima enumeradas: é uma crise do PT, do Governo, do Parlamento, do sistema político-partidário e de sua virtual regulamentação, e que coloca em questão, portanto, desafiando-a - mais uma vez na história do Brasil -, a estabilidade institucional em seu conjunto e a conseqüente capacidade de governabilidade do país. O que se tem muito pouco refletido, contudo, é que a crise atual, detonada por eventos contingentes de superfície, representa também (e sobretudo), subterraneamente, a culminância putrefata, ora à tona emergente, de um processo político de longa duração, sedimentado em camadas no tempo, alimentado secularmente pelas elites oligárquicas brasileiras, e com raízes no coronelismo da República Velha, que sempre elegeu o privilégio, o mandonismo, a manipulação da Justiça, a privatização do público, a centralização do poder, o golpe, a impunidade como espécie de paradigma do exercício do Poder, preferindo, sempre, a exclusão social à "ameaça" de um povo bem educado; a dominação à hegemonia; a dependência tecnológica e o mimetismo à capacidade soberana de gerar conhecimento e de criar; a proteção ao talento; o privilégio à livre competição; o engodo e a opacidade à verdade e à transparência das motivações das ações; planos grupais de poder a projetos republicanos de nação. Uma cultura à qual, como se percebe, entranhada no inconsciente coletivo, secularmente realimentada pelos donos do poder, modernizadora do atraso, nem as esquerdas escaparam.
Trata-se, a crise atual, de uma crise da própria cultura política dominante no país, enraizada no jogo das mentalidades e expressa nas espertezas do quotidiano, cujo mérito maior é revelar, fratura exposta, a falência do populismo, da demagogia, das promessas salvacionistas, do coronelismo (hoje eletrônico) de partidos, dos interesses eleitoreiros de curto prazo, do engodo da "política virtual" alimentada pelo marketing e pela propaganda artificiosos, a pilhagem estrutural do erário público, a desfaçatez de colarinho branco e a conivência cega da (in) Justiça.
Marcos Valérios e PCs Farias sempre existiram nos bastidores e nas valas da política nacional. Empresários que hoje, aparentemente, se indignam, sempre corromperam governos em troca de faturamentos e privilégios. Políticos sempre foram reféns (e não representantes) de votos comprados a peso de ouro e falcatruas. Juízes, muitos, diligentes, pelos favores da indicação política ao cargo. A política, no Brasil, sempre foi mais a farsa do privado que a substância do público. Qual, então, a surpresa pelo quadro de crise atual?! Por que tanto estranhamento?! Afinal, ela é o nosso espelho, a reverberação de nossa história, a verdadeira face revelada das elites (antigas e novas) e de seus truques!
A crise, assim, é positiva, mesmo que à primeira vista ela pareça frustrar toda expectativa de esperança do povo brasileiro e os profundos e legítimos anseios por mudança e por justiça. É positiva porque desvela a realidade na sua crueza, solapa mitos, cancela ilusões; convoca todos à reflexão intransferível - e já tardia -, ensinando que não se pode delegar poder sem a devida supervisão de seu exercício. Ensina que não há salvação nacional por transferência de responsabilidades. Que o que o povo necessita, urgentemente, é de educação de qualidade, em todos os níveis e para todos, sem exceção, para que, mais consciente e senhor de si, então leitor crítico dos discursos e dos acontecimentos, não se deixe mais iludir por palavras ocas, por promessas falsas e pelo jogo virtual das maquiagens televisivas.
É duro, mas é preciso reconhecer que ainda somos uma republiqueta, corroída por ratos e morcegos, cuja fábrica social - a imensa desigualdade social, a péssima escola, a propaganda enganosa - tem gerado mais espertalhões e párias que patriotas e cidadãos.
Talvez somente a popularização dessa imensa vergonha, estampada nas telas e nas esquinas do país (e veiculada ao mundo), com o escárnio macunaímico de falta de identidade nacional, exatamente por efeito de repulsa, fará emergir de todos esses escombros uma verdadeira reforma política, não tanto das leis, mas das mentalidades. Um reforma da ética política. Pois, no nosso caso, terá de ser das cinzas de uma grande tragédia, ainda que de conteúdo moral - na ausência de outros referenciais na política nacional -, que se erguerá uma nova geração de políticos: mais consciente menos carreirista, menos oportunista, menos corrupta, mais sensível e comprometida com o bem público, que tenha vergonha de trair o povo, seus próprios filhos e netos, que ame mais o país que o próprio bolso, que tenha compromisso com o futuro. Então, tudo terá valido a pena.
