Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, janeiro 22, 2006

O primeiro ser mané é de 2006!

O malandrão aqui, num dia dessa semana q pasou, trocou todo o seu dinheiro por chope e voltou pra casa com o dinheiro certinho.

Na manhã seguinte o mané lembrou-se q estava sem dinheiro. Não querendo dar o braço a torcer entrou numa de sair de casa no sapatinho, passar no banco 24 horas e tirar um qualquer poder ir trabalhar. Detalhe: o 24 horas é o mesmo macumbado das fotos ali embaixo.

Bobagem de uns dez minutos caminhando até o banco que fica ao lado do ponto onde pego as vans. Era só sacar derreal (R$ 10) que já poderia ir pro Centro ou andar mais dez minutos e pegar o trem. Haha. Diante das cabines dava pra ler por suas portas de vidro que estavam fora de operação. Ê, sorte!

Parei e pensei: “ e aí, Vicente? Perdeu, né?” Pois é. O caixa mais perto ficava numa distância razoável para percorrer a pé, ainda mais naquela hora da manhã.

Solução: liguei pra casa, falei com Dona Glória e pedi um singelo empréstimo para pegar a condução. Fui caminhando para casa, fazendo o caminho inverso que havia percorrido há minutos. Fui encontrando conhecidos e ouvindo em tom debochado a mesma pergunta: “Tu não ta indo direção errada?”. Ridículo, né. Tava voltando pra casa pq não tinha um tostão furado pra ir pro trabalho.

Mais dez minutos andando. Cheguei em casa. Peguei o dinheiro e mais dez minutos andando. É, rapá, vida de negro é difícil... Custava eu ter segurado cinco reais na noite anterior no bar? Custava uma das caixas estar funcionando? Custava, custava tanto que sofri pra conseguir chegar ao trabalho.