Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, outubro 30, 2005

O trabalho anda mais puxado do que devia, some-se a isso o fato de eu estar estudando à vera, correndo atrás pra voltar ao ambiente universitário. Mas não na graduação, a brincadeira agora é por uma titulação, ou seja, pro mestrado. E vamos ver no q dá.
O Negão Lascivo do Metrô do Estácio

Eu não presenciei essa pérola da urbanidade carioca, a história me foi contatada justamente porque adoro esses causos da cidade. A parada se passou do lado de fora da estação do metrô do Estácio, bairro que fica bem atrás da prefeitura do Rio. É um lugar meio Centro meio Zona Norte, um bairro de passagem na realidade que até já foi mais importante no contexto da cidade. No Estácio está a estação de metrô que une a Linha 1 (que vai da Zona Norte – Tijuca, até a Zona Sul, Copacabana) e a Linha 2 (da Zona Norte – Estácio, até a Zona Norte quaaaaase Baixada Fluminense, Pavuna).

Nessa estação do metrô rola um ônibus especial, como em outras estações, que faz um rolé pelos arredores e vai desovando a galera q estava no metrô. A figura que me contou a história havia descido ali e estava esperando o tal ônibus partir e pegar um bonde nele já que morava nos arredores.

A figura esperava num lugar iluminado visto que já era tarde, bem tarde. Enquanto isso, chegou o ônibus e ela se dirigiu ao ponto de onde o coletivo partiria. O motorista a viu e foi falar: “cuidado, menina, tem um negão tarado por aqui”.

Ela, já escolada com tais personagens, disse pro motorista q estava atenta. Mas o motorista quis explicar melhor. “Não, ele não vai oferecer perigo pra vc que é menina, oferece pra quem é homem”, entregou o motorista. Mas peraí, como assim?

O motorista, aliviado por fazer sua última viagem, detalhou o caso. “Outro dia eu ia partir com o ônibus e veio um negão bater na lateral do carro. Ele ficou de costas rebolando pra eu ver no retrovisor”.

Aí, na boa, imagina só a cena... Horror, horror!

E o motorista contou mais: “ele baixou a calça e se abaixou do lado ônibus, ficou de gatinho e continuo rebolando”.

A expressão da figura que relatava a história era de quem tinha visto uma assombração. Não um espírito de lençol branco, mas um negão, digamos, ‘sem modos’.

Assustado com a situação, contou ele, saiu batido com o ônibus. No dia seguinte contou pros colegas. Virou motivo de piada. Quem ia acreditar num negão que ficaria rebolando, digamos, amostrando-se pra um motorista de ônibus.

Pois é, reza a lenda que o negão lascivo voltou a ‘atacar’ e a ficar lá rebolativo pra outros motoristas no mesmo ponto. Sempre na mesma hora.

Seria o Negão Lascivo do Metrô do Estácio uma nova versão da mulher loira do banheiro? A mais nova lenda urbana carioca? Melhor, seria nova lenda urbana gay, quebrando com qq outro paradigma de lendas urbanas já ouvidas?
Eu sei lá, só que a história q ouvi foi essa e que desde então não me emociona passar pelo Largo do Estácio em altas horas. Eu já não pego o ônibus e só passo pelo Largo do Estácio de carro, nunca vi nenhuma cena parecida. Pq se tivesse visto já tinha postado, vamos combinar.
Vamos contar historinha? Vamos começar pelo Negão Lascivo do Metrô do Estácio. Tô devendo há tempos esse causo.
Após a chuvarada do fim da tarde e noite da sexta-feira, a aprazível residência do mané aqui ficou praticamente sem energia elétrica. Ou seja, daquela noite até o início da tarde do domingo. Diliça, né. Só tenho a agradecer a Light, companhia que fornece eletricidade à capital fluminense, por um quase infernal fim de semana no escuro. E depois tem gente q diz q empresas particulares fornecem serviços melhores que as públicas. Ahan. Fiquei TRINTA E SEIS HORAS sem luz graças ao serviço da Light.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Eu não sei quem tirou a foto, não sei quem é o cara dentro do colchão, desconheço totalmente o contexto, mas que faz lembrar o Bob Esponja... ah, faz...


