Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, junho 07, 2005

O pressurizado

Manhã no Rio de Janeiro. Meu trem rumava para a Central do Brasil onde eu pegaria mais tarde o metrô pra chegar ao trabalho. Era altura da estaçao Engenho de Dentro e entrou um camelô vendendo paçoca. "Paçoquita! Dez centavos". O vendedor tinha a maior pinta de sério, cara fechada e caixinha cheia de paçocas na mão.

Um sujeito que estava sentado perto de mim gritou pra ele: "Maicou!".

Parece q era a palavra chave pra ligar o cara. O camelô entrou numa de dar - toscamente, é bom q se diga - uma de Michel Jackson. Soltou gritinhos tipo "uh!" e imitou os passos na lua.

Obviamente os demais passageiros - eu incluso nessa - ficaram olhando boquiabertos, sem entender o q acontecia.

O pequeno show durou menos de um minuto, mas pra finalizar o camelô ainda bradou: "hoje eu tô pressurizado! sou pura pressão!" e partiu vendendo suas paçocas de novo. Eu, hein. Cada um q pinta...