Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, fevereiro 12, 2006

Domingo foi dia de tornar concreta uma vontade antiga: ir ao Maracanã com Seu Carlos, o progenitor. Seu Carlos, torcedor do América, e Vicente, um admirar do clube, fomos engrossar a torcida rubra na tarde festa no Maracanã.
Coisa linda.
Era só um quinto do anel do Maracanã, devia ter no máximo, no máximo, muito no máximo, 10 mil torcendo pelo América. E antes que qualquer judas possa dizer q fui reforçar a tal da torcida arco-íris, é bom lembrar que acompanho esse time vermelho em vários jogos, principalmente na Terceirona.
O barato desse domingo era justamente o de estar com Seu Carlos lá, no Maraca, lugar sagrado pra mim. O estádio que tem um significado de casa, de sentir-se bem, de alegrias e grandes emoções. Nada mais justo do q ter meu pai ao meu lado. Dona Glória já foi levada a jogos do Flu, ainda não foi ao Maracanã, mas ainda irá.
Paula, ser impregnantemente vascaíno, mas q adoro, tb foi. Era outro desejo antigo, já que nunca vamos estar do mesmo lado da arquibancada em jogos no Maraca.
O jogo não foi lá o melhor do mundo. O América, q tinha um time melhor, não fez lá grandes coisas, enquanto o Botafogo aproveitou a péla-saquice que o time rubro aprontou.
Mas tenho q registrar a emoção em subir em uma das rampas que dão acesso ao anel e ver a galera de camisas e bandeiras vermelhas gritando “Sangue!”.

E o gol?
Na hora do gol eu chorei. Comemorei muito, comemorei demais. Abracei meu pai, abracei Paula. Olhei pros lados pra ver a torcida em festa e as banderias agitadas. Eu devia parecer uma criança feliz. Cheguei a acreditar que o time pudesse realmente ser campeão. Pena que o América já achou q era campeão a partir dali, cerca de 20 minutos do primeiro tempo.
Deu mole, jogou um futebolzinho burocrático e perdeu. 3 a 1 no fim das contas. E eu fiquei até o fim. Até o apito do juiz. E, é verdade, eu chorei outra vez. Só q de tristeza. Nem o Flamengo me levou a chorar, mas fiquei triste em estar ali, com meu pai, vendo o time dele em uma final e sairmos derrotados.

Mas sabe que no fim valeu?
A derrota doeu mais em mim no q nele. Tudo era motivo pra tomar cerveja. Vencer ou perder pra ele não fazia diferença. Ele só quis ir ao Maracanã comigo, acho q bolei uma “responsabilidade” q não existia. A festa da torcida do América foi linda, acho q qq americano se encheria de orgulho. Aplaudi o time que deu mole na última partida da Taça Guanabara, mas que chegou lá na final, coisa que Flamengo, Fluminense e o time da colina não fizeram.

E que venha a Taça Rio.