Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Uma ponta de inveja

Meninas de chinelinho e roupas curtas. No calor de trinta e tantos graus isso me chama atenção. Não exatamente pra ficar vendo as formas das meninas, mas por ser algo bem mais fresco, agradável e confortável de vestir. Não, eu não tô numa pilha de usar saia, mas vir trabalhar de bermuda já seria maneiro. De chinelo em nem falo nada. Acho q nem como camelô daria pra trabalhar no Centro do Rio assim. Imagina só, como eu ia correr da Guarda Municipal carregando minhas mercadorias e perigando perder o calçado? Mas vendendo côco na praia até podia rolar.

E outra coisa q me roeu por dentro foi passar por vários bares e ver uma galera diante de copos cheios de líquidos dourados. Ai, ai... Chope na hora do almoço. E ainda tinha aqueles adeptos da cerveja... Ao meio dia no calor carioca seria perfeito. Mas durante o expediene é cruel demais. Só vale ver os sujeitos bicando seus copinhos e ficar lambendo os beiços com água na boca.

Até me veio à cabeça o verso de "A praieira", de Chico Sciense: "uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor".