Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, maio 23, 2005

Na noite de sexta-feira lá estava o pobre trabalhador braçal da comunicaçao pegando o caminho de casa após a semana de trabalho. Caminhei até o Edifício Garagem Menezes Cortes, no seu térreo há um terminal de onde parte do 1132, coletivo q vai para Campo Grande passando por Bangu. Pois é, desisti do 393.

Cheguei no ponto final do onibus, vi a fila gradne e procurei logo a do onibus q sairia em seguida. Era tipo 19h25. O onibus de 19h30 vazou levando toda a fila q tava lá. A minha passou a ser logo, logo a primeira.

Deu 19h40 e chegou o outro onibus com partida prevista para 19h50. O motorista encostou, mas logo saiu. Pior, saiu dando tchau com a toalha na mao. Tipo um lenço de despedida. Parou diante da fila e gritou "voltou às 20h10!". Peraí, como assim?

Nao deu outra. Passaram trinta minutos, todos os outros onibus do terminal encostaram, levaram suas respectivas filas e o mané do 1132 tava la'fora parado esperando dar a famigerada hora, 20h10.

20h10. O mesmo motorista encostou. Um passageiro mais macho q outro e tomados pela raiva indo na direçao do pobre chofer com sua gravata pendurada no pescoço e a toalha - usada pra dar tchau pra fila - numa mao. Pensei logo q ia berimbolar um rolo ali. Deu nada, o motorista na maior cara de bom moço dizia "tb acho um absurdo, mas foi a ordem do despachante". Como todo mundo já tava entrando no coletivo, ningue'm se candidatou a descer e ir tirar satisfaçao com o tal despachante.