Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, março 10, 2003

Clarissa e Coisinha de Jesus

Na qualidade de pessoa gripada até a alma, tenho ficado recolhido à simplicidade da casinha durante o fim de semana. Mas na madrugada de sábado para domingo lá estava deitado na minha caminha, mas nao tava dormindo, tinha levantado fazia pouco tempo devido ao mal estar trazido pela gripe. Às 4h43 toca o meu celular. Levei um mega susto. Pensei: "meu Deus, alguém está morrendo, preciso fazer alguma coisa". A adrenalina correu o corpo todo até eu achar o aparelhinho, quando localizei a criança e vi que estava chamando veio o alívio. Era Clarissa ao lado de Bicha Rafa, ligando de Recife.

Clarissa acabara de esbarrar com Coisinha de Jesus por Recife e não podia deixar de me contar. Sensacional a mulher. Acabamos rindo da história, embora eu estivesse meio sonado. Coisinha era um personagem que sempre encontrávamos no Calaf durante nossos sábados com samba e chorinho. Nada muito grave contra ele, só o fato do cara jurar que dança muito, mas quando a gente assistia o marmanjo sacolejando dava vontade de rir. O mané não tem nenhum molejo, é o tipo que jura ter aprendido a sambar na academia. Coitado. É só ver pra concluir que não surtiu qq efeito.

Rafael, gente 'entendida' que é, deu logo o diagnóstico: Coisinha tb é do babado. O pior é que a gente havia desconfiado, mas depois que o vimos atacando com voracidade representantes da terceira idade, achamos que era engano. Após a elucidativa intervenção do amigo pernambucano, não há mais dúvida: coisinha é boiola.