Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, novembro 30, 2009

Entrega, entrega, entrega
Entrega, entrega, entrega
Entrega, entrega, entrega
Entrega Timão

Assim cantava de forma debochada a torcida. Talvez quatro mil, talvez seis mil apaixonados que vestiam vermelho e preto naquela tarde quando choveu, quando fez sol, quando choveu e também quando fez sol.

Lá cantavam apaixonadamente suas canções. Foi o jogo começar e sentir aquele calor que a torcida passa. Mesmo com chuva, mesmo com sol, mesmo com o calor e o desconforto seguíamos lá. O corpo estava cansadíssimo pela viagem e pelo pouco sono. Mas ainda era possível ajudar a puxar alguma canção. Com o passar do tempo os gols foram saindo. Na primeira comemoração meus óculos de sol foram espatifados.

Outro jogos foram rolando, resultados que nos ajudavam forma rolando, mas, no fim, do jogo em Campinas, no fizinho, um pênalti a favor do Flamengo. Já eram 48 minutos do segundo tempo. Léo Moura bateu. Felipe, o goleiro do Corinthians, não esboçou reação. Segundo gol do Flamengo. A reação naquele momento foi inesperada. Vicente e os demais companheiros de bonde se emocionaram. Um a um deixou as lágrimas de alegria rolarem rosto abaixo.

Felipe não foi na bola? Pois é, foi não, mas isso não tirou a magia do gol naquela condição de cansaço à qual nos submetemos.