Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, janeiro 07, 2007

Não fiz um retrospecto de 2006 como boa parte da galera. Só agradeci por ter vivido mais um ano, por ter conseguido as coisas que consegui. E que sigamos em frente em 2007, mas me peguei pensando numa coisa... como viajei no ano passado. Foi a primeira vez na minha vida em que estive em todas as regiões do país num espaço de 365 dias.

Fui de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, a Manaus, no Amazonas, passando por várias outras cidades. Conversei com os mais diversos sotaques que vivem nesse país, comi as mais diversas coisas, vi as mais diversas paisagens. Escutei histórias e histórias, algumas lendas, alguns causos. Comprei algumas camisas para minha coleção de uniformes de futebol (que cresceu consideravelmente em 2006 e já merece uma nova recontagem).

Sabe? Gostei. Viajar pra cima e pra baixo é cansativo, ficar dormindo em hotel, não ter a camaragem ao alcance da mão é meio desconfortável. A maioria das idas e voltas foi por conta do trabalho, algumas foram por conta de fugidinhas do Rio mesmo e teve até, quem diria, participação em congresso acadêmico. Mas esse convívio disperso me agrada, gosto de sentir as diferenças que existem por aí. Curiosamente são diferenças que se completam.

Aí, escrevendo essa bobagem aqui me veio a mente o refrão do samba da Mocidade Independente (Salve a Mocidade!) de 1979, primeiro título da minha feliz escola de samba, letra dos falecidos Toco e Djalma Cril:

“De peito aberto é que eu falo
Ao mundo inteiro
Eu me orgulho de ser brasileiro”

É ou não é? Ainda bem que pude circular por aí pra ter essa certeza, de que me orgulho de ser brasileiro.