Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, setembro 29, 2003

Eu tenho! Eu tenho!

Antes de usar o terno, fui viabilizar um cinto preto pra usar, né. Eu tinha um, mas nao sei q fim levou. Como havia desovado Irmão-Léo nas cercanias de Madureira, caí na besteira de ir até o shopping. Claro q me arrependi, pq nao achava nada q servisse lá. Até q... tcharan!!! Deparei com a loja de CDS da Furacão 2000!!! Entrei, claro. Se nao entrasse naquele momento ia levar uma outra vida pra passar naqueles arredores e ter outra chance.

Entrei e, na lata, pedi o "Furacão 2000 30 anos Nacional". A vendedora perguntou qual deles. Qual deles?! Ela me mostou dois CDs!! Claro q levei os dois.

O segundo nem tem tantas perólas, mas o primeiro... O primeiro é SENSACIONAL!!! Tem todos os funks q cresci ouvindo. Claro, nao tme proibidao algum. Nao adianta escrever nome deles pq eu nunca sobre nome algum dessas músicas.

Tem coisas como:

"Moro em São Gonçalo/ gosto de Niterói./ Curtimos os bailes do Rio./ Fazenda somos nós";

"Massa funkeira nao me leve a mal/ Vem com paz e amor curtir o festival/. O festival daqui é muito bom. / O festival é um jogo de emoção";

"Gata, eu nao vim para lhe criticar,/ Pelo contrário, eu vim para relembrar/ Os momentos juntos q passamos/ E todos os dias q a gente namoramos";

"Foi num baile funk, um baile do Borel/ Q conheci alguém com a boca de mel".

Tem até MC Magalhães e sua música q virou clássico por ter uma versao a cada vez q ele cantava. E, por conseguinte, em cada gravaçao.

Todas elas meio q fazem sentido pra gente q é da minha geraçao e cresceu no Grande Rio, mas fora da Zona Sul. Irmao-Léo levou um susto quando viu o CD, mas ficou tõa fã quanto eu. No período q as músicas foram originamente gravados, o funk era mais discriminado, nao tinha qq penetraçao na classe média.

O grande barato? É q ali está registrado como essa galera se vê e fala de si mesma. Grandes aquisiçoes para minha discoteca.