Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, junho 30, 2003



Há um ano, a essa hora, tava eu desbundado e alucinado, pulando, cantando e sorrindo na Avenida Boa Viagem, lá em Recife. Estava comemorando o penta. Assisti a copa toda lá no bairro de Candeias, ao lado de Kléston (o casado) STA e RMRO. Era engraçado, eles nunca entenderam como eu podia gostar daquele esporte tão besta. Mas no fim das contas, todos acompanhávamos.

Uma final às 8h da manhã de um domingo é algo, no mínimo, ingrato, mas deu pra gente se divertir. Lembro que eu dizia que RMRO tinha que estar acordada, pq com ela dormindo o Brasil não fazia gol. Com jeitinho ia lá dar jogar um caô nela pra bichinha levantar.

Ganhamos com dois gol de Ronaldo Nazário, grande rubro-negro e suburbano como eu. O mesmo Ronaldo que eu taquei pedra pra burro contestando sua convocação. Há um ano tava eu de bico calado e sorriso no rosto.

Após ver o jogo de modo familiar, fui para Boa Viagem de carona com Kléston que falou algo que me deixou ainda mais feliz. Disse que só havia assistido os jogos em casa e não com a então noiva por minha conta, pq gostava de estar lá torcendo comigo. E é verdade, me dei conta depois. Ele viu esses jogos todos ao meu lado, só aquele clássico contra a Inglaterra foi diferente, mas esse é outra história. Muito legal isso, melhorei o humor só de lembrar.