Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, agosto 08, 2005

Tinha tempo q eu não postava um perrengue, mas esse foi caprichado

Já q o seguro nao podia me ajudar pedi a eles q me passassem o tel de um reboque. Até aí é saco. Deram o número e liguei. "Senhor, não temos reboque no momento. Se o senhor ligar em 40 minutos, uma hora poderemos atendê-lo". Achei q em tanto tempo eu já estaria com minha vida encaminhada.

Liguei pra casa, pedi ajuda e tal. Fiz mais uma ligaçao e... a bateria do celular acabou. Logo, nao poderia mais pedir reboque algum. A nao ser q fosse por telepatia. Pena ainda nao ter atingido esse estágio de desenvolvimento mental.

Quando tudo começou a dar muito errado comecei a pensar na sorte. Como sempre passa reboque na Brasil, nao custava nada passar mais um. Fiquei lá sentando no meio-fio, o carro na pista lateral, no cantinho - fora do acostamento q nao existia. E nada. Passaram vários 393 (os famigerados ônibus que vao do Centro pra Bangu). Passaram ambulâncias do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil. Olha, vi só dois carros da PM em meio àquele incontável número de outros veículos passando.

E ainda ficou pior! Anoiteceu.

Já discrente da sorte e rezando pra padroeira, Nossa Senhora Aparecida, tomei a decisão de caminhar pra achar um telefone. Acho q 300, 400 metros abaixo achei um boteco já na comunidade de Lucas. Achei o telefone e, como é praxe nesses lugares, havia um dono do telefone. haha. O carinha tava amarradao falando com uma garota. Cheguei perto. Fiz sinal q tava no perrengue, q precisava do tel. E ele deixou na boa. Liguei. Me garantiram q estavam pdindo o reboque e me falaram pra ficar perto do telefone. O problema é q do telefone eu sequer via o pisca-alerta do carro.

Um sujeito chegou perto de mim e perguntou se era combustível. "Nao, foi motor". Mesmo se fosse combustível eu nao ia dar esse mole, vamos combinar.