Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sexta-feira, abril 11, 2003

Street forró?

Como ainda não posso ir embora, pq espero um mané dum e-mail chegar, resolvi fazer mais um post. Tava lembrando de um desses sábado quando fui ver Forroçacana na Lona Cultura de Realengo. Nessa, levei a respectiva, o irmão da respectiva e a respectiva do irmão da respectiva. Todo no lugar pra ver aquele já manjado show dos forrozeiros cariocas. A impressão que tenho é que já vi esse show há uns três anos atrás, gostava mais deles quando tinham a proposta de ser banda de baile (daquelas que tocam a noite toda, sem se preocupar em presença de palco e o escambau, só querendo garantir a boa música pelo máximo de tempo possível). Hoje em dia, eles querem fazer show e aí, amigo, fica difícil.

Bom, diante desse quadro, estávamos com as sensacionais presença de Irmão-Léo, Emerson e Luciana. Irmão-Léo estava, literalmente, com suas nêgas e Emerson e Luciana dançavam na boa. Dizíamos (na verdade dizemos ainda) que formamos a nossa tríade forrozeira visto que éramos figurinhas facilmente encontrados nos forrós da cidade. Em dado momento da noite, Emerson, que usava uma faixa (como as mulheres usam) formando algo que se parecia com um ninho disse que dançávamos street forró. Jesus me chicoteie, o que é diabos street forró? Bom, acredito que o nobre companheiro tenha se referido ao modo de dançar que foi reiventado após a onda forrozeira nascida em Itaúnas, no meio da década de 90. Modo de dançar que apresenta algumas diferenças do original nordestino, mas daí dizer que street forró?

Bom, deixa quieto. Emerson é meu único camarada que reúne duas características de qualidade duvidável como ser engenheiro e vascaíno, mas como ninguém é perfeito, né, o cara e o já famigerado Minduím são meus únicos parceiros na Zona Oeste carioca.

Bom, como já vi que a parada que eu esperava chegou, pego meu boné e a minha viola, ponho na sacola e vou viajar. Pra Bangu, como sempre.