Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, maio 04, 2005

Vamos aproveitar q hoje to postador

Ontem rolou matéria no Globo q falou de uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Cândido Mendes, em que os coleguinhas paulistas dão um espaço desproporcional aos casos ocorridos no Rio.

A matéria, publicada ontem sem assinatura, tá aqui embaixo. E eu fico pensando pq os caras dão tanto espaço pra violência carioca. Será q querem dizer q esse pedaço aqui é mais violento q o deles? Toda a vez q converso com algum paulista o cara me pergunta se eu consigo viver aqui. Má claro, ora. O Rio nao vive em guerra civil. Existem casos de violência como em todas as grandes cidades, não é inviável viver por aqui. Seria legal fazer uma pesquisa com os coleguinhas da estranha cidade ao sul pra fazer esse levantamento, p q os caras gostam de procurar queimar o nosso filme. Será q é um tipo de autoafirmação? Eu, hein.

Resultados do estudo são debatidos em seminário na Candido Mendes

Os jornais de São Paulo dedicam hoje um espaço considerável às notícias de violência no Rio. Dados de uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), entre maio e setembro de 2004, mostram que no “Estado de S. Paulo”, por exemplo, entre todos os textos sobre violência publicados no período, os que se referem a casos ocorridos em São Paulo somam 44,7%. Já as reportagens sobre fatos registrados no Rio chegaram a 28,5% e em Minas Gerais, a 4,5%. Na “Folha de S. Paulo”, as notícias sobre crimes no Rio chegaram a 28,8%, contra 46,8% sobre casos em São Paulo e 3,4% em Minas.

Segundo o estudo, do total de notícias sobre violência veiculadas no período pelos jornais cariocas, 85% foram sobre casos ocorridos no Rio. No GLOBO, por exemplo, esse percentual chegou a 78%, contra 5,6% de textos sobre crimes em São Paulo. No jornal “O Dia”, esses índices ficaram em 94,5% e 1,4%, respectivamente.

Os pesquisadores do Cesec, da Universidade Candido Mendes, analisaram 2.514 textos de grandes jornais do Rio, de São Paulo e Minas Gerais. Os resultados foram debatidos ontem, num seminário na Candido Mendes, no Centro, do qual participaram representantes de jornais.

Apesar do espaço diferente, a violência é um problema grave tanto no Rio quanto em São Paulo. De janeiro a setembro do ano passado, São Paulo teve 235.028 roubos (uma taxa de 598,9 por cem mil habitantes) e o Estado do Rio 84.874 (taxa de 558,2). O número de homicídios no Rio em 2004 chegou a 6.438 (taxa de 42,3), enquanto em São Paulo ocorreram 8.934 casos (22,4). São Paulo registrou ainda no ano passado 112 seqüestros (taxa de 0,28) e o Rio apenas dez (0,06). Também em São Paulo, no ano de 2004, 186.272 mil veículos foram furtados ou roubados, contra 52.092 no Rio e 9.740 em Minas Gerais.

A pesquisa inédita, coordenada pela mestre em psicologia Sílvia Ramos e pela jornalista Anabela Paiva, constatou que os jornais ainda dão mais destaque ao noticiário factual, apesar de avanços na cobertura da política de segurança pública. Além dos jornais já citados, foram analisados textos dos seguintes veículos: “Jornal do Brasil”, “Agora São Paulo”, “O Estado de Minas”, “Hoje em Dia” e “Diário da Tarde”.

— Os jornais hoje influenciam formadores de opinião e detentores de poder. Por isso, a necessidade de se fazer uma análise da cobertura de violência e perceber que aspectos são mais valorizados pelos jornais — disse Sílvia Ramos.