Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, outubro 08, 2008

O cabelo “endredado” (ou seja, com dreadlocks) tem servido de pauta pra pôstes com alguma freqüência e esse não foge a essa, digamos, tendência. Explico: estava esse sujeito que blóga no ponto do ônibus, esquina da Rua Francisco Real com Ribeiro de Andrade, em Bangu, na manhã desta terça-feira. Esperava o 1132, ônibus que me libertou do famigerado 393. Tava lá, amarradão há alguns minutos e uma penca de ônibus se aproximaram todos aos mesmo tempo. O tal 1132, carinhosamente chamado apenas de “32” ia passando pelo lado de fora da pista, ou seja, ia passar batido do ponto e eu nem tinha vista se aproximar... mas diminuiu a velocidade, deixou os outros coletivos adiantarem suas vidas e encostou no ponto. Eu e mais dois marmanjos demos aquela corridinha sagaz e entramos pela porta da frente, fui o terceiro. Quando subi os poucos degraus e cheguei diante do motorista (que costuma pilotar os veículos que me pega por lá naquela hora) e, com um simpático sorriso, disse: “vi o senhor no ponto e parei. Conheci pelo cabelo”. Ah, fala sério! Esse negócio de cabelo endredado está divertido.