Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, setembro 11, 2008

Saía eu meio cabisbaixo de casa, caminhara até o ponto do ônibus. Estava um dia daqueles de inspirar coisas boas, mas a disposição era bem pouca pra pegar o caminho do trabalho. Já no ponto, esperava o coletivo pra me levar ao Centro. O baixo astral seguia bem do meu lado. E aí olhei pra trás, não sei porquê, e caminhava na minha direção um senhor de chinelos, shorte, camiseta branca. Olhou pra mim, debaixo de dreads bem curtinhos, mas totalmente branquinhos, como algodão, e passou com um enorme sorriso. Após passar por mim, já de costas, levanto o braço com um sinal positivo. Aí me lembrei que também estou com o cabelo assim e quando fazia me disseram que os malucos com cabelo assim se cumprimentam na rua. Achei esquisito, mas sei lá, aquele senhor passar ali, naquele momento e fazer a aquela saudação simpática serviu pra mudar o humor. Pequenas coisas podem melhorar o dia.