Alex Fiúza é reitor da Universidade Federal do Pará
Qual é o sentido da atual crise política?
Alex Fiúza de Mello
Em decorrência dos últimos, notórios e graves acontecimentos que têm emoldurado e mobilizado o mais recente cenário político nacional, há que se perguntar qual é a extensão da crise. Trata-se de uma crise do PT? do Governo? do Parlamento? do sistema político-partidário em seu conjunto e de sua regulamentação? crise da democracia brasileira tout court (de suas instâncias institucionais mais representativas)?
O diagnóstico é fundamental para que se avalie, com o devido cuidado e rigor, a natureza, o alcance e as implicações, à vida social e à ordem estabelecida, do presente fenômeno de crise, para que, ao final do ciclo, purgados todos os elementos nele envolvidos, o retorno à "normalidade" não signifique retrocessos, perda de valores republicanos e descrença na possibilidade de construção (ainda) de um projeto de nação menos desigual, socialmente mais inclusivo, necessariamente contemporâneo e aberto às oportunidades do presente e aos desígnios do futuro.
Em maior ou menor medida, a atual crise política está, sim, associada a todas as dimensões institucionais acima enumeradas: é uma crise do PT, do Governo, do Parlamento, do sistema político-partidário e de sua virtual regulamentação, e que coloca em questão, portanto, desafiando-a - mais uma vez na história do Brasil -, a estabilidade institucional em seu conjunto e a conseqüente capacidade de governabilidade do país. O que se tem muito pouco refletido, contudo, é que a crise atual, detonada por eventos contingentes de superfície, representa também (e sobretudo), subterraneamente, a culminância putrefata, ora à tona emergente, de um processo político de longa duração, sedimentado em camadas no tempo, alimentado secularmente pelas elites oligárquicas brasileiras, e com raízes no coronelismo da República Velha, que sempre elegeu o privilégio, o mandonismo, a manipulação da Justiça, a privatização do público, a centralização do poder, o golpe, a impunidade como espécie de paradigma do exercício do Poder, preferindo, sempre, a exclusão social à "ameaça" de um povo bem educado; a dominação à hegemonia; a dependência tecnológica e o mimetismo à capacidade soberana de gerar conhecimento e de criar; a proteção ao talento; o privilégio à livre competição; o engodo e a opacidade à verdade e à transparência das motivações das ações; planos grupais de poder a projetos republicanos de nação. Uma cultura à qual, como se percebe, entranhada no inconsciente coletivo, secularmente realimentada pelos donos do poder, modernizadora do atraso, nem as esquerdas escaparam.
Trata-se, a crise atual, de uma crise da própria cultura política dominante no país, enraizada no jogo das mentalidades e expressa nas espertezas do quotidiano, cujo mérito maior é revelar, fratura exposta, a falência do populismo, da demagogia, das promessas salvacionistas, do coronelismo (hoje eletrônico) de partidos, dos interesses eleitoreiros de curto prazo, do engodo da "política virtual" alimentada pelo marketing e pela propaganda artificiosos, a pilhagem estrutural do erário público, a desfaçatez de colarinho branco e a conivência cega da (in) Justiça.
Marcos Valérios e PCs Farias sempre existiram nos bastidores e nas valas da política nacional. Empresários que hoje, aparentemente, se indignam, sempre corromperam governos em troca de faturamentos e privilégios. Políticos sempre foram reféns (e não representantes) de votos comprados a peso de ouro e falcatruas. Juízes, muitos, diligentes, pelos favores da indicação política ao cargo. A política, no Brasil, sempre foi mais a farsa do privado que a substância do público. Qual, então, a surpresa pelo quadro de crise atual?! Por que tanto estranhamento?! Afinal, ela é o nosso espelho, a reverberação de nossa história, a verdadeira face revelada das elites (antigas e novas) e de seus truques!
