Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, junho 14, 2005

Uma olhada pela Mem de Sá

Passar pela Rua Mem de Sá não é exatamente a coisa mais diferente pra quem costuma dar as caras pela Lapa. O tal Mem de Sá foi um dos primeiros lusitanos a mandar nessas terras aqui, era tio de Estácio de Sá, q fundou a santa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro nos idos de 1565.

Hoje, pra maioria dos cariocas, é só a rua e me aproveito do que a tal via mostra pra quem passar por ela a fazer esse pôste.

Ela é mão única, corre na direção da Cidade Nova e não é só o fato de estar na Lapa q faz com q essa via seja peculiar. Ela começa praticamente embaixo dos arcos, os famosos Arcos da Lapa, o antigo aqueduto q hoje permite que o bonde suba até Santa Teresa. Passando por esse 'portal' começa a sua diversidade.

Primeiro se chega às casas de samba, aos bares das antigas e os mais novos. No cruzamento com a Rua Gomes Freire rola uma ruptura radical. Acaba o pedaço frequentado pela classe média. Nesse quarteirão aparecem três casas de luz vermelha, lugares de strip tease, onde as mulheres ficam rebolativas sobre palcos e mostram seus bigodes. Anda-se mais um pouquinho, mas um pouquinho mesmo, e outra ruptura. É só atravessar a Rua dos Inválidos e fica-se de cara com o Instituto Médico Legal, o IML, e várias funerárias no decorrer da rua. Mais um pouquinho à frente está a Praça da Cruz Vermelha. Onde está a antiga sede da Cruz Vermelha, o Instituto Nacional do Câncer e onde termina a Rua Henrique Valadares, onde está o combalido e sucateado Iaserj (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro), onde o sujeito aqui nasceu.

É praticamente uma montanha russa da urbanidade carioca.