Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sábado, fevereiro 25, 2006

Depois tenho q postar sobre mais uma grande manhã no Bola Preta, mas lembrar da vexaminosa atitude da Polícia Militar que usou spray de pimenta em meio a uma multidão de foliõs com o simples propósito de liberar uma via. Ora, blógue, NUNCA vi isso. Até essa manhã. Deve ser porque os governadores e o chefe dos papa mikes devem achar q festejar, curtir o nosso carnaval é coisa do mal. Furingudos. Não sabem o q é o carnaval, não conhecem e ainda permitem que coisas como essas aconteçam. Governantes ridículos. PM ridícula.

E voltemos ao carnval que depois eu posto com calma sobre o fato.

E, volto a dizer, salve a Santa Cruz.
Depois posto sobre a ida a Recife e João Pessoa, os encontros com os amigos, as coisas boas e, CLARO, os perrengues.
Sábado de grande responsabilidade carnavalesca

É dia de estreiar na escola que é o marco zero da minha paixão pelas nossas escolas de samba: a Acadêmicos de Santa Cruz. Outra agremiação de cores verde e branca, outra agremiação da zona oeste. A escola de Seu Roberto, grande avô de quem herdei esse barato carnavalesco.

Eu, Dona Glória e Paula estaremos lá, fantasiados de soldados, para defender no gogó e no chão o samba-enredo sobre a França.

O povo da escola, que é comunitária de dar gosto, percorre mais de 60 km só para desfilar e mostrar que Santa Cruz existe e sabe fazer samba. Dá até orgulho ver a raça dessa galera.

Que tudo dê certo pra escola nesse sábado. Quem sabe nao apareço na televisão de novo no desfile transmitido por Jorge Perlingeiro na CNT, hehe.

Salve Santa Cruz. Salve a zona oeste carioca.


Esse é o pavilhão da escola. Maneiro, né.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Um registro:

Vivo. Vicente está vivo. Está em João Pessoa, adorável cidade no nordeste do país. Cheguei ontem de Recife, outra adorável cidade no nordeste brasileiro.

Ah vida é uma coisa legal as vezes, pode acreditar. Estar aqui, desconectado do trabalho, sem relógio e mesmo sem celular me faz acreditar nisso.

Mas no fim de semana estaremos de volta ao Rio, mas enquanto o fim de semana não chega...

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Ontem já catei minha fantasia da Santa Cruz. Fui lá em meio ao ensaio. Cara, q coisa linda. A comunidade dentro da quadra cantando o samba, que não toca em rádio e nem aparece o tempo todo na tevê, no gogó. Em dado momento . Apresentação da bateria – mandando ver, com paradinhas sagazes – passistas, os dois casais de mestre-sala e porta-bandeira.

O grande barato da escola, que é super comunitária, é que o ensaio comia solto e, em pedaço da quadra, as fantasias para o desfile continuavam sendo feitas. A todo vapor. Afinal de contas, estamos a menos de dez dias do carnaval e a Santa Cruz é a quarta escola a desfilar no sábado. De encher os olhos.
Pena q muita gente de fora ache q o nosso carnaval é só lucro e ostentação. É ostentação sim, mas tenho uma fortíssima representação social, tão forte q chega a emocionar.
17 de fevereiro de 2006. Lá vou eu para Recife, vou rever minha família pér-nambucana. Se tudo der certo ainda dou uma fugidinha até João Pessoa, onde nunca pus os pés. Vou tentar resolver essa falha de caráter.

Baixo em terras cariocas em 24 de fevereiro, tremenda sexta-feira de carnaval. Ah, muleque! Que eu tenha pernas para dar conta de toda as ‘responsabilidades’ lá pelo nordeste e, já de volta, pelo Rio.
17 de fevereiro de 2006. Lá vou eu para Recife, vou rever minha família pér-nambucana. Se tudo der certo ainda dou uma fugidinha até João Pessoa, onde nunca pus os pés. Vou tentar resolver essa falha de caráter.

Baixo em terras cariocas em 24 de fevereiro, tremenda sexta-feira de carnaval. Ah, muleque! Que eu tenha pernas para dar conta de toda as ‘responsabilidades’ lá pelo nordeste e, já de volta, pelo Rio.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Recebi o link do camarada Lobão. Dá medo até. Mas o mundo pop é isso, né. Deve ter quem goste.