A crise, assim, é positiva, mesmo que à primeira vista ela pareça frustrar toda expectativa de esperança do povo brasileiro e os profundos e legítimos anseios por mudança e por justiça. É positiva porque desvela a realidade na sua crueza, solapa mitos, cancela ilusões; convoca todos à reflexão intransferível - e já tardia -, ensinando que não se pode delegar poder sem a devida supervisão de seu exercício. Ensina que não há salvação nacional por transferência de responsabilidades. Que o que o povo necessita, urgentemente, é de educação de qualidade, em todos os níveis e para todos, sem exceção, para que, mais consciente e senhor de si, então leitor crítico dos discursos e dos acontecimentos, não se deixe mais iludir por palavras ocas, por promessas falsas e pelo jogo virtual das maquiagens televisivas.
É duro, mas é preciso reconhecer que ainda somos uma republiqueta, corroída por ratos e morcegos, cuja fábrica social - a imensa desigualdade social, a péssima escola, a propaganda enganosa - tem gerado mais espertalhões e párias que patriotas e cidadãos.
Talvez somente a popularização dessa imensa vergonha, estampada nas telas e nas esquinas do país (e veiculada ao mundo), com o escárnio macunaímico de falta de identidade nacional, exatamente por efeito de repulsa, fará emergir de todos esses escombros uma verdadeira reforma política, não tanto das leis, mas das mentalidades. Um reforma da ética política. Pois, no nosso caso, terá de ser das cinzas de uma grande tragédia, ainda que de conteúdo moral - na ausência de outros referenciais na política nacional -, que se erguerá uma nova geração de políticos: mais consciente menos carreirista, menos oportunista, menos corrupta, mais sensível e comprometida com o bem público, que tenha vergonha de trair o povo, seus próprios filhos e netos, que ame mais o país que o próprio bolso, que tenha compromisso com o futuro. Então, tudo terá valido a pena.
Alex Fiúza é reitor da Universidade Federal do Pará
Vamos falar de Flamengo? Aquele time pelo qual eu torço e está na zona de rebaixamento (de novo)? Enfim tomou uma atitude digna, botou aquele gaúcho que nada sabe de futebol pra fora. Botou seu Celso Sexhot na pista. Nem eles agüentavam ver o Flamengo entrar em campo na retracana, com quinze zagueiros, 23 cabeças de área e só um atacante. O Mais Querido do Brasil - podem se debater, se jogar na parede, mas ele continua sendo o clube mais querido do país - vai assumir Andrade no comando.
Salve Andrade!!!
Andrade com Adílio como seu auxiliar. Ah, muleque! São dois caras q vestiram a camisa, q foram campeões pelo Flamengo jogando bola, muita bola. Vai dar pé, vai dar certo. E como prova da minha confiança, no próximo domingão estarei lá na Ilha do Governador, na Arena Petrobras, torcendo pelo Mengão contra o Paysandu. Sacomé, né, joguinho q vale seis pontos. Seria bom vencer pra fugir da zona de rebaixamento.
Ó, o Andrade do lado do Zicão.
Salve Andrade!!!
Andrade com Adílio como seu auxiliar. Ah, muleque! São dois caras q vestiram a camisa, q foram campeões pelo Flamengo jogando bola, muita bola. Vai dar pé, vai dar certo. E como prova da minha confiança, no próximo domingão estarei lá na Ilha do Governador, na Arena Petrobras, torcendo pelo Mengão contra o Paysandu. Sacomé, né, joguinho q vale seis pontos. Seria bom vencer pra fugir da zona de rebaixamento.
Ó, o Andrade do lado do Zicão.
Blógue, não desista. Mantenha-se de pé mesmo com minha falta de tempo e pouca vontade em postar minhas histórias, idéias e quaisquer outras coisas q possam pintar.
sexta-feira, agosto 12, 2005
Irmão-Léo comentava comigo sua impressão ao pegar um trem parador com sentido Central numa manhã dessas. O caçula entrou numa das composições dotadas de ar-condicionado. Uau. Já uma novidade pro sujeito. Eu mesmo andei duas ou três vezes num trem desses, mas foi a primeira q ele se deu bem.
Pois bem, não havia só ar-condicionado. Havia tb uma televisão q passava um documentário tipo Discovery Planet. Contou o figura irmão, "era engraçado ver a marmanjada olhando fixamente pra tela, vendo bichinhos, moluscos, insetos...".
Mas a melhor constatação veio depois. Toda televisão tinha uma gorila, digo, segurança do lado. "Eles tavam até bocejando, deviam estar loucos pra alguém se engraçar e querer vandalizar pra eles levantarem e darem uns tapas nos marmanjos". O pior é q acho q é verdade.
