Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, março 17, 2003

Programa em família

Sabadão lá foram os quatro habitantes dessa aprazível estância bangüense, onde vivo, rumo à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no Vale do Paraíba, nesse estado aqui ao lado, São Paulo. Esqueminha bate e volta. Rápido, pq era sábado, né.

Ainda me impressiono como me faz bem ir àquele lugar. Eu simplesmente cheguei lá absolutamente pilhado, estressado, praticamente uma bomba sobre duas pernas e, com o decorrer da missa, fui ficando mais leve, mais calmo.

Uma vez por ano vou até lá agradecer a Nossa Senhora Aparecida, minha padroeira, por sobreviver por mais um ano sob sua proteção, pedir proteção pro meu país, meus amigos e pessoas queridas. NS é maneira, costuma atender, mesmo pq não peço coisas impraticáveis nem que beiram o impossível. Além do mais, Nossa Senhora Aparecida é preta, isso conta pontos a favor dela.

Isso aqui é uma democracia
Uma coisa que me chateia é ser criticado por ter fé, por ter uma religião. Já cansei de ouvir gente vir e criticar o fato de ser católico, mas em momento algum taquei pedra em alguém ou no seu credo. Acho que todo mundo tem o direito que acreditar naquilo que quiser, só discordo quando se chega a atacar a forma de pensar de outras pessoas. Isso me faz lembrar o fato de um ‘bispo’ da igreja universal ter chutado uma imagem dessa mesma Nossa Senhora em um programa de tevê.

É garantido liberdade de credo e culto nesse país, qq pessoa pode acreditar no que quiser.

Da mesma forma que não agrido quem é protestante, judeu, umbandista, espírita, agnóstico, místico ou ateu, acho que o próximo devia ter o mesmo procedimento. O lema é respeitar para ser respeitado. Acho que só nao tenho amigos que sigam o Islã, pq do resto, sempre há um representante.

Falta respeito ao que os outros pensam, falta fraternidade nessa josta de planeta. Aposto minha mão direita, e olha que sou destro, que se existisse mais fraternidade por aí, não haveria tanta gente lascada pelos quatro cantos.