Saca só o naipie dos Ninjas baianos: http://www.sucessoemailing.com.br/music/ninjas.html

domingo, fevereiro 12, 2006

Domingo foi dia de tornar concreta uma vontade antiga: ir ao Maracanã com Seu Carlos, o progenitor. Seu Carlos, torcedor do América, e Vicente, um admirar do clube, fomos engrossar a torcida rubra na tarde festa no Maracanã.
Coisa linda.
Era só um quinto do anel do Maracanã, devia ter no máximo, no máximo, muito no máximo, 10 mil torcendo pelo América. E antes que qualquer judas possa dizer q fui reforçar a tal da torcida arco-íris, é bom lembrar que acompanho esse time vermelho em vários jogos, principalmente na Terceirona.
O barato desse domingo era justamente o de estar com Seu Carlos lá, no Maraca, lugar sagrado pra mim. O estádio que tem um significado de casa, de sentir-se bem, de alegrias e grandes emoções. Nada mais justo do q ter meu pai ao meu lado. Dona Glória já foi levada a jogos do Flu, ainda não foi ao Maracanã, mas ainda irá.
Paula, ser impregnantemente vascaíno, mas q adoro, tb foi. Era outro desejo antigo, já que nunca vamos estar do mesmo lado da arquibancada em jogos no Maraca.
O jogo não foi lá o melhor do mundo. O América, q tinha um time melhor, não fez lá grandes coisas, enquanto o Botafogo aproveitou a péla-saquice que o time rubro aprontou.
Mas tenho q registrar a emoção em subir em uma das rampas que dão acesso ao anel e ver a galera de camisas e bandeiras vermelhas gritando “Sangue!”.

E o gol?
Na hora do gol eu chorei. Comemorei muito, comemorei demais. Abracei meu pai, abracei Paula. Olhei pros lados pra ver a torcida em festa e as banderias agitadas. Eu devia parecer uma criança feliz. Cheguei a acreditar que o time pudesse realmente ser campeão. Pena que o América já achou q era campeão a partir dali, cerca de 20 minutos do primeiro tempo.
Deu mole, jogou um futebolzinho burocrático e perdeu. 3 a 1 no fim das contas. E eu fiquei até o fim. Até o apito do juiz. E, é verdade, eu chorei outra vez. Só q de tristeza. Nem o Flamengo me levou a chorar, mas fiquei triste em estar ali, com meu pai, vendo o time dele em uma final e sairmos derrotados.

Mas sabe que no fim valeu?
A derrota doeu mais em mim no q nele. Tudo era motivo pra tomar cerveja. Vencer ou perder pra ele não fazia diferença. Ele só quis ir ao Maracanã comigo, acho q bolei uma “responsabilidade” q não existia. A festa da torcida do América foi linda, acho q qq americano se encheria de orgulho. Aplaudi o time que deu mole na última partida da Taça Guanabara, mas que chegou lá na final, coisa que Flamengo, Fluminense e o time da colina não fizeram.

E que venha a Taça Rio.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Na tarde de hoje fui tentar resolver algumas coisas pelo Centro do Rio. Fui a três pontos durante o q seria minha hora de almoço. Do último lugar resolvi tomar um táxi, já estava perto de uma hora e meia q eu estava fora do escritório. Tomei um TX, vulgo táxi.
O motorista, longe de ser simpático, fui futucando a luz que mostrava a quantidade de gás que existia em seu tanque. Parecia hipnotizado pelas luzinhas desse mostrados. Os sinais se abriam e ele ficava com o carro parado, mais interessados na luzinhas.
Chegando ao prédio onde trabalho puxei a carteira e lhe mostrei a nota sequinha de 50 real que nela morava. O senhor taxista fez cara de mal e resmungou "não tenho troco". Ah, tá. E daí? Vou ter q me virar pra pagar, né?
Saí do carro, fui a uma banca de jornal. Nada. Corri pra outra banca. Tb nao rolava. Fui ao mercadinho do lado. Xi, as duas caixas fizeram expressão de "nao tenho". Atravessei a rua, fui a uma lanchonete onde sempre como alguma coisa. Outra negativa. Já desmotivado fui na birosca da frente. E não é q o português do caixa trocou a onça sem reclamar?
Corri de novo pra pagar o mané do taxista turrão. Cheguei no carro. Ôpa! Não era o mesmo. O coroa tinha desistido e vazado. Puts, bem feito, quem manda ser taxista mané? Fiz a corrida de graça, embora tenha corrido atrás pra pagar. Caloteiro é a mãe, eu sou honesto, o motorista q tinha q ter mais jogo de cintura.
Hei, hoje não é o dia do frevo?