Pois bem, não havia só ar-condicionado. Havia tb uma televisão q passava um documentário tipo Discovery Planet. Contou o figura irmão, "era engraçado ver a marmanjada olhando fixamente pra tela, vendo bichinhos, moluscos, insetos...".
Mas a melhor constatação veio depois. Toda televisão tinha uma gorila, digo, segurança do lado. "Eles tavam até bocejando, deviam estar loucos pra alguém se engraçar e querer vandalizar pra eles levantarem e darem uns tapas nos marmanjos". O pior é q acho q é verdade.
terça-feira, agosto 09, 2005
Pra fazer minha tarde de domingo menos divertida... o Mais Querido ainda perde pro Fortaleza quebrando a sensacional seqüência de três jogos invicto.
segunda-feira, agosto 08, 2005
Com toda a Família Buscapé lá parada, conjecturando sobre o perrengue, vem um Pálio da pista central e vai jogando rpa pista lateral. Chega lá frente e engata uma ré. Demos logo o toque em Seu Carlos pra ele vazar. O Ervilhao estava imobilizado, mas Seucarlosmóvel tava pronto rpa ser levado num ganho. Seu Carlos foi-se. E o Pálio cheogu mais perto.
Chegou bem pertinho da frente do Ervilhão. Irmão-Léo, q havia ficado comigo, disse "é o bicho". Ficamos esperando o pior. A luz interna do pálio foi acesa e o carro parou. Duas mulheres e uma menina soltaram. Pediram um estepe. Ahn?
Irmão-Léo, boladaço ainda, dizia pra mim "nao acredito. tb tem mulher do bicho". Tem, a gente sabe. A gente vê nos jornais. Mas elas mostraram o motivo da sua parada abrupta. O pneu dianteiro esquerdo simplesmente se rasgou.
Enquanto estávamos lá olhando, surpresos, a borracha rasgada q estava ainda presa a roda do carro das moças, chegou um reboque. O tal q havia sido pedido ainda em casa. Segundo depois, chegou o q havia sido pedido ainda lá na pista.
S E N S A C I O N A L. Eu passara horas vegetando por falta de reboque. E, de repente, eu tinha dois pra mim.
Mesmo mais caro, o q havia sido fechado primeiro (ainda em casa) e chegado primeiro tava com a prioridade. Aí, o q chegou depois mandou a pior idéia da história. "Ah, eu já tava no Fundão. Tava parado. Tu que pagar ao menos a minha gasolina. Dá 20 contos aí". Peraí, um caminhão movido a diesel vai gastar 20 reais de combustivel pra andar menos de 10 km onde? haha. Eu devo ter cara de otário. Se dá uma idéia maneira eu casava dérreal na mao dele, mas vir querer me ingrupir com um papo desses? Já era.
Subimos Ervilhao na carroceria e subimos na boléia. Enquanto isso, pipocos começaram a ser ouvidos ao longe. Eu nao tenho tempo ruim com favela. Mas fico bolado com armas. Baruhos de armas. Barulhos de tiros e similares. Sem pensar duas vezes vazamos.
Após três horas e vinte de perrengue... ufa... inteiro, baixei em casa. Salve minha padroeira, salve meu anjo da guarda.
Chegou bem pertinho da frente do Ervilhão. Irmão-Léo, q havia ficado comigo, disse "é o bicho". Ficamos esperando o pior. A luz interna do pálio foi acesa e o carro parou. Duas mulheres e uma menina soltaram. Pediram um estepe. Ahn?
Irmão-Léo, boladaço ainda, dizia pra mim "nao acredito. tb tem mulher do bicho". Tem, a gente sabe. A gente vê nos jornais. Mas elas mostraram o motivo da sua parada abrupta. O pneu dianteiro esquerdo simplesmente se rasgou.
Enquanto estávamos lá olhando, surpresos, a borracha rasgada q estava ainda presa a roda do carro das moças, chegou um reboque. O tal q havia sido pedido ainda em casa. Segundo depois, chegou o q havia sido pedido ainda lá na pista.
S E N S A C I O N A L. Eu passara horas vegetando por falta de reboque. E, de repente, eu tinha dois pra mim.