A foto me foi enviada por Roberta, a madrinha dessa josta de blógue aqui.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Um fim de semana longe dos melhores

O Mais Querido do Brasil não ganhou o time da colina e tá na rabeta da tabela.

A sociedade q vive gritando por paz me convenceu, neste domingo, que a gritaria é só discurso, só da boca pra fora, porque quer mais é ficar armada por conta de uma suposta proteção. Legal, né. O pensamento é o seguinte: "não mexe comigo, caso contrário te encho de chumbo". Pacífico q só. Ou seria só mais um pensamento hipócrita?

Não consegui terminar de ler os livros nem fichá-los pra prova do mestrado, que é na próxima sexta.

E, pra terminar, não consegui saber qual o samba vencedor da Mocidade pro carnaval de 2006. Vai dar 3h e a final continua rolando ali na Vila Vintém. A previsão de término é 4h.

Nem tudo perdido

Ao menos, pra contrabalançar, minha querida pér-nambucana Mayse baixou no Rio. Veio a trabalho e chegou com um papo de eu ir pra Recife no carnaval do ano q vem. Hehe. Dá não. Vicente voltou a pertencer ao carnaval carioca em todas as suas possibilidades.

sábado, outubro 22, 2005

Aproveitando q tô falando desse assunto, peguei o depoimento de Fred 04, grande figura da música contemporânea desse país. Uma das cabeças do Manguebeat.

Sente só o q ele falou ontem, durante seu show no Tim Fest:

- Um direito não é uma coisa sagrada. Hoje alguns reclamam que não querem perder seus direitos. Há pouco mais de um século, as pessoas tinham direito de chicotear seus escravos, jogar escrava grávida no forno à lenha. E reclamaram quando viram que iam perder esses direitos.

Tirei a declaração da matéria do Leonardo Lichote, do Globo, que tá aqui.
Ainda nesse fim de semana posto as prometidas histórias.

Coisas q eu preciso dizer: eu voto SIM com convicção e não tenho mais saco pras gracinhas ditas sobre o assunto

Amanhã rola o tal referente pra ver se a população topa ou não o desarmamento. E, para minha surpresa, boa parte dos meus amigos vai votar pela não proibição da venda de armas de fogo e munição. Pior, não entendem como eu posso optar pelo sim.

A minha opção é muito simples. Acredito que menos armas levarão a menos tiros, menos mortes. Mas a galera vem e usa um argumento que os publicitários do Não puseram nas campanhas, que um assaltante vai poder entrar na minha casa já sabendo que não tenho uma arma. E acho o argumento até engraçado. Ou será que todo cidadão ‘de bem’ tem um revólver ou uma pistola na gaveta? Acho engraçado também porque um assaltante não avisa que vai te atacar, existe uma coisinha chamada elemento surpresa, que é o principal artifício do cara na hora de fazer o ganho. Ou será que ninguém conhece alguma pessoa que tivesse arma e tenha sido rendido igualzinho às outras que não têm?

Eu mesmo, estando na casa de amigos, na Penha, Zona Leste de São Paulo, vivi uma experiência sinistra. Invadiram a casa, renderam toda a família, e eu tb, e fizeram uma limpa na casa. Detalhe, existiam armas na casa para a tal sensação proteção, para dar segurança. Alguém foi lá buscar? E mesmo se tivessem ido, o q fariam? Iniciariam um tiroteio dentro de casa? Ah, tá, opção super segura...

Fico espantado em viver numa sociedade que enche os pulmões e diz “queremos paz” – lindo, perfeito. Acho fofo até –, mas não adianta QUERER PAZ empacotada com uma fitinha vermelha, chegando de presente. Na minha humilde opinião, o indivíduo tem que OFERECER PAZ para que ela retorne para si, o indivíduo tem q se mover para fazer a paz aparecer. O cidadão comum (esse, ao meu ver, o principal vilão da sociedade) joga a responsabilidade para o outro. Seja lá quem seja o outro. Nesse caso, o outro é o Estado, o responsável pela Segurança Pública. Olha, na boa, o Estado tem essa responsabilidade mesmo, mas o cidadão comum tem q colaborar. Tem q parar de estimular a corrupção daqueles que seriam os responsáveis pela manutenção da ordem e das leis. Tem que parar de achar que tendo um revólver em casa vai estar protegido. Do que adianta ter uma arma sem sequer saber atirar? Ou geral pensa que atirar é fácil, que não precisa de prática? Ah, todo mundo deve ser mirolha mesmo.