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Chacoalhar dentro de um avião não é meu hobby favorito. Ontem, na volta para o Rio, o avião que tomei atrasou que foi uma festa por conta da chuva na capital paulista. Má como choveu. Chovia e ventava.
Após os quase 40 minutos de atraso, com todo mundo sentadinho nas suas respectivas poltronas, lá foi o avião. Assim que ele tomou distância, acelerou e começou a subir, já no fim da pista, o coração acelerou e as mãos ficaram suadas. Eu só repetia para mim mesmo "valha-me Nossa Senhora".
E não foi que a aeronave decolou em meio a nuvens que vez por outra se iluminavam com descargas eléticas?
Quando a viagem já parecia tranquila o grande susto fez o favor de surgir. O avião começou a tremer. Tremia tudo, tudinho. Foram eternos segundos de turbulência que me deixaram paralisado. Com as mão molhadas de suor e a boca seca. Engraçado como rola uma rapidíssima sensação de pânico com o pensamento de "vou morrer". Ainda bem q passou logo, o piloto chegou no Santos Dumont e peguei o caminho de Bangu. Eu, hein.
Sanguê!!! Sanguê!!!

Na noite de segunda-feira, onde todos supunham q eu estivesse no Maracanã, torcendo pelo América – na semifinal contra a Cabofriense pela Taça Guanabara -, estava em São Sebastião, não do Rio de Janeiro. Mas no litoral norte de São Paulo onde a empresa onde o mané aqui trabalha tem uma base. Diga-se de passagem, a maior instalação do gênero na América Latina.
Chato era que não era a passeio, mas a trabalho. Chato tb foi q minha reserva do hotel não tinha sido feita, tive q pagar do próprio bolso. Vou procurar ver meu reembolso amanhã. Mais chato ainda foi q choveu horrores e a tevê do quarto onde fiquei não tinha canal por assinatura, ou seja, chance zero de ver o jogo. E, por conta da chuva, nem rolava de sair pela cidade procurando.
Mas como quem tem amigo não morre pagão, dois amigos me deram constantes informes a respeito do jogo, diretamente do Maracanã. Fiquei sabendo do primeiro tempo em 0 x 0, do gol do América, do empate da Cabofriense, do fim dos 90 minutos regulamentares com empate e da vitória nos pênaltis. Deu uma sensação de vazio estar longe daquela partida...
Acho q só indo no domingo pra resolver isso. Será q vou ver o América campeão pela primeira vez?

terça-feira, fevereiro 07, 2006

E não é q Dona Glória, progenitora e catequista de um monte de moleques, fez seu baile pré-carnavalesco no último fim de semana? As fotos dão conta q foi um sucesso. Confetes, serpentinas, sambas e até marchinhas antigas povoaram o terraço do lar familiar aqui. Bom, eu acho o máximo ensinar pros seus pupilos do catecismo que carnaval é alegria, é nossa maior e mais espontânea manifestação. Bom, depois chegam os excessos, mas aí cabe a cada um dosar ver o q é melhor para si.
Engraçado o sangue carnavalesco vir dela e não de Seu Carlos, mas é assim que funciona, né. Afinal de contas ela é filha de Seu Roberto, carnavalesco-senior dos festejos do início e metade do século passado.
Bom, já tem tempo q rolou o ensaio técnico, acho q nem vou mais postar. Todo mundo já falou o q foi visto, o canto do samba-enredo foi o ponto forte, mas a harmonia... Xi...

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Sexta-feira, dia de ensaio técnico da Mocidade na Sapucaí. Eu vou.

"A vida q eu pedi a Deus
a Mocidade me proporcionou
São 50 anos de história
Uma linda trajetória,
lembranças que o temo não levou".

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Há muito tempo não posto história alguma do folclórico boy metrossexual, mas essa não pode passar em branco.

A chuva de terça-feira tb maltratou o pedaço onde ele mora, ali em NovaI(guaçu). O nosso metro, após vencer todos os transtornos e poças, chegava nos arredores de casa. Contou ele que não havia rua, só água. A opção era andar pelas calçadas. Só que em dado momento um carro, um gol antigo, tomava o pedaço seco. A solução encontrada por ele foi sensacional.

Do alto da sua marra o moleque vem e diz:

"Passei por cima do carro. Ou vc acha q eu ia andar na água? Quem mandou botar sobre a calçada? Eu que não ia andar na água".

Tá certo, né. Prático como poucos.
Q loucura, e não foi que o América se classificou? Ganhou do bacalhau e do glorioso e ainda terminou o primeiro turno em primeiro lugar no grupo? 2 a 1 sobre o time da colina e 2 a sobre o time da estrela solitária... Será q tá pintando o campeão do primeiro turno, a nossa Taça Guanabara?
A chuva caiu ontem. O terceiro dias de caos em uma semana no Rio de Janeiro. O trânsito era terra de ninguém. Eu só queria saber uma coisa: onde estavam os policiais responsáveis pela ordem no trânsito? Cruzei mais de 30 km e não vi unzinho sequer. Ah, tá, policial não deve gostar de pegar chuva, né, deve ser isso.