Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, maio 19, 2005

Domingo passado foi aniversário de uma amiga das antigas eras de estudante. Ela escolheu um bar ali no Leblon, o Clipper, ao lado do Manguaça.

É sabido q acabo tendo uma má vontade com o Leblon por ser um pedaço extremamente burguês do Rio. A ostentaçao da grana no bairro nao faz com q eu me sinta lá muito a vontade. Diante disso, q é preconceito mesmo, uma dia venço isso, fui parar no bar. Chegamos, sentamos. Pedimos chope. Acompanhamos em flashes a vitória do Mais Querido sobre o Santos visto q a tevê transmitia o jogodo tricolor.

Pessoas conversam, um clima agradável, um certo calor pro outono até. Quadno começa um barulho parecendo q tem alguém virando o conteúdo de uma garrafa no chão. O som nao parada. Pensei q fosse um garrafa de dois, tres, qutro litros.

Nada disso.

Olhei pra mesa próxima. Uma senhora aparentemente temulenta jogava todo o chope q havia consumido pra fora. Quer dizer, pra fora é modo de dizer. A tal senhora jogava sobre a mesa, sobre si mesma e sobre o chao. O mais triste era q ela nao parava. Continuava lá esvaziando as tripas num dos mais tristes espetáculos de degradaçao q já vi num bar. E, fala sério, num bar no bacaníssimo Leblon de Manuel Carlos.

Parei pra pensar q nos bares tosqueira q a galera vai os bebados têm mais integridade. Vão até o banheiro aliviar o estômado é abrir mais espaço no estômago pra mais cerveja, cachaça ou bilisquetes.

Ah, mas a madame podrona da mesa próxima supreendeu. Após alguns instantes da cachoeira de detritos q saiu da sua boca ela fez o valor de pedir mais chope e mais salgadinhos...