Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, março 14, 2005

O racismo embarcado

Seu Carlos, aquele senhor bonachão e figura q é meu progenitor, contava essa. Numa vez q embarcara, entenda-se estar em uma das plataformas de exploraça de petróleo da Petrobras, presenciou um episódio constrangedor.

O helicóptero desovou ele e um engenheiro, q pode ser qualificado como negão. Por conta do período em q ficam ilhados, digo, embarcados, os trabalhadores sao destinados a quartos. O tal engenheiro foi destinado a um aposento não condizente com sua importância naquele contexto. A menina da recepçao acabou por destiná-lo ao q podemos chamar de muquifo.

Seu Carlos, diante da cena, viu com clareza q haviam lhe estavam de má vontade com o cara. Em lugar de tratá-lo como profissional optaram por lidar com ele de forma pejorativa por ser preto.

O engenheiro-negão, sentindo-se obviamente discriminado, disse q nao ficaria na plataforma por conta das condiçoes q lhe foram oferecidas e faria um relatório dando conta do ocorrido. Virou as costas e partiu pro heliporto de novo.

Show de bola. Nao se curvou. E a mocinha que quis jogar ele pra baixo q tenha, no mínimo, levado uma advertência.