Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, fevereiro 13, 2005

Com a Santa Cruz

Nessa manhã ligo a televisão e me deparo com um compacto da Acadêmicos de Santa Cruz. Na hora nem tinha sacado q era ela, mas foi só ouvir o refrão do samba que me toquei. Era a Santa Cruz, escola q vi desfilar na noite de sábado de carnaval. E, sabe-se lá pq, foi meu momento máximo de emoçao nesse carnaval. Chorei, fiquei arrepidado, emocionado. A Santa Cruz me traz o referencial do meu avô, Seu Roberto. Seu Roberto, cjujo falecimento completou 10 anos no último dia 9, adorava o seu bairro onde, após suas jornadas como funileiro no Lloy do Brasil (la pros lados de Niterói), ainda encontrava tempo pra dedicar à sua escola de samba.

Diante da escola, lá no setor 11 do sambódromo, tive a certeza de q vou desfilar nela em 2006. É como uma espécie de homenagem ou tributo ao avô, mas tb a vontade de participar da festa dessa gente q mora a quase 70 km do Centro do Rio, a quase 70 km do sambódromo e que cruza literalmente TODA A CIDADE pra desfilar, pra mostrar que Santa Cruz tb sabe fazer samba, tb sabe fazer um desfile extremamente bonito e competente. Eu quero fazer parte dessa história.

É o meu velho barato do orgulho local, do bairrismo mesmo (sem menosprezar os outros cantos, por favor).

Resolvi postar o samba q nao é exatamente o melhor, é meio caído até, mas foi um samba que funcionou durante o desfile. O refrão me parece até meio bobo, mas o vigor com que era cantado era de encher os olhos. A colocaçao da escola? Ficou em quarto. Perdeu pra Rocinha, Ilha (q eu achava merecer o título) e São Clemente.

O enredo era simplesmente o Rio de Janeiro, sua história, sua evoluçao.

Rio - Conquistas e Glórias de uma Cidade de Histórias
Ditão, Marquinho Bombeiro, Doutor, Eli Penteado, Fernando de Lima, J. Charuto, M. Borboleta, Careca, Rafael, Valdir Paiva


Hoje viajei na poesia
Quanta magia vamos juntos descobrir
Rio de conquistas e de glórias
Vou contar suas histórias
Neste eterno patropi
Logo após o descobrimento
Aventureiros de além-mar
Chegaram nessas terras
Vieram conquistar
Pisaram nesse chão
Estácio de Sá fundava São Sebastião
Orgulho, uma paixão

É nesse porto que eu vou, amor
Ciclo do ouro me faz sonhar (bis)
As obras, a escravidão
Nas ruas, evolução... vai brotar

E nos trilhos do progresso
Cochos, diligências, lampiões a gás
O desenvolvimento da imprensa
Política, cinema, um mundo de ideais
Hoje eu quero amor e paz

Rio, berço de tantas fantasias
Leva meu samba à poesia
Tu és o palco universal
Brinca no meu carnaval

Eu vou cantar esta cidade tão linda
Brindei a felicidade infinda (bis)
Sou contente! Competente! Sou legal
Sou carioca! Eu sou o carnaval