Outra coisa que me deixa bolado é, em lugar de um debate sério na sociedade, vamos ter uma coisa sem muito sentido. Inteligentemente a equipe da campanha do não jogou no ar o argumento da Segurança Pública e explorou o caô da ‘manutenção do direto’. Cara, caguei pra manutenção desse direito. Pena que a campanha do SIM não teve o mesmo jogo de cintura, pegou leve demais. Devia ter radicalizado, devia ter mostrado tragédias que as armas legais causaram.

Sinceramente, acho até q esse estatuto deveria ser canetado, baixado mesmo uma lei estipulando as coisas.

Aí, nesse período pré-referendo, recebo e-mails com os clássicos boatos de período de votação, possivelmente, lançados pelo povo do NÃO com argumentos ridículos. Dizendo q existem interesses econômicos de fulano de tal e fulano de tal. Santa ingenuidade, Batman. Quem são os maiores interessados em manter a FABRICAÇÃO E O COMÉRCIO DE ARMAS DE FOGO? Quem? Ora, os empresários desse setor. Empresários representados na Câmara dos Deputados e do Senado. E são esses mesmos empresários os mais interessados na sensação de insegurança porque eles podem continuar vendendo mais armas, tendo mais lucro. Capetalismo é isso.

Ah, gente, tenha dó. E, se a josta do NÃO ganhar, não fiquem repetindo que vivem numa terrível realidade violenta porque estamos tendo uma grande possibilidade de avançarmos enquanto sociedade civilizada e estamos sendo tapeados por gente que quer continuar ganhando dinheiro vendendo MEIOS DE MATAR. Por que o que é uma arma de fogo? Pra que serve? Pra atirar pro alto e gerar uma bala perdida somente, supostamente pra espantar um possível assaltante? Não. A arma de fogo tem uma única finalidade: MATAR. E, na boa, não estou aqui pra ficar batendo palma pra quem quer ter ‘o direito matar’ o outro.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Hoje é o dia da padroeira.

Salve Nossa Senhora, padroeira desse país e que me dá a proteção que preciso pra viver nesse mundo.

sábado, outubro 08, 2005




Hoje mó galera se classificou pra Copa do ano q vem. E pra mim , o mais legal é a ida da seleçao de Angola. Fiquei amarradão com o feitos dos caras, que são pretos e rubro-negros. Uma bandeira do Flamengo ia ficar perfeita no meio da torcida deles.

Atualização em 12/10: O companheiro Sergio deu o toque num comentário aqui embaixo de pôr essa foto. Tá aqui, é realmente um ixpetáculo. A próxima missão do Vicente é viabilizar uma camisa de Angola, porque do Flamengo eu ja' tenho várias.



sexta-feira, outubro 07, 2005

Alguém poderia falar pro furingudo do Pinô pra devolver meu CD dos Aterciopelados? Eu devolvo os CDs paratyenses do cara, mas preciso q ele dê sinal de vida.
"Atenção!
Cidadão de bem,
Você não precisa correr.
Nós estamos aqui para cuidar da sua segurança!".

Frase singela que vez por outra é ouvida durante incursões dos Caveirões, os conhecidos carros blindados do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, em comunidades carentes do Rio.

Sinceramente, se eu estivesse andando perto de casa e ouvisse uma dessas frases vindo de um sinistro furgão negro com caveiras desenhas ia ficar, no mínimo, assustado. Mas ia ficar bolado mesmo e pronto pra montar no porco (começar a correr ) ao ver os biquinhos nas laterais... O biquinhos são das pontas do armamento pesado dos puliça. Eu, hein.

E olha q, ao menos dentro do q eu entendo, sou um cidadão de bem.
Ainda estou sem saco e sem braço pra postar minhas histórias prometidas. Mas eu postarei. Eu juro.
Noite de sexta. Vicente está um caco, mas vem postar pra provar pra si mesmo que nao desistiu do blógue.