Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, janeiro 30, 2006

O momento “azeitona da empada”

Antes de voltar par Bangu deveria levar o camarada neo-rubro-negro para casa, em Caxias. Só que, durante o jogo, uma lembrança pintou: o mané tinha esquecido a carteira de motorista em casa... Era só parar numa blitz que a dor de cabeça seria certa.

Parti no sapatinho. Torcendo pra nada dar errado. Apelando pra padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Peguei Ervilhão - o guerreiro gol bolinha -, cruzei São Cristóvão e entrei na Linha Vermelha.

Só q num momento ‘ser mané é’ deixei a saída correta da via expressa passar. Peguei a seguinte, que me jogaria no Centro da cidade da Baixada pra onde eu rumava. Chegando na pista que leva pra Caxias... Luzes vermelhas mais a frente. Uma blitz.

G E L E I. Pensei em que caô jogaria. Onde já se viu dois marmanjos com camisa do Flamengo passarem ilesos por uma barreira policial? Ainda mais comigo no erro, sem o documento.

Mentalizei na hora que ia passar. Pedi à padroeira que me ajudasse. E a maldita luz interna do salão do carro não acendia. Na realidade, há algum tempo ela não acende. Com o interior do veículo o aceso o papa mike até deixa passar.

Faltando poucos metros pra chegar aos policiais... a luz acendeu. Ah, alivio. O policia olhou com cara nada amistosa pra mim, pro carona e deixou a gente passar.

Dez metros a frente havia uma curva, q eu deveria fazer. Fiz e caí numa crudelíssima poça d’água. Poçona, onde até um mostro marinho poderia viver. Poça não, era um quase-lago. Pena que no mesmo local ainda deveria existir uma pista.

Lá foi o carro em marcha lenta, no sapatinho... Vencemos a possa. Mas, já lá pelas 21h30, chegando ao local onde o camarada ta morando, o motor de Ervilhão começou a ratear. Foi parar o carro e vlau. Ervilhusco morreu.

Era o q faltava, noite de domingo, já entrando pelas 23h, em outra cidade, sem carteira de motorista e com o motor afogado...

Já pensando em entregar os pontos e sem lá muita confiança fui até o carro e girei a chave. Pegou. O carro acelerou e parti pra pegar o caminho. Só faltava não ter blitz no caminho. E não tinha. Na realidade não tinha sequer um policial no caminho.

O quadro não era nada favorável, a tensão ficou em alta, mas a sorte voltou a jogar do meu lado...