Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, maio 19, 2009

Outro dia o Vicente aqui caminhava para casa, havia saído do academia e estava um pouco suado. Normal. Seguia com passos acelerados na direção do portão do prédio enquanto um casal ia em velocidade de lesma, olhando para os lados, totalmente despreocupado do mundo na mesma direção. Como eu ia mais rápido, aproximei-me. E chegando em frente ao prédio o marmanjo do casal, um sujeito branquelo de cabelo curto, bermuda e camisa vermelha, parou e ficou me olhando. Como se esperasse que eu fosse dar um susto, um bote, sei lá, como se eu oferecesse perigo. Parei, olhei pra ele com cara de "tá me olhando por quê?". Abri o portão e segui olhando pra ele. Não tinha o dia todo, entrei e bati o portão. Entrei, olhei pra trás e o marmanjo olhava e me apontava pra sua companheira. Ih, o cara... Um certo ódio tomou conta de mim, a sensação das pessoes em ver perigo nas outras com determinado tipo físico me causa a mais profunda irritação. Mas respirei, deixei o fair play tomar conta de mim e segui meu caminho.