Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, julho 02, 2007

Mais uma história do 393. Mais uma vez eu pegando o ônibus de madrugada, eu voltava da comemoração do aniversário de Baltar, que mesmo sendo vascaíno (olha a agressão gratuita), é um sujeito extremamente sangue-bom. Baltar reuniu amigos no Mercadinho São José, em Laranjeiras e era de lá q eu voltava.

Peguei o famigerado Castelo-Bangu, que atende pelo número 393, pra voltar a bom e velho bairro querido. Sentei próximo a duas janela e ainda sozinho fechei porque fazia menos de 20 graus, ou seja, frio pra um carioca. Com o ônibus em movimento e o vento entrando a sensação térmica fica um pouco mais baixa.

Não sei em que altura do trajeto entrou um negão e se sentou ao meu lado. O figura se esticou e abriu a janela de cima. Ok, pouco me importei com o fato e dormi como um neném. Mas era um marmanjo meio espaçoso porque entrou numa me empurrar pro canto, com se eu não já estivesse dando espaço suficiente pro maluco.

Lá pelas bandas de Bonsucesso, acho que em frente a Maré, acordei achando com um ligeiro desconforto. Olhei pra frente e uma ventania vinha na minha cara. Não sei o q houve, mas acredito que supracitado negão havia escancarado a janela.

Olhei com a pior cara de poucos amigos que tenho pro sujeito, olhei pra moça com quem ele falava. Não pensei em nada, mas acho que eles entenderam a mensagem, estiquei o braço e puxei a janela. O marmanjo era pelo menos duas vezes o meu tamanho e olha que não posso ser chamado exatamente de um sujeito pequeno.
Fechei a janela e olhei de novo, como se perguntasse “algum problema?”. Se alguém pedisse pra deixar um pouco aberto eu deixava,claro. Mas ninguém se manifestou, a cara de fulo da vida deve ter sido suficiente. Mas o que me deixou revoltado foi a falta de respeito do cara, se tava frio, se ele já tinha aberto uma janela, por que escancarar a outra que ia na minha cara? Sujeito sem noção bunda suja dos infernos!