Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, agosto 10, 2009

Há coisa de dez dias se acabaram as primeiras férias em que Vicente encarou trinta curtos dias de férias. Diliça... Peguei as trouxas e vazei com a patroa para o Rio Grande do Sul. Foram alguns dias passando frio, circulando por estradas, visitando algumas cidades, tomando vinho e dormindo até tarde. Vicente quis ir à região das Missões, ali no noroeste gaúcho. Por quê? Porque tô sempre querendo entender um pouco mais dessa josta de país. Conta a história que lá pelos idos do século XVII jesuítas criaram na região 30 colônias (sete são em território brasileiros, os outros ficam pela Argentina e Paraguai), onde os grupos indígenas locais chegaram junto e desenvolveram uma forma de ser meio jesuítica, meio indígena. Algo daquela forma de vida ficou por aquelas terras. Só ruínas restam dessa história e eu queria ir lá ver de perto. Muita pedra, nem tudo preservado, mas rola aquele orgulho já conhecido da galera daquele pedaço do país. No fim das contas gostei da brincadeira.

A outra metade das férias foi pra agradar também a madame. Proposta: serra gaúcha. E lá fomos nós. Gramado era a base pra circular por uma penca de lugares. A cidade parece cenográfica. Fiz aqueles passeios falcatrua de turista que entra no esquema “me engana que eu gosto”. Fui até Bento Gonçalves pegar um trenzinho que ia até uma cidade próxima, Carlos Barbosa. Esquema caozeiro profissional... Mas tudo bem, foi divertido. Em outro momento, uma noite gaúcha, com direito as firulices dos peões e a graça das prendas nas danças folclóricas. Mais friorento que divertido.

Óbvio que o lugar tem seus encantos. Obrigatórios momentos de ecoturismo deram cor a alguns dias em meio à toda aquela friaca. Parque do Caracol, em Canela e o cânion de Itaimbezinho, em Cambará do Sul, fizeram parte do roteiro. De encher os olhos.

Mas é mole não pra um carioca, declaradamente um ser tropical, encarar temperaturas de 2, 4, 5, 6 graus. Quando fazia 14 já sentia até calor.

Mesmo com toda a ótima recepção da gauchada, o atendimento feito pelos caras não dá margem para críticas, voltar pro Rio de Janeiro, mesmo no inverno, é algo muito bom.