Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, maio 19, 2005

A preguiça de pensar não me impede de recordar situaçoes cotidianas pra postar aqui.

Como, por exemplo, o camelô no vagão do trem q me levava de Bangu até a Central. Tava lá pensando na vida, com os botões, na morte da bezerra, ou qq coisa pra fazer o tempo passar.

E de repente (essas figuras só pintam repentinamente mesmo) veio do ouro extremo do vagão falando.

"Pra ouvir o seu funk. Ouvir o seu pagode. Começar o dia relaxando".

Bom, confesso q sou um curioso do funk e deixo o pagode tocar, não fico arrepiado nem soltando impropérios a respeito dos pagodeiros que só tão ali cantando o seu sambinha cheinho, cheinho de elementos pop. Mas nao seria a melhor opçao pra eu iniciar meu dia relaxando. Mesmo assim a curiosidade bateu na hora, fiquei olhando pro sujeito esperando falar mais.

"Já vai com fone de ouvido e pilhas", completou.

O cara vendia radinhos pequeninos, do tamanho do meu dedo indicador. E custavam só cinco contos. Deu até vontade de comprar pra ir "relaxando", mas optei por segurar firme o tédio da ida pra labuta.