Mesmo mais caro, o q havia sido fechado primeiro (ainda em casa) e chegado primeiro tava com a prioridade. Aí, o q chegou depois mandou a pior idéia da história. "Ah, eu já tava no Fundão. Tava parado. Tu que pagar ao menos a minha gasolina. Dá 20 contos aí". Peraí, um caminhão movido a diesel vai gastar 20 reais de combustivel pra andar menos de 10 km onde? haha. Eu devo ter cara de otário. Se dá uma idéia maneira eu casava dérreal na mao dele, mas vir querer me ingrupir com um papo desses? Já era.
Subimos Ervilhao na carroceria e subimos na boléia. Enquanto isso, pipocos começaram a ser ouvidos ao longe. Eu nao tenho tempo ruim com favela. Mas fico bolado com armas. Baruhos de armas. Barulhos de tiros e similares. Sem pensar duas vezes vazamos.
Após três horas e vinte de perrengue... ufa... inteiro, baixei em casa. Salve minha padroeira, salve meu anjo da guarda.
Já descrente da prestatividade do ser humano, um reboque passou e escostou. Mas aí eu já havia sido comunicado q um outro havia sido solicitado. Dispensei.
Passou tanto tempo. Era só tempo e carros e mais tempo e ônibus e muito mais tempo e ônibus passando. Tudo passando. E o tal do meu reboque? Passava? Claro q dão.
Pensei na vida. Nas contas. No Flamengo. No Lula. No Roberto Jefferson. No Celso Roth. No bem-estar. Na alegria. Tb pensei q podia ser pior. Podia estar chovendo. Podia estar frio. Podia estar frio e chovendo.
Enquanto eu pensava... Seu Carlos, Dona Glória e Irmão-Léo surgem heróicos para salvar o manezão aqui.
"Ué, o reboque nao chegou?". Bom ouvir isso... Como assim? Nao chegou? Não só nao havia chegado como eu mesmo havia dispensado um q havia parado.
O mané q vazou deixou o cartão. Ligamos.
Enquanto isso, dois carros permaneciam parados na beirinha da Brasil...
Passou tanto tempo. Era só tempo e carros e mais tempo e ônibus e muito mais tempo e ônibus passando. Tudo passando. E o tal do meu reboque? Passava? Claro q dão.
Pensei na vida. Nas contas. No Flamengo. No Lula. No Roberto Jefferson. No Celso Roth. No bem-estar. Na alegria. Tb pensei q podia ser pior. Podia estar chovendo. Podia estar frio. Podia estar frio e chovendo.
Enquanto eu pensava... Seu Carlos, Dona Glória e Irmão-Léo surgem heróicos para salvar o manezão aqui.
"Ué, o reboque nao chegou?". Bom ouvir isso... Como assim? Nao chegou? Não só nao havia chegado como eu mesmo havia dispensado um q havia parado.
O mané q vazou deixou o cartão. Ligamos.
Enquanto isso, dois carros permaneciam parados na beirinha da Brasil...
Acreditanto q realmente chegaria algum socorro voltei pro carro. Já estava escuro. O pisca-alerta de Ervilhão continua lá, firme e forte, avisando a todos q vinham pela pista q ele tava lá. Mesmo assim, vários foram os manés q tiraram finos do meu guerreiro carro verde.
Sentado, acreditando na bondade humana, num socorro. Q alguém pudesse ajudar... Veio um sujeito ali de baixo, da comunidade. "Aí, parceiro, quer um mecânico? Tenho um camarada, o Cabeludo, é só chamar q ele dá as caras aqui. Mas, ó, fica esperto. Dá mole aqui nao q é perigoso". Pois é, eu tinha noçao q era perigoso, mas o q me restava fazer?
Passou mais tempo. Veio um tio carregando um bolsa de plástico. Encostou perto de mim e falou uma língua incompreensível. Acho q ele sugeriu q eu deixasse ele tomando conta do carro. Ahan. Prestativão. Como eu ja'tinha ido lá embaixo mesmo nem teve caô, joguei a verdade. Nao precisava.
Sentado, acreditando na bondade humana, num socorro. Q alguém pudesse ajudar... Veio um sujeito ali de baixo, da comunidade. "Aí, parceiro, quer um mecânico? Tenho um camarada, o Cabeludo, é só chamar q ele dá as caras aqui. Mas, ó, fica esperto. Dá mole aqui nao q é perigoso". Pois é, eu tinha noçao q era perigoso, mas o q me restava fazer?
Passou mais tempo. Veio um tio carregando um bolsa de plástico. Encostou perto de mim e falou uma língua incompreensível. Acho q ele sugeriu q eu deixasse ele tomando conta do carro. Ahan. Prestativão. Como eu ja'tinha ido lá embaixo mesmo nem teve caô, joguei a verdade. Nao precisava.
Faltou citar a frase alentadora proferida pelo dono do telefone:
"Precisando, é só chamar reforço. Tamos aí".
E era verdade. Essa galera é solícita.
"Precisando, é só chamar reforço. Tamos aí".
E era verdade. Essa galera é solícita.
Tinha tempo q eu não postava um perrengue, mas esse foi caprichado
Já q o seguro nao podia me ajudar pedi a eles q me passassem o tel de um reboque. Até aí é saco. Deram o número e liguei. "Senhor, não temos reboque no momento. Se o senhor ligar em 40 minutos, uma hora poderemos atendê-lo". Achei q em tanto tempo eu já estaria com minha vida encaminhada.
Liguei pra casa, pedi ajuda e tal. Fiz mais uma ligaçao e... a bateria do celular acabou. Logo, nao poderia mais pedir reboque algum. A nao ser q fosse por telepatia. Pena ainda nao ter atingido esse estágio de desenvolvimento mental.
Quando tudo começou a dar muito errado comecei a pensar na sorte. Como sempre passa reboque na Brasil, nao custava nada passar mais um. Fiquei lá sentando no meio-fio, o carro na pista lateral, no cantinho - fora do acostamento q nao existia. E nada. Passaram vários 393 (os famigerados ônibus que vao do Centro pra Bangu). Passaram ambulâncias do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil. Olha, vi só dois carros da PM em meio àquele incontável número de outros veículos passando.
E ainda ficou pior! Anoiteceu.
Já discrente da sorte e rezando pra padroeira, Nossa Senhora Aparecida, tomei a decisão de caminhar pra achar um telefone. Acho q 300, 400 metros abaixo achei um boteco já na comunidade de Lucas. Achei o telefone e, como é praxe nesses lugares, havia um dono do telefone. haha. O carinha tava amarradao falando com uma garota. Cheguei perto. Fiz sinal q tava no perrengue, q precisava do tel. E ele deixou na boa. Liguei. Me garantiram q estavam pdindo o reboque e me falaram pra ficar perto do telefone. O problema é q do telefone eu sequer via o pisca-alerta do carro.
Um sujeito chegou perto de mim e perguntou se era combustível. "Nao, foi motor". Mesmo se fosse combustível eu nao ia dar esse mole, vamos combinar.
Já q o seguro nao podia me ajudar pedi a eles q me passassem o tel de um reboque. Até aí é saco. Deram o número e liguei. "Senhor, não temos reboque no momento. Se o senhor ligar em 40 minutos, uma hora poderemos atendê-lo". Achei q em tanto tempo eu já estaria com minha vida encaminhada.
Liguei pra casa, pedi ajuda e tal. Fiz mais uma ligaçao e... a bateria do celular acabou. Logo, nao poderia mais pedir reboque algum. A nao ser q fosse por telepatia. Pena ainda nao ter atingido esse estágio de desenvolvimento mental.
Quando tudo começou a dar muito errado comecei a pensar na sorte. Como sempre passa reboque na Brasil, nao custava nada passar mais um. Fiquei lá sentando no meio-fio, o carro na pista lateral, no cantinho - fora do acostamento q nao existia. E nada. Passaram vários 393 (os famigerados ônibus que vao do Centro pra Bangu). Passaram ambulâncias do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil. Olha, vi só dois carros da PM em meio àquele incontável número de outros veículos passando.
E ainda ficou pior! Anoiteceu.
Já discrente da sorte e rezando pra padroeira, Nossa Senhora Aparecida, tomei a decisão de caminhar pra achar um telefone. Acho q 300, 400 metros abaixo achei um boteco já na comunidade de Lucas. Achei o telefone e, como é praxe nesses lugares, havia um dono do telefone. haha. O carinha tava amarradao falando com uma garota. Cheguei perto. Fiz sinal q tava no perrengue, q precisava do tel. E ele deixou na boa. Liguei. Me garantiram q estavam pdindo o reboque e me falaram pra ficar perto do telefone. O problema é q do telefone eu sequer via o pisca-alerta do carro.
Um sujeito chegou perto de mim e perguntou se era combustível. "Nao, foi motor". Mesmo se fosse combustível eu nao ia dar esse mole, vamos combinar.
Um domingo quase inacreditável
Tarde de domingo. Eu adoro estar de pernas pro ar nesses momentos. Largado. À toa. Sem nada pra fazer. Mas calhou e ontem eu estar na pista. Havia saído. E tava voltando pra Bangu.
Nunca imaginaria q tipo 17h20, quando eu corria pra casa pra ver o jogo do Falmengo, Ervilhão - meu valoroso Gol Bolinha iria quebrar. Pois é, quebrou. E quebrou num lugar ruim q mal dava pra acreditar. Na subida de um viadutozinho da Avenida Brasil, quase em frente à estação de Parada de Lucas. Se eu conseguissse descer com o carro já estaria pros lados de Cordovil. Não consegui. Fiquei estagnado em frente à favela de Lucas.
Malandrão, saquei o celular e liguei pro seguro. "Senhor, o senhor já utilizou os seus dois reboques por pane", disse a voz da atendente. Pois é, o meu seguro me deixou na pista na boca de Lucas. É verdade, Ervilhão deu piti comigo outras duas vezes... Diliça... Tava sem reboque.
E ficou pior.
Tarde de domingo. Eu adoro estar de pernas pro ar nesses momentos. Largado. À toa. Sem nada pra fazer. Mas calhou e ontem eu estar na pista. Havia saído. E tava voltando pra Bangu.
Nunca imaginaria q tipo 17h20, quando eu corria pra casa pra ver o jogo do Falmengo, Ervilhão - meu valoroso Gol Bolinha iria quebrar. Pois é, quebrou. E quebrou num lugar ruim q mal dava pra acreditar. Na subida de um viadutozinho da Avenida Brasil, quase em frente à estação de Parada de Lucas. Se eu conseguissse descer com o carro já estaria pros lados de Cordovil. Não consegui. Fiquei estagnado em frente à favela de Lucas.
Malandrão, saquei o celular e liguei pro seguro. "Senhor, o senhor já utilizou os seus dois reboques por pane", disse a voz da atendente. Pois é, o meu seguro me deixou na pista na boca de Lucas. É verdade, Ervilhão deu piti comigo outras duas vezes... Diliça... Tava sem reboque.
E ficou pior.
sábado, agosto 06, 2005
segunda-feira, agosto 01, 2005
Matéria do Xico Vargas publica no No mínimo:
Face cruel da Justiça
01.08.2005 Em janeiro de 2004, com seu PIB e população de cidade média, a Rocinha, favela mais vistosa do Rio de Janeiro, pela primeira vez em décadas elegeu presidente de sua maior associação de moradores um sujeito que não devia obediência a traficantes de drogas ou políticos cariocas. Eram dois pecados mortais, mas William de Oliveira, 33 anos, nascido e criado no morro, passou batido. Contra a vontade de Ellen, 18, então grávida de Laura, primeira filha do casal, queimou uns cobres guardados para comprar eletrodomésticos e encarou a bem municiada campanha de Adriana, a candidata ungida pelo casal Garotinho. Derrotou-a por mais de 600 votos. Empossado presidente da União Pró-melhoramentos, começou a falar de direitos humanos, reclamar do que a polícia faz nas favelas e exigir do poder público tratamento igual ao que recebe o asfalto. Em menos de um ano estava preso, acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa.
O link pra ela inteira tá aqui.
Face cruel da Justiça
01.08.2005 Em janeiro de 2004, com seu PIB e população de cidade média, a Rocinha, favela mais vistosa do Rio de Janeiro, pela primeira vez em décadas elegeu presidente de sua maior associação de moradores um sujeito que não devia obediência a traficantes de drogas ou políticos cariocas. Eram dois pecados mortais, mas William de Oliveira, 33 anos, nascido e criado no morro, passou batido. Contra a vontade de Ellen, 18, então grávida de Laura, primeira filha do casal, queimou uns cobres guardados para comprar eletrodomésticos e encarou a bem municiada campanha de Adriana, a candidata ungida pelo casal Garotinho. Derrotou-a por mais de 600 votos. Empossado presidente da União Pró-melhoramentos, começou a falar de direitos humanos, reclamar do que a polícia faz nas favelas e exigir do poder público tratamento igual ao que recebe o asfalto. Em menos de um ano estava preso, acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa.
O link pra ela inteira tá aqui.