Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, novembro 01, 2007

Após a qualificação, quando levei bons puxões de orelha e fui levado a reconhecer que dei mole em alguns pontos, desci do décimo andar da universidade, atravessei a rua e fui ao Maracanã. Flamengo e Corinthians. Sobre isso nem preciso postar, mais uma noite de emoção, alegria e gols e vermelho e preto. “Oh, meu Mengão, eu gosto de você”.

Mas um fato minimamente curioso me chamou atenção. Ontem, jogo de uma torcida só, entramos pela rampa da Uerj (que fica do lado oposto àquela que sempre usamos, chamada rampa do Belini). Pois bem, os camaradas procuraram um camelô que vendia cerveja. Encontramos, um dos sujeitos perguntaram se o cara era flamengo, se torcia pro clube do colonizador e tal. E eis que o camelô supreende e diz que é argentino. Sim! Sim! Sim! Um camelô argentino na porta do Maracanã. Não satisfeito com a afirmação, mostrou sua identidade onde se via seu nombre Agustín, que garantiu ser do bairro da Boca, em Buenos Aires. Abusado que sou, comecei a cantar musiquinhas da torcida bostera (a do Boca Juniors), o camelô cantou comigo. Fala sério! Um camelô argentino no Maracanã em dia de jogo do Flamengo. Sensacional. Se me contassem eu não ia acreditar.

Bom, e vamos em frente. Quero crer que até a Libertadores 2008. E, como cantei ontem com a Torcida Jovem do Flamengo: "Favela! Favela! Festa na